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TVTranscrição
00:00Eu quero saber em que medida a senhora está envolvida nos crimes, nas mortes.
00:12O senhor não pode me acusar sem provas.
00:15Por enquanto eu estou só perguntando, doutora Júlia.
00:19Mas eu vou provar.
00:20Eu vou provar que a senhora fez experiências proibidas.
00:24E desse escândalo, ninguém vai salvar a senhora.
00:27Ninguém vai acreditar no senhor.
00:30Bom sim, doutora Júlia.
00:32Bom sim.
00:33Porque eu vou provar palavra por palavra do que eu estou dizendo.
00:37Um dia a sua máscara vai cair.
00:39Suas mentiras vão aparecer.
00:42E a sua glória, o seu poder vão se transformar na sua vergonha, na sua condenação.
00:48Até lá, eu vou ter contratado os melhores advogados de São Paulo.
00:52E eles vão acabar com a sua carreira de agente especial da Polícia Federal.
00:57O senhor deveria ter escutado a minha secretária e o doutor César.
01:02Não deveria ter me perturbado.
01:05Deveria ter voltado pro mundinho da onde o senhor saiu sem me perturbar.
01:10Nunca deveria ter ousado entrar aqui a patadas.
01:15Eu vou abrir um processo contra o senhor.
01:17De abuso do poder, calúnia e difamação.
01:21Que maravilha.
01:23Que maravilha.
01:25Entende do Código Penal Brasileiro, mas não entende de ética médica.
01:28Essa foi pro espaço, né, doutora Júlia?
01:30Depois de predicar tanta gente.
01:32Isso depende do ponto de vista.
01:34Que absurdo.
01:36Que absurdo.
01:37Fez experiências genéticas proibidas e não tem o mínimo de remorso.
01:42Eu sinto lhe informar que o seu tempo já esgotou, senhor policial federal.
01:49Ele disse que eu vim aqui como policial federal.
01:52Eu vim aqui como pai.
01:55Pai da Tatiana.
01:57Uma das meninas geneticamente modificadas.
01:59Uma das crianças mutantes.
02:00Que direito a senhora tinha de modificar genes?
02:04De fazer experiências proibidas com os filhos dos outros?
02:07Chega.
02:09Basta.
02:10Saia já daqui.
02:11Júlia.
02:12Dear.
02:13Cherie.
02:14Tire esse homem daqui.
02:14Chame o segurança.
02:16Sim, senhora.
02:17Pode chamar o segurança o quanto quiser.
02:19Eu só saio daqui depois de falar e perguntar tudo que eu preciso saber.
02:22Oh, meu Deus.
02:23Não, um dia de homem.
02:24Isso me é louco.
02:25This man is crazy.
02:32Pronto, Felipe.
02:34Você queria tanto saber, agora já sabe.
02:36O filho é de outro cara, tá?
02:39E não adianta você me perguntar quem é porque você não conhece.
02:43O cara é lá do Rio de Janeiro.
02:46Era tudo que eu precisava saber.
02:48Tá satisfeito?
02:52Quanto às flores e os bombons, pode fazer bom uso deles.
02:58Tá bom.
02:59Muito obrigada.
03:00Bom trabalho.
03:02Tchau.
03:03Tchau.
03:03Por que você mentiu pra ele?
03:28Porque ele não merece ser o pai do meu filho.
03:33Isso não é correto, amiga.
03:35Você vai me julgar também?
03:37Perpétua.
03:38Amigas se entendem, se aceitam.
03:41Não se julgam, tá?
03:42Eu não tô te julgando.
03:45Só que tem um bebê na parada e o Felipe é o pai.
03:47Ele tem o direito de saber a verdade.
03:49Não, Perpétua.
03:50Ele não tem o direito.
03:52É melhor assim.
03:53Eu prefiro criar meu filho sozinha.
03:55E aí, tá mais tranquila?
04:09Tô, eu descansei.
04:10Conseguiu.
04:11Que bom, porque você ainda tem muito trabalho pela frente.
04:14Como assim?
04:16Janete, você tem que tentar descobrir onde os bandidos estão pra gente mandar a polícia atrás.
04:20A gente precisa fazer justiça em memória do nosso pai.
04:22Eu queria ter conseguido salvar o papai como a gente salvou a Regina.
04:29Eu também.
04:31É por isso, Janete.
04:32É por isso que a gente tem que continuar essa caçada.
04:34Esses bandidos, eles têm que pagar por todos esses crimes que estão cometendo.
04:38Vai lá.
04:38Você consegue ver alguma coisa?
04:41Agora?
04:42Eu tô cansada ainda.
04:44Oh, maninha.
04:46Você pensa que eu também não ficava cansado no começo?
04:48Os pensamentos das pessoas entravam, invadiu minha cabeça sem controle.
04:51Mas aí, com o tempo, eu aprendi como fazer.
04:55Eu tenho que focar.
04:56E é isso que você tem que fazer, Janete.
04:57Você tem que focar.
04:58Lucas, você aprendeu mais cedo do que eu.
05:00Eu passei a vida toda rejeitando esse poder.
05:02Você não.
05:03Mas você tem o dom.
05:04Você só precisa aperfeiçoar esse dom, Janete.
05:08Tá bom, vai.
05:10Isso.
05:11Não, eu vou tentar.
05:11Eu não consigo, tá?
05:28Eu não tô vendo nada.
05:30Não adianta me pressionar, Lucas.
05:32Por favor.
05:33Vai, me deixa.
05:34Depois talvez eu consiga ver alguma coisa.
05:36Eu não sei.
05:37Eu tô exausta.
05:38Eu queria tanto ter salvado o papai.
05:44Eu queria ter visto onde ele tava.
05:47Maninha.
05:48Maninha, fica assim, não.
05:50Antes você não sabia.
05:51E agora você sabe.
05:53É por isso que você tem que aprender a controlar o seu dom.
05:55Eu até consegui ver, sabe, papai, com os bandidos.
05:58Mas eu não consegui ver onde ele tava.
06:01Eu não consegui ouvir nada.
06:02Mas agora você conseguiu.
06:03Você viu e ouviu.
06:05A Regina tá bem.
06:05Você conseguiu salvar ela.
06:06A gente tem que usar os nossos poderes pra salvar as pessoas.
06:12Vamos fazer isso, sim.
06:24Até você melhor pra vocês.
06:27Quem te disse isso?
06:28Isso agora é o nosso irmãozinho caçula.
06:31É, rapaz.
06:31Você acha que a gente vai deixar um irmão aí solto pelo mundo?
06:33Que isso?
06:34Desde que minha mãe morreu.
06:35É só isso que eu tenho feito.
06:38Eu prometo que quando eu achar um lugar pra mim ficar,
06:41eu até ligo pra vocês.
06:43Ou eu venho aqui visitar.
06:46Você tem certeza que é isso mesmo que você quer?
06:48Tenho aqui.
06:49Eles não têm outro jeito.
06:50Tudo bem, então.
06:51Então eu vou lá em casa buscar umas coisas pra você, tá bom?
06:53Que coisas?
06:54Não, eu vou pegar umas roupas.
06:57Casaco, comida.
06:58Vou te dar minha mochila.
07:00Com muita comida, tá bom?
07:01Aguenta aí que eu já volto.
07:02Pega o meu dinheiro também.
07:03Posso pegar todos, você sabe onde está.
07:05Tá, me espera aqui, tá bom?
07:08Vem cá, me dá um abraço, vem.
07:10Se cuida, viu, Marinho?
07:17Eu vou rezar muito por você.
07:20Que susto aqui, bicho.
07:22Aqui, ó.
07:23Vê se vai ficar muito pesado.
07:29Não, não vai ficar muito pesado, não.
07:32Toma aqui.
07:32Olha, eu anotei aqui o nosso telefone, tá?
07:35Se você precisar, você liga, vová.
07:37Ok.
07:37Vá.
07:37Com dinheiro também.
07:38Toma.
07:41Vocês são meus melhores amigos.
07:45Que gostaram de mim.
07:47Eu vou levar um pouquinho.
07:48Tchau.
07:48Fala, minha mãe.
08:01Vamos.
08:03Tanto amor, tanta emoção.
08:07É meu barraco, sim, senhor.
08:20Tudo que tem aqui dentro é fruto do meu suor, fruto do meu trabalho.
08:24Eu ralei muito pra ter esse cantinho.
08:27E acontece que eu não quero mais você aqui dentro de casa.
08:29Pronto?
08:30Pode espernear, Altina.
08:31Pode gritar, pode fazer o que você quiser, porque daqui eu não saio.
08:34Você vai sair, sim.
08:36Porque eu quero você fora de meu barraco.
08:39Olha aqui, Altina.
08:41Esse barraco aqui é meu também, tá entendendo?
08:43Tô aqui há mais de oito anos.
08:45Tenho dinheiro.
08:47Desgraçado.
08:49Capajeste.
08:50Não tem vergonha na cara, não, é?
08:51Você sabe muito bem, Pachola, que esse barraco aqui é meu.
08:57Ah, é teu, é?
08:58Cadê a minha escritura, hein, Altina?
08:59Cadê as canetárias do teu documento?
09:01Mostra, pronto.
09:05Você sabe que isso aqui é posse, Pachola.
09:10Que eu não tenho escritura nenhuma.
09:13Aqui, Altina, eu vou dizer um negócio, hein?
09:16Vai ser fácil me tirar desse barraco, não, meu lé?
09:19Vai ser fácil não, hein?
09:21O que você comprou, amor, por nossa comidinha?
09:24Legume.
09:25Tá fazendo dieta pra ficar bonitona pro maridão?
09:29Hein?
09:30Te amo, amor, te amo.
09:32Pachola.
09:35Pelo amor de Deus.
09:37A nossa história acabou, Pachola.
09:39Eu tô querendo resolver tudo numa boa.
09:45Portanto, Pachola, você pegue suas coisas e arrume um outro lugar pra você ir morar.
09:53Amor, a nossa história não acabou.
09:58Eu te amo de paixão e eu não vou sair daqui nem amarrado.
10:02Eu já sei, Pachola.
10:07Eu já sei tudo.
10:11Eu já sei que você disse a Vavá que eu morri.
10:15E que expulsou ele daqui de casa.
10:18E foi que eu contou uma mentira dessa pra você.
10:25Muitas pessoas ouviram você falando isso.
10:29E é por isso
10:29que eu não posso mais viver com você.
10:33Entendeu, Pachola?
10:54O senhor está falando da Progênese?
10:57A empresa do doutor Sócrates?
10:59Esse homem que minha filha está sendo acusada de assassinar?
11:01Exatamente.
11:02Pelo que entendi, a Maria pode ser a filha desaparecida do doutor Sócrates.
11:06A polícia civil está fazendo o exame de DNA pra saber isso direito.
11:09Ah, então vocês também não têm certeza.
11:12Certeza, certeza não.
11:13É, só depois do resultado do exame.
11:15Mas a gente acha, sim, que ela deve ser a filha do doutor Sócrates.
11:20É, por causa da data, sabe?
11:22A filha do doutor Sócrates, ela foi sequestrada poucos dias antes de Maria ter sido deixada aqui no circo.
11:28Não sei. E Marcelo Montenegro, o policial federal, vocês conhecem ele?
11:33Conhecemos.
11:34Ele esteve aqui no circo um dia desses.
11:36Mas e a Maria, conhece bem o Marcelo?
11:39Como assim?
11:40É, se eles estão namorando ou coisa assim.
11:42Não.
11:43De onde você tirou essa ideia, delegado?
11:45Marcelo Montenegro é considerado suspeito de ser cúmplice de sua filha.
11:49E em todas as mortes com veneno do sapo bufo.
11:52Essa linha de investigação está completamente errada. Absurda.
11:55É, mas não é o que a polícia civil está achando e nem a polícia americana.
11:59A própria Corregedoria Geral da Polícia Federal pediu que nós apurássemos o caso.
12:03Por isso eu estou aqui.
12:05Já a outra linha de investigação é bem mais absurda.
12:08E qual é a outra linha de investigação, delegado?
12:11Por enquanto eu não quero nem comentar sobre outra linha de investigação.
12:14Desculpa, delegado, mas a outra deve estar certa.
12:17Porque essa, francamente...
12:20Delegado, a Maria não tem nada a ver com essas mortes.
12:23Mesmo esse caso de ter encontrado ela com o doutor Sócrates, isso foi pura armação.
12:28Nós estamos aqui para investigar.
12:30Se estão tentando incriminar a Maria, devem ter algum motivo para isso.
12:33A gente sabe que ela pode ser a filha biológica do doutor Sócrates.
12:36E se isso for comprovado, vocês podem ser acusados de sequestro e registro falso.
12:41Mas nós não sequestramos a Maria.
12:43Ela foi deixada aqui no circo, abandonada.
12:46É, e a gente só cuidou dela, tadinha.
12:49Estava aí largada.
12:51Só demos amor, carinho.
12:53Uma família para ela.
12:54Mesmo que vocês não tenham sequestrado a Maria, é crime registrar uma criança que não é sua.
12:59Está no artigo 242 do Código Penal.
13:01E a pena é de reclusão de dois a seis anos.
13:04O senhor está querendo dizer que a gente pode ser preso?
13:07Infelizmente, sim.
13:08A não ser que seja realmente comprovado que o motivo do crime foi o que nós chamamos de motivo de reconhecida nobreza.
13:15Aí sim, o juiz pode até deixar de aplicar a pena.
13:18E o senhor conhece nobreza maior do que encontrar uma criança abandonada, alimentar, dar carinho, educação, enfim.
13:26Dá uma família para ela.
13:28Isso, quem decide, é a justiça.
13:31No momento, eu só estou interessado em encontrar a Maria, porque ela é peça fundamental nessa nossa investigação.
13:36Minha filha é inocente, doutor.
13:38Ela não sabe de nada.
13:40E isso é o que nós vamos ver.
13:42Agora me digam onde está escondida a filha de vocês.
13:44Ela está escondida pelo sífonos, tá?
13:47Se ela estiver, eu vou achar.
13:49A polícia federal está aí.
13:53Tá, guria, estou te dizendo.
13:55Tem um monte deles aí.
13:57O Marcelo Montenegro, aquele policial, ele está aí.
14:00Quem é o Marcelo Montenegro?
14:02É um policial federal que me ajudou a fugir quando eu estava em perigo lá na delegacia.
14:06Ele está atrás de mim.
14:07Como assim? Está atrás de ti?
14:08Ele já tentou me pegar várias vezes, Fernando. Ele está aí.
14:10Eu não sei se o gostosão bonitão está aí, porque eu não vi.
14:14Eu sei que eles estão interrogando todo mundo.
14:16Eles estão revistando o circo todo atrás de ti.
14:19Criar.
14:20Meu Deus do céu, eu preciso me esconder.
14:22Eles não podem me encontrar.
14:25A Maria não é culpada de nada, ô, doutor Pedro.
14:28Se esconde, Maria.
14:28As provas contra ela foram todas forjadas.
14:31É exatamente isso que eu estou descobrindo.
14:33Vai, Maria. Se esconde.
14:34Vamos, mas vem com a força.
14:36Vem.
14:36Fernando, o Anitta, eles são artistas do circo.
14:55É, eles são irmãos.
14:57Esse aqui é o delegado Pedreira da Polícia Federal.
15:01Oi.
15:02Tudo bem com o senhor?
15:03Então, delegado, como eu lhe falei, está vendo?
15:05A Maria não está aqui.
15:07Não está.
15:08Será que não está mesmo?
15:10Sabe você o que é o amor?
15:17Não sabe, eu sei.
15:20Sabe o que é um trovador?
15:23Não sabe, eu sei.
15:26Sabe andar de madrugada, tendo a amada pela mão.
15:33Sabe gostar, não sabe nada.
15:36Sabe não.
15:39Ah, você não sabe não.
15:45Ah, ei, ei, ei.
15:49Não sabe não.
15:53Essa é a zona de espelho.
15:54Os artistas gostam muito de ficar aqui.
15:57Juanita, Fernando, tudo bem com vocês, né?
16:00Tudo bem.
16:01A gente estava aqui ensaiando um pouquinho.
16:02É, mas se vocês quiserem, a gente pode ensaiar em outro lugar, né, Lana?
16:08Não, não.
16:08Não há necessidade.
16:11Interessante.
16:14Muito interessante essa sala.
16:19Eu poderia dizer que ela é perfeita.
16:23Perfeita para o esconderijo.
16:26E boa para confundir também.
16:29Não acha?
16:30Ela é muito misteriosa mesmo, doutor.
16:32Minha mágica, né?
16:35É a minha favorita aqui do circo.
16:37É a minha preferida também.
16:39É.
16:40É o único lugar que ainda me falta procurar.
16:43Você, você, você importa?
16:58Não, não.
16:59Não, o senhor pode procurar a vontade.
17:05Obrigado.
17:06É.
17:07É.
17:07É.
17:08É.
17:08É.
17:09É.
17:09É.
17:10É.
17:11Amém.
17:41É, parece que ela não está mesmo aqui ou eu não procurei direito?
18:05Quem sabe se eu trouxer um cachorro?
18:11O senhor devia me agradecer por ter uma filha superdotada.
18:25Eu devia ir a te processar.
18:27A senhora tem noção da loucura que são essas experiências?
18:31Eu só pensava na evolução da espécie, em criar um ser perfeito e indestrutível.
18:37Essa é a ciência do futuro.
18:38É impressionante.
18:40Tem um vinho de arrependimento.
18:42É claro que não.
18:44Eu só criei seres excepcionais, verdadeiros fenômenos.
18:47A sua filha mesmo, ela tem o poder de controlar os objetos com a mente, de controlar o fogo.
18:55Isso é genial, é maravilhoso.
18:59A sua filha é superior, especial.
19:01Realmente, a minha filha é muito especial, doutora Júlia.
19:08Mas a senhora não tinha o direito de brincar de Deus, de fazer experiências com os filhos dos outros.
19:15Eu não escolhi que minha filha tivesse esses poderes.
19:17Minha mulher não escolheu.
19:19O que a senhora fez é crime.
19:20Mas ela é assim.
19:24E o senhor tem que aceitar a Tatiana do jeito que ela é.
19:27E quem disse que eu não aceito?
19:30Eu amo a minha filha, eu amo a minha filha.
19:33Mas o que a senhora fez é uma arbitrariedade.
19:37A minha filha não é desse jeito que Deus quis.
19:40Não.
19:41Foi porque eu quis.
19:43Eu dei um empurrãozinho na natureza.
19:45Mas isso é um absurdo!
19:47É um absurdo!
19:52Isso é um absurdo.
19:56A minha filha teve o privilégio de ter amor na família, de ter carinho, de ter cuidado.
20:06E as outras crianças?
20:09O que aconteceu com os outros projetos, com as criaturas que não deram certo?
20:13Todos sempre foram grandes sucessos.
20:16Impossível.
20:18Impossível.
20:19Todo cientista testa muito antes de chegar à fórmula certa.
20:24O que a senhora fez com as outras crianças?
20:27Descartou simplesmente?
20:28São seres humanos, doutora Júlia!
20:31Essa conversa não me interessa mais.
20:34O senhor, por favor, se retire que o seu tempo já está esgotado.
20:38Chega.
20:38Quando o projeto de minha ave é público, vai ser o fim.
20:46Não é, doutora?
20:48Por favor, vou surmar aqui uma hora com a minha secretária.
20:52Porque hoje nós encerramos tudo.
20:54Todos esses crimes que foram cometidos até agora estão relacionados com esse escândalo da criação de mutantes.
21:01Chega.
21:02Eu não vou mais falar sobre esse assunto.
21:04Com licença.
21:05A senhora pode ter certeza que eu vou descobrir quem é o mandante desses crimes.
21:11Boa sorte.
21:12Eu também gostaria de saber quem é.
21:13Eu acho que a senhora sabe.
21:15Ou pelo menos faz uma ideia suspeita.
21:18Engano seu.
21:20O que a senhora sabe sobre todas essas mortes misteriosas?
21:26Por que elas envolvem a progênese?
21:29Chega.
21:31Eu agora só vou falar na frente do meu advogado.
21:33Não seja por isso.
21:37Por favor, rápido.
21:39Eu preciso da sua presença aqui na sala.
21:41Ok.
21:41Um momento, por favor.
21:42Um momento, por favor.
21:44O que é esse cara?
21:45O que é esse sujeito?
21:47Ele é o Marcelo Montenegro.
21:48Ele é policial federal.
21:50Polícia federal?
21:51Estou muito nervoso.
21:53Eu estou muito nervoso.
21:54Estou nervoso.
21:55Doutor César.
21:57Por favor.
21:58O que esse sujeito está fazendo dentro da projeção?
22:01Ele está fazendo uma investigação.
22:03sobre os mutantes.
22:04Isso não está me cheirando bem.
22:06Mas o que é isso?
22:06Logo agora, na hora da nossa reunião?
22:08Eu disse.
22:09Mas ele é muito insistente.
22:10E também é muito determinado.
22:12No problema.
22:13Sem problema.
22:14Vamos entrar.
22:15Vamos lá.
22:16Andiamo.
22:17Como andiamo?
22:18A gente já fez uma reunião?
22:19Com o policial federal?
22:20Iam lá.
22:21Vamos entrar.
22:22Calça.
22:23Calma.
22:24Vamos.
22:25Agora.
22:25Vamos.
22:26Vamos.
22:26Vamos.
22:27Vamos.
22:27Vamos.
22:27Vamos.
22:27Vamos.
22:27Vamos.
22:28Vamos.
22:28Vamos.
22:28Vamos.
22:29Vamos.
22:29Vamos.
22:29Vamos.
22:30Vamos.
22:30Vamos.
22:30Vamos.
22:30Vamos.
22:31Vamos.
22:32O pai era um homem bom.
22:43Ele não merecia isso.
22:46A gente tem que fazer justiça, Regina.
22:48Como é que a gente vai fazer justiça, Cléut?
22:49O Sócrates morreu já faz um tempo e até agora a gente não conseguiu descobrir quem foi
22:53o mandante dos crimes.
22:55Só que eu tenho uma desconfiança muito séria.
22:58De quem?
22:58Regina, primeiro eu tenho que te contar uma coisa.
23:03O papai conseguiu me mandar um pendrive com todas as informações que ele e o Josias
23:08descobriram.
23:08Lembra?
23:09Lembro.
23:10Eu não acredito que ele conseguiu te mandar.
23:12Eu preciso ver isso agora, Cléo.
23:13Não, não, não.
23:14Não, Regina, não.
23:15Por favor, não.
23:15Mas por quê?
23:16Ainda não.
23:16Por que não?
23:17Não.
23:18Não.
23:18É muito perigoso.
23:21Foi a mesma coisa que o papai disse.
23:22Exatamente.
23:23Ele tinha toda a razão.
23:25Pensa bem, se era perigoso pra ele, é perigoso pra você também, Cléo.
23:28É, só que eu já fui longe demais nessa história.
23:30Agora não tem mais volta.
23:31E é...
23:32Agora você não.
23:36Você ainda não sabe de nada, minha irmã.
23:39E é melhor continuar assim, sem saber.
23:40Por favor.
23:43Mais uma coisa.
23:44Ninguém aqui em casa pode desconfiar que eu tenho essas informações, entendeu?
23:50Entendi.
23:52Não entendi, mas nem a mamãe?
23:53Nem a mamãe.
23:56Infelizmente, ela é uma das suspeitas.
23:58Tio Sócrates desconfiava dela e...
24:01E de mais ou mais pessoas.
24:04Que pessoas?
24:05Que pessoas?
24:06Que outras pessoas ele desconfiava?
24:08Olha, eu vou te contar algumas coisas.
24:11Não, algumas coisas não, Cléo.
24:13Eu preciso saber de tudo.
24:13Eu quero saber de tudo.
24:15Não, Rê.
24:15Eu não quero te contar tudo, senão você vai estar correndo perigo.
24:19Mas muito perigo também.
24:19Não interessa.
24:20Não importa.
24:21Não me importa de correr perigo.
24:23Ô, Rê, eu só te falei essa coisa da mamãe.
24:25Que você não pode contar pra ela de jeito nenhum.
24:27Nem ela, nem ninguém aqui em casa pode saber.
24:30Você entendeu?
24:31Entendi.
24:32Mas por que você não pega essas provas e leva logo pra polícia?
24:35Porque primeiro eu preciso conseguir provas.
24:38Até agora o que eu tenho são informações.
24:41Pistas.
24:42Indícios suspeitas.
24:43De coisas muito, mas muito sérias, Regina.
24:51Coisas terríveis.
24:54E onde é que estão essas provas?
24:56Numa ilha.
24:59E eu vou até essa ilha, Regina.
25:01Peraí, eu não tô conseguindo entender mais nada.
25:08Cleo, me explica.
25:09Que ilha é essa que você tá dizendo que vai?
25:11Eu não posso dizer.
25:12Mas se eu descobrir as provas, aí você vai saber, minha irmã.
25:20Se você não descobrir, o melhor seria você esquecer toda essa história.
25:27Vou tentar refazer a sua vida num lugar muito longe daqui, minha irmã.
25:30Vai.
25:31Não, eu não vou fazer isso, Cleo.
25:33Eu não vou ter paz enquanto eu não descobrir tudo com você.
25:37Então...
25:37Então eu vou te contar mais uma coisa.
25:41Eu escondi o pendrive aqui em casa.
25:43Escondeu aonde, Cleo?
25:46Me fala, por favor.
25:47Aonde?
25:48Não.
25:49É um lugar muito bem escondido.
25:51Não adianta nem procurar agora que você não vai encontrar.
25:53Não vai valer a pena.
25:57Agora.
25:58Se por acaso eu morrer, o seu desaparecer, se acontecer qualquer coisa comigo, eu morrer, você revira essa casa de cabeça pra baixo que você vai encontrar.
26:28Bem, eu estou pronto.
26:34Eu sou o red, eu sou pronta.
26:36Em que posso dizer útil?
26:37O doutor César é o advogado da empresa, ele não é advogado criminal.
26:41Por que a senhora tem medo?
26:43Por que que não responde as minhas perguntas?
26:45Eu só vou falar na frente de um delegado ou de um juiz.
26:49Ou seja, ou na delegacia ou no fórum.
26:53Meu nome é Marcelo Montenegro, eu sou agente da Polícia Federal.
26:56Eu estou aqui investigando alguns crimes relacionados com essa empresa.
27:00Nós agora precisamos começar uma reunião, por favor.
27:04Eu ainda não terminei.
27:07Eu só vim aqui fazer algumas perguntas e dar um recado.
27:10E como todos os interessados estão reunidos, é uma ótima oportunidade.
27:15O senhor não está entendendo.
27:17Nós temos uma reunião importantíssima e não vamos mudar o foco das nossas atenções.
27:24E eu não tenho mais nada a declarar.
27:26Ô, é policial...
27:28Marcelo.
27:29O senhor, Marcelo, o senhor não acha que esse momento é totalmente inconveniente para tratarmos desse assunto?
27:35Esta é uma reunião de negócios.
27:37Business, man.
27:38Assuntos que só interessam aos acionistas e à diretoria da Progenis.
27:43E você não pode participar.
27:44É um encontro particular da empresa.
27:47Eu não quero participar da reunião.
27:50Eu quero apenas concluir a nossa conversa.
27:52Eu estou para ver alguém mais insistente do que você.
27:56E eu não vou falar mais nada.
27:59Aqui nessa sala, provavelmente, está o mandante dos crimes.
28:03Eu quero avisá-los que todos vocês estão sendo investigados.
28:07Logo, nós vamos encontrar as provas.
28:11E esses crimes não vão ficar impuros.
28:14A justiça vai ser feita.
28:17Não pensem vocês que com dinheiro se pode tudo.
28:20Porque quando a verdade vier à tona, não vai ter fortuna que resolva.
28:24O mandante desses crimes vai pagar muito caro pelo que fez.
28:27E vai apodrecer na cadeia.
28:28Muito bem.
28:30Eu já dei o meu recado.
28:31Vocês podem continuar a reunião de vocês.
28:34Eu tenho certeza que nós nos veremos novamente.
28:37Até mais.
28:38Com licença.
28:39Você acha errado, perpétuo, eu não contar para o Felipe que o filho é dele?
29:00Depois daquele pé na bunda que ele me deu?
29:03Claro que acha errado.
29:04Não, imagina, Bibi.
29:05Se o filho cresce, vai querer saber quem é o pai.
29:08Vai dar uma horror.
29:09Ah, vai nada.
29:11Mãe, que segura as pontas mesmo.
29:13Eu posso muito bem criar meu filho sozinha.
29:15Eu acho que você está entrando numa furada.
29:18E não adianta tentar esconder do Felipe, não, que uma hora ele descobre, viu?
29:21E quanto mais tarde, pior.
29:24Eu já tomei minha decisão.
29:26Eu não vou me arrepender, eu tenho certeza disso.
29:29Sabe, eu tinha sonhos.
29:31Muitos sonhos, aliás.
29:33E todos eles se quebraram.
29:35Só me restou um sonho.
29:37O sonho de ser mãe.
29:39E você não acha que o Felipe seria um bom pai?
29:42Não acha que seu filho merece um pai como ele?
29:44Não, perpétuo.
29:46É a mãe que carrega nove meses, é a mulher que amamenta mesmo.
29:50Eu não vou ter que aturar o Felipe pro resto da vida, só por causa de um casinho bobo.
29:54Não, perpétuo.
29:55Esse filho vai ser só meu.
29:57Eu tô te falando porque eu sou sua amiga.
29:59É muito melhor abrir o jogo logo com o Felipe.
30:01E mesmo que vocês não continuem namorando, ele vai ser sim um bom pai pro seu filho.
30:05Não, perpétuo.
30:07Eu não vou contar pro Felipe que o filho é dele.
30:10Oi.
30:11Oi, perpétuo.
30:12Oi.
30:14Oi, Bianca.
30:15Tudo bem?
30:16Tudo bem.
30:17Essa aqui é a Paola, minha amiga.
30:19Essa é a Bianca, perpétua.
30:21Ela trabalhou aqui na agência.
30:22Poxa, Lúcia, eu fiquei tão feliz pela Glorinha.
30:25Que bom que ela pegou aquela campanha milionária, né?
30:27Sabe que ela tá arrasando na Europa, né?
30:29Ah, sim.
30:29Ela me mandou uma mensagem hoje.
30:31Parece que ela tá namorando um barão alemão.
30:33Vocês acreditam?
30:34É a cara da Glória.
30:36É, eu trouxe a Paola pra conhecer o Felipe.
30:38Ele tá por aí?
30:39Tá sim, com certeza.
30:40Ele tá aqui pela agência.
30:42Felipe.
30:43Ô, Felipe.
30:43Oi.
30:44Oi, Lúcia.
30:44Tudo bem?
30:45Tudo ótimo.
30:45E com você?
30:47É, essa aqui é a Paola, minha amiga que eu te falei, lembra?
30:50Claro.
30:51Prazer.
30:51Muito prazer.
30:53Bonita você.
30:54Você já foi modelo antes?
30:55Só na minha imaginação, por enquanto.
30:58A Paola mora comigo, lá na casa Simone.
31:00Quer dizer, naquela casa só tem mulheres lindas, então.
31:04Obrigada.
31:05Assim, eu fico envergonhada, Felipe.
31:08Então, a Lúcia me disse que você entrevista novas modelos uma vez por semana.
31:12Bom, se você achar que eu posso fazer parte do seu cast...
31:15Com toda a sinceridade, eu tenho certeza que você já tá dentro.
31:20Você é muito bonita.
31:22Impressionante.
31:24Ô, Bianca, você não acha que ela tem boas chances no mercado?
31:27É, é.
31:28Ela é bonita mesmo.
31:30Alta, magra, né?
31:31Não sei, eu acho que, de repente, ela...
31:34Ela deveria cortar um pouco esse cabelo, sabe?
31:37Essa franja.
31:38Meu cabelo?
31:39É.
31:39O que você acha?
31:40Ela tá brincando.
31:41A Bianca é muito brincalhona.
31:42Perpétua, chama o Francisco.
31:44Eu quero fotos da Paola ainda hoje.
31:45Tá, abri.
31:46Fui.
31:57Fui.
31:58Mauro, entre!
32:19Muito bem, que pontualidade!
32:22Você, Simone, está deslumbrante.
32:24Muito obrigada.
32:25Que lindas orquídeas!
32:27Eu lembrei que você me disse um dia que prefere flores plantadas, porque elas duram mais tempo, não é?
32:36Então, trouxe esse vasozinho para você.
32:38Que linda! Olha, eu acho que a natureza estava em festa quando fez as orquídeas.
32:43Não são lindas? Lindas, alegres. Olha que beleza!
32:47E é justamente por isso que eu quero lhe dizer que quando estou ao seu lado, sinto bastante essa alegria.
32:53Uma alegria que fazia tempo que eu não sentia.
32:58Olha, eu adorei, viu?
33:00Essa coisa da flor do vaso, eu acho melhor porque elas não murcham.
33:05Elas não morrem alguns dias depois e aí a lembrança do presente dura muito mais, né?
33:11Vem, Mauro, vem conhecer a minha casa.
33:13Olha só, preparei aqui um lanchinho, um chazinho completo para nós dois, viu?
33:18Isso é um banquete, né?
33:22Simone, não precisava tanto trabalho.
33:24Mas não brinca, trabalho nenhum, imagina.
33:27Tive a maior alegria, o maior prazer em pensar em cada detalhe do nosso chá das cinco.
33:34Mauro, eu estou tão feliz de ter você aqui na minha casa.
33:37É muito aconchegante, né?
33:38Tem muito de você aqui, em tudo.
33:40Pois é, é o meu cantinho, viu?
33:45Eu amo esse lugar também.
33:47Eu moro aqui há tanto tempo, muitos anos.
33:53Foi aqui que...
33:56Simone.
34:00Desculpe, porque eu me lembrei das minhas filhas.
34:05Não, mas hoje é proibido aqui falar de tristeza, hein?
34:11Pronto, amei as flores.
34:13Tem um cartão ali.
34:15Ai, mas eu não tinha visto.
34:17Ai, que distração a minha.
34:19Deixa eu ler o cartãozinho.
34:25Aquela que amo, disse-me que precisa de mim.
34:32Por isso cuido de mim.
34:35Olha o meu caminho e receio ser morto por uma só gota de chuva.
34:43Um beijo, Mauro.
34:45Ai, lindo!
34:48Adorei, Mauro.
34:49É uma poesia do Bertobrest.
34:52Quando eu a li, entendi o que foi que mudou na minha vida.
34:57É a alegria que você me proporcionou.
35:01Achei que minha felicidade tinha se acabado, não é?
35:04Então, comecei a não me importar com mais nada na vida.
35:09Até que um dia eu conheci você.
35:10E justamente nesse momento, eu passei a sentir essa alegria enorme que eu sinto.
35:18E essa vontade de viver também.
35:20Pois pra mim também.
35:22A sua amizade, Mauro, é muito preciosa pra mim.
35:26Vamos sentar?
35:30Aqui, você.
35:33Olha, eu não separei nenhuma poesia pra você.
35:37Mas em compensação, eu fiz os pãezinhos de queijo que estão divinos, maravilhosos.
35:43Deixa eu beijar tua boca
35:50Vem me fazer um carinho
35:52E não me deixe sozinho
35:55A gente não pode viver mais assim
35:58O lindo no jogo do amor
36:01É a mão de perdoar
36:04Me envolver em teus braços
36:06E novamente te amar
36:09Deixa eu beijar tua boca
36:12Vem me fazer um carinho
36:14E não me deixe sozinho
36:17A gente não pode viver mais assim
36:20O lindo no jogo do amor
36:22É a mão de perdoar
36:26Me envolver em teus braços
36:28E novamente te amar
36:31Uau, eu adoro esse cheirinho de cravo e canela
36:39Esse aroma brasileirinho
36:41Hum, fico até arrepiado, Celinha
36:43Eu sempre gostei mais de doce que salgado
36:45Eu também, Batista
36:47E a minha mãe sempre me dizia
36:49Celia, você parece uma formiguinha
36:52Formiguinha linda
36:53Diga-se de passagem
36:55E olha, o forno tá bem alto, viu?
36:58Bem quente
36:58Porque torta de banana
37:00Tem que ficar assim bem tostadinha em cima, sabe?
37:04Pra criar aquela casquinha gostosa
37:06Hum, é a parte que eu mais gosto, Batista
37:08Eu também, Celinha
37:09Agora vai, me ajuda
37:11Abre o forno pra mim
37:12Oba, chegou a hora de entrar com essa delícia
37:14Uou, louco
37:15Esse forno tá quente mesmo, hein?
37:18Que bafo
37:18Ai, calma
37:20Eu avisei pra você
37:21Já tô fechando
37:22Pronto, foi
37:23Eu acho que terno e gravata
37:25Não é uma boa combinação
37:26Pra assistente de cozinheira
37:27Ô, Batista
37:29Desculpa, vai
37:31Eu fiquei até meio sem graça agora
37:33Mas é que a dona Jandira tá de folga hoje e já viu
37:36Cai tudo pra cima de mim
37:38Pelo que a dona Irma e o senhor ali me disseram
37:41Essa reunião vai durar um monte
37:42Começou a tardinha e vai até de noite
37:44É, parece que eles vão finalmente decidir um monte de coisas hoje, né?
37:49Quem vai ser o inventariante da fortuna do doutor Sócrates
37:53Quem vai ser o novo presidente da empresa
37:54Ô, meu, vai ser a maior treta
37:56Eu não quero nem ver
37:57Eles ficaram de ligar pra eu ir buscar mais tarde
38:00Você precisava ver a dona Irma e o senhor ali discutindo no carro
38:03A maior nóia, meu
38:04Eles não param de bater boca um minuto
38:06Ô, dá licença, né?
38:08É
38:08Mas tem gente que é assim, né, Batista?
38:11Parece que ama uma discussão
38:12Não vive sem arrumar algum motivo pra ter problema
38:16Pra discutir, pra brigar com alguém
38:19É isso aí, Celinha
38:20Eu já sou o contrário, sabe?
38:23Eu acho que quando a gente vai conversar assim com uma mulher
38:26Uma moça, tem que ser com toda a educação, sabia?
38:32Uhum, eu sei
38:34Aliás, eu sei muito bem
38:36Eu conheço esse seu Xavequinho
38:39Celia, de uma coisa eu tenho certeza
38:42Eu nunca fui grosso com você
38:44É ou não é?
38:46Não
38:46Realmente você nunca foi grosseiro comigo
38:49Mas é que eu não gosto quando você chega perto demais, sabe?
38:54E começa a vir com essas suas mãozinhas nervosas pra cima de mim
38:58Olha, fala uma coisa pra mim, por favor
39:01Pelo menos um pouquinho você gosta de mim, não gosta?
39:05É claro que sim
39:06Aliás, um pouquinho não
39:08Muito
39:09Eu gosto muito
39:10Como amigo
39:13Ah, então, Celinha
39:14Eu também gosto de você como amigo
39:16Sabe aquele tipo de amigo que gosta muito, muito mais do que um simples amigo?
39:23Capitou o espírito da coisa?
39:25Aham, captei sim o espírito da coisa
39:28Batista, por favor, vai, não começa com isso
39:33Me poupa disso, eu vou chamar você de tio, hein?
39:36Sabe o que é que o titio Batista tem vontade de fazer com você, Celinha?
39:40Eu tenho vontade de começar beijando assim o seu pé
39:43O dedinho pequenininho subindo, subindo, subindo
39:48Beijar você inteirinha
39:50Beijar cada fio desse cabelo maravilhoso que você tem
39:54Celinha, eu tenho vontade de beijar você inteirinha
39:56Olha só
39:58Olha só, Batista, você já falou
40:00Eu já entendi
40:01Agora você não começa com essa cara de tarado pra cima de mim, não?
40:05Eu fico até assustada com você
40:07Mas que mané tarado que
40:08Meu negócio com você é amor, Celinha
40:10Amor, manja?
40:12O interfone, o interfone tá tocando
40:15Faz alguma coisa, Batista, vai atender, vai
40:17Alô, pois não, quem é?
40:24Ah, polícia?
40:26Um minutinho só, por favor
40:28Já vai abrir, um minuto só, por favor
40:30Eles querem entrar
40:32Não, não, não
40:33Você fica aqui na cozinha e eu vou lá atender
40:37Eu atendo a porta
40:41Logo agora, meu
40:45Achei que a gente ia ficar aqui na cozinha de boa
40:48Sussa total
40:49Me chega a polícia
40:50Mas vê se isso olha de polícia
40:51Ô, louco
40:53Essa casa não tem mais paz mesmo
40:55É mesmo, meu
40:55Boa noite
41:06Boa noite
41:07Boa noite
41:07Boa noite
41:08Boa noite
41:09Boa noite
41:10Vocês aceitam uma água, um café?
41:16Sim, os dois pra mim, por favor
41:17Os dois, claro
41:19Não, obrigado
41:20Tudo bem
41:21Se fosse um beijo seu, eu queria
41:23Com licença
41:25Espera
41:26Espera, espera
41:27Você faz uma pergunta?
41:32Já fez
41:32Mas como você é policial
41:35Pode fazer outra
41:37Você tem namorado?
41:39Por que você quer saber?
41:40Porque sim
41:41Você namoraria comigo?
41:45Como assim?
41:47Você só pode estar brincando comigo
41:49Eu nem conheço você
41:50Mas pode conhecer se você quiser
41:52Inclusive no sentido bíblico
41:55Ainda tem que passar por isso
41:59Não acredito no que eu tô ouvindo
42:01Olha só, deixa eu te explicar
42:02Só por um minutinho de conversa
42:04Já deu pra ter certeza absoluta de que não
42:06Nunca
42:07Eu não quero namorar com você
42:09Tá?
42:11Licença
42:12Garotinha marrenta, doutor
42:19É sinal que gosta
42:21Boa noite
42:23Senhor delegado?
42:24Taveira
42:24Meu nome é Taveira
42:25Meus investigadores Dino e Ernesto
42:27Tudo bem?
42:28Prazer, Antônio Maia
42:29Tudo bem?
42:29Tudo bem
42:30Bem, sente-se, por favor
42:32Obrigado
42:33Os senhores vieram até aqui pra saber sobre o resgate da minha prima, é isso?
42:38Exatamente
42:38Como foi que vocês descobriram que a sua prima tava naquele galpão?
42:45Bom, a minha namorada, ela recebeu uma ligação
42:50Uma ligação de quem?
42:52Olha, eu não sei te dizer ao certo
42:53O que eu sei é que ela ficou sabendo que os caras iam levar minha prima até um galpão na Serra da Cantareira
42:58Sei
42:59E vocês foram lá sozinhos
43:00E por que não chamaram a polícia?
43:02A gente quis ter certeza antes de chamar
43:04E como foi que vocês resgataram a sua prima e se livraram dos bandidos?
43:08Eles fugiram, eles acharam que a polícia tava chegando e fugiram
43:12Interessante
43:14Bom, essa é a minha prima, Regina, delegada Taveira
43:20A vítima
43:21Isso
43:22E os investigadores...
43:24Boa noite
43:24Dino
43:26Ernesto, tudo bem?
43:27Desculpa, gente, eu sou péssimo pra guardar a norma
43:29Imagina, sem problema
43:30Bom, muito obrigada por terem vindo
43:32Nós estamos todos aqui ansiosos pra que a justiça seja feita
43:36É verdade que não tá nada fácil pra nossa família
43:39Eu não desejo pra ninguém o que eu passei
43:41Aliás, se eu pudesse, eu tirava tudo isso da minha cabeça
43:43Ah, eu sei, eu sei
43:44Eu imagino que deva estar ainda bastante abalada
43:47Mas nesse momento é muito importante que tente se lembrar de tudo que puder
43:51Olha, qualquer detalhe que vocês tiverem pode ser extremamente importante pra gente chegar a esses criminosos
43:57Vamos sentar
43:58Os sequestradores se tratavam pelo nome?
44:04Não
44:04Na minha frente eles nunca falavam o nome
44:07Eu me lembro que eram dois homens e uma mulher
44:10Ela era a mulher de um deles e os dois homens eram irmãos
44:14Você chegou a ver o rosto de algum deles?
44:17Vi
44:17Vi, eu me lembro perfeitamente do rosto de um deles
44:20Ele era alto, forte, musculoso
44:24Ele tinha um nariz fino, uma cabeça raspada, assim
44:28Ele tinha os olhos castanhos, amendoados e...
44:32Ele tinha uma pele parda, mais pra claro
44:34Olha, pela descrição que você tá nos dando
44:38Parece que é o mesmo cara que tentou matar Marcelo Montenegro
44:41Quer dizer, o mesmo bandido, o retrato falado
44:44Não, mas isso a gente vai ver lá na delegacia
44:46Seria muita coincidência, a descrição é muito vaga
44:49Na verdade eu queria ver esse retrato falado
44:53Né, quem sabe o bandido que me atacou não é o mesmo que ele tá falando
44:56Não, eu prefiro que você faça outro retrato falado
44:59Tá bom, tudo bem, sem problemas
45:02Chegou o e-mail da chefia
45:14Ih, falou o e-mail da chefia, eu fico logo nervosa
45:18Lá vem bomba, hein?
45:19Cala a boca, Elba
45:20A gente nunca teve tanto dinheiro em conta como tem agora
45:22É, e pra que ter tanto dinheiro se a gente não tem um pingo de paz, hein?
45:25Qual é a ordem da chefia?
45:26A chefia falou pra gente não se preocupar por enquanto com Marcelo Montenegro
45:29E a monstrinha filha dele, não
45:31Ele tá sendo considerado suspeito por todos os crimes que nós cometemos, meu amor
45:36Muito louco isso, meu amor
45:39Sabe o que é o melhor?
45:41É que ninguém acredita na história que ele tá contando dos mutantes
45:44Parece que a monstrinha, quando fica nervosa
45:46Não consegue mostrar os fudejos quando tem alguém duvidando, sabe?
45:49Meu Deus do céu, vem cá
45:50Essa parada não é mais esse tal desse policial e a filha dele, então quem é?
45:54Vem cá, gata, olha aqui
45:55Ai, meu Deus do céu, lá vem bomba
45:57Novidade, né?
46:02Maria Luz
46:02Ela mesmo
46:03A chefia mandou passar o cerol na Maria Luz
46:06Vem ver que essa garota fugiu da cadeia, onde é que a gente vai encontrar ela agora?
46:09A chefia sabe onde é que ela tá
46:11E onde ela tá?
46:12Em algum lugar do circo
46:13E é pra lá que a gente vai, amor
46:16Agora
46:17Vamos achar a Maria Luz
46:20E acabar com ela de vez
46:22Sabe você o que é o amor?
46:33Não sabe
46:34Eu sei
46:35Sabe o que é um trovador?
46:39Não sabe
46:40Eu sei
46:42Ah, você
46:44Não sabe não
46:47Tchau
46:48Tchau
46:49Tchau
46:50Tchau
46:51Tchau
46:52Tchau
46:53Tchau
46:54Tchau
46:55Tchau
46:56Tchau
46:58Tchau
46:58Tchau.