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00:00A CIDADE NO BRASIL
00:30A CIDADE NO BRASIL
01:00A CIDADE NO BRASIL
01:02A CIDADE NO BRASIL
01:04A CIDADE NO BRASIL
01:06A CIDADE NO BRASIL
01:08A CIDADE NO BRASIL
01:10A CIDADE NO BRASIL
01:12A CIDADE NO BRASIL
01:14A CIDADE NO BRASIL
01:16A CIDADE NO BRASIL
01:18A CIDADE NO BRASIL
01:20A CIDADE NO BRASIL
01:22A CIDADE NO BRASIL
01:24A CIDADE NO BRASIL
01:26O garoto era um mutante
01:27Eu descarreguei minha arma na fuça dele
01:30Desviou de todas as balas
01:31Ele já não tinha nem como lutar contra ele
01:34A parada é completamente sobrenatural
01:36Nem um tiro pegou dele
01:38Deu pra entender agora?
01:40Ele desviou das balas?
01:41Como assim?
01:42Eu já tinha visto de tudo nessa vida
01:44Agora desviar de tiro?
01:45Não
01:46Também depois a polícia chegou lá
01:48A gente teve que sair correndo
01:49Fugindo
01:50Deixou a Regina lá sozinha
01:52Cante
01:53Gente, a polícia seguiu vocês
01:55Eles vão vir atrás da gente
01:57Eles vão perder a gente
01:58A polícia vem atrás da gente
02:00E a gente vai ser preso
02:02Gente, eu nesses trajes
02:03Eu vou praticamente nua pra cadeia
02:05Deixa de ser histérica, Helga
02:06Ninguém seguiu a gente
02:07A gente tá segura aqui dentro da casa
02:09Como é que eles conseguiram saber
02:11Que a gente tava no calpão, então?
02:14Eu não sei
02:14Mas eu gostaria muito de saber
02:16Ninguém viu a gente
02:19Era impossível
02:19Só se...
02:25Só se você, Helga
02:28Eu o quê?
02:32Só nós três sabíamos do calpão abandonado
02:34Você não teve a péssima ideia
02:37De dedurar seu maridinho, não, teve?
02:38Ai, Eric, me solta
02:40Tá machucando
02:40Fala a verdade, vai
02:41Claro que não
02:42Não falei nada pra ninguém
02:43Me solta
02:43Eu não falei nada
02:45Eu juro
02:46Eu juro que eu não falei
02:47Ai
02:49Eu não falei nada pra ninguém
02:53Pois é, açık
02:54Eu t Auto
02:54Eu de 있는데
02:54Então vai
02:58É muita velho
02:58Eu queria ir
02:59Eu não falo
02:59Eu não sei
03:00Eu não falo
03:00Ele é Spinach
03:01Eu não falo
03:01Entra
03:03Eu não ando
03:03Eu não sei
03:04Eu não falo
03:05Ei
03:05Cadê o alho que tava aqui?
03:24Comprei tanto que era pra não faltar.
03:26Ô, Pachola, cê usou o alho que tava aqui?
03:31Pachola!
03:35Usou o alho que tava aqui na cozinha?
03:41Tive que usar sim, amor.
03:44Mas aquele alho todo...
03:49Ê!
03:51Levanta daí, vamos.
03:52Levanta, levanta, levanta.
03:53Sai debaixo desse cobertor.
03:55Não deixe de paz, amor.
03:57Não tô...
03:58Eu não tô bem, não.
04:00Tô sentindo uma transformação dentro de mim.
04:05Só ficar parado que é pra não doer.
04:06Aí, mãe...
04:08Eu tô muito doente, amor.
04:10Que doente coisa nenhuma.
04:13Nem febre você tem.
04:15O que você quer mesmo é ficar aí deitado o dia inteiro embaixo de cobertura.
04:19De cobertura, levanta.
04:20O que é isso, Pachola?
04:22Um alho!
04:23Tá pensando que é desodorante, é?
04:27Você vai me proteger.
04:30Eu não quero virar lobisomem, não, amor.
04:33Você é tão burro que nem sabe que alho não é pra lobisomem.
04:38Que alho é pra proteger de vampiro.
04:40Pirou o cabeção?
04:41Ah, Pachola!
04:43Ah!
04:44E vampiro não existe, meu filho.
04:46Isso é coisa só do seu cabeção.
04:48Ah, não?
04:50Lobisome, vampiro...
04:53Lobisomem não existe, não, né?
04:55Esse filhotinho de lobisomem que tu pariu é o quê?
04:58Olha, você respeite, meu filho!
05:01Você me respeite!
05:02Que Vavá não é vampiro, nem é lobisomem.
05:06Vavá é apenas um menino.
05:08É um menino que tá perdido.
05:11Longe de mim, que sou banho dele.
05:14Tá perdido.
05:16Nesse mundo enorme, sozinho.
05:20O que eu sei, Altina,
05:22é que a culpa é do garoto de eu estar assim.
05:25Porque se ele não tivesse me mordido,
05:27eu não tinha pego a doença dele.
05:29A culpa não é dele, não, Pachola.
05:33A culpa é minha.
05:35Eu que lhe aturei esse tempo todo.
05:38Fazendo tudo o que você faz.
05:40Agora acabou.
05:42Não quero mais.
05:44Pode ir embora do meu barraco.
05:49O que é?
05:50O que foi que te deu, mulher?
05:52Me deu foi clareza de pensamento, Pachola.
05:55Pode me dar meu alho de volta.
05:58Vá arrumar suas trouxas,
06:00pegar essas porqueiras que você vende
06:02e vá embora daqui,
06:04que eu quero me separar de você.
06:06Para quem quer se soltar?
06:14Inventa mais.
06:18Inventa mais.
06:19Inventa mais.
06:23Vocês me tiram do sério.
06:25Francamente.
06:26Não tenho nada que esconder esse menino aqui.
06:28Eu cansei de avisar.
06:30Pode deixar que eu não vou mais atrapalhar ninguém nessa casa.
06:33Mas não fala assim.
06:34Você nunca atrapalhou ninguém aqui.
06:35Claro que não.
06:36Você é nosso amigo, cara.
06:38Eu adoro minha irmã.
06:39Mas eu sempre quis ter um irmão homem assim, que nem você.
06:41Eu também queria ter irmão que nem vocês.
06:43Então, nós somos como irmãos, papai.
06:45Somos não.
06:46Os seus pais amam vocês.
06:49Mas eles têm medo de mim.
06:51E não é pra ter medo?
06:53Um menino com os dentes desse tamanho,
06:55que rosa, rá, rá, rá, rá,
06:58e faz careta pra gente ameaçando morder.
07:01O que que eu posso...
07:02Fala, ele só fica assim quando ele tá com medo.
07:03É pra se defender.
07:04Não.
07:05Escuta.
07:06Não te faz bem ficar nervoso desse jeito.
07:08Você sabe disso.
07:10Que, Elisada.
07:11Vocês são mesmo os irmãos que eu não tive.
07:14Além da minha mãe que morreu,
07:16vocês são as únicas pessoas que gostaram de mim.
07:19Do jeito que eu sou.
07:21A gente gosta assim, Vavá.
07:22A gente gosta muito de você.
07:23Isso é diferente, cara.
07:24Assim como nós.
07:25A minha mãe era a minha família.
07:27Quando o Pachala me disse que ela morreu,
07:29eu fui pra rua.
07:31Fiquei sem família.
07:32Fiquei abandonado.
07:33Ô, Teu.
07:36Teu, dá uma pena do menino, Teu.
07:38Não, Rosana.
07:39Nem pensar.
07:40Essa decisão a gente já tomou.
07:43O menino é órfão de mãe,
07:44abandonado pelo pai, pelo padrasto.
07:47Tem lugar que vai cuidar dele.
07:49Abrigo, alfanato.
07:51Mas aqui na nossa casa, não.
07:53O senhor, Seu Telmo,
07:54nunca mais vai ter que olhar pra minha cara, entendeu?
07:57Vavá, não vai embora não.
07:58Fica aqui, por favor.
07:59Cara, fica aqui.
08:00A gente vai convencer, meu pai.
08:01Não tem jeito.
08:04Obrigado pela amizade de vocês.
08:06Mas agora, tá na hora de seguir meu caminho.
08:10Adeus.
08:14Peraí, vová.
08:18Aquiles, você fica.
08:23Eu vou atrás dele.
08:24Aquiles, daqui você não sai.
08:27Maia, como é que você vai me impedir?
08:29Daqui você não sai.
08:30Eu sou seu pai.
08:31Eu tô mandando.
08:36Parem vocês dois.
08:38Aquiles, respeita seu pai.
08:44Eu te pego, moleque.
08:47Fui.
08:51Ai.
08:53Ai.
08:55Ai.
08:56Você tá passando mal, pai.
08:57Pai.
08:58Pai, fala comigo.
08:59Eu consigo respirar.
09:01Tô tonto.
09:03Eu acho que eu vou desmaiar.
09:05Eu acho que eu tô morrendo, Zana.
09:08Não, Teu, para.
09:09Isso, pai.
09:10Oh, meu Deus.
09:11Oh, meu Deus.
09:12Oh, meu Deus.
09:13Tem muita coisa que eu continuo sem entender.
09:30Mas o que você não tá entendendo, minha flor?
09:32Não é sobre o DNA.
09:33Mas desde quando esse assunto te interessa, filha?
09:35Interessa, interessa muito.
09:37Eu também quero saber.
09:38O que vocês querem saber, meus amores?
09:40Se o DNA faz tudo que é vivo, então por que a gente é diferente do macaco, da aranha,
09:45do mosquito?
09:46Pergunta isso pra tia Erika.
09:47Ela vai saber te explicar.
09:49A única coisa que eu sei é que o nosso DNA é diferente do macaco.
09:52O macaco é da denguinha também.
09:55Como é que pode o DNA fazer todos os seres vivos e ao mesmo tempo todos os seres vivos
10:00têm um DNA diferente?
10:01Se o DNA faz tudo que é vivo, então por que os seres vivos são tudo diferentes?
10:06Tipo assim, as plantas, os peixes, os insetos, as pessoas.
10:11Bom, eu vou tentar explicar pra você.
10:13A gente aqui, no Brasil, em português, tem um alfabeto com 23 letras, não tem?
10:17Então, a gente vai juntando essas letrinhas e vai misturando e vai formando todas as palavras
10:21que a gente tem em português.
10:23O DNA tem quatro letrinhas.
10:25Não, o DNA tem três letras, D, S e A.
10:29Não, o DNA tem quatro letras.
10:31A, T, C, G.
10:33Adenina, timina, guanina e citosina.
10:37E essas quatro letras vão se misturando e essa mistura e essa ordem diferente
10:43é que vai fazer com que você seja diferente do papagaio, do periquito.
10:47Então é só mudar a ordem das letrinhas que formam, por exemplo, um golfinho?
10:51Uma baleia, um rato.
10:53Então, o cara de igreja e a perereca são da mesma mutação do DNA?
10:58É.
10:59Todos nós saímos do DNA, das diferentes combinações.
11:03As plantas também?
11:05Tudo, tudo que é ser vivo vem do DNA.
11:07Absolutamente tudo.
11:09Então, tudo como de todos os irmãos?
11:11É.
11:12E sabe que eu fico pensando que tudo isso não pode ser por acaso?
11:14É tudo muito perfeito.
11:15Tem que ter a intervenção de um poder maior, a criação de Deus.
11:21Pelo amor de Deus, eu nunca tinha ouvido.
11:23Você está querendo dizer que o DNA é a prova da existência de Deus?
11:27Eu acho.
11:29Quanto mais eu estudo o DNA, eu tenho mais certeza da existência do poder divino.
11:34Me mostra a imagem do DNA de novo?
11:37Mostra, minha filha.
11:40Vai, diga.
11:41Atenção, hein?
11:46Não é impressionante que essa estruturazinha, essa forma que aparece uma escada em caracol,
11:56seja responsável por tudo que existe no mundo?
11:59Criando trilhões e trilhões de seres vivos.
12:02Milhões, mas milhões, milhões, milhões de seres vivos.
12:07Inclusive você, Linguinha.
12:09Milhões, milhões de seres vivos.
12:10Peraí, mas dá pra gente falar?
12:11Cadrilhões, cadrilhões.
12:12Cadrilhões, agora vamos mudar de assunto.
12:13Cadrilhões.
12:14Cadrilhões, agora vamos mudar de assunto.
12:15Cadrilhões.
12:16Doutor Beatriz, por que essa cara?
12:23Qual é o resultado do meu exame de sangue?
12:25O que há de errado comigo?
12:27Por favor, me diga.
12:29Háblia, por favor.
12:30Helmi, please.
12:31O resultado ainda não chegou, mas eu acredito que seja apenas uma sugestão psicológica.
12:37Sugestão psicológica?
12:38Mas eu tenho dores, pene, dolores no lugar da mordida até hoje.
12:43O senhor receia ter sido infectado pelo vírus do menino lobo por causa da mordida.
12:48Não!
12:49Meus sintomas são gravíssimos.
12:52Eu nunca me senti tão mal em toda a minha vida.
12:55Doutor Cesar, na verdade, eu acredito que isso seja apenas uma somatização.
13:00O senhor acredita que vai se transformar em um bisomem, mas isso não é real, entende?
13:05É como se fosse a fantasia de uma criança.
13:08Eu tenho pesadelos horríveis, nightmares, pesarias.
13:11Por que o senhor não tenta valeriana?
13:13É um ótimo remédio fitoterápico que induz ao sono.
13:16Funciona para todo mundo, mas no seu caso pode ajudar.
13:19Enfim, doutor Cesar, não se preocupe, não é nada demais.
13:22Pense nisso como uma bobagem.
13:24Não, não é uma bobagem.
13:26Eu tenho medo, um terror, um terror profundo, um terror profundo, capiche?
13:32Eu tenho visões aterradoras até mesmo acordado.
13:35Toda vez que eu me olho no espelho, eu me vejo me transformando num lobisomem.
13:40Eu tenho medo.
13:42Doutor Cesar, não leve tão a sério a sua doença porque ela não é real.
13:47Pense nela como uma enfermidade corriqueira, como um resfriado.
13:51Não, isso é impossível!
13:53Impossível e impossível!
13:54Então, o senhor torne os tranquilizantes que eu lhe receitei e sossegue.
13:58Agora eu preciso que me faça um favor.
14:01Favor?
14:02Que favor?
14:03A doutora Júlia pediu que o senhor levasse esse exame de ultrassonografia pra São Paulo.
14:08Tente mostrar pra ela antes da reunião da diretoria.
14:11Ela vai ficar exultante.
14:13O que é isso?
14:14O Guarizito?
14:15Mais um bebê mutante?
14:16Um feto de sete meses.
14:19Fascinante.
14:20Brilha como um vagalume.
14:24Diga à doutora Júlia que eu a considero um gênio.
14:28Que tenho por ela uma profunda admiração.
14:30E que serei eternamente fiel.
14:36Ok.
14:37Eu digo.
14:39Ah, doutora Beatriz, que medo dessa reunião.
14:43E se eu começar a me transformar em um lobisomem no meio da reunião da presidência.
14:49Oh, meu Deus!
14:51Tchau!
14:52Tchau!
14:53Tchau!
14:54Tchau!
14:55Tchau!
14:56Tchau!
14:57Tchau!
15:27Tchau!
15:28Tchau!
15:29Tchau!
15:30Tchau!
15:31Tchau!
15:32Tchau, Tchau.
15:34Tchau, Tchau!
15:35Tchau!
15:36Tau da chuada.
15:37Ai, que dor.
15:38Meu Deus…
15:39definition do coração…
15:40Calma pai!
15:44Cómo o coração dele parece que está normal.
15:46Oh, Deus!
15:50O coração dele parece que está normal.
15:54E o remédio?
15:55Onde é que está, meu amor?
15:56Deixei o barco.
15:58Eu vou buscar.
16:02Parece que vai se prender aqui dentro.
16:03Pai, aguenta, pai.
16:05Minha filha, me ajuda a sentar seu pai, por favor.
16:08Theo.
16:09Theo, escuta.
16:11Escuta, meu amor, escuta.
16:13Você precisa se acalmar, Theo.
16:15Olha, procura se acalmar.
16:17Não se esforçar.
16:20Por favor, para não sobrecarregar o coração, meu amor.
16:23Eu nem pego a buscar uma água, por favor.
16:29Se ele parar, Zana, se meu coração parar de bater,
16:33você sabe que ele sempre foi seu.
16:37Eu sei que eu falo poucas vezes,
16:40mas eu sempre te amei.
16:42Eu te amo demais.
16:43Aqui, pai.
16:50Aqui, ó.
16:50Eu dei um momento.
16:51Desculpa, demora.
16:52Não estava conseguindo achar.
17:03Obrigado, meus filhos.
17:04Me abraço.
17:04Me abraço.
17:05Me abraço.
17:06Me abraço.
17:07Me abraço.
17:08Me abraço a vocês todos.
17:12Minha família.
17:15Eu não quero me transformar num lobisomem.
17:27Eu não gosto da ideia.
17:28Não me gusta la ideia.
17:30Um lupo manaro ao air off.
17:32Doutor César, contenha-se.
17:34Isso não vai acontecer.
17:36O senhor precisa se sentir mais seguro.
17:38Mesmo quando o senhor sentir que está se transformando num lobisomem,
17:42pense que não é real.
17:44Como?
17:44Se pra mim é real,
17:46eu sinto a minha transformação.
17:48Doutora Beatriz,
17:51e se eu começar a morder os outros como aquele menino?
17:55Hein?
17:56A senhora gostaria de levar uma mordida minha?
17:58Não, doutor César.
18:00E o senhor não se atreva a pensar numa coisa dessas.
18:03Eu tenho um trauma de infância porque fui mordida por um cachorro.
18:06Morder não é uma atitude educada, civilizada.
18:09O senhor sabe disso muito bem.
18:12Pode entrar.
18:15Doutora Beatriz,
18:16A dona Leonor quer falar com a senhora.
18:19Ótimo, onde entrar?
18:20É a mãe do bebê que acabei de lhe falar.
18:23Oi, doutora Beatriz, desculpa.
18:26Mas a senhora já finalizou o DVD pra eu poder levar?
18:31O DVD?
18:32É, a senhora gravou, não gravou?
18:38Gravei, claro!
18:41Aguarde só um minutinho na recepção que eu já vou lá lhe entregar.
18:44Ai, doutora, eu achei tão lindo o bebê.
18:46O meu filho brilhando, todas aquelas luzes.
18:49Ele inteirinho iluminado, né?
18:52Ai, foi muito emocionante.
18:54Engraçado, eu não tinha visto isso das outras vezes.
18:58É...
18:59É, o monitor daquela sala estava realmente muito brilhante.
19:05Mais do que o normal, nós precisamos verificar isso.
19:09Em breve.
19:10Mais alguma pergunta?
19:10É, o bebê, ele tá perfeitinho, né?
19:15Tá, claro!
19:18Perfeitíssimo!
19:19Parabéns!
19:19Ah, obrigada, doutora.
19:21Eu tô esperando então lá na recepção, tá bom?
19:23Dá licença.
19:24Só me falta essa agora.
19:31E se ela resolve mostrar essas imagens pra alguém?
19:33Hã?
19:34O que que houve, Marley?
19:35Aconteceu mais alguma coisa?
19:37Acho melhor a doutora dar uma olhada no quarto do Cris.
19:39O que que houve com o Cris?
19:42O que passa com o ninho?
19:43Melhor a doutora ver por si mesma.
19:46Bem, desculpem.
19:46Eu não tenho tempo.
19:48Eu tenho uma reunião importante hoje, no fim da tarde, São Paulo, por favor.
19:52Tá bom, Marley, vamos lá ver o que tá acontecendo com o Cris.
19:55Com licença.
20:25Com licença, doutora.
20:25O que foi, Marley?
20:26Alguém já chegou pra reunião?
20:28Não, não é isso.
20:29Ah.
20:30É que tem um agente da Polícia Federal aqui embaixo.
20:33Marcelo Montenegro.
20:34Ele deseja subir pra falar com a senhora.
20:38Marcelo Montenegro?
20:39O agente da Polícia Federal?
20:43O pai da mutante Tatiana Montenegro?
20:46Exatamente, doutora.
20:47Que audácia!
20:49O que que ele está fazendo aqui?
20:51A senhora sabe, né?
20:52Sabe em todos os jornais.
20:53Ele perdeu a esposa envenenada, igual ao doutor Sócrates.
20:57Sim, eu ouvi dizer que ele também é suspeito de todas essas mortes.
21:01É verdade.
21:03A polícia anda suspeitando que ele e Maria Luz sejam cúmplices.
21:07Mas o que é estranho, porque a filha dele já sofreu mais de um atentado.
21:11Tem alguém tentando matar essa menina.
21:12É uma pena, não é?
21:13Uma mutante telecinética com o poder de mover os objetos, como a Tatiana.
21:21É uma pena ela ter um pai que seja um policial federal.
21:25Isso está colocando em risco todas as minhas experiências.
21:27O próprio Montenegro quase morreu no atentado.
21:30E mesmo assim a polícia está suspeitando dele.
21:34Impressionante.
21:35Exatamente.
21:37A polícia acredita que esses atentados contra ele e a filha tenham sido forjados
21:40para não levantar suspeito, já que a esposa morria ao lado dele.
21:44E ele estava ao lado do doutor Walker também quando ele faleceu.
21:49E esses crimes aconteceram com o mesmo veneno.
21:53É claro que a polícia vai suspeitar dele.
21:55Ele não deve estar muito contente.
21:56Culpado ou inocente, ele deve estar uma fera.
22:00Essa é uma das boas razões que eu tenho para não conversar com ele.
22:03Você não acha, Amália?
22:05Eu não sei, doutora Júlia.
22:06Ele me pareceu muito determinada a falar.
22:08Não, Amália, não.
22:09Diga para ele voltar outra hora.
22:10Eu não quero falar com ele.
22:12Diga que eu estou no meio de uma reunião e que você não pode interromper.
22:15Pronto.
22:16Mas a reunião ficou para tarde, para depois das seis.
22:18Não interessa.
22:19Eu não quero falar com ele.
22:22Eu vou transmitir o seu recado a ele.
22:25Com licença.
22:26Eu errei profundamente.
22:43Eu errei, mas eu tenho consciência disso.
22:47Que bom para você, Fernando, mas...
22:49Não, eu prometo, sabe?
22:51Te juro.
22:53Eu nunca mais vou errar, Maria.
22:54Você é o melhor homem do mundo para ti.
22:58Fernando, eu não estou com cabeça para ficar falando sobre esse assunto, por favor.
23:02É que eu estou...
23:03Estou me roendo por dentro.
23:06Estou me sentindo culpado de não ter te protegido naquela noite da festa, sabe?
23:11Eu não tenho um só dia que eu não pense nisso, Maria.
23:14Isso fica me...
23:15Eu me arrependi muito.
23:17Agora não tem mais jeito.
23:20Não, não.
23:23Eu acredito que...
23:25Nunca é tarde para a gente realizar aquilo que a gente sonha.
23:30Fernando, nesse caso, não tem mais jeito.
23:32Já foi.
23:33Mas, Maria...
23:35Sabe...
23:37Eu quero mudar essa história.
23:39A nossa história já terminou, Fernando.
23:42Mas pode recomeçar, Maria.
23:44Pode recomeçar.
23:45Não.
23:45É só a gente querer, meu bem.
23:47Que, meu bem?
23:48Não, eu não quero.
23:49Eu não quero mais nada com você, Fernando.
23:51Ô, eu não quero.
23:52Não, não faz isso comigo, Maria.
23:53Não faz isso comigo.
23:56Vem cá.
23:57Está gostando de alguém?
24:01Tu...
24:01Se tu parou para pensar assim, é porque tu está gostando de alguém, né, Maria?
24:12A única coisa que eu estou realmente preocupada nesse momento...
24:15em arranjar algum esconderijo seguro para eu ficar.
24:18Porque aqui no circo, na sala dos espelhos, eu não posso ficar a vida toda.
24:27Marcelo Montenegro, policial federal.
24:29Eu gostaria de falar com a doutora Júlia Zacarias.
24:31Ela está?
24:32Ah, a doutora Júlia está numa reunião super importante e não pode ser interrompida.
24:36Tudo bem, eu espero.
24:37Eu acho que o senhor não entendeu.
24:39A reunião acabou de começar e deve demorar algumas horas.
24:41Ótimo.
24:43Assim eu aproveito e converso com você.
24:45Comigo?
24:46Mas eu...
24:46Como é seu nome?
24:48Amália.
24:49Amália, o que você sabe sobre os mutantes criados pela doutora Júlia?
24:52Solta ela, Eric, solta!
25:00Está na cara que ela não falou nada.
25:01Estou te perguntando com a educação.
25:03Andou abrindo o bico, é?
25:04Andou falando para as amiguinhas mais do que devia, foi?
25:07Ai, amiguinha, que risco, que absurdo.
25:09É claro que não, Eric.
25:09Eu não abri minha boca para ninguém, eu juro.
25:11Vocês foram lá levar aquela menina lá no galpão?
25:14Eu juro, eu juro por tudo que é mais sagrado, eu juro.
25:17Me larga, me larga.
25:18Ai!
25:19Jogou o e-mail.
25:21Vai dar a chefia.
25:23Essa chefia que eu nunca sei se é homem, se é mulher, essa autora deve estar querendo trucidar a gente.
25:28Por sorte, não.
25:30Ela disse que não tem problema da Regina Maia ter fugido.
25:33Não tem problema? Como assim não tem problema?
25:35Não tem problema, não tem problema, Ramon.
25:38A chefia está dizendo aqui que já ia mandar liberar a garota mesmo.
25:41Parece que ela não sabia de nada.
25:45Achei que a chefia ia esculachar com a gente, viu?
25:48Que engraçada, é assim?
25:51Nossa vida toda, Helga, durante todo o tempo, nem o nosso pai e o Eric tinham medo.
25:55Agora, em compensação dessa chefia...
25:57Claro, né?
25:58Alguém que manda matar todo mundo à torto e à direito, tem mais é que ter medo mesmo, né?
26:01Vocês dois estão indo pelo mesmo caminho.
26:03Viraram um expert, né?
26:05Injeção de veneno.
26:06Me fala, vai.
26:07Quanta gente vocês já mataram?
26:09Quantas pessoas?
26:10Já perdi as contas.
26:11A chefia ficou feliz que a Regina não se machucou.
26:14Também mandou agradecer por a gente não ter matado o Antônio Maia.
26:17O garoto que apareceu lá, o mutante.
26:19O garoto era um dos Maia, o garoto era mutante?
26:24Temos sorte, então, de não ter acertado nada nele.
26:28E ainda bem que você não machucou a Regina, né?
26:30Foi por pouco, né?
26:31Sabe, Helga?
26:35Ficou amarradão na branquela, né?
26:39Como é que é?
26:42Você traçou aquela menina?
26:43Você beijou ela?
26:45Você fez o que com essa menina?
26:46Não aconteceu nada, Helga.
26:48Nada.
26:50Ele atrapalhou tudo.
26:51Chegou na hora.
26:51Mas o que é isso, hein, Helga?
26:55Tá com ciúmes do meu irmão, é?
26:56Isso que é ciúmes.
26:58Ciúmes não.
26:59Que ciúmes, não.
27:00É que violentar uma mulher é um crime muito baixo.
27:04É o fundo do poço.
27:06Eu só tava comentando.
27:07Só comentando.
27:08Danilinho, eu preciso te dizer.
27:20Eu acho que você precisa repensar a imagem que você tem de você.
27:23Como assim, fofa?
27:25Você se acha super gay.
27:27Mas você não é tão gay assim.
27:28Como não, Lucinha?
27:30Claro que eu sou gay.
27:31Total e completamente gay.
27:33Não é.
27:34Não é só gay.
27:36Você me provou isso aqui ontem.
27:37Aqui mesmo, nessa cama.
27:39Lucinha.
27:40Foi tão maravilhoso.
27:42Nossa.
27:44Nunca foi tão bom em toda a minha vida.
27:46Fala sério, Lucinha.
27:47Querida, acorda.
27:49Eu tava totalmente bêbado.
27:51Não importa.
27:52O que vale é o que você fez comigo ontem.
27:55Foi coisa de homem que gosta de mulher.
27:58Lucinha, minha amiga.
27:59Da fruta que você gosta, eu como até o caroço.
28:02Eu sei do que eu gosto.
28:03Eu gosto de bofe.
28:04Quanto mais bofe, melhor.
28:05Então você é bi.
28:06E se você é bi, você pode escolher.
28:08Se quer ficar com mulher em vez de ficar com homem.
28:10Querida, pra algumas pessoas pode ser até uma questão de opção.
28:12Mas pra mim não é opção nenhuma.
28:14Eu sou gay, nasci gay e vou morrer gay.
28:16O que eu posso fazer?
28:17Você quer que eu te diga?
28:18Você pode fazer mais vezes do que você fez comigo ontem.
28:25Lucinha, na boa.
28:27Quando eu era adolescente, eu até tive uma fase de não aceitar isso.
28:30De não gostar de ser assim.
28:31Mas agora eu sei que ser gay não é uma escolha minha.
28:33É simplesmente o que eu sou.
28:34Tá.
28:35Eu sei que você pensa assim.
28:37Mas talvez...
28:38Talvez...
28:40Justamente por você ser tão feminino,
28:43você pode ser mais feliz ao lado de uma mulher.
28:45Lucinha, olha, tá uma oferta lá embaixo.
28:47A gente precisa descer.
28:48Tá, vem, vem.
28:49Vamos descer.
28:49Tá bom, ó.
28:52A gente vai continuar essa conversa depois.
28:53Ai, eu tô tão feliz que minha filha querida Regina tá voltando pra casa.
29:08Tão feliz, tão feliz.
29:10Agradeça ao meu filho Tony, irmã.
29:12Porque foi ele que livrou a Regina dos sequestradores.
29:15Você não viu o que a Janete falou pelo celular?
29:18É, Tony foi muito corajoso.
29:20Enfrentar bandidos assim?
29:23Puxou o pai, Rodrigo.
29:25Puxou o seu pai.
29:27Puxou o pai, Aristóteles.
29:29Não me faça rir.
29:31Você sempre foi um frouxo.
29:34Ô, irmã.
29:35Qualquer dia desse eu vou te mostrar.
29:37Quem é o frouxo?
29:39Ai, eu que vou ficar com riso frouxo.
29:42Você tá virando uma piada, né, Aristóteles?
29:48Ô, irmã.
29:48Eu não tô achando a menor graça, irmã.
29:50Porque se é uma piada, eu não pusquei.
29:53Eu não entendi.
29:55Olha, que menor importância.
29:56Eu tô tão feliz que a minha filha tá voltando pra casa.
30:00Apesar de ainda estar sofrendo tanto com a morte do meu querido, amado marido, Platão.
30:06Eu sei o quanto você amou Platão em vida, Ir.
30:10Muito mais do que você jamais foi amado, Ari.
30:14O que importa é que pelo menos o vaso chinês...
30:16A Regina tá de volta, só e salva, não é mesmo?
30:20O vaso chinês também.
30:21Eu acho que seria interessante vocês, pelo menos, fazerem as pazes.
30:25Até a hora da reunião da diretoria.
30:27Eu, Rodrigo, fazer as pazes com essa ilha, absolutamente.
30:30Essa ilha não me merece.
30:32Ai, sabe o que que deviam inventar?
30:33Um repelente anti-pessoa desagradável.
30:36Me dá vontade de chegar assim, ó, com essa sua cara de palermo e fazer assim...
30:41Pra ver se ela desaparece da minha frente.
30:44Rodrigo, eu vou te confessar uma coisa.
30:47Depois que o seu tio e o Platão morreu...
30:52Bom, não existe mais porquê eu esconder o que eu vou te falar.
30:59Rodrigo, a irmã sempre foi completamente apaixonada por mim.
31:04Ai, poupa, tá?
31:08Me economiza, Aristóteles, pelo amor de Deus.
31:11Olha aqui.
31:13Nada, nem a sua nefasta presença, nem as bobagens que você fala
31:17vão estragar a minha felicidade por ter a minha filha de volta.
31:21Tchim, tchim.
31:21Então foi por isso que meu pai, tio Sócrates, doutor Walker e Josias morreram.
31:40Foi por causa dessas coisas.
31:44Meu Deus, que loucura.
31:46É muito mais perigoso do que eu pensava.
31:50Essas experiências.
31:53Eu preciso investigar isso tudo, mas como?
31:57Papai disse que era perigoso e acabou morto.
32:02Mas se ele me mandou isso do ser, eu preciso fazer alguma coisa.
32:07Mas o quê?
32:08Ai, pensa, Cléo, pensa.
32:11Pensa.
32:12Pensa.
32:12Pensa.
32:16Muito obrigado pela ajuda que você tem dado pra gente, viu, Carvalho?
32:27Tem sido fundamental.
32:28É isso, Gustavo.
32:29Obrigado mesmo.
32:29Pode contar comigo sempre que precisar.
32:31Mas se não é o cidadão...
32:34Saudade da gente, Gustavo?
32:36Não, necessariamente.
32:37Tô vindo aqui pra prestar uma queixa.
32:39Contra quem?
32:40Seu cabeleireiro?
32:41Pode humilhar à vontade, doutor.
32:43Mas já que o senhor perguntou, é o senhor mesmo que eu vim acusar.
32:47É, acabamos de sair da corrigidoria.
32:49Prestamos queixa contra o senhor e seu agente por abuso de autoridade, prisão arbitrária
32:54e agressão.
32:55Eles perderam o juízo, é?
32:56Perdeu o juízo?
32:57E atrás da minha dignidade e dos meus direitos é perder o juízo?
33:00Contrário, né, doutor?
33:01É, e o senhor já vai ter que responder às tentativas de abuso sexual que a Maria Luz sofreu.
33:06Maria Luz?
33:07Aquela foragida da justiça?
33:10Quem é que vai acreditar nessa bandida?
33:11Não, o senhor tá sendo acusado de tentar forçá-la a ter relação sexual enquanto ela
33:16estava presa aqui.
33:17Manda a Maria vir prestar depoimento aqui pra mim, então?
33:19É uma mentirosa.
33:20São os mentirosos todos vocês, mas vão me pagar.
33:23Um por um vão me pagar.
33:24Davi, por favor.
33:25O que que é, Ernesto?
33:26Tá do lado deles?
33:27Você também agora?
33:27Não, cara, não é nada disso, mas tá todo mundo olhando.
33:29Fica calmo.
33:30Ô, ô, ô, ô.
33:31Tão olhando o quê?
33:32Tão trabalhar.
33:33Tô calmo, tô calmo.
33:33Tô calmo, olha pra mim, tô calmo.
33:34Olha pra mim e olha pra esse aí.
33:36E quem se acha a corrigedoria vai acreditar.
33:39Coisa feia, doutor Taveiro.
33:40Quer dizer que não bastasse tudo que acontece, o senhor ainda é racista também?
33:44Você quer ser preso de novo?
33:45Você tá provocando?
33:46Vamos embora, Gustavo.
33:47Esse assunto não vai levar a lugar nenhum.
33:48Espera aí.
33:48Deixa eu dar uma última palavra com o teu cliente aí.
33:51Mentir é feio e pode não ser nada bom pra tua saúde.
33:55Ih, que cara de pau.
33:56Que absurdo, o rapaz na frente do meu advogado me fazendo ameaça.
33:59Ali, ali, ó.
33:59Tá vendo o que ele fez?
34:00O que foi, Gustavo?
34:01Ele fica fazendo assim, ó.
34:02Carvalho, fica passando o dedo na garganta, dizendo que vai me matar, que vai acabar comigo.
34:06O tempo todo.
34:07Fez isso mesmo?
34:08Ele eu?
34:10Esse cara que é um mentiroso.
34:11Fica aqui perturbando Taveira?
34:12Por tanto amor, por tanta emoção, a vida me fez assim.
34:24Doce ou atroz, manso ou feroz, é o caçador de mim.
34:31Não adianta, Lu.
34:54A gente vai ter que ir embora daqui.
34:58Eu sei que você gosta de correr pro mato.
35:01E você se sente livre aqui.
35:04Mas eu também pensei que a gente tinha encontrado lugar bom pra gente ficar.
35:10Eu vou deixar esse cigarro.
35:12E essa colher.
35:15E esse prato que aquilo me emprestou.
35:17Eu vou deixar aqui.
35:32Foi bom morar aqui.
35:34Tchau, barraco.
35:36Vamos, Lu.
35:36Vamos procurar uma nova casa pra gente ficar.
35:39Tchau, vó.
35:40Ainda bem que a gente chegou antes de você sair, cara.
35:43Aqui eles...
35:44Ah, porque eu tô indo embora.
35:45O que é isso, vó?
35:48Você não vai mais ficar com a gente?
35:49Não.
35:50Seu pai tem raiva de mim.
35:52Todo mundo tem raiva de mim.
35:53Vó, vó, meu pai chegou a passar mal.
35:55Passou muito mal.
35:57Mas agora já tá tudo bem.
35:58E ele não guarda raiva de ninguém.
36:01Olha, vó, vó.
36:02Meu pai, ele já tem um pouco estourado, mas ele é do bem, cara.
36:05Gente boa.
36:06A gente veio aqui pedir pra você continuar morando com a gente.
36:09E na casa de vocês não dá.
36:11Seu pai e sua mãe não querem.
36:13Então fica aqui.
36:13Pelo menos você vai estar perto da gente e a gente vai poder continuar te ajudando.
36:16Olha só você como se fosse falar o seu irmão mais novo.
36:20Assim a gente vai continuar te protegendo.
36:22Eu queria muito que isso acontecesse.
36:24Mas aqui nesse barraco eu não posso mais ficar.
36:28Por que não?
36:28Porque eu sinto cheiro.
36:30Cheiro de perigo.
36:33De alguém...
36:34De alguém que tá rondando aqui por perto.
36:39Como é que você sabe disso, vó?
36:41Eu sinto, eu sei.
36:43Tem algum perigo muito grande rondando aqui por perto.
36:47Vão, chispa daqui.
37:03Eu não quero mais ver você em minha frente, fora.
37:05Ficou doida?
37:06Fiquei.
37:07Mas doida eu estava quando eu me juntei com você.
37:10Tanta gente me avisou, paixola, que você era um traste.
37:13Que você não prestava.
37:15E ainda viveu a vida inteira caçoando de meu filho.
37:18Aquilo não é gente não, Tino.
37:20Ainda digo mais pra você, hein?
37:22Eu fiz muito bem a ele deixando ele viver esse tempo todo aqui.
37:24Aquele...
37:25Filhote no absurdo.
37:26Seu filho?
37:28Que maldade.
37:29Como é que tem coragem, meu Deus?
37:31Filho meu não é não.
37:33Filho do cão.
37:35Meu que não é.
37:36Eu não vou ouvir mais uma palavra de você, paixola.
37:40Vai.
37:40Me dá.
37:41Me dá aqui, meu.
37:42Me dá.
37:42Me dá.
37:43E vai embora.
37:43Vai embora.
37:44Eu não quero você dentro de meu barraco.
37:45E bora.
37:46Olha aqui, ó.
37:46Tira.
37:46Tira.
37:49Esse barraco aqui é meu também.
37:51Tá entendendo?
37:52Tá entendendo?
37:52Olha o meu corpo.
38:09O que é que tem teu corpo?
38:10Sempre achou meu corpo bonito.
38:13Continua bonita.
38:15Eu não tô preocupada só com o corpo, Fernanda.
38:18Aliás, a última coisa que eu tô preocupada nesse momento é em namorar alguém.
38:21Por que não?
38:22Você tá só nós dois aqui, Maria.
38:25Um carinhozinho.
38:27Um amorzinho.
38:28Isso só vai fazer bem.
38:29Não, não, não.
38:30Fernanda, se coloca no meu lugar, vai.
38:32Desça um pouquinho.
38:34Eu tô aqui, na sala dos espelhos.
38:37Escondida.
38:38Fugida da polícia.
38:39Mas...
38:41Tu sabe que meu amor é sincero, né?
38:44O que eu sei é que você nem sabe o que é um amor sincero ainda.
38:48Eu já falei.
38:49Acabou.
38:50Acabou, Fernando.
38:52A gente não vai mais namorar.
38:53Coloca isso na sua cabeça.
38:55Não, não coloco isso, não.
38:57Isso não entra na minha cabeça, Maria.
38:58Eu te amo tanto.
38:59Se tu soubesse o quanto...
39:01Fernando, quando você me traiu, você só me fez perceber que...
39:05Que eu não te amava.
39:07Eu não te amava assim, de verdade.
39:09Eu errei, Maria.
39:10Eu errei.
39:11Foi uma fraqueza minha, isso.
39:13A Esmeralda é uma mulher bonita.
39:15Eu nunca existia.
39:17Desculpa.
39:18Será que...
39:19Será que tu não vai me perdoar nunca?
39:21Eu já te perdoei, criatura.
39:22Amora.
39:23Nós não somos amigos.
39:26Mas que amigos?
39:27Eu não quero ser teu amigo, Maria.
39:30Eu quero ser o teu companheiro.
39:32O teu...
39:33Homem.
39:34Olha, eu sinto muito, mas não há nada que você ou eu possamos fazer para que esse amor
39:39volte a existir.
39:41Tu vai me dizer que tu não tá com saudade do teu homem?
39:44Hein?
39:45Desses braços fortes aqui te apertando?
39:48Saudade nenhuma.
39:50Dá um abracinho e vai.
39:51Não foge de mim.
39:52Só um abracinho.
39:52Não, não, não.
39:53Para.
39:53Ô, mas para com isso.
39:55Mas que coisa?
39:57Parece um disco arranhado.
39:59Cara, tu não sente falta do meu corpo junto do teu?
40:01Meu filho, nem tudo na vida é um par de bíceps.
40:04Sabia?
40:05Um homem precisa ter caráter.
40:07Precisa ser honesto consigo mesmo, com os outros.
40:10Mas eu tô sendo honesto contigo, Maria.
40:12Eu te amo.
40:13Eu te amo, Maria.
40:14Fernando, o amor é feito de confiança.
40:18Não é o nosso caso.
40:20Não é possível.
40:23Não é possível.
40:25Tu tá gostando de um outro cara.
40:27Eu tenho certeza que tem um outro cara na jogada.
40:40Maria Beatriz Luz?
41:02Sim, sou eu.
41:05Sou...
41:06Marcelo Montenegro.
41:09Policial federal.
41:11Você veio aqui falar comigo sobre a morte do Dr. Sócrates?
41:15Sim.
41:17Eu tenho muita coisa pra falar.
41:18Estrancou por dentro.
41:37Desgraçado.
41:37Como é que você fez isso?
41:38Eu sou do circo.
41:39Você fez no normal.
41:40É, gente, do circo no normal.
41:41Pronto.
41:52Você aprendeu da nossa, Maria.
41:54Não, senhor.
41:54Vai você primeiro.
41:56Não, vai você.
41:56As mulheres na frente.
42:05Você salvou a minha vida na cadeia.
42:07Você salvou a minha.
42:07Obrigado.
42:10De nada.
42:11Eu te agradeço.
42:13De nada.
42:14Eu lamento muito, mas...
42:17Eu não vou poder deixar você fugir.
42:20Não, tá bem?
42:20Não, tá bem?
42:20Não, tá bem?
42:21Não, eu vou ter que te oujar mais.
42:22Não, desculpa, mas não vai, não.
42:24Não, eu não vou deixar.
42:26Solta, solta, solta.
42:28Não me faça, solta!
42:37Calma.
42:49Eu não posso matar pra aquela cadeia.
42:51Vamos me matar, se eu voltar pra lá.
42:53Posso testemunhar, seu favor?
42:55Pra você ficar num lugar seguro.
42:57Eu tô lutando com alguém muito poderoso.
42:59Alguém tá querendo acabar com a minha vida.
43:00Tô querendo colocar a culpa em mim.
43:02Foi um crime que eu não cometi.
43:04Morte.
43:04Sou verdadeiro, pai.
43:05Tô querendo mim que antes de receber essa fortuna, a tal da herança.
43:09Só falta eu morrer.
43:11Pra pessoa que eu não sei quem é, conseguir aquilo que quer.
43:14Tanto fazendo de puxa.
43:16Culpado por um crime que não cometeu.
43:18Depois, queima de arquivo pra acabar com toda a história.
43:22Mas você tem medo, eu não posso deixar isso acontecer.
43:26Se você for inocente, eu acredito que você seja.
43:29Mas podemos provar isso na justiça.
43:35Maria, responde.
43:46Você tá gostando de alguém, não tá?
43:49Acho que eu tô.
43:51Quer dizer, eu não sei ainda.
43:53Quem é?
43:55Fala pra mim quem é.
43:55Eu não sei de nada.
44:03A doutora Júlia mantém as suas experiências sob sigilo absoluto.
44:06Então você sabe da existência dos mutantes?
44:09Eu já disse que eu não sei de nada.
44:11Não é o que parece.
44:13Se não soubesse, teria perguntado...
44:15Que mutantes?
44:16Sua mão tá tremendo ou impressão minha?
44:26Não.
44:27Imagina.
44:28Se o senhor quiser esperar a doutora Júlia, fique à vontade.
44:31Mas eu tenho muito o que fazer, com licença.
44:33É claro que eu vou esperar.
44:35Enquanto isso, eu vou dar uma olhada no seu computador.
44:39Não!
44:39Que isso?
44:41O senhor não pode invadir assim o meu computador, não.
44:43Só um instantinho.
44:44Eu só quero ver se não tem nada aqui sobre o mutantes.
44:47Eu já disse que não tem nada.
44:51Projeto DNA.
44:52Sabe você o que é o amor?
45:02Não sabe, eu sei.
45:05Sabe o que é o provador?
45:08Não sabe, eu sei.
45:11Ah, você não sabe, não.
45:22Não sabe, eu sei.