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Avenida Jeronimo Monteiro: Condenada à solidão (A Gazeta - 1982)
Texto de Rita Tristão.

Motivada pela falta de organização no seu desenvolvimento e na exploração comercial, a avenida Jerônimo Monteiro, principal artéria viária da capital, está praticamente condenada a se transformar numa autêntica avenida solitária.

Ao que parece os responsáveis pela administração pública da cidade desconhecem o grande contingente de jovens, principalmente, que moram nos arredores desta avenida, não encontrando nenhuma forma de animação no Centro da cidade.

De segunda a sexta-feira, de oito às 19 horas, a avenida Jerônimo Monteiro é um constante corre-corre. Atolada de bancos, lojas comerciais, pontos de ônibus, inúmeros camelôs com suas bancas horríveis que atrapalham o tráfego nas calçadas, enfim, o retrato de uma cidade que cresce sem a mínima orientação onde todos fazem o que querem e onde querem.

Mesmo sendo a principal artéria da cidade, a Jerônimo Monteiro não oferece nem o mínimo de conforto. àquele que está na ilha ou ao que foi fazer compras. Encontrar uma lanchonete decente onde se possa fazer um lanche confortavelmente é praticamente impossível, isto é só um exemplo.

Durante a semana a vida agitada está presente no Centro da Cidade. E nos fins de semana? É como se ele também fechasse as portas na sexta-feira, reabrindo somente na segunda-feira. O que fazer no Centro da Cidade além de trabalhar?

Os cinemas estão fechando, hoje só existem três; as praças se transformaram em locais mais perigosos. Não se pode nem pensar em ficar próximo a elas. E a população que mora na Esplanada Capixaba, na Cidade Alta e na Vila Rubim se não quiser se limitar a ficar em casa assistindo televisão tem que procurar outros bairros.
Por que isso?

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