O Antigo Caes das Columnas (Mário A. Freire - 1927)
Em uma ligeira nota, publicada em 1924, sobre o primitivo nome de alguns logradouros públicos de Victoria, declarei ignorar onde ficava o antigo caes das Columnas. Divulgado o que escrevi, o saudoso espirito-santense Francisco Amalio Grijó affirmou que aquelle primitivo cáes passara, posteriormente, a ser denominado cáes do Santissimo, e ficava no mesmo ponto onde, ha pouco, tempo foi installado o Parque das Diversões e, hoje, se está edificando o grande predio da firina Santos & Ca.
Dei, em seguida, noticia dessa communicação; mas, verifiquei depois que, apesar de velho conhecedor dos factos dessa Capital, aquelle digno conterraneo não tinha razão. Na “Breve Noticia Statystica”, escripta em 1816, sobre o Espirito Santo, quando o governador Francisco Alberto Rubim descreve a Victoria, affirma:-“em toda a Villa se aporta em canoas e escalleres com a maior facilidade, porém, seus principaes desembarques são o Caes novo das Collunas, que fica abaixo da Casa do Governo, o do Azambuja, o Cáes Grande onde até atração sumacas, o do Santissimo, o do Batalha e o dos Extinctos Jesuitas, vulgarmente chamado Porto dos Padres.”
Si pudesse haver duvida quanto á situação daquelle palacio governamental, desappareceria logo deante de uma referencia feita, no mesmo trabalho, á “igreja do Collegio dos extinctos Jesuitas, contigua á Casa do Governo.”
O caes do Santissimo, como se vê, ao contrario do que suppunha aquelle distincto conterraneo, já era conhecido por esse mesmo nome, no principio do seculo passado, nos tempos do senhor governador Rubim, quando o Cáes das Columnas ou das Collunas (sic) ainda era considerado-novo. Outro não devia ser, portanto, senão o que eu ainda conheci com o pomposo nome de
Cáes do Imperador, modesta praça, mal empedrada, tendo ao centro um feio chafariz, sobre o qual os meus olhos de provinciano, cheios de ingenua admiração, em agosto de 1893, viram erguida nossa Torre Eiffel de... pinho de Riga, na qual foi recebido o dr. Affonso Penna, quando, como Presidente de Minas, visitou o Espirito Santo.
É' curioso que tão cêdo se tenha estabelecido uma certa confusão sobre o nome de um logradouro, que, com aquella mesma denominação, ainda figura citado á pag. 81 do conhecido Diccionario, de Cesar Augusto Marques, publicado em 1878. Nessa publicação apparecem os mesmos cáes, enumerados na “Breve noticia” do governador colonial, tendo o autor do Diccionario mantido, até mesmo, o qualificativo novo, quando se referiu ao cáes das Columnas.
Em uma ligeira nota, publicada em 1924, sobre o primitivo nome de alguns logradouros públicos de Victoria, declarei ignorar onde ficava o antigo caes das Columnas. Divulgado o que escrevi, o saudoso espirito-santense Francisco Amalio Grijó affirmou que aquelle primitivo cáes passara, posteriormente, a ser denominado cáes do Santissimo, e ficava no mesmo ponto onde, ha pouco, tempo foi installado o Parque das Diversões e, hoje, se está edificando o grande predio da firina Santos & Ca.
Dei, em seguida, noticia dessa communicação; mas, verifiquei depois que, apesar de velho conhecedor dos factos dessa Capital, aquelle digno conterraneo não tinha razão. Na “Breve Noticia Statystica”, escripta em 1816, sobre o Espirito Santo, quando o governador Francisco Alberto Rubim descreve a Victoria, affirma:-“em toda a Villa se aporta em canoas e escalleres com a maior facilidade, porém, seus principaes desembarques são o Caes novo das Collunas, que fica abaixo da Casa do Governo, o do Azambuja, o Cáes Grande onde até atração sumacas, o do Santissimo, o do Batalha e o dos Extinctos Jesuitas, vulgarmente chamado Porto dos Padres.”
Si pudesse haver duvida quanto á situação daquelle palacio governamental, desappareceria logo deante de uma referencia feita, no mesmo trabalho, á “igreja do Collegio dos extinctos Jesuitas, contigua á Casa do Governo.”
O caes do Santissimo, como se vê, ao contrario do que suppunha aquelle distincto conterraneo, já era conhecido por esse mesmo nome, no principio do seculo passado, nos tempos do senhor governador Rubim, quando o Cáes das Columnas ou das Collunas (sic) ainda era considerado-novo. Outro não devia ser, portanto, senão o que eu ainda conheci com o pomposo nome de
Cáes do Imperador, modesta praça, mal empedrada, tendo ao centro um feio chafariz, sobre o qual os meus olhos de provinciano, cheios de ingenua admiração, em agosto de 1893, viram erguida nossa Torre Eiffel de... pinho de Riga, na qual foi recebido o dr. Affonso Penna, quando, como Presidente de Minas, visitou o Espirito Santo.
É' curioso que tão cêdo se tenha estabelecido uma certa confusão sobre o nome de um logradouro, que, com aquella mesma denominação, ainda figura citado á pag. 81 do conhecido Diccionario, de Cesar Augusto Marques, publicado em 1878. Nessa publicação apparecem os mesmos cáes, enumerados na “Breve noticia” do governador colonial, tendo o autor do Diccionario mantido, até mesmo, o qualificativo novo, quando se referiu ao cáes das Columnas.
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