O Dia do Quebra-Quebra (Vitória, 17/08/1942)
Em 1942, os jornais de todo o Brasil faziam manchetes dos noticiários sobre as grandes vitórias do nazi-fascismo. Foi justamente neste ano que a política neutralista do Governo Vargas rompeu-se devido às pressões políticas do hemisfério, levando o Brasil a cortar relações com os países que formavam o Eixo, do "Fuhrer" alemão.
Este rompimento forçou uma reação imediata dos chefes nazistas que determinaram o torpedeamento de navios mercantes brasileiros para efeito moral. Estas operações foram executadas por submarinos alemães e italianos que rondavam nossa costa. E no primeiro ataque, em agosto de 1942, cinco dos nossos navios de cabotagem foram afundados em apenas três dias. Entre eles estava o "Baependy", em que viajava o ex-atleta e professor de Educação Física...** *(texto cortado nesta parte).
Estopim
Este fato foi o estopim dos tumultos formados em Vitória, que no dia 17 de agosto de 1942 culminou com uma explosão coletiva contra as casas comerciais de proprietários alemães e italianos atingindo mesmo alguns simpatizantes brasileiros da causa de Hitler. A data ficou conhecida como o dia do "quebra-quebra" e, embora não tenha sido registrada oficialmente — não existem registros escritos sobre os fatos que nesse dia se desenrolaram — alguns pesquisadores interessados pelo problema social e político da época fizeram levantamentos com base em testemunhos de pessoas que assistiram aos acontecimentos.
O "quebra-quebra" de agosto de 1942, indiscutivelmente, tornou-se um curioso episódio da história do Espírito Santo.**
Tumultos
A fermentação começara antes.
A grande maioria da população era nitidamente pró-aliados. Os primeiros movimentos coletivos eram organizados e em 30 de julho a Casa dos Estudantes preparava um comício em praça pública, conclamando o povo a lutar contra o nazismo. Com a morte do capixaba Benezath, os ânimos se acirraram.
Segundo os depoimentos colhidos, os tumultos teriam começado por volta das 18 horas, depois de um comício em que falaram o tribuno Celio Calmon e um jovem exaltado chamado Eurico Rezende. Durante o comício chegou a notícia do torpedeamento do Baependy e da morte do professor Adão Benezath que seguia no navio para Recife. Adão era um desportista muito estimado e sua morte influiu decisivamente na exaltação popular.
Incitado pelo patriotismo que então aflorava nos jornais, nas emissoras de rádio e nos comícios de rua, o povo logo se inflamou. A humilhação que pareciam significar aqueles torpedeamentos nas costas brasileiras transformou-se em ódio contra o que se chamava na época de "súditos do eixo".
O primeiro estabelecimento a sofrer a ira da turba exaltada foi o Restaurante Hamburgo, na Rua Duque de Caxias. Isso aconteceu em seguida ao comício da Praça Oito e dali, já com as fileiras engrossadas, a multidão dirigiu-se para o depósito dos Laboratórios "Bayer", na mesma rua, destruindo por completo todas as suas dependências e atirando às ruas os caros medic
Em 1942, os jornais de todo o Brasil faziam manchetes dos noticiários sobre as grandes vitórias do nazi-fascismo. Foi justamente neste ano que a política neutralista do Governo Vargas rompeu-se devido às pressões políticas do hemisfério, levando o Brasil a cortar relações com os países que formavam o Eixo, do "Fuhrer" alemão.
Este rompimento forçou uma reação imediata dos chefes nazistas que determinaram o torpedeamento de navios mercantes brasileiros para efeito moral. Estas operações foram executadas por submarinos alemães e italianos que rondavam nossa costa. E no primeiro ataque, em agosto de 1942, cinco dos nossos navios de cabotagem foram afundados em apenas três dias. Entre eles estava o "Baependy", em que viajava o ex-atleta e professor de Educação Física...** *(texto cortado nesta parte).
Estopim
Este fato foi o estopim dos tumultos formados em Vitória, que no dia 17 de agosto de 1942 culminou com uma explosão coletiva contra as casas comerciais de proprietários alemães e italianos atingindo mesmo alguns simpatizantes brasileiros da causa de Hitler. A data ficou conhecida como o dia do "quebra-quebra" e, embora não tenha sido registrada oficialmente — não existem registros escritos sobre os fatos que nesse dia se desenrolaram — alguns pesquisadores interessados pelo problema social e político da época fizeram levantamentos com base em testemunhos de pessoas que assistiram aos acontecimentos.
O "quebra-quebra" de agosto de 1942, indiscutivelmente, tornou-se um curioso episódio da história do Espírito Santo.**
Tumultos
A fermentação começara antes.
A grande maioria da população era nitidamente pró-aliados. Os primeiros movimentos coletivos eram organizados e em 30 de julho a Casa dos Estudantes preparava um comício em praça pública, conclamando o povo a lutar contra o nazismo. Com a morte do capixaba Benezath, os ânimos se acirraram.
Segundo os depoimentos colhidos, os tumultos teriam começado por volta das 18 horas, depois de um comício em que falaram o tribuno Celio Calmon e um jovem exaltado chamado Eurico Rezende. Durante o comício chegou a notícia do torpedeamento do Baependy e da morte do professor Adão Benezath que seguia no navio para Recife. Adão era um desportista muito estimado e sua morte influiu decisivamente na exaltação popular.
Incitado pelo patriotismo que então aflorava nos jornais, nas emissoras de rádio e nos comícios de rua, o povo logo se inflamou. A humilhação que pareciam significar aqueles torpedeamentos nas costas brasileiras transformou-se em ódio contra o que se chamava na época de "súditos do eixo".
O primeiro estabelecimento a sofrer a ira da turba exaltada foi o Restaurante Hamburgo, na Rua Duque de Caxias. Isso aconteceu em seguida ao comício da Praça Oito e dali, já com as fileiras engrossadas, a multidão dirigiu-se para o depósito dos Laboratórios "Bayer", na mesma rua, destruindo por completo todas as suas dependências e atirando às ruas os caros medic
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