O Grupo Balão Mágico (Universidade Federal do Espírito Santo - 1984)
O grupo Balão Mágico foi um movimento cultural formado por estudantes de diversos cursos da Universidade Federal do Espírito Santo da década de 80. Os estudantes, que se identificariam com o grupo, utilizavam pichações, vídeos, danças, teatro, performances, intervenções e – o que é mais interessante para esta pesquisa – as publicações, para contestar práticas autoritárias, reivindicar melhorias na estrutura física e no ensino, bem como a democratização da Universidade. Ainda segundo as pesquisadoras, o grupo teria sido formado no início dos anos 80, que coincide, também, com o início da abertura política no Brasil. Utilizavam a ironia e as práticas artísticas como linguagem para ações políticas e militantes,
baseados na ideia de que assuntos sérios não necessariamente deveriam ser tratados com tanta seriedade.
O Balão Mágico foi ganhando proporções inesperadas. De um grupo
inicial de 17 alunos da Comunicação Social, o movimento cresceu e
começou a gerar polêmica com os seus "happenings" ou performances,
como forma de criticar a sociedade e a Universidade. Um exemplo foi o
dia em que os alunos de Comunicação Social fizeram uma marcha à
Reitoria protestando por novas máquinas de escrever e câmeras de
vídeo. O Balão Mágico estava lá para apoiar o movimento (BHISE;
KNOBLAUCH, 2005 p. 94).
O Questionário Manifesto seria, portanto, uma proposição militante e artística desenvolvida no âmbito acadêmico do curso de Comunicação Social da Ufes, em 1986. Para Bhise e Knoblauch (2005), os alunos desse curso que faziam parte do Balão Mágico, insatisfeitos com a postura autoritária e conservadora de alguns de seus professores, teriam proposto um questionário aos calouros do curso como forma de manifesto, com o intuito de questionar a relação aluno/professor, o autoritarismo, o método e as práticas conservadoras das disciplinas. Em um dos relatos sobre as proposições do grupo diante da instituição, oferecido por um desses
alunos da época, Cleber Carminati (hoje professor no curso), nota-se a insatisfação:
“o professor Domingos Freitas Filho, que na época ministrava a disciplina Teoria da Comunicação I [...] nos chamou de alienados, disse que éramos uma geração mal acostumada com a televisão e nos comparou com o grupo infantil de sucesso da época: o Balão Mágico, formado pela Simoni, Jairzinho...” (CARMINATTI in BHISE; KNOBLAUCH, 2005).
O grupo Balão Mágico foi um movimento cultural formado por estudantes de diversos cursos da Universidade Federal do Espírito Santo da década de 80. Os estudantes, que se identificariam com o grupo, utilizavam pichações, vídeos, danças, teatro, performances, intervenções e – o que é mais interessante para esta pesquisa – as publicações, para contestar práticas autoritárias, reivindicar melhorias na estrutura física e no ensino, bem como a democratização da Universidade. Ainda segundo as pesquisadoras, o grupo teria sido formado no início dos anos 80, que coincide, também, com o início da abertura política no Brasil. Utilizavam a ironia e as práticas artísticas como linguagem para ações políticas e militantes,
baseados na ideia de que assuntos sérios não necessariamente deveriam ser tratados com tanta seriedade.
O Balão Mágico foi ganhando proporções inesperadas. De um grupo
inicial de 17 alunos da Comunicação Social, o movimento cresceu e
começou a gerar polêmica com os seus "happenings" ou performances,
como forma de criticar a sociedade e a Universidade. Um exemplo foi o
dia em que os alunos de Comunicação Social fizeram uma marcha à
Reitoria protestando por novas máquinas de escrever e câmeras de
vídeo. O Balão Mágico estava lá para apoiar o movimento (BHISE;
KNOBLAUCH, 2005 p. 94).
O Questionário Manifesto seria, portanto, uma proposição militante e artística desenvolvida no âmbito acadêmico do curso de Comunicação Social da Ufes, em 1986. Para Bhise e Knoblauch (2005), os alunos desse curso que faziam parte do Balão Mágico, insatisfeitos com a postura autoritária e conservadora de alguns de seus professores, teriam proposto um questionário aos calouros do curso como forma de manifesto, com o intuito de questionar a relação aluno/professor, o autoritarismo, o método e as práticas conservadoras das disciplinas. Em um dos relatos sobre as proposições do grupo diante da instituição, oferecido por um desses
alunos da época, Cleber Carminati (hoje professor no curso), nota-se a insatisfação:
“o professor Domingos Freitas Filho, que na época ministrava a disciplina Teoria da Comunicação I [...] nos chamou de alienados, disse que éramos uma geração mal acostumada com a televisão e nos comparou com o grupo infantil de sucesso da época: o Balão Mágico, formado pela Simoni, Jairzinho...” (CARMINATTI in BHISE; KNOBLAUCH, 2005).
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