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Navegação do Rio Itabapoana (Assembleia Provincial do Rio de Janeiro - 1861)
Na assembleia provincial do Rio de Janeiro acaba de passar uma lei mandando proceder às explorações e exames precisos sobre as dificuldades com que lutam as embarcações de alto mar e cabotagem que demandam o porto de Itabapoana.

Ainda bem; já era tempo de voltarem-se as vistas do governo para este ponto da província, até hoje esquecido e abandonado, aos cuidados **unicamente** de seus habitantes, e que entretanto é de um futuro incomensurável para a agricultura e para o comércio.

Bem haja a patriótica assembleia, que assim demonstra sua solicitude pela prosperidade do país; e fazemos votos para que suas vistas sejam secundadas pelo ilustrado varão que acha-se à testa da administração da província.

Ninguém desconhece que baldadas e inúteis serão quaisquer tentativas e planos de melhoramentos materiais, se a autoridade incumbida de dar-lhes vida e execução conservar-se inativa.

Infelizmente não nos faltam sinais da existência desse escolho em que têm esbarrado tantos projetos de incontestável utilidade, sepultados nas coleções de leis *ad perpetuam rei memoriam*.

Este mesmo, de que ora tratamos, se bem nos recordamos, não é novo nos anais legislativos da província: e não chegou a ser votado, foi apresentado e sustentado pelo distinto Sr. João Caldas Vianna, quando deputado provincial.

Já então reconhecia-se a necessidade de beneficiar aquela barra; mas nada se tem feito até hoje para acompanhar o desenvolvimento de uma navegação mais importante, deixando-se essa mesma, que existe, exposta a prejuízos consideráveis, como os que se deram ainda mui recentemente com a perda dos patachos *Goytacaz* e *Júlia Passos*.

Nem se diga que grandes somas são necessárias para o desejado melhoramento. Segundo informações, que temos de pessoas do lugar, a barra não é extensa; dá atualmente acesso às embarcações em 5 a 6 pés de água nas marés vivas, e em 2 a 2½ nas mortas; e seu principal empecilho é um banco de areia de 8 a 10 braças apenas de comprimento, que pode ser evitado ou destruído em sua maior parte por meio de uma barca de escavação, trabalhando efetivamente 30 dias.

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