Os capixabas receberam com entusiasmo a Independência e a Abolição da Escravatura.
Revista Manchete - 1972.
1822
Os acontecimentos que apressaram a separação do Brasil repercutiram no Espírito Santo sem maiores consequências. A Junta Governativa não escondia seu favorecimento à Independência, cumprindo as ordens enviadas do Rio, incluindo as que mandavam desobedecer às instruções expedidas de Lisboa e cessar as relações mercantis com a Bahia, em poder das forças lusitanas do General Madeira. Quando ocorreu o 7 de Setembro, não se registrou, como em outras partes do Império, mudança violenta de membros do governo. Adepta da nova ordem política que se firmava, a Junta promoveu a manifestação pública de regozijo pelo acontecimento.
Em 1º de outubro realizou-se uma sessão especial da Junta para o reconhecimento da Independência e aceitação dos laços verde-e-amarelo. A proclamação, em ato solene, ficou marcada para 12 de outubro, com Dom Pedro na condição de Imperador. Nesse dia, em meio a grandes demonstrações de entusiasmo público, foi lido o juramento de fidelidade da província a Sua Majestade e ao Império.
Todas as câmaras do interior tomaram a mesma atitude, com exceção da câmara de São Mateus, que mantinha seus laços com os portugueses reacionários da Bahia. Uma pequena força militar foi enviada a São Mateus, com a ajuda do destacamento de Caravelas, para fazer a vila integrar-se no sistema político que começava. Não encontrou dificuldades. A notícia da defecção da vila não era exata.
Em 22 de janeiro, São Mateus celebrava sua incorporação ao resto do país. Passava a servir de cabeça-de-ponte para as operações que se projetavam visando apressar a expulsão das forças de Madeira de Melo, situadas na Bahia, mas recusando-se a mandar representantes ao governo revolucionário de Cachoeira, por considerar-se parte integrante do Espírito Santo, e não da Bahia. A essa altura já circulavam os boatos de que a agitação republicana havia chegado à província.
A Junta mandou realizar as devassas costumeiras em Benevente e Espírito Santo, mas nada foi apurado. A situação econômica da província, como consequência imediata de toda a alteração política que sacudia o país, começava a criar preocupações. Em fevereiro de 1823, a Junta traçou um quadro econômico apavorante. A seca que há três anos se registrava, junto com a inquietação reinante e a mobilização de braços para os serviços militares, provocara a quase extinção da agricultura. A falta de água, pela perda de
substância dos rios, era sensível. As rendas públicas tinham caído assustadoramente, o que acarretava dificuldades até para as despesas rotineiras. Um relatório da época mostra bem qual era a situação: "Não poucas vezes se tem levado aos pés do trono que as rendas desta província não avançam a mais de quinze contos de réis, e a despesa ordinária exige mais de 60 contos. d
Revista Manchete - 1972.
1822
Os acontecimentos que apressaram a separação do Brasil repercutiram no Espírito Santo sem maiores consequências. A Junta Governativa não escondia seu favorecimento à Independência, cumprindo as ordens enviadas do Rio, incluindo as que mandavam desobedecer às instruções expedidas de Lisboa e cessar as relações mercantis com a Bahia, em poder das forças lusitanas do General Madeira. Quando ocorreu o 7 de Setembro, não se registrou, como em outras partes do Império, mudança violenta de membros do governo. Adepta da nova ordem política que se firmava, a Junta promoveu a manifestação pública de regozijo pelo acontecimento.
Em 1º de outubro realizou-se uma sessão especial da Junta para o reconhecimento da Independência e aceitação dos laços verde-e-amarelo. A proclamação, em ato solene, ficou marcada para 12 de outubro, com Dom Pedro na condição de Imperador. Nesse dia, em meio a grandes demonstrações de entusiasmo público, foi lido o juramento de fidelidade da província a Sua Majestade e ao Império.
Todas as câmaras do interior tomaram a mesma atitude, com exceção da câmara de São Mateus, que mantinha seus laços com os portugueses reacionários da Bahia. Uma pequena força militar foi enviada a São Mateus, com a ajuda do destacamento de Caravelas, para fazer a vila integrar-se no sistema político que começava. Não encontrou dificuldades. A notícia da defecção da vila não era exata.
Em 22 de janeiro, São Mateus celebrava sua incorporação ao resto do país. Passava a servir de cabeça-de-ponte para as operações que se projetavam visando apressar a expulsão das forças de Madeira de Melo, situadas na Bahia, mas recusando-se a mandar representantes ao governo revolucionário de Cachoeira, por considerar-se parte integrante do Espírito Santo, e não da Bahia. A essa altura já circulavam os boatos de que a agitação republicana havia chegado à província.
A Junta mandou realizar as devassas costumeiras em Benevente e Espírito Santo, mas nada foi apurado. A situação econômica da província, como consequência imediata de toda a alteração política que sacudia o país, começava a criar preocupações. Em fevereiro de 1823, a Junta traçou um quadro econômico apavorante. A seca que há três anos se registrava, junto com a inquietação reinante e a mobilização de braços para os serviços militares, provocara a quase extinção da agricultura. A falta de água, pela perda de
substância dos rios, era sensível. As rendas públicas tinham caído assustadoramente, o que acarretava dificuldades até para as despesas rotineiras. Um relatório da época mostra bem qual era a situação: "Não poucas vezes se tem levado aos pés do trono que as rendas desta província não avançam a mais de quinze contos de réis, e a despesa ordinária exige mais de 60 contos. d
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