Sucessor do papa Francisco deve seguir ideologias opostas? Gustavo Segré analisa

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Gustavo Segré analisa se o sucessor do papa Francisco seguirá ideologias opostas às do pontífice, após sua morte aos 88 anos. Com o conclave prestes a ser iniciado, a análise aborda as possíveis direções que a Igreja Católica pode tomar, considerando as mudanças e os desafios enfrentados por Francisco durante seu papado.

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00:00E por que a gente fala, né, Gustavo Segredi, alguns nomes que podem voltar a um movimento mais conservador?

00:06Porque o Papa Francisco discutiu muito o acolhimento de homossexuais pela Igreja Católica,

00:11embora não falasse diretamente sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo.

00:15Ele também defendeu muito a análise de casais divorciados que pudessem voltar a comungar, a depender da situação.

00:23E aí esses casos, eles ficariam sob análise de cada diocese do país.

00:28E isso gerou, de certa forma, uma polêmica porque muitos disseram, tá, mas que fator de análise que a gente tem?

00:34O que o senhor determina? E ele deixou essa discussão mais aberta, mas abriu esse precedente.

00:41Esses candidatos mais conservadores é aqueles que querem voltar ao que se tinha antes.

00:46Ou seja, você não abre tanto a Igreja Católica para movimentos progressistas, ou para acolhimento de homossexuais,

00:53ou para questões relacionadas à comunhão para pessoas que são divorciadas.

00:58E se volta mais àquela estratégia mais conservadora, mais tradicional, que acompanhamos ao longo dos anos na Igreja Católica.

01:06De que maneira que isso se conecta muito também, Gustavo Segret, com a ideologia do povo católico,

01:11ou com os movimentos políticos dentro da própria Igreja?

01:14E aí vem um comentário que você mencionava antes.

01:17Muitas famílias que foram se afastando da Igreja Católica.

01:20Quando a gente conversa com pessoas religiosas e que têm esse espírito religioso,

01:28você vê que nos últimos anos a religião evangelista conseguiu captar a atenção de muitos dos católicos

01:34que estavam um pouco entediados com a metodologia da missa.

01:38Era uma questão de roteiro.

01:40Você chegava na Igreja, e confesso, é o meu caso, quando você chegava desde pequeno,

01:45fui batizado, fiz a comunhão na Argentina, ia na Igreja, estudei em um colégio que era católico,

01:52e você via que tinha um roteiro, então você chegava, já sabia o que o padre ia falar,

01:56qual era a música que viria, era tudo muito estruturado.

02:00Quando você vai para uma Igreja Evangélica, é outro apelo, enquanto a chamada para se aproximar de Deus.

02:09E me parece que aí, e faria um comentário, e depois engato com por que isso pode não acontecer.

02:16O comentário primeiro.

02:17Muita gente dentro da Igreja Católica pensa que deveria voltar àquela outra metodologia

02:24em que não deveria ser tão aberta para questões que são muito questionáveis dentro da Igreja.

02:31A aproximação de pessoas homossexuais, questões que o católico raiz, de repente, não olhava com bons olhos.

02:37O reconhecimento da união homoafetiva.

02:39É, que eu acho totalmente ultrapassada essa situação de rigidez.

02:44Me parece que a Igreja tem que entrar nessa situação de uma modernidade também,

02:50na religião, para que não se afaste mais gente, principalmente.

02:52Mas aí tem outra questão.

02:54Sobre os 135 cardeais, 108 foram colocados pelo Papa Francisco.

03:00Então, quando você vê, será que vai ter uma fortaleza tão grande,

03:04esse acervo, dizer, voltemos ao que era antes, a Igreja mais conservadora,

03:09mas se tem 108 cardeais sobre 135, a lógica, se fosse uma questão política e não religiosa,

03:16me levaria a pensar que o próximo Papa, em função desses 108 cardeais colocados pelo Papa Francisco,

03:24poderiam continuar o legado dele.

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