O vice-presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), Ingo Plöger, comentou os possíveis impactos da atual guerra tarifária entre grandes potências sobre o agronegócio brasileiro. Segundo ele, o Brasil pode ser beneficiado, especialmente no comércio com países asiáticos, que podem buscar novos parceiros diante das tensões comerciais globais.
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NotíciasTranscrição
00:00Bom, a gente contou aqui pra vocês que a guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China pode impulsionar o agronegócio brasileiro.
00:06É o que avalia o jornal inglês Financial Times.
00:09A situação acontece porque Pequim e outros países que sofreram a taxação passam a olhar para o Brasil como uma das principais fontes de uma série de produtos.
00:18E aí a gente inclui soja, carne bovina.
00:20Vamos falar um pouco sobre esse assunto e esses possíveis impactos das taxações norte-americanas, as oportunidades que estão surgindo.
00:27Agora com o Ingo Plogger, que é vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, a BAG.
00:32Ingo, seja muito bem-vindo. Prazer falar contigo e recebê-lo aqui.
00:35Vamos trazer primeiro a soja, porque a gente tem acompanhado uma produtividade cada vez maior a cada safra.
00:41De que maneira que o Brasil poderia entrar então nessa negociação para suprir parte da soja que seria enviada pelos Estados Unidos,
00:49mas que diante da guerra tarifária poderia ter uma negociação melada a partir de uma decisão dos chineses.
00:55Boa tarde pra você.
00:57Bom, tem um prazer estar dialogando com vocês nesse momento tão crucial.
01:05Certamente o Brasil, o Mercosul, à primeira vista vão ter uma vantagem comparativa dentro dessa circunstância que para todos nós é preocupante.
01:16Nós vamos ter uma inflação induzida um pouco maior, nós vamos ter uma recessão um pouco, uma redução do crescimento mundial.
01:24Então isso de maneira geral.
01:26Agora na parte comparativa, o que a primeira vista salta os olhos é que as nossas exportações para a Ásia poderão estar sendo favorecidas em função da briga comercial entre Estados Unidos e a China.
01:44Mas eu recomendo muita precaução nesse momento, porque Estados Unidos e a China vão negociar.
01:53Então quando vão negociar, certamente os Estados Unidos vai solicitar a recompra da soja americana, carne americana, milho americano.
02:03E aí os dois não vão se importar muito com o Brasil ou o Mercosul.
02:10Vão fazer suas negociações segundo os seus maiores interesses.
02:13O bom nisso tudo é que as cadeias produtivas da China e dos Estados Unidos são longas.
02:22Então a exportação e a importação incide um pouco menos no PIB do que talvez a Europa, Japão, Coreia.
02:30E a nossa também é longa.
02:32Então isso nos favorece estruturalmente.
02:35O que a gente não pode perder de vista é o nosso trabalho na desregulamentação e da economia como um fator fundamental para mantermos a biocompetitividade.
02:51A gente observa a Europa desregulando, a gente observa os Estados Unidos desregulando e parece que a gente ainda não acordou para esse fator competitivo.
03:02Ô Ingo, explique um pouco melhor essa questão relacionada à desregulação e por que que hoje ela é uma pauta tão importante para esse setor.
03:11Ou seja, os Estados Unidos agora ele desregulamenta toda a parte de uma maneira talvez extrema, a questão ambiental, a questão social e tenta facilitar a parte de investimentos nos Estados Unidos.
03:29Com o relatório Draghi na Europa vai acontecer a mesma coisa, já está acontecendo.
03:35Eles perceberam que exageraram na dose da regulamentação ambiental e estão começando a flexibilizar e a recalibrar.
03:45E nós no Brasil estamos mantendo o ritmo de sermos cada dia mais rigorosos na parte ambiental.
03:53Não que a gente desrespeite, não que a gente não faça, mas a gente tem alguns exageros.
04:00E esses exageros eles têm que ser recalibrados.
04:03Isso nós não estamos fazendo.
04:05Então você vê, por exemplo, uma CVM pedindo uma regulamentação ou uma informação sobre o escopo 3
04:13dentro dos formulários que uma empresa de capital aberto deverá ter, ninguém no mundo faz isso.
04:22Então a gente tem que estar em cautela, a gente tem que olhar o Brasil dentro do contexto todo.
04:28Nós somos muito biocompetitivos, nós respeitamos a natureza, nós fazemos isso.
04:33Agora a gente tem que saber colocar a dose correta.
04:38E isso é o momento agora.
04:42Ingo, eu queria falar um pouquinho sobre a questão da carne também,
04:44porque nesta semana o ministro da Agricultura, durante uma reunião ali com os ministros do BRICS,
04:49esse grupo que o Brasil integra, se colocou à disposição para suprir alguma demanda da China em relação à carne,
04:55caso a relação com os Estados Unidos continue com atritos.
05:02Como é que você avalia a possibilidade do produtor brasileiro se colocar à disposição
05:06e dos nossos frigoríficos também suprirem parte dessa carne que seria enviada pelos Estados Unidos?
05:13Eu acho que é correto.
05:17Afinal, suprir uma necessidade de comida, independentemente da coloração política,
05:25é um fator relevante, não só comercial, mas humanitário também.
05:28Então, fundamentalmente eu acho que o Brasil está correto em estar suprindo quem está nos solicitando por alimentos.
05:39Ponto dois, o Brasil é o maior exportador de produtos de proteína animal e vegetal.
05:51A soja faz parte da cadeia da proteína animal.
05:53Então, nós dominamos essa cadeia.
05:57Hoje a gente faz cortes halal, a gente faz cortes coxar, a gente faz o corte para a União Europeia,
06:04para o Japão, para a China, daquilo como eles querem.
06:08E entregamos de ponta a ponta refrigerado ou resfriado.
06:12Quer dizer, é uma cadeia produtiva que é complexa, ela não é fácil.
06:17Ela é uma das mais complexas.
06:19Uma coisa é a soja, outra coisa é o milho, mas nesse ponto, a cadeia produtiva da carne, ela é facilmente deteriorável.
06:30Então, a gente domina isso.
06:32E domina bem e com custo muito interessante.
06:35Então, o que os Estados Unidos ou às vezes a União Europeia, eles têm uma certa aversão ao Brasil.
06:44Não que a gente exporte uma capacidade muito grande de atrapalhar o mercado deles, mas a gente atrapalha o preço deles.
06:52E com isso, eles têm que aumentar os subsídios da própria carne.
06:56É ali que está a chave da questão.
06:59Agora, nós vamos continuar a sermos biocompetitivos, nós vamos ser cada vez mais atentos a essa parte,
07:07juntamente com o Uruguai, Paraguai e o Mercosul.
07:11Então, não adianta.
07:14Nós não vamos parar por sermos mais biocompetitivos.
07:18Ingo, nosso comentarista Gustavo Segre quer participar da nossa entrevista também.
07:22Segre, fique à vontade.
07:23Muito boa tarde, Ingo.
07:26O senhor mencionou a desregulação e eu acho fantástica essa ideia, mas não me parece que seja uma prioridade desse governo.
07:33Deveria ser colocado como uma política de Estado, talvez, para evitar que um governo queira desregular,
07:39venha em outro governo e não esteja tão prioritário com essa pauta.
07:44E concordo, claro, que a desregulação pode ajudar e muito.
07:48Mas juntaria três coisas.
07:50A falta de regulação, por um lado, a falta de armazenagem, por outro, porque isso obriga os produtores a terem que vender no momento que tem a colheita
08:00e não esperar um momento mais apto para isso, por falta de armazenagem.
08:05E junto com essa oportunidade, que agora aparece no curto prazo, de poder suprir essa demanda que a China tem
08:13e que os Estados Unidos não estariam atendendo, mas isso, como o senhor mencionou, é galinha, voa de galinha, pode ser curto prazo.
08:21E aí, não corremos o risco de que os produtores, aproveitando, e têm todo o direito de fazer isso,
08:28dessa oferta que não está indo dos Estados Unidos e a demanda que se mantém na China,
08:33possam subir os preços em função da demanda não atendida e isso atinge a inflação brasileira?
08:39Uma excelente pergunta dentro de uma cadeia produtiva e dentro de uma situação econômica de curto, médio e longo prazo.
08:50No meu entender, nós estamos muito bem nessa cadeia produtiva das proteínas e as suas consequências,
08:57tanto pela parte da soja quanto pela parte do grão.
09:00Então, uma questão, e você tem toda a razão olhar na produtividade, e uma das questões da produtividade
09:08é a questão da armazenagem, especialmente para o médio e pequeno produtor.
09:14O médio e pequeno produtor tem uma dificuldade muito grande, porque quando ele coloca a safra dele no caminhão,
09:22ele vai estressar toda a cadeia de logística até os portos.
09:26Então, como a janela é curta, os preços desta logística evidentemente é alta.
09:34Então, os Estados Unidos, pelo contrário, eles têm um excelente armazenamento dentro da própria propriedade.
09:41As grandes empresas brasileiras, elas razoavelmente já se ajustaram,
09:47e é um tema praticamente de Minas Gerais para o sul, onde nós temos essa temática da estocagem.
09:58E nós precisamos pensar sobre isso, e isso é investimento.
10:02E o investimento hoje, em silo, nos juros que nós temos, é uma taxa interna de retorno de 12 anos com 4 de carência.
10:11Isso você não encontra no mercado hoje.
10:13Então, política de Estado, nessa circunstância, sim, teria que ser feita dentro destas condições,
10:20e depois você pode ajustar isso com o momento econômico financeiro mundial de novo.
10:25Mas eu concordo com você que não se vê esse movimento no momento.
10:30Segundo momento, certamente você tem na agricultura altos e baixos,
10:36se você está na safra, se você está na intrisafra, que tipo de preços você estará exercendo.
10:45O mundo inteiro está sofrendo com a inflação alimentária.
10:49Em média, a FAO publica isso, nós temos no mundo uma inflação acima das inflações locais,
10:58entre 5% a 6%.
11:00O Brasil tem uma inflação menor nesse ponto, que chega a 4%, às vezes a 3% em cima da nossa inflação.
11:07Então, os nossos alemães estão por volta de 7%, 8%, alguns chegam a 9%.
11:11Então, é uma questão estrutural.
11:14Não é uma questão somente conjuntural.
11:17Então, na parte estrutural, você tem que fazer políticas fiscais em cima disso.
11:23E não é só monetárias.
11:25O Banco Central está fazendo a parte dele.
11:27Mas se a parte fiscal não fizer, o que ele faz?
11:30Ele aumenta o dele.
11:31E isso é péssimo para uma economia que está crescendo no Brasil.
11:36Você acelera dentro de um momento e puxa um freio de mão do outro.
11:40Então, você sabe que isso vai ter desgovernos ali na frente.
11:44Então, nós precisamos de uma política fiscal para este momento que nós temos,
11:49com todos os cuidados, o governo tem que rever seus orçamentos,
11:54tem que saber onde é que ele vai colocar mais, aonde ele vai colocar menos.
11:57E a gente não está vendo isso.
11:59E esse realmente é um risco de percepção conjuntural global
12:04e dentro de um potencial muito bom nosso.
12:08Nós vamos ter uma boa safra este ano.
12:10Nós vamos ter indicadores bons.
12:13Então, a oferta adicional, ela pressiona o preço para baixo.
12:20Então, eu não tenho uma expectativa de que nós vamos ter uma elevação
12:24muito grande de preços no Brasil nos próximos meses, não.
12:27Ingo, obrigado pela tua conversa conosco aqui na Jovem Pan.
12:30Espaço está sempre aberto.
12:31Uma ótima tarde.
12:32Feliz Páscoa para você e para a sua família.
12:36Muito obrigado e boa Páscoa para vocês.
12:39Até a próxima.
12:40Valeu, Segre.