Nem só os rostos contam histórias.
Van Gogh entendeu isso como poucos. Ao pintar cadeiras em vez de pessoas, ele mostrou que objetos também podem ser autorretratos reflexos de afetos, memórias e sentimentos.
Afinal, o que te representa mais: seu rosto ou as coisas e paisagens que compõem a sua vida?
#Arte1
Van Gogh entendeu isso como poucos. Ao pintar cadeiras em vez de pessoas, ele mostrou que objetos também podem ser autorretratos reflexos de afetos, memórias e sentimentos.
Afinal, o que te representa mais: seu rosto ou as coisas e paisagens que compõem a sua vida?
#Arte1
Categoria
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CriatividadeTranscrição
00:00Um objeto pode ser considerado um autorretrato?
00:08Afinal de contas, o que é um autorretrato?
00:15Normalmente a gente associa essa ideia à representação figurativa de uma pessoa.
00:19Um rosto, uma expressão reconhecível.
00:22Mas e se a nossa interpretação do que é uma pessoa também for um pouco mais subjetiva?
00:28Será que a gente precisa de fato de um retrato fiel da figura humana para capturar a sua essência e a sua identidade?
00:36Eu sempre me pego pensando no que melhor define as pessoas mais próximas a mim.
00:40E na maior parte das vezes, o que me vem à mente são muito mais sentimentos, lugares e objetos do que necessariamente alguma característica física delas.
00:50O que realmente importa na relação que eu tenho com essas pessoas são as memórias que a gente construiu juntas e as coisas que compuseram essas memórias.
01:00Muito mais do que os seus traços físicos, entende?
01:03Foi em um momento que eu pensava sobre isso que eu fui impactada por algumas obras do nosso incrível Van Gogh.
01:11Para além de sabermos que um dos aspectos que torna ele um artista tão importante é justamente a sua característica de expressar sentimentos e emoções através de cores e traços,
01:28que eu comecei a ver como o Van Gogh nos ensina que é possível representar pessoas também através de objetos.
01:36Parece doideira, mas aqui eu te explico.
01:38Para contextualizar, Van Gogh era amigo do artista Paul Gauguin.
01:43A amizade deles era intensa, cheia de conflitos e hoje a gente até poderia chamá-la de tóxica.
01:50Em 1888, o Van Gogh pintou A Cadeira de Van Gogh e A Cadeira de Gauguin, expressando as diferenças de personalidade entre ele e o seu amigo.
02:00Em vez de pintar retratos tradicionais, ele escolheu representar essa relação, ou talvez a diferença entre eles,
02:07através de objetos tão comuns quanto cadeiras.
02:12A Cadeira do Gauguin tem um design mais sofisticado, com tons escuros e uma iluminação vinda de uma vela,
02:19criando uma atmosfera mais dramática e, para mim, até um pouco mais angustiante.
02:24Já a Cadeira do Van Gogh é bem mais simples, de palha, com uma iluminação diurna e um cachimbo sobre ela.
02:32Para mim, essas duas representações visuais são de dois mundos completamente opostos,
02:38de duas formas de pensar completamente diferentes,
02:42refletindo não apenas as diferenças estilísticas dos artistas, mas a própria essência dessas pessoas.
02:49Para mim, está aí a genialidade do Van Gogh, como ele consegue transmitir sentimentos e sentações
03:01sobre pessoas, lugares e experiências de forma figurativa e, ao mesmo tempo, abstrata.
03:08Afinal, usar cores e traços para representar algo ou alguém não deixa de ser uma forma de abstração,
03:16mesmo quando a imagem ainda é reconhecível.
03:19Essa forma de pensar seus sentimentos e emoções abriu e segue abrindo portas para que artistas,
03:26e por que não, também não artistas,
03:28pensarem o mundo a partir de uma maneira mais subjetiva, mais sensitiva,
03:33nos levando a compreender que as nossas experiências e o contato com o outro
03:38não são processos lineares e óbvios, como uma figura verossímil de alguém.
03:43Nós não somos apenas rostos ou formas exatas,
03:47somos impressões, emoções e memórias.
03:50Agora pense, se você tivesse que descrever quem você é,
03:55quais paisagens, objetos, cores e traços você usaria para te representar?
04:00O que iria compor a sua obra de arte chamada Vida?
04:05Um livro de literatura que marcou sua história?
04:08Um instrumento musical?
04:10Um caderno de viagem?
04:11Ou talvez uma planta que cresce silenciosamente?
04:15Afinal, como Van Gogh nos mostra,
04:18não são apenas os rostos que guardam nossa essência,
04:21mas também os objetos, as cores e os símbolos que nos cercam.
04:25Aqueles que nos acompanham e muitas vezes dizem mais sobre nós
04:30do que nós somos capazes de expressar em palavras.
04:33Obrigado.
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