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O professor de economia da FIA Business School, Celso Grisi, analisou o crescimento de 5,4% do PIB da China no 1º trimestre de 2025. Ele destacou o papel das exportações antecipadas, o estímulo ao mercado interno e os possíveis impactos para o Brasil diante de uma China mais agressiva nos mercados globais.

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Transcrição
00:00E o crescimento de 5,4% do PIB da China no primeiro trimestre superou as expectativas.
00:07Sobre esse dado expressivo, a gente conversa agora com o Celso Grise, que é professor de economia da FIA Business School.
00:15Celso, obrigada pela sua participação, um ótimo dia.
00:19E olha, como a gente viu aí, a China vem demonstrando força em meio à guerra comercial com os índices acima da expectativa.
00:26A Mari já comentou aqui mais cedo, hoje, logo no início do jornal, os destaques ficaram com vendas no varejo e produção industrial.
00:34Ao seu ver, esses resultados surpreenderam? Bom dia para você.
00:39Bom dia, bom dia a você, Mari. Bom dia a você também, que me oferece com tanta cortesia.
00:46Eu quero dizer o seguinte, esses dados surpreendem, sim, porque o crescimento foi de 5,4%.
00:52E as previsões estavam próximas de 5%.
00:57Surpreende, mas há explicações para isso, sim.
01:01Em primeiro lugar, ele é fruto da produção industrial chinesa que foi exportada.
01:06E por que se exportou tanto nesse último trimestre do ano?
01:10Se exportou muito porque as ameaças sobre a imposição de tarifas eram grandes.
01:16E os fornecedores estavam muito preocupados.
01:21Enquanto isso, os compradores anteciparam as suas compras.
01:25O que iam comprar mais para frente, compraram antes e puseram no estoque,
01:29para garantir que os preços médios estivessem competitivos ainda.
01:35Em segundo lugar, o que fez o crescimento ser muito forte foi o aumento da demanda chinesa.
01:40A China começou a trabalhar, nesse último trimestre do ano passado,
01:45os investimentos mais para o lado da demanda do que para o lado da produção,
01:51estimulando o mercado interno brutal que ela tem.
01:55E as primeiras reações começaram a aparecer, então, nesse último trimestre de 2024.
02:00Somaram-se as exportações antecipadas que o industrial chinês fez para os Estados Unidos
02:08e está aí o resultado maravilhoso do crescimento chinês,
02:14que também não deve permanecer nesses patamares.
02:19Bom, obrigada pela tua presença aqui.
02:21Acho que permanecer nesse patamar, uma indústria de 7%,
02:25crescimento de 7% é realmente muito difícil no cenário geral.
02:28Agora, uma dúvida que paira ainda, que eu queria um pouco a tua opinião a respeito,
02:32é frente a uma redução das exportações para os Estados Unidos,
02:36que parece inevitável, ainda que você tenha muita, pode ser quanto, quando, mas vai reduzir,
02:42a China pode ser mais agressiva internacionalmente, via preço e inundar outros mercados,
02:48e aí o Brasil preocupado com isso,
02:50ou ela pode ocupar um papel um pouco mais de mediação também,
02:53assumindo um pouquinho das perdas e indo mais devagar,
02:57estabelecendo essa rede de relações com países de uma maneira um pouco mais cooperativa.
03:01E aí, essa viagem do Xi Jinping agora pela Ásia dá um sinal,
03:05as falas dele do multilateralismo dão um sinal,
03:07mas assim, a China é agressiva, sabe-se agressiva.
03:10Como é que você vê esse risco aí para os próximos meses,
03:14na tentativa de sustentar as vendas da indústria chinesa?
03:19Bom, eu enxergo que as duas coisas podem acontecer, como você observou.
03:24Em primeiro lugar, a China vai ter que conviver com vendas menores,
03:29ela já entendeu isso, e por isso está estimulando o mercado interno,
03:33para poder dar vazão a pelo menos parte do excedente produtivo e industrial chinês.
03:40Então, em primeiro lugar, isso.
03:41Em segundo lugar, é claro que a China vai ser muito agressiva,
03:46não só no Oriente, tentando expandir suas vendas para a Rússia,
03:52para o Oriente Médio e para a própria Ásia,
03:56como também pode trazer os seus esforços de venda para o Ocidente.
04:01E aí o Brasil é um bom player que está candidato a ser inundado, sim,
04:07por vários produtos chineses.
04:10Por quê?
04:11Porque o Brasil tem uma população enorme,
04:14está numa situação relativamente confortável,
04:17do ponto de vista do consumo, da renda,
04:19e essa grande invasão de produtos chineses pode ocorrer.
04:23Eu não acho que seja tão grande quanto a gente está imaginando,
04:26nesse primeiro momento,
04:27que a China também buscará as outras soluções, como você disse.
04:31Mas nós podemos esperar por uma pequena enchente aqui
04:35de produtos chineses mais baratos, sim,
04:38atrapalhando bem a produção nacional desses produtos.
04:42Ô Celso, a China já vinha se preparando ao longo dos últimos anos, né?
04:46E agora, em meio a esse cenário tão turbulento de guerra comercial,
04:50ela vem preparada com todas as cartas para jogar esse jogo.
04:53Ela tem alguns problemas internos que ainda não foram resolvidos,
04:59que a gente convém ter presente.
05:02Primeiro, ela tem um sistema imobiliário,
05:05vamos dizer assim, prestes à falência,
05:08muito mal estruturado.
05:10Seu sistema bancário é muito instável, seguro,
05:14existe o chamado shallow bank,
05:16que são aqueles bancos informais
05:18que operam com taxas de juros e com empréstimos absolutamente dispares
05:24em relação ao sistema oficial,
05:28ao sistema bancário oficial.
05:30Ela tem problemas ainda de endividamento de municípios e de províncias.
05:35Então, do ponto de vista fiscal,
05:37ela também não está tão tranquila quanto parece.
05:40Então, vamos dizer assim,
05:41a China tem problemas internos, sim,
05:44mas eles são passíveis de serem controlados,
05:48dados os enormes superávitos que a China tem
05:51e que pode pôr à disposição para superar problemas dessa natureza.
05:56Então, eu diria a você o seguinte,
05:57a China está muito bem preparada,
06:01inclusive do ponto de vista internacional,
06:04onde ela veio trabalhando a rota da seda,
06:07onde ela conseguiu agora aproximar-se mais da Europa.
06:11Ela tem uma proximidade grande com a Rússia,
06:15que é o grande país geograficamente no mundo.
06:19Ela tem também uma influência muito positiva
06:22no Oriente Médio e na África.
06:25Agora, um pouco mais forte também na América do Sul.
06:29Então, eu diria para você,
06:30a China está muito melhor preparada que os Estados Unidos,
06:33embora a economia americana viesse muito bem
06:37antes desses tarifácios.
06:38um bom crescimento, a inflação não havia disparado,
06:42a taxa de juros estava alta,
06:44havia uma situação de emprego confortável,
06:47a renda não estava em queda abrupta,
06:50tinha problemas, mas não estava comprometendo o consumo.
06:54Ainda entra essa política protecionista
06:57que o Trump está fazendo,
07:00que, francamente, perde um pouco do sentido
07:03do ponto de vista econômico.
07:04Ela me lembra um pouco daquela doutrina da Cepal,
07:09onde se protegia muito os países,
07:12as barreiras à importação,
07:14a substituição de importações.
07:16Nós usamos outros tempos.
07:18A mão de obra americana é muito cara,
07:21e eu não sei se ela suportaria,
07:24do ponto de vista competitivo,
07:26enfrentar a China em produtos de baixo preço.
07:29Tem uma outra pergunta,
07:32mas a Cepal aconteceu no momento
07:34em que os países não tinham uma indústria desenvolvida,
07:37não tinham passado por essa etapa ainda.
07:39Aí os Estados Unidos já fez tudo isso,
07:40então eu acho mais curioso ainda,
07:41concordando com o teu comentário anterior.
07:43Mas o que eu queria te perguntar,
07:45em relação à China,
07:46você falou do papel da China com vários mercados,
07:50essa possibilidade de agir internacionalmente.
07:53Queria te ouvir também a respeito do mercado interno
07:56e do comportamento dos consumidores.
07:57A China tem uma alta taxa de poupança
08:01do ponto de vista das famílias.
08:02Tem um tipo de comportamento
08:04que ainda é oriundo de uma história
08:07e de uma cultura diferentes da cultura ocidental,
08:10tem uma tendência ao consumo um pouquinho menor,
08:13mas que está mudando
08:14e com a chegada de uma nova geração.
08:15Como você vê esse papel do mercado interno
08:17e a possibilidade de expansão para esse lado também?
08:20Isso se assemelha muito ao consumidor japonês,
08:24é um pouco asiático tudo isso.
08:26Eles têm uma resistência ao gasto muito grande.
08:30Eles são, de fato, assim,
08:32de natureza, poupadores.
08:34E esse é um grande problema
08:36para poder pôr a economia para rodar.
08:39Mas a China tem a possibilidade
08:42de trabalhar com taxas de juros
08:43bem mais baixas,
08:44uma política monetária mais agressiva,
08:48bem mais flexível do que do momento.
08:50Por outro lado, ela tem orçamentos
08:53que acabam dando a ela também
08:56uma certa tranquilidade, como dissemos,
08:58para o problema fiscal.
09:00Então, ela tem tanto a política fiscal
09:02quanto a monetária
09:03para incentivar esse consumo
09:06e levar esse poupador,
09:08vamos dizer, quase contundente,
09:12ela adora poupar,
09:13levar esse poupador a pensar um pouco mais
09:16em usufruir e gastar.
09:18Eu vejo a China como um grande mercado interno
09:21e que pode se salvar
09:23a partir deste grande mercado que ela tem.
09:27É isso.
09:29Maravilha.
09:29Muito obrigada, viu,
09:30pela sua entrevista mais uma vez
09:32aqui comigo e com a Mari,
09:33ao vivo no Agora,
09:34Celso Gris e professor de Economia
09:36da FIA Business School.
09:38Um ótimo dia para você, Celso.
09:40Para você também,
09:41muito agradecido sempre
09:42por estar presente com vocês.
09:44É um grande prazer.
09:45A gente que agradece.
09:46Bom dia. Tchau, tchau.
09:48Tchau, tchau.
09:49Tchau, tchau.
09:51Tchau, tchau.

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