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O governo chinês proibiu a compra de aeronaves e peças da Boeing em resposta às tarifas dos EUA. A notícia foi repercutida nesta terça (15) pela CNBC. No Real Time, Rodrigo Loureiro explicou como a medida impacta as companhias aéreas da China e as finanças da gigante americana. A Embraer pode se beneficiar? Entenda o que está em jogo.

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Transcrição
00:00Rodrigo, eles estão falando agora dessa questão aí da China ter impedido a compra de aviões da Boeing,
00:10que a gente sabe que é o maior fabricante de aviões dos Estados Unidos.
00:14Tem uma informação que me chamou a atenção, que é o seguinte.
00:17Até agora, Rodrigo, desde o começo do ano, sabe quantos aviões da Boeing já foram entregues para a China?
00:22Não sei.
00:2318 aviões.
00:24Nossa.
00:25Isso é uma fábula, é muito avião.
00:26Avião é uma coisa caríssima, não é uma coisa que você compra todo dia.
00:30Até agora já tinha entregado 18.
00:31Quer dizer, olha a importância do mercado chinês para a Boeing.
00:35Realmente, é um mercado muito importante.
00:38Aliás, é um dos principais produtos que os Estados Unidos conseguem exportar para a China são os aviões.
00:44Também exporta muita soja, exporta combustível, mas é um dos principais produtos, são os aviões.
00:50Por isso até que outras empresas estão interessadas no mercado chinês.
00:53A gente vê a Embraer olhando com bons olhos o mercado asiático como um todo.
00:57Então, isso é um dado muito interessante, não é, Marcelo?
01:0118 aviões é bastante coisa.
01:04Rodrigo, o que o entrevistado está explicando aí é que não é muito fácil você achar novos clientes para comprar aviões num cenário como esse.
01:11Porque os aviões, ele está explicando aí, que eles são muito customizados para a empresa.
01:15Eles são feitos assim, com a configuração de assentos que aquela empresa quer, com a configuração de número de assentos na primeira classe, na segunda classe, na classe econômica.
01:24Então, é muito difícil pegar e falar, ó, não vou vender mais esse avião aqui para a China, pega para você.
01:28O cliente não vai querer.
01:30Exatamente.
01:30O avião não é exatamente um produto fácil de você revender, né, Marcelo?
01:34E olha só, tem alguns números interessantes.
01:36Algumas empresas aéreas chinesas esperavam receber grandes números de aviões.
01:42A Air China, a China Eastern Airlines e a China Southern Airlines, elas planejavam receber ali 45, 53 e 81 aviões respectivamente.
01:54Ou seja, 81 aviões só para uma companhia aérea específica até 2027.
01:59Vai ser um baque bem grande nas ações da Boeing, viu, Marcelo?
02:04Agora, a pergunta para ele foi o seguinte, se é assim, que peças de avião que vêm do exterior e podem prejudicar ainda mais a Boeing?
02:12Ele está falando, assim, que a grande maioria das peças para fazer aviões da Boeing vem dos Estados Unidos ou na América do Norte,
02:21que daí entra naquele caso do Canadá e do México, que estavam aí enfrentando bastante dificuldade para negociar com os Estados Unidos.
02:29Então, uma empresa, assim, genuinamente americana, Rodrigo, e que pode ser muito impactada por essa decisão da China aí de impedir a venda de aviões da Boeing para as empresas aéreas da China.
02:43Você tem fácil aí, Rodrigo, quanto é que está a ação da Boeing hoje?
02:47Porque eu imagino que deve estar tendo um impacto muito grande, né, em tudo que está acontecendo aí.
02:52Olha, Marcelo, a gente estava acompanhando aqui na CNBC, ela estava caindo, não estava caindo tanto, estava caindo por volta de 1,37%.
03:01O valor da ação eu vou ficar te devendo nesse primeiro momento, mas a gente volta para atualizar.
03:06Mas, por enquanto, não está sendo um impacto tão grande, viu, Marcelo?
03:09É, mas é uma ação da China aí que tem a capacidade...
03:13Aqui, eu achei as ações dela.
03:14BDR, né, que é quando o brasileiro compra ação no exterior.
03:18E eu tenho aqui a ação na Bolsa Americana.
03:20O BDR está caindo 3,53% hoje.
03:23E a ação da Boeing é na Bolsa de Nova York, o papel BA.
03:28Essa está caindo 1,90%, a ação cotada em 156 dólares.
03:32O BDR está sofrendo um pouco mais porque acaba tendo essa variação cambial.
03:36A gente pode ver um número diferente quando a gente fala de BDR e da ação negociada na Bolsa Americana, Marcelo.
03:43Bom, mas só para a gente fazer um resumo, então, dessa notícia, Rodrigo, o que aconteceu?
03:46A China, dentro dessa estratégia da guerra comercial, ela decidiu proibir as empresas aéreas chinesas de comprar aviões da Boeing.
03:54Desde o começo do ano, 18 desses aviões já haviam sido vendidos para a China.
03:58E agora, esse comércio aí vai ficar interrompido.
04:01Lembrando que a China tem grandes empresas aéreas, porque a China, assim como o Brasil,
04:05é um país continental, tem muito mais trem do que a gente, mas ainda depende muito de avião
04:10para fazer a ligação entre as várias províncias do país.
04:13E mais do que isso, a China é um país altamente globalizado.
04:16A China é um país que tem negócios no mundo inteiro.
04:19Então, ela tem grandes empresas de aviação que atuam no mundo inteiro.
04:22E, obviamente, ela precisa de muitos aviões.
04:25Agora há pouco, o Felipe Corleta estava falando da possibilidade, por exemplo,
04:28da China intensificar o relacionamento com o Brasil, por causa da Embraer.
04:34E isso poderia beneficiar a indústria brasileira.
04:36Sim, acontece que a Embraer faz mais jatos médios.
04:40Ela compete mais com a Bombardier do que com a Boeing.
04:42A Boeing a gente sabe que faz aviões muito maiores.
04:45A não ser, obviamente, que a Embraer começa a ter um apetite para fazer aviões maiores também.
04:50Mas não é uma operação trivial, né, Rodrigo?
04:52Não é uma operação trivial.
04:53Isso impacta muito a Boeing, porque quando essas companhias aéreas fecham os acordos com os fornecedores de aeronaves,
05:02são acordos durante anos.
05:04Então, essas fornecedoras, elas já colocam isso nas suas previsões financeiras.
05:09A Boeing ia entregar só para uma das companhias aéreas chinesas 81 aeronaves até o fim de 2027.
05:17Ou seja, vai ter muita aeronave que não vai mais poder ser entregue.
05:20Pelo menos nesse primeiro momento, vamos ver se essa tensão entre China e Estados Unidos é resolvida.
05:26O fato é que a Boeing vai acabar perdendo um cliente muito importante.
05:30Pelo menos três companhias aéreas chinesas não vão comprar mais produtos da Boeing, né?
05:36Não vão mais comprar as aeronaves da Boeing.
05:38E isso vai impactar diretamente nas finanças da companhia.
05:40Vai ter que achar um outro mercado para substituir a China.
05:43Não vai ser uma tarefa fácil.
05:45Exato. A gente tem um resuminho aí da situação.
05:47Vamos rodar para a gente ver.
05:48Outra determinação da China também foi que as companhias aéreas do país
05:54interrompam todas as compras de equipamentos e peças de aeronaves de empresas americanas.
05:59Uma retaliação pela forte pressão dos Estados Unidos após tarifas de 145% sobre a maioria das importações chinesas.
06:10Pequim respondeu com tarifas de 125% sobre os produtos americanos.
06:14As sobretaxas alfandegárias impostas por Pequim aumentam o custo das aeronaves e peças de reposição fabricadas nos Estados Unidos.
06:25As companhias aéreas chinesas dificilmente conseguem arcar com esse custo adicional.
06:30Especialistas dizem que Donald Trump faz das tarifas uma pedra angular de sua política econômica
06:36e uma importante ferramenta diplomática para extrair concessões de outros países.
06:42Desde que anunciou as taxas, o mercado tem oscilado e sentido os impactos com as determinações do presidente americano.
06:50Há poucos dias ele voltou atrás e suspendeu as taxas por três meses,
06:55mas impôs uma tarifa universal de 10%, menos para a China.
06:59O presidente chinês, Xi Jinping, afirma que o protecionismo não levará a lugar nenhum
07:04e que em uma guerra comercial não haverá vencedores.
07:09Rodrigo, a China quase não fabrica aviões, pelo menos não aviões grandes como esses da Boeing.
07:13A gente sabe que o mercado de aviação está concentrado nos Estados Unidos, com a Boeing,
07:18na Europa com a Airbus e quando a gente fala de jatos médios,
07:22a gente tem a Embraer no Brasil e a Bombardier no Canadá.
07:26Então, se os Estados Unidos pensarem em fazer um troco na mesma moeda,
07:30pelo menos no caso dos aviões, eles não vão conseguir nessa guerra comercial.
07:33Eles vão ter que pensar em alguma outra coisa.
07:36Exatamente, Marcelo. A competição da Boeing não é muito extensa,
07:40porque não é fácil fazer aviões, como você bem citou.
07:44A principal rival é realmente a Airbus.
07:46Na China você tem uma empresa chamada Comac,
07:49mas também não chega a competir diretamente contra a Boeing.
07:53Então, a China vai ter um grande problema para substituir a Boeing,
07:57vai ter que achar uma alternativa.
07:59A Airbus surge como uma das grandes possibilidades.
08:02Para os Estados Unidos isso é ruim, para a empresa americana isso é péssimo,
08:06porque perde um mercado que é um mercado muito importante,
08:10mais de, repetindo, mais de 80 encomendas só para uma companhia aérea.
08:15As outras duas, 40, 50 encomendas também previstas até o fim de 2027.
08:21Ou seja, vai ter um peso muito grande na receita da Boeing nos próximos anos.
08:26Vai ter que encontrar uma forma de substituir esse mercado chinês,
08:29que é um mercado muito bom para as companhias aéreas.
08:32Isso não vai ser uma tarefa das mais fáceis.
08:34Exato.
08:34Tem um outro ator aí nesse mercado que eu não citei, Rodrigo,
08:38que é a indústria russa de aviões.
08:39O problema é que a indústria russa, ela não é muito confiável.
08:42Os aviões Tupolev, por exemplo, já registraram muitos acidentes
08:45e também são de qualidade bem inferior, por exemplo,
08:48aos aviões da Airbus e aos aviões fabricados pela Boeing, por exemplo.
08:53Eles são muito usados em países que enfrentam sanções internacionais,
08:56como o Irã.
08:57E, vira e mexe, a gente ouve falar de algum acidente com esse avião no Irã.
09:00Então, acredito que a China, que está investindo na modernização
09:03de toda a sua infraestrutura, não vai apostar nesse momento em aviões russos,
09:07que são aviões que ainda não conseguiram conquistar
09:10um mercado internacional robusto.
09:13E também seria um golpe muito duro nessa relação entre Estados Unidos e China.
09:18Já uma relação estremecida.
09:20Se a China olha ainda mais para a Rússia,
09:23que também não tem uma relação ali tão amigável com os Estados Unidos...
09:26É, também tem sanções aí.
09:27Não é que a Rússia, se tivesse bons aviões,
09:29também poderia fornecer facilmente para o resto do mundo, né?
09:32Exatamente.
09:33Tem todas essas sanções.
09:34Então, não é uma dor de cabeça fácil de ser resolvida.
09:38O fato é que a Boeing vai sofrer,
09:40o mercado chinês vai sofrer também,
09:42porque as companhias aéreas vão ter que arranjar um outro fornecedor
09:46e o governo americano também fica mais pressionado,
09:49porque afeta diretamente uma das principais empresas do país,
09:52que é a Boeing.
09:53Agora, quando eu vejo uma medida drástica dessa sendo tomada,
09:56assim como foi drástica a tarifa de 145% contra a China
10:00anunciada pelos Estados Unidos,
10:02eu fico imaginando que isso não pode durar muito tempo, Rodrigo,
10:04porque você imagina a bagunça que vai fazer isso
10:07no comércio internacional se durar.
10:09Me parece mais que é assim, uma forma de pressão.
10:11A gente espera que seja isso, né?
10:12Para que logo eles sentem à mesa,
10:15negociem e normalizem a situação.
10:16Então, esse tipo de coisa que a gente pode chamar de aberração comercial
10:22saia do radar, porque não é bom para ninguém, né?
10:25Não, não é bom para ninguém porque inviabiliza qualquer comércio
10:28entre os dois países.
10:29Tarifas de 125% de um lado ou 145% de outro.
10:33Quando você tem importação de produtos,
10:36exportação de produtos com margens apertadas,
10:39você conta diretamente com tarifas baixas.
10:41Se tem uma tarifa de 145% ou de 125%,
10:45esquece, não existe negócio entre esses países.
10:48Então, essas cartadas que a gente vê de cada lado,
10:52parece um jogo de poder,
10:54em que a gente está vendo quem vai ceder primeiro.
10:57Porque quem ceder, aí o outro lado vai se achar que foi o vencedor,
11:01o Trump vai comemorar, o Xi Jinping vai comemorar.
11:04Mas a questão é que, enquanto não tem um vencedor dessa disputa,
11:08o mercado inteiro sofre e as empresas, principalmente,
11:11sofrem bastante.
11:12A gente viu isso no setor de eletrônicos,
11:14a gente viu isso no setor automotivo
11:16e agora no setor aéreo, como é o caso da Boeing.

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