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  • 18/03/2025
Colônia de Pescadores Portugueses da Praia do Suá (1906)
Os primeiros moradores da Praia do Suá, pescadores portugueses.
Eles vieram da cidade de Póvoa de Varzim, no litoral português.

Sangue lusitano

Correm nas vias (ou veias?) da Praia do Suá o sangue lusitano. Tudo começou no além-mar, num lugar chamado Póvoa do Varzim, distrito do Porto, na segunda metade do século XIX. Pescadores insatisfeitos com o mar local decidiram tentar a sorte no Brasil. "O mar lá é tão bravo, que se chega a ficar até um mês sem ir pescar, por causa das ondas. Esse litoral é chamado de 'Costa Negra'. Isso dificultava o sustento das famílias", conta Antônio da Silva Terroso, pescador português. Um grupo aportou na então miúda Vitória, vindo a residir no bairro da Capixaba.

Tempos depois, já na primeira década do século XX, os patrícios decidiram mudar de local. Descontentes com o problema das correntes marítimas no canal da baía, que atrapalhavam a navegação, somado à longa distância entre o Centro e a barra, resolveram baixar remos e redes nos terrenos baldios do Suá, ao norte da capital. "Dava trabalho ir até a boca da barra. Tinha que remar bastante. Por isso, vieram e invadiram aqui", conta José Pedro Rodrigues da Silva, 71 anos, neto e filho de pescador. Seu avô, João Rodrigues da Silva, nascido em Póvoa do Varzim, foi um dos fundadores da colônia, então formada por cerca de quarenta famílias portuguesas.

O ano provável da ocupação foi o de 1906, de acordo com Maria Assumpção. Sendo as famílias sustentas por lobos-do-mar, e coordenadas pela Colônia de Pesca Z2 (hoje Z5), logo, assentou-se a vocação pesqueira do futuro bairro. No grupo de marujos, os que mais se destacaram na construção do arrabalde, segundo os moradores mais antigos, foram: Torquato Francisco Marques, João Ribeiro, Eugênio Leopoldino Reis, David Maio, José Almiro Rodrigues da Silva, David Fanguetro, o Belmiro, o Lavradeira, além de João Rodrigues da Silva. E mais Antônio Rodrigues Cristelo, com os filhos Aires e Joaquim, e Júlio Diniz com o filho Álvaro — esses chegaram durante a Primeira Guerra Mundial, vindos também de Póvoa do Varzim.

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