In 1920s Brazil, a wealthy Turkish bar owner takes a woman as his cook and lover. Based on the novel by Jorge Amado.
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00:08:38Dona Arminda!
00:08:41Dona Arminda, venha em casa um momento. Preciso da sua ajuda.
00:09:01Dona Arminda, esta é a minha nova cozinheira.
00:09:09Olá, olá.
00:09:13Temos que explicar tudo porque ela não sabe nada. Agora, tenho que ir embora.
00:09:17Mas que prece é essa, seu nascido?
00:09:19O coronel Jesuíno Mendoza matou a dona Sinazinha e o doutor Osmundo.
00:09:22Mas por quê?
00:09:23Mas como por quê? Encontrou eles na cama. Qual...
00:09:26Qual podia ser a outra razão? Porque eles eram condenados.
00:09:29Dona Sinazinha e o doutor Osmundo?
00:09:32Sim, sim, sim.
00:09:33Bem que o meu falecido marido me disse na sessão espírita.
00:09:36Dona Arminda, agora não tenho tempo para escutar história.
00:09:39Como esse clima, o bar vai ficar cheio de gente.
00:09:41E vou ter uma trabalheira. Explique tudo a ela.
00:09:43E você vá se lavar que você está nojenta.
00:09:45Até mais tarde, dona Arminda.
00:09:51Oh menina, onde é que você arranjou tanta poeira?
00:09:55Foi fugindo da seca.
00:09:57Foi para mais de quarenta dias de viagem.
00:09:59Seja bem-vinda, minha filha.
00:10:07João Fulgêncio. Bom dia.
00:10:09Já soube da última nojada?
00:10:11Oh, fica moleza. Ainda não acabou.
00:10:13Tenho um recado para o senhor, senhor Nacigo.
00:10:15O coronel Ramiro mandou dizer para o senhor...
00:10:17levar a garrafa do melhor conhaque português lá na casa dele.
00:10:19Disse para o senhor mesmo levar.
00:10:21Só faltava isso. A garrafa!
00:10:26Talvez eles queiram um representante da cidade lá.
00:10:28Um que não seja coronel de Cacau.
00:10:30E por quê?
00:10:31Para brindar o assassino.
00:10:34Até logo, Nacigo.
00:10:36Hoje esse bar vai fazer jus ao nome.
00:10:38Sim, sim. Vai fazer, vai fazer.
00:10:49Coronel Ramiro.
00:10:53Coronel.
00:10:58Coronel.
00:11:01Coronel.
00:11:03Obrigado.
00:11:09Ô, cara.
00:11:15Ele, desse brinde, é um grande homem...
00:11:17que lavou com sangue a sua mão manchada.
00:11:19E face na qualidade de amigo, compadre, intendente...
00:11:22ele é político de Ielos.
00:11:24Vá para a sua fazenda.
00:11:26Descanse uma semana ou mais, se quiser...
00:11:28pois sei quanto está sofrendo.
00:11:30Depois volte e se apresente ao juiz.
00:11:32Não se preocupe que o doutor Maurício Carlos...
00:11:34vai fazer a sua defesa.
00:11:36E tenha a minha palavra empenhada...
00:11:38em frente a todos os coronéis daqui da região.
00:11:40Que nada lhe acontecerá enquanto eu for vivo.
00:11:43Beba a sua saúde, coronel Jairzinho Mendonça.
00:11:53Dizem que ela estava nuinha totalmente.
00:11:56Totalmente.
00:11:58Todinha. A única coisa que usava eram as meias pretas.
00:12:01Pretas?
00:12:03Meias pretas. Finíssimas.
00:12:05Francesas.
00:12:07Já pensou o que é isso? É do outro lado do mundo.
00:12:10Vai trabalhar, moleza.
00:12:12Ouvi dizer que tudo começou na cadeira.
00:12:14Na cadeira?
00:12:16É, se de coça ter com esse pó de casa, não dá.
00:12:19É muito probístico.
00:12:21Para a cama é um passo.
00:12:23Mas nesse caso, um passo de falta.
00:12:25Dizem que eles estavam embolados quando Jesus não entrou.
00:12:29Não ouviram nada.
00:12:31É, nessas horas não se ouve nada mesmo.
00:12:33Bem feito. O coronel fez justiça.
00:12:36Fez o que faria qualquer um de nós no caso desses.
00:12:39Obrou como homem de bem.
00:12:41Não nasceu para cabrão.
00:12:43E só uma maneira de arrancar os chifres.
00:12:45Naquele ataque de noite, ele esquece a moral...
00:12:48para perseguir negrinhas de menos de 14 anos.
00:12:51Dona Cinhazinha, quem diria?
00:12:54Não saía da igreja.
00:12:56Esse negócio de muito frequentar a igreja, dá nisso.
00:12:59Mulher casada que vive amarrada na saia de padre...
00:13:02não é boa bisca.
00:13:04Especialmente nas saias de padre Basilio.
00:13:06Olha quem vem lá.
00:13:08Tonico Bastos.
00:13:10Olha como vem sério com seu elefante.
00:13:14Quem o vê assim tão de cinta...
00:13:16é incapaz de imaginar que se trata do maior conquistador da cidade.
00:13:19Dona Olga se o pega na cama com o outro...
00:13:22é capaz de fazer o mesmo do coronel Gesino.
00:13:25Dá duas balas em cada um.
00:13:27Ela é bem homem para isso. Bigode é que não falta.
00:13:33Novas agências bancárias.
00:13:36Empresa de ônibus.
00:13:38Jornal diário. Avenida na praia.
00:13:41Novos técnicos do cacau.
00:13:43Até uma bailarina que dança nua você trouxe.
00:13:47Mas eu vou dizer uma coisa.
00:13:49O mais importante que tudo isso...
00:13:52é a vinda do engenheiro.
00:13:54Se ele vier, a nossa candidatura é sinônimo de vitória.
00:13:58Tem que descansar naquele mirar.
00:14:00Para mim isso agora é uma questão pessoal.
00:14:03E depois virão as dragas e limparão a barra.
00:14:06No Rio entrei em contato com uma companhia de cargueiros suecos.
00:14:09Estão dispostos a estabelecer linha direta para Ilhéus...
00:14:12assim que a barra der passagem para o navio do Certo Calado.
00:14:15E quando o primeiro navio sueco adentrar...
00:14:18será o fim do poder dos coronéis, dos assassinatos a semifrio.
00:14:22O dinheiro da exportação ficará aqui e não mais com o porto da Bahia.
00:14:26Ouça o que eu lhe digo, capitão.
00:14:28O progresso virá pelo mar.
00:14:30E quando esse dia chegar...
00:14:32será o fim de Ramiro Bastos no poder.
00:14:35E a certeza de que não teremos o reinado de seu filho Tunico.
00:14:39O bem amado.
00:14:42Que talhadas.
00:14:44Da pena.
00:14:46Uma vez na cidade, andava atrás de donas...
00:14:49pedindo ajuda para o cacau.
00:14:52Todos caminhando com os pés descalços.
00:14:58E agora, olha só, nenhuma visita, nenhuma flor.
00:15:01E um caixão de sede.
00:15:03Bando de patifas.
00:15:09Que loucura esta moça. Vira até aqui.
00:15:12Ela é diferente.
00:15:13Só que, quando o pai dela souber, vai ser o diabo.
00:15:17O coronel meu que não está foi lá para a sua fazenda.
00:15:20Encontrei com ele no mercado do...
00:16:13Ai, gostosa.
00:16:26Ah, olha, para mim que eu sou muito melhor.
00:16:28Então me beija.
00:16:31Touquinha.
00:16:43Uh, amor.
00:17:13Serve-lhe para colocar no pão.
00:17:15Bom, está pronto, capitão.
00:17:27Mundinho Falcão, além do progresso, traz a diversão.
00:17:31Essa bailarina aqui no Bata-cões é uma coisa, fabulosos.
00:17:35Ah, doutor, diversão também é cultura.
00:17:38Os tempos são novos, não é, capitão?
00:17:43Uma verdadeira faixa de dentro...
00:17:47Uma verdadeira faixa de dentro...
00:17:52Não me seize...
00:18:08Rá-ni-sá!
00:18:09O que é que você está fazendo aqui?
00:18:11Estou procurando por você.
00:18:13Estou procurando por você.
00:18:15Estou procurando por você.
00:18:17Estou procurando por você.
00:18:19Estou procurando por você.
00:18:21Estou procurando por você.
00:18:23Estou procurando por você.
00:18:25Estou procurando por você.
00:18:27Estou procurando por você.
00:18:29Estou procurando por você.
00:18:31Estou procurando por você.
00:18:33Estou procurando por você.
00:18:35Estou procurando por você.
00:18:37Estou procurando por você.
00:18:39O que você está fazendo aqui?
00:18:41Por que você não dormiu?
00:18:43Ela me disse nada.
00:18:45Do que sandro disse?
00:18:49Você disse que queria ir para a manhã?
00:18:55Vai dormir no seu quarto agora,
00:18:57e amanhã eu falarei sobre isso, certo?
00:19:01Boa-noite.
00:19:05Espere um pouco. Qual é o seu nome?
00:19:09Hoje eu quero estar mais bonita do que nunca.
00:19:25Todo capricho é pouco.
00:19:29Nunca vi a senhora assim tão preocupada.
00:19:35Os dois inteiros vão ter de passar por aqui.
00:19:38Grandes coisas.
00:19:39Não vai ter ninguém pra acompanhar mesmo.
00:19:41É.
00:19:42Mas todos os homens vão estar no bar pra assistir.
00:19:45E vão ficar me admirando.
00:19:49Nenhum deles fala comigo de Etrude.
00:19:52Mas do jeito que eles me olham, eu sei.
00:19:56Eu sei que todos eles me desejam.
00:20:03Eu gosto disso.
00:20:05É a coisa que eu mais gosto nesse mundo.
00:20:30O bar está cheio de gente e não tem nada pra comer.
00:20:32Deixa eu ver.
00:20:34Aparece boa.
00:20:36Bolinha de bacalhau.
00:20:41Bom.
00:20:43Esta moça sabe cozinhar.
00:20:44E como ela é bonita, Sr. Nacíbe.
00:20:46Quando ri, deixa a gente até chorar.
00:20:48Sim, sim, vai, vai.
00:20:49Essa Gabriela.
00:21:00Ih, olha lá o professor Josué.
00:21:02Tão obstinado.
00:21:04Tão obstinado que parece que ele já conseguiu.
00:21:07Não leu o poema que ele publicou hoje no diário?
00:21:10Olha aqui.
00:21:12Nosso amor é eterno como a própria eternidade.
00:21:15Mais imortal do que os imortais.
00:21:17Que história, otário.
00:21:19Um zombie do amor.
00:21:20Que delícia.
00:21:21Um zombie da eternidade.
00:21:23Ah, pra mim essa história de amor eterno é só falta de mulher.
00:21:26Eu não entendo porque nenhum poeta escreve uma poesia sobre o amor passageiro.
00:21:30Uma coisa tão bela.
00:21:34Ei, Maurício, olha aqui.
00:21:56Como se mesmo depois da morte quisessem se encontrar.
00:22:00Eu sei que te eu peguei.
00:22:01Sei tudo.
00:22:02MÚSICA
00:22:29Dona Cinazinha era aparentada azulzada.
00:22:32Deve ter herdado o destino de ofeniza.
00:22:34Sua vocação pra desgraça.
00:22:36Mas quem vem a ser ofeniza? Desculpa.
00:22:38Uma antepassada minha.
00:22:40Beleza fatal que se apaixonou por Dom Pedro II.
00:22:43Morreu de desgosto por não ter ido com ele.
00:22:45Pra onde?
00:22:46Pra onde? Pra cama, pra onde haveria de ser.
00:22:48Pra corte.
00:22:50Não lhe importava ser amante dele.
00:22:52Ah, vamos perder a visão da nossa glória.
00:22:54Coronel, seu proprietário chegou.
00:22:59Eu não desculpo mulher casada que se esquece dos seus deveres.
00:23:02Mas que também é a culpa dos maridos de sua.
00:23:05Glória vestida naquele luxo.
00:23:07Tendo do bom e do melhor.
00:23:09Será que o coronel corelano gasta assim com a esposa?
00:23:12Na terra do meu pai, Síria.
00:23:14Mulher sem vergonha se acaba da faca.
00:23:17Lentamente cortada em pedacinhos.
00:23:21Ah, o que é isso na Síria?
00:23:23Assim aos pedacinhos?
00:23:25Sim, sim, pedacinhos. Começando da ponta dos olhos.
00:23:27Mas que horror!
00:23:28Não, não é um horror, doutor.
00:23:30A mulher que trai o marido é uma vagabunda, uma puta.
00:23:34Logo, não merece outra coisa.
00:23:36Eu se fosse casado e minha mulher me fizesse cornudo,
00:23:39eu faria um picadinho dela.
00:23:41E o amante?
00:23:42Aquele que desona outro é agarrado por uns homens fortes,
00:23:46aqueles da montanha que tiram a sua calça,
00:23:49abrem suas pernas e, como um anabólico,
00:23:52Não me diga que...
00:23:54Sim, sim, castrado no mar, com muita arte.
00:23:57Estranho o costume na Síria.
00:23:58Enfim, cada povo com seu uso.
00:24:00É o diabo.
00:24:02Fogosos como são as turcas, deve haver muito capado por lá.
00:24:07É, não?
00:24:08Lá as mulheres não se exibem como a nossa amiga aqui
00:24:11que põe as tetas na janela.
00:24:13Lá a mulher vive coberta da cabeça aos pés.
00:24:15Seus olhos.
00:24:17Não, não, não.
00:24:19Lá a mulher vive coberta da cabeça aos pés.
00:24:21Seus olhos.
00:24:49Não, não.
00:25:19Eu... eu sou um vintrezeirisso.
00:25:22Não é muito importante...
00:25:24mas acabei de chegar.
00:25:29Ei, eu sou um vintrezeirisso,
00:25:32não é muito importante,
00:25:34mas acabei de chegar.
00:25:37Ei, eu sou um vintrezerisso,
00:25:39não é muito importante,
00:25:41mas acabei de chegar.
00:25:44Acabei de enxergar.
00:26:02Bonito.
00:26:07Fiquei acordada esperando o moço...
00:26:10para dizer o que queria para amanhã.
00:26:12Ficou tarde e eu vim dormir.
00:26:15É porque trabalhei tanto.
00:26:20O moço está cansado.
00:26:42O moço está cansado.
00:26:45O moço está cansado.
00:26:48O moço está cansado.
00:26:51O moço está cansado.
00:26:54O moço está cansado.
00:26:57O moço está cansado.
00:27:00O moço está cansado.
00:27:03O moço está cansado.
00:27:06O moço está cansado.
00:27:09O moço está cansado.
00:27:12O moço está cansado.
00:27:15O moço está cansado.
00:27:18O moço está cansado.
00:27:21O moço está cansado.
00:27:43Vim do norte,
00:27:46Vim de longe
00:27:49De um lugar que já não há
00:27:53Vim dormindo
00:27:56Pela estrada
00:27:59Vim parar nesse lugar
00:28:03Meu cheiro é de cravo
00:28:06Minha cor de canela
00:28:09E minha bandeira com a pele amarela
00:28:12Um beijo na boca, beijo na panela
00:28:15Gabriela
00:28:19Sempre Gabriela
00:28:42Sempre Gabriela
00:28:45Sempre Gabriela
00:28:48Sempre Gabriela
00:28:51Sempre Gabriela
00:28:54Sempre Gabriela
00:28:57Sempre Gabriela
00:29:00Sempre Gabriela
00:29:03Sempre Gabriela
00:29:06Sempre Gabriela
00:29:09Sempre Gabriela
00:29:12Sempre Gabriela
00:29:15Sempre Gabriela
00:29:18Sempre Gabriela
00:29:21Sempre Gabriela
00:29:24Sempre Gabriela
00:29:27Sempre Gabriela
00:29:30Sempre Gabriela
00:29:33Sempre Gabriela
00:29:36Sempre Gabriela
00:29:39Sempre Gabriela
00:29:42Precisa só tomar cuidado para não prometer coisas demais.
00:29:46E mais cuidado ainda com as palavras desse jornalista que ele comprou.
00:29:50Clóvis Costa tem opiniões próprias. Não é um jornalista como eu.
00:29:54Hoje é bom que ele atente no que publica.
00:29:56Senão um dia vai ter que comprar pra ler um cachorro.
00:29:58Não é isso, senhor. Calma aí.
00:30:13Vai bater o almoço, Arabi?
00:30:19O que você veio fazer aqui?
00:30:23Vim trazer a comida do moço.
00:30:25Acho que o moleza ficou doente e tudo isso que não apareceu.
00:30:30O moço ficou zangado?
00:30:32Não.
00:30:36Não.
00:30:39Não.
00:30:41Não.
00:31:08Não.
00:31:32Se não se deixa no cinema com a dona Rita,
00:31:34a casa já está prontinha.
00:31:36Eu quero rever a Gabriela, de novo provar seu cheirinho.
00:31:42Manhã bem cedinho, na mata, o sol derramou seu carinho.
00:31:48Um brilho na folha da jaca.
00:31:51Um brilho na folha da jaca.
00:31:54Um brilho na folha da jaca.
00:31:57Um brilho na folha da jaca.
00:32:00Um brilho na folha da jaca.
00:32:03Um brilho na folha da jaca.
00:32:06Fecha em rever, meu benzinho, Gabriela.
00:32:15Gostosa a Gabriela, hein?
00:32:33Você pensa que vai ser bonito a vida toda, Gabriela?
00:33:00Vamos aproveitar agora, minha filha, depois é tarde.
00:33:03Eu sou capaz de jurar que você não pede nada a seu nascimento, não é mesmo?
00:33:06Vai no cinema com a senhora, que mais que eu vou pedir?
00:33:09Tudo, menina, tudo que quiser ele dá.
00:33:12Olha, se você souber fazer, leva as coisas com jeitinho.
00:33:16Dando, negando.
00:33:18Ele até acabou de casar com você.
00:33:22Boa tarde.
00:33:25Boa tarde.
00:33:27Boa tarde, seu coronel.
00:33:29Sabe que eu acho uma pena um morenão como você metida na cozinha?
00:33:33Por quê?
00:33:34Estraga as mãos.
00:33:36Depende só de você largar as panelas.
00:33:38Se você quiser, eu posso lhe dar de um tudo.
00:33:40Casa decente, empregada, conta aberta na loja.
00:33:45Gostei da estampa da menina.
00:33:47Me agradei mesmo de você, morena.
00:33:50Então, o que me diz da minha proposta?
00:33:52Quero não, seu coronel.
00:33:55Aqui não me falta nada.
00:34:13Ei!
00:34:15Ei!
00:34:16Ei!
00:34:17Porra!
00:34:19Porra!
00:34:27Carlinhos! Carlinhos!
00:34:32Porra!
00:34:33Ei!
00:34:36Vem cá, vem cá, vem cá, vem cá!
00:34:38Acabou!
00:34:42Ei!
00:34:50Ei!
00:34:54Ei!
00:34:55Ei!
00:34:56Ei!
00:34:57Ei!
00:35:10Gabriela.
00:35:13Onde é que você estava?
00:35:14É que hoje demorou um pouquinho mais, seu nascido.
00:35:17Seu Tonico.
00:35:18Gabriela?
00:35:18Vai, vai, vai, você vai ajudar, anda.
00:35:21Quem vai me querer com a Gabriela aqui?
00:35:23Anda, anda, você também.
00:35:31Rá! Rainha Tukituti!
00:35:34Ainda serás minha.
00:35:35Como?
00:35:36Cozinhei.
00:35:43Está rindo de quê?
00:35:44Da tua cara preocupada.
00:35:46Está apaixonada, hein, Tupi?
00:35:48Olha, a única solução, sabe qual é?
00:35:51O matrimônio, casa com ela, senhor.
00:35:55Mas o que você está dizendo é muito absurdo.
00:35:58O casamento se faz com uma moça boa,
00:36:01de família conhecida, educada,
00:36:03com doce pronto e...
00:36:04urgente, sobretudo.
00:36:06Você, quando se casou com um homem,
00:36:09E a propriedade, uma velha paixão da família Bastos,
00:36:12só por isso.
00:36:17Chega dessa conversa, é muito surdo.
00:36:29Gabriela, o Tukanti.
00:36:31O Tukanti.
00:36:32O Tukanti.
00:36:33O Tukanti.
00:36:34O Tukanti.
00:36:35O Tukanti.
00:36:36O Tukanti.
00:36:37O Tukanti.
00:36:38O Tukanti.
00:37:00Ai, que bonitinho.
00:37:03É pra você, ele vai na companhia.
00:37:06Que bom, dois presentes uma vez só,
00:37:08a moça é tão boa.
00:37:09Por que dois?
00:37:11O passarinho, o moço que veio trazer.
00:37:13Todo dia, só chega bem tarde da noite.
00:37:25Biel, quero te dizer uma coisa.
00:37:28O que?
00:37:30Uma coisa que não me agrada, que me preocupa.
00:37:36A comida tá ruim, a roupa tá mal lavada?
00:37:39Não, não é isso.
00:37:41É que...
00:37:44Eu não quero que você venha ao bar.
00:37:46Só vou pra jantar, pra a comida não esfriar.
00:37:48Por isso que eu vou.
00:37:49Eu sei disso, mas os fregueses não sabem.
00:37:53Fica bem uma cozinha ali no bar, não é senão assim?
00:37:56Sim, sim, é isso mesmo.
00:37:58Até um dia não dizem nada, mas outros reclamam.
00:38:02É bem.
00:38:05A partir de amanhã então, eu entro pelos fundos só pra levar a comida do moço.
00:38:11Você gosta de vir ao bar, não é?
00:38:17Tá bem, pode vir, mas não vai mais servir, vai ficar atrás do balcão.
00:38:20Agora tem que ir.
00:38:23Tão cedo?
00:38:24Sim, sim.
00:38:25Eu não podia nem intervindo.
00:38:28Venha cá.
00:38:32Vi, vi.
00:38:36Olha, não é você me quer bem?
00:38:41Moço bonito, eu gosto demais.
00:38:45Sabe, não são eles que não querem que você vá ao bar.
00:38:48Sou eu porque fico com ciúme de ver que todos te dirigem a palavra, te tocam.
00:38:54Enfim, só falta te agarrar ali, na minha frente.
00:38:57Não importa, não digo nada.
00:38:59É verdade, é verdade que não te importa.
00:39:05É verdade.
00:39:29O engenheiro chegou!
00:39:32O engenheiro chegou!
00:39:35O engenheiro chegou!
00:39:38O engenheiro chegou!
00:39:41O engenheiro chegou!
00:39:44O engenheiro chegou!
00:39:59Bem-vindo a Ilhas, engenheiro Romulo.
00:40:01Muito obrigado.
00:40:03Conhece o capitão?
00:40:05Sua chegada é um marco histórico para a nossa cidade.
00:40:18Um brinde ao nosso engenheiro, Romulo Vieira.
00:40:35Um brinde ao nosso engenheiro, Romulo Vieira.
00:41:05Um brinde ao nosso engenheiro, Romulo Vieira.
00:41:36Bom, sem resposta?
00:41:39Impossível?
00:41:41Nenhuma explicação?
00:41:43Isso não tem lógica?
00:41:44Como é que foi que eu errei?
00:41:47Não se briga assim.
00:41:49Deve haver alguma razão.
00:41:50Eu não sei.
00:41:51Ela leu e mandou devolver.
00:41:54Foi muito bem.
00:41:56O que foi que eu fiz?
00:41:58O que foi que eu fiz?
00:42:00O que foi que eu fiz?
00:42:02O que foi que eu fiz?
00:42:03O que foi que eu fiz?
00:42:05Agradecido.
00:42:22Louca, insensível.
00:42:26Quem ela pensa que é?
00:42:28Não passa de uma putinha, filha de coronel.
00:42:32Não respeita os outros.
00:42:34Causa sofrimento como quem descasca uma banana.
00:42:41Se ele soubesse o quanto eu gosto dele.
00:42:44Sofrimento embala este meu peito cansado.
00:42:49Alexandrinos perfeitos.
00:43:05Tô achando preocupado.
00:43:07Não venho marcar um ponto a favor com a chegada do engenheiro.
00:43:10Mas por que você não pensa na sua vida?
00:43:13Você que devia ficar preocupado.
00:43:15Com o quê?
00:43:17O juiz, meu cara, alugou uma bela casa no Beco das Quatro Borboletas.
00:43:21Pra quem?
00:43:22Pra quem?
00:43:23Pensa um pouco, usa a cabeça.
00:43:25Não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não.
00:43:30Pra quem?
00:43:31Pra quem?
00:43:32Pensa um pouco, usa a cabeça.
00:43:35Cadê os bolinhos?
00:43:36Sei lá, seu nascido.
00:43:37Dona Gabriela não estava em casa.
00:43:44Tomico, quando você fala de casamento, está falando sério?
00:43:49Mais claro, Árabe.
00:43:50Se fosse eu...
00:43:52Eu tenho pensado e...
00:43:55Se decidiu?
00:43:57O problema é que ela não tem documentos.
00:44:00Não sabe quando nasceu, não sabe o nome do pai e da mãe.
00:44:03Não sabe quantos anos tem.
00:44:05Nascido, sou teu amigo.
00:44:06E sou também proprietário do registro de notas.
00:44:09Eu tiro pra você documentos falsos.
00:44:11Mas não é perigoso?
00:44:12Perigo nenhum.
00:44:13Ilhéus foi toda construída sobre documentos falsos, certificados de propriedade,
00:44:17centenas e milhares de hectares.
00:44:19Uma mais que mal tem.
00:44:20Mas tem uma condição.
00:44:22Qual?
00:44:23Eu e Olga temos que ser testemunhas do seu matrimônio.
00:44:26Mas vocês já estão convidados.
00:44:28Tomico, você mesmo é meu melhor amigo.
00:44:31Estou feliz.
00:44:32Estou feliz.
00:44:39Eu vim aqui só um momento para te dizer que...
00:44:42Bem, eu decidi.
00:44:45Quero casar com você.
00:44:47Casar pra quê? Você nasceu em Pusanã.
00:44:50Como? Não aceita?
00:44:52Aceitar eu aceito, mas não Pusanã. Tá bom assim.
00:44:55Ah, então não aceita.
00:44:57Vou contratar empregados, comprar vestidos.
00:45:00Que ela fiquer elegante.
00:45:02Enfim, vida nova.
00:45:04Ah, é a partir de hoje que você vai dormir na casa da Dona Arminda.
00:45:08Pra quê?
00:45:09Porque agora somos noivos.
00:45:11Não fica bem dormir na mesma casa.
00:45:14A cidade fala, você sabe.
00:45:16A cidade fala, você sabe.
00:45:46Gabriela... Gabriela...
00:46:17Com licença. Com licença.
00:46:19Com licença. Com licença.
00:46:24Bravo, Turma.
00:46:26É verdade.
00:46:28Meus sinceros cumprimentos.
00:46:35Você conseguiu.
00:46:47Bravo, Turma.
00:46:52Saco porquê? Saco porquê?
00:46:56Silêncio! Silêncio!
00:46:59Finalmente Réus foi justiçado.
00:47:01O amor de Ofenícia pelo Imperador é revivido por Gabriela Inácio.
00:47:07Olha a tua boca na minha boca
00:47:13A tua boca é meu doce, é meu sal
00:47:19Mas quem sou eu nesta vida tão louca
00:47:25Mais um palhaço no teu carnaval
00:47:31Mais um palhaço no teu carnaval
00:48:01Mais um palhaço no teu carnaval
00:48:31O que está escrito lá, hein, Sr. Nassim?
00:48:34Fala baixo, senão vão ver que você não sabe ler.
00:48:37E não me chame de Sr. Nassim, sou seu marido.
00:48:40E você minha mulher, não minha criada.
00:48:43Fica zangado, não, Sr. Nassim, mas o que estava escrito lá?
00:48:46Mas eu não sei, não me lembro.
00:48:48E não fala com a boca cheia.
00:48:51O que está escrito lá, hein, Sr. Nassim?
00:48:54Fala baixo, senão vão ver que você não sabe ler.
00:48:57E não me chame de Sr. Nassim, sou seu marido.
00:49:00O que está escrito lá, hein, Sr. Nassim?
00:49:05Fala baixo, senão vão ver que você não sabe ler.
00:49:09E não me chame de Sr. Nassim, sou seu marido.
00:49:14O que está escrito lá, hein, Sr. Nassim?
00:49:19Venha, vem com eu!
00:49:23Venha!
00:49:30O que foi que houve? Tanta gente correndo de um lado para o outro.
00:49:35Tocaram fogo na edição do diário.
00:49:38Gente dos bastos.
00:49:40Tudo por causa daquele enxame.
00:49:42Não, não, não.
00:49:44Não, não, não.
00:49:46Não, não, não.
00:49:48Não, não, não.
00:49:50Não, não, não.
00:49:52Não, não, não.
00:49:54Não, não, não.
00:49:56Não, não, não.
00:49:58Não, não, não.
00:50:00Não, não, não.
00:50:02Não, não, não.
00:50:04Não, não, não.
00:50:06Não, não, não.
00:50:08Não, não, não.
00:50:10Não, não, não.
00:50:12Não, não, não.
00:50:14Não, não, não.
00:50:16Não, não, não.
00:50:18Não, não, não.
00:50:20Não, não, não.
00:50:22Não, não, não.
00:50:24Não, não, não.
00:50:26Não, não, não.
00:50:28Não, não, não.
00:50:30Não, não, não.
00:50:32Não, não, não.
00:50:34Não, não, não.
00:50:36Não, não, não.
00:50:38Não, não, não.
00:50:40Não, não, não.
00:50:42Não, não, não.
00:50:44Não, não, não.
00:50:46Não, não, não.
00:50:48Não, não, não.
00:50:50Não, não, não.
00:50:52Não, não, não.
00:50:54Não, não, não.
00:50:56Não, não, não.
00:50:58Não, não, não.
00:51:00Não, não, não.
00:51:02Não, não, não.
00:51:04Não, não, não.
00:51:06Não, não, não.
00:51:08Não, não, não.
00:51:10Não, não, não.
00:51:12Não, não, não.
00:51:14Não, não, não.
00:51:16Não, não, não.
00:51:18Não, não, não.
00:51:20Não, não, não.
00:51:22Não, não, não.
00:51:24Não, não, não.
00:51:26Não, não, não.
00:51:28Não, não, não.
00:51:30Não, não, não.
00:51:32Não, não, não.
00:51:34Não, não, não.
00:51:36Não, não, não.
00:51:38Não, não, não.
00:51:40Não, não, não.
00:51:42Não, não, não.
00:51:44Não, não, não.
00:51:46Não, não, não.
00:51:48Não, não, não.
00:51:50O conhaque é bom, coronel.
00:51:52Pode beber sem medo.
00:51:54E eu não sou turco.
00:51:56Sou italiano.
00:51:58O pai é árabe e a mãe, napolitano.
00:52:00Eu pensei que fosse a mesma coisa.
00:52:02Não, não é a mesma coisa.
00:52:08Professor, um outro?
00:52:10Não, obrigado, senhor.
00:52:20A CIDADE NO BRASIL
00:52:50A CIDADE NO BRASIL
00:53:20Adorei.
00:53:22Adorei.
00:53:24Olha,
00:53:26uma casa como essa,
00:53:28com luxo e criada,
00:53:30não te posso oferecer.
00:53:32Sou um modesto professor
00:53:34com par para os vencimentos.
00:53:36Mas amor,
00:53:38amor eu posso.
00:53:40Nós dois,
00:53:42passeando de braços dados
00:53:44pela rua,
00:53:46afrontando essa sociedade hipócrita,
00:53:48morando no meu quartinho
00:53:50sobre o cinema,
00:53:52pobres, mas ricos de amor.
00:53:54Ah, não, não, não, meu filho.
00:53:56Assim não vai poder ser.
00:53:58Eu quero amor e conforto.
00:54:00Meu homem e meu coronel.
00:54:02Miséria eu já conheço de sobra.
00:54:04E não gosto dela,
00:54:06nem um pouco.
00:54:08Se você quiser, vai ter de ser assim,
00:54:10escondido.
00:54:12E muito bem escondido.
00:54:14Se o velho souber,
00:54:16sou perdida.
00:54:18Todo cuidado é pouco.
00:54:46Queria lhe dar uma coisa.
00:54:48Uma coisa que você usasse
00:54:50para se lembrar de mim todo dia.
00:54:52Mas eu não posso comprar
00:54:54e o desconfiar.
00:54:56Compre por mim uns sapatos.
00:54:58Não diga não.
00:55:00Eu estou pedindo.
00:55:06Compre uns sapatos.
00:55:08Assim quando você andar,
00:55:10você pensa que está pisando em cima de mim.
00:55:16Oh, oh, oh.
00:55:30Bem, coronel, com seu apoio,
00:55:32a eleição agora é coisa decidida.
00:55:34Os votos de Itabuna encerram a carreira política
00:55:36do coronel Ramiro Bassos.
00:55:38É coisa que lamento.
00:55:40O coronel Ramiro é um grande homem,
00:55:42mas o seu tempo passou e ele não quer enxergar.
00:55:44É melhor ele enxergar.
00:55:50Boa noite, coronel.
00:55:52Boa noite.
00:55:54Uma curiosidade.
00:55:56O que fez o senhor decidir
00:55:58por causa do apoio a minha candidatura?
00:56:00Eu sempre soube a hora certa de mudar.
00:56:14O desgraçado está aqui. Vamos achá-lo em outro lugar.
00:56:23Não pode vá por lá.
00:56:26Não é o seu tempo.
00:56:29Vá!
00:56:32Vá!
00:56:34Vá!
00:56:36Vá!
00:56:38Vá!
00:56:40Vá!
00:56:42Vá!
00:56:44Vá!
00:57:15Não!
00:57:26Valam-se.
00:57:40Vá com ele antes da noite chegar.
00:57:44Por que você atirou nele? Que mal que ele te fez?
00:57:46Pra mim não fez nada. Foi pro Coronel Melk e pro Outo Maior.
00:57:49Gabriela, tu precisa me ajudar.
00:57:51Procura agora o Coronel Melk. Ele deve estar lá na casa do Outo Maior.
00:57:55O Coronel Armiro?
00:57:56Esse.
00:57:57Ele diz que eu peço desculpa.
00:57:59Mas tô precisando de ajuda. Vai agora.
00:58:02Vai!
00:58:15O que procurou, moça?
00:58:17Quero falar com o Coronel Melk.
00:58:19Foi pra casa.
00:58:20Então quero falar com o Coronel Armiro. É Fagundes. Está escondido lá em casa.
00:58:24Espere aqui.
00:58:38Gabriela!
00:58:41Gabriela!
00:58:43Seu Tonico, é Fagundes. Está escondido lá em casa.
00:58:46Tá todo ferido de espinho. Precisa de ajuda.
00:58:49E vai ter, Gabriela. Vai ter. Vamos entrar.
00:58:51Nascibe sabe?
00:58:52Não, não sabe nada, não. Tava dormindo.
00:58:54Ótimo. Então não lhe contamos nada, tá bom?
00:58:56É melhor que não saiba.
00:58:57Vamos entrar, por favor.
00:59:04A senhora, sem saber, salvou a cidade de um grande incêndio.
00:59:08Então melhor ainda.
00:59:11Seu Coronel, tem que ir embora logo.
00:59:13Não se preocupe.
00:59:14Tonico, você e Olga vão levar a Dona Gabriela no carro da atendência.
00:59:17Mas já é tarde, pai. Olga está dormindo.
00:59:19Então acordem. E chamem o cumpadre Melk e o cumpadre Amâncio.
00:59:22Quero os dois tratando disso. E desta vez, sem erros.
00:59:26Tá bem.
00:59:27Dona Gabriela...
00:59:30Minha gratidão.
00:59:32Com licença, pai.
00:59:34Então tá logo, seu Coronel.
00:59:38Obrigado, pai.
00:59:39Tchau.
01:00:08O Coronel Ramiro vai colocar seus homens em ação?
01:00:11E será a Guerra do Cacau?
01:00:13Não se preocupe. Isso nunca leva a nada.
01:00:15O Coronel Ramiro bastou seu nome corajoso, duro.
01:00:18Quem vai derrubar ele?
01:00:39O CACAU
01:01:00Chegou a Sanacib?
01:01:02Sim.
01:01:04Um dia cheio de confusão.
01:01:07Esta noite dormiremos em um barril cheio de pólvora.
01:01:10É mesmo? Por que a Sanacib?
01:01:14Não se preocupe.
01:01:27Vem.
01:01:28Vem mais perto.
01:01:33Sono...
01:01:35Mas se a Sanacib está querendo, eu também quero. Eu sempre quero.
01:01:43Você nem se importa.
01:01:45Não importa o que, Sanacib?
01:01:47Eu chego e é como se eu não chegasse.
01:01:52Precisa de alguma coisa?
01:01:54Tá precisando comer? Quer um suco de manga?
01:01:56Pra que suco?
01:01:58Os carinhos se acabaram.
01:02:00Antes, era você que me queria.
01:02:04A Sanacib sempre chega cansado. Não sei se me quer. Fico sem jeito.
01:02:08Mas o que você está dizendo? Eu posso chegar cansado.
01:02:11Mas para certas coisas, estou sempre pronto.
01:02:13Não sou nem um velho, nem...
01:02:15Quando a Sanacib me chama com o dedo, eu sempre estou perto.
01:02:18Quando me quer...
01:02:20Ah, entendo outra coisa.
01:02:22Antes você era um fogo ardente, um vento furioso.
01:02:26Agora é uma brisa, um momentinho.
01:02:29A Sanacib não gosta mais do meu gosto, não?
01:02:32Está enjoada de subir?
01:02:35Não, eu gosto muito de você.
01:02:37E sem você, não posso viver.
01:02:59O que você está fazendo?
01:03:01O que você está fazendo?
01:03:03O que você está fazendo?
01:03:05O que você está fazendo?
01:03:07O que você está fazendo?
01:03:09O que você está fazendo?
01:03:11O que você está fazendo?
01:03:13O que você está fazendo?
01:03:15O que você está fazendo?
01:03:17O que você está fazendo?
01:03:19O que você está fazendo?
01:03:21O que você está fazendo?
01:03:23O que você está fazendo?
01:03:25O que você está fazendo?
01:03:27O que você está fazendo?
01:03:29O que você está fazendo?
01:03:31O que você está fazendo?
01:03:33O que você está fazendo?
01:03:35Sai fora, você que tem a razão.
01:03:41Vamos.
01:03:43Ai, meu Deus!
01:03:50Cadê a massa cheia?
01:03:52Chegamos aqui perto da terra!
01:03:54Olha com essa capuca!
01:03:56Ai, meu Deus!
01:04:14Seu Nacib!
01:04:16Tem uma novidade que você não vai nem acreditar.
01:04:19O Tuísca agora é artista.
01:04:24É artista!
01:04:26Vai trabalhar no circo.
01:04:28Pediu para o homem.
01:04:30Vai ser artista mesmo.
01:04:32Ah!
01:04:42Seu Nacib está doente?
01:04:46Sim, é morto de cansaço e de sono.
01:04:49Muita gente ficou no bar até agora.
01:04:52O capitão, o doutor...
01:04:55Bem que seu Nacib foi de anarquia,
01:04:57até deixou o bar um tiquinho comigo,
01:04:59mas eu não arrindo para o Tuísca no circo.
01:05:01Sim, então vamos a uma conferência.
01:05:04Uma conferência, seu Nacib?
01:05:06Uma conferência.
01:05:08Tem um poeta, um doutor, que diz umas poesias que você deve ver.
01:05:11Magnífico!
01:05:13Tem uma conferência quinta-feira na prefeitura.
01:05:15Eu comprei dois bilhetes.
01:05:17Para mim e para você.
01:05:19Como é uma conferência?
01:05:20É uma coisa fina.
01:05:22Melhor que cinema?
01:05:23É muito melhor.
01:05:24Melhor que circo?
01:05:25Circo é para crianças.
01:05:27E o que tem, seu Nacib? Tem dança? Tem música?
01:05:32Você tem que aprender muita coisa, Bia.
01:05:35Eu vou lhe explicar tudo. Fique atenta.
01:05:38Tem um homem, um doutor, um poeta.
01:05:41Ele diz uma coisa.
01:05:43Fala de quê?
01:05:45De uma coisa qualquer.
01:05:47Ele fala...
01:05:49Fala de lágrimas, de nostalgia.
01:05:52Ele fala...
01:05:54E nós escutamos.
01:05:56Ele fala e a gente ouve?
01:05:58Sim.
01:05:59E depois?
01:06:00E depois, quando ele acaba, nós batemos palmas.
01:06:04Ele fala de coisas belas.
01:06:06Muito importantes.
01:06:08E até difíceis de entender.
01:06:11Seu Nacib, o doutor fala, a gente escuta e não entende.
01:06:14E o senhor diz que é mais bonito do que cinema, do que circo.
01:06:18O senhor vai me desculpar, seu Nacib.
01:06:20O senhor é um moço instruído.
01:06:22Melhor que circo não pode ser, não.
01:06:24Bia, você tem que compreender.
01:06:26Eu já lhe disse mil vezes.
01:06:28Você não é mais uma criada.
01:06:30É a senhora Sartre.
01:06:32Vê se entende, tá?
01:06:34Toda a melhor sociedade de Lieus vai à conferência.
01:06:37Nós não podemos perder esta ocasião...
01:06:39para ir a uma coisa vulgar como ao circo.
01:06:42E se o senhor Nacib não pode ir ao circo, por quê?
01:06:44Por quê não?
01:06:46Eu entendo.
01:06:48Se o senhor Nacib não pode ir, tá bom.
01:06:51Tuísca vai ficar triste.
01:06:52Eu tinha até prometido pra ela que o senhor ia.
01:06:54Mas se não pode, eu bato palma por mim e pelo senhor Nacib.
01:06:58Não, se bate palma, propõe.
01:07:06Seu Nacib...
01:07:08deixa ele no circo, deixa.
01:07:10Eu vou nessa toda a sua conferência.
01:07:12Conferência não tem todos os dias.
01:07:16Nem no circo.
01:07:18Pior para o circo.
01:07:25Tocantins para os salões.
01:07:33Olhe também, poder, vive igual um moleque por aí.
01:07:37E de repente, tem que vir a uma conferência.
01:07:42Esta noite ficará na história de Lieus.
01:07:45O que?
01:07:46O que é?
01:07:48O que é?
01:07:50O que é?
01:07:52O que é?
01:07:53Lieus.
01:07:55Um momento.
01:07:58Papai.
01:08:11End infringente.
01:08:23A tão singela e doce figura Sofria na surdina da madrugada,
01:08:39E do outro lado da sacada As negras barbas do imperdor.
01:08:44Graciosa, na janela reclinada, O Fenícia, ao luar, aos gritos,
01:08:51Aos prantos, aos prantos, doutor Agileu, Queiram desculpar.
01:08:58Graciosa, na janela reclinada, O Fenícia, ao luar, aos prantos,
01:09:04Aos prantos, impávida, Imaculada e solitária,
01:09:10Permanecia no seu canto a esperar, Resignada e altiva,
01:09:14Por aquele que o coração não lhe dava.
01:09:17Ó, ó Fenícia, ó Fenícia, ó doce figura, Fosse tarde ou fosse noite,
01:09:24Chuvesse ou fizesse sol, Cantar olhava em Dora e me façou
01:09:30Esse amor tão cheio de dor.
01:09:32Ó Fenícia, Ilhéu se homenageia, Na voz desse poeta trovador,
01:09:38Que se os deuses permitissem ao tempo voltar, Era eu quem ia te amar.
01:09:48Você era a mais bela da noite.
01:09:51Agora tenho que dar uma passada no bar.
01:10:17Não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não
01:10:47Campeão! Campeão!
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01:21:27Volta, bandida, mata essa dor
01:21:32Volta pra casa, fica comigo
01:21:38E eu te perdoo com raiva e amor
01:21:44Vem que eu te espero tremendo de amor
01:21:53Chega mais perto, moço bonito
01:21:59Chega mais perto, meu raio de sol
01:22:04A minha casa é um escuro deserto
01:22:09Mas com você ela é cheia de sol
01:22:14Molha a tua boca na minha boca
01:22:20A tua boca é meu doce, é meu sal
01:22:25Mas quem sou eu nesta vida tão louca?
01:22:30Mais um palhaço no teu carnaval
01:22:51Ô, menina, o que é que você tá fazendo aí nessa posição?
01:22:55Tô esperando o seu nascido sair. Quero ver ele um pouquinho.
01:22:59Acho bem feio, tá com a orelha do que platou.
01:24:21Gabriela
01:24:30Vem cá
01:24:50Vem cá
01:25:20Vem cá
01:25:51Ana, vai ter confusão.
01:25:54Vai haver pancadaria.
01:25:57Profigência, vamos lá.
01:25:59O professor não tem físico para aguentar uma briga.
01:26:02E muito menos a Glória.
01:26:04Calma, fica aí que não vai acontecer nada.
01:26:06Mas como não vai acontecer nada!
01:26:07O professor está lá dentro, ouvi ele entrar.
01:26:09Os tempos estão mudando, Arnasil.
01:26:11Não estou entendendo nenhum grito, nenhum tiro.
01:26:13Quem sabe estão conversando.
01:26:14Mas que conversam?
01:26:16O coronel Cortens, ele não consegue.
01:26:18O coronel Coriolano mora na fazenda, no meio dos bichos, para não ter o que falar.
01:26:21Vim saindo, gente.
01:26:25Bicho, isso é muito moderninho para o meu gosto.
01:26:30Vamos lá, capitão, vamos ao jogo.
01:26:42Coronel.
01:26:48O coronel Coriolano mora na fazenda, no meio dos bichos, para não ter o que falar.
01:26:53Vim saindo, gente.
01:26:59Em noite sem lua, poleia cancela, caí do cavalo, perdi Gabriel.
01:27:13Ó lua de cera, ó lua singela, lua feiticeira, me traz Gabriel.
01:27:28Cadê Gabriel?
01:27:34Perdi Gabriel.
01:27:38Adeus, Gabriel.
01:28:02Então, capitão, eu não lhe disse aqui mesmo nessa sala que ia abrir a barra com o cargueiro sueco?
01:28:06Disse e cumpriu.
01:28:08E o discurso, doutor? Já o temos pronto?
01:28:10Ótimo.
01:28:12Esperamos várias décadas por esse dia.
01:28:16Hoje é o princípio de uma nova era.
01:28:18O novo substituindo o velho.
01:28:20O progresso chegando a um lugar esquecido.
01:28:23Capitão, comunique-se com o navio imediatamente.
01:28:26Mande sustar a entrada.
01:28:27Entendi, senhor.
01:28:28Esse navio não pode passar a barra hoje de jeito nenhum.
01:29:07Senhor, nossos prestes ao Deus da vida, para que nosso irmão Ramiro Bastos
01:29:15seja punido pelos santos e anjos no festim da eternidade.
01:29:20Bendito seja o Deus nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da misericórdia
01:29:25e Deus de toda a consolação, que nos console em todos os nossos objetos.
01:29:32Nosso irmão Ramiro Bastos.
01:29:49Senhor Nassim! Senhor Nassim!
01:29:51Acabou!
01:29:54Acabou!
01:29:55Acabou o quê?
01:29:56O julgamento.
01:29:57O coronel Jesuíno Mendoza.
01:29:59Foi condenado, senhor Nassim.
01:30:00Condenado pela morte da dona Senhazinha.
01:30:30Silêncio! Por favor, silêncio!
01:30:33Finalmente, com seu novo e moderno porto, a cidade de São Jorge de Ilhéus
01:30:40está agora ligada ao mundo.
01:30:42Jamundinho, eu quero que você saiba que eu já tinha homem escolhido
01:30:45para acabar com esse mundo.
01:30:47Dessas coisas de política, eu nunca entendi muito.
01:30:50Eu e o compadre Ramiro Bastos matamos, matamos, matamos, matamos.
01:30:55E um amigo assim, eu não vou dando por nada.
01:30:57Mas agora tudo acabou.
01:30:59Ele está morto.
01:31:00Só pode contar com o meu apoio.
01:31:02Obrigado, coronel Amâncio.
01:31:04E não terão sido os primeiros, por acaso, esses nórdicos, esses normandos.
01:31:09Ou então para uma rodada de pôquer no barco, Nassim.
01:31:16Parece que as coisas não vão ficar tão bem assim.
01:31:21É, parece que as coisas não vão mudar muito.
01:31:23Vai ficar tudo igual a antes.
01:31:25Igual, mas diferente.
01:33:20Vem aqui.
01:33:50Morre, morre.
01:34:21A CIDADE NO BRASIL
01:34:26A CIDADE NO BRASIL
01:34:47Chega mais perto, moço bonito
01:34:52Chega mais perto, meu raio de sol
01:34:57A minha casa é um escuro deserto
01:35:02Mas com você era cheia de sol
01:35:07Molha a tua boca na minha boca
01:35:12A tua boca é meu doce, é meu sal
01:35:17Mas quem sou eu nessa vida tão louca
01:35:22Mais um palhaço no teu carnaval
01:35:27Casa de sombra, vida de monge
01:35:32Quanta cachaça na minha dor
01:35:37Volta pra casa, fica comigo
01:35:42Que eu te espero tremendo de amor
01:36:13A CIDADE NO BRASIL
01:36:17A CIDADE NO BRASIL
01:36:42Chega mais perto, moço bonito
01:36:47Chega mais perto, meu raio de sol
01:36:52A minha casa é um escuro deserto
01:36:57Mas com você era cheia de sol
01:37:02Molha a tua boca na minha boca
01:37:07Molha a tua boca na minha boca
01:37:12A tua boca é meu doce, é meu sal
01:37:17Mas quem sou eu nesta vida tão louca
01:37:22Mais um palhaço no teu carnaval
01:37:37A CIDADE NO BRASIL
01:37:42A CIDADE NO BRASIL
01:37:47A CIDADE NO BRASIL
01:37:52A CIDADE NO BRASIL
01:38:22A CIDADE NO BRASIL
01:38:27A CIDADE NO BRASIL