Excursão Solitária por terras Mineiras Capichabas (1960)

  • há 3 meses
EXCURSÃO SOLITÁRIA POR TERRAS MINEIRAS CAPICHABAS.
Texto e imagens de HITOSHI NOMURA.

NO afã de comprovar o que li acerca dos principais recantos pitorescos do país tenho aproveitado todas as oportunidades que se mo ofereceram para percorrê-los e visualizá-los Desta feita os objetivos foram as cidades de La goa Santa e Ouro Prêto, em Minas Gerais, e Santa Teresa, no Espírito Santo.
A CAMINHO DE VITORIA

Pela Estrada de Ferro Vitória a Minas, margeando o vale do Rio Doce, faz-se o percurso de Belo Horizonte a Vitória em 21 horas (cêrca de 700 quilômetros). Nesse trajeto notan-se cidades em franco progresso: Governador Valadares e Colatina.

SANTA TERESA

Em Vitória não havia cousa alguma digna de ser vista por um naturalista. Por isso tomei o ônibus para Santa Teresa, localidade que dista da capital capixaba 76 km e situada a 676 me tros acima do nível do mar.

A estrada de roda- gem que margeia a serra é péssima. Única atração durante o percurso: uma queda d'água de cêrca de 20 metros de altura. Duração da viagem: três horas.

Em Santa Teresa mora o dr. Augusto Rushi, que em terreno de sua propriedade montou o Museu de Biologia Prof. C. Mello Leitão, inaugurado no dia 6 de junho de 1949.
Ele os captura da seguinte forma: unta uma vara com visgo e, colocando num lugar aberto um caburé, pequena coruja do gênero Glaucidium, acorrentado a um poleiro.
Os beija-flôres têm o vezo de atacar caburés; o cientista aproveita essa fraqueza dos (troquilídeos e, com á vara untada de visgo, consegue fazer com que nela se grude uma pata ou uma asa da minúscula ave.

Na varanda da residência do dr. Rushi encontram-se frascos de vidro contendo água adocicada que atrai os beija-flôres. No verão essa varanda fica enegrecida pela presença de centenas de beija-flôres.

Os beija-flôres capturados são conservado num enorme viveiro, em cujo interior se encontram as plantas cujas flôres são as suas preferidas.
Frascos semelhantes aos mencionados aci. ma, contendo água adocicada, encontram-se espalhados nesse viveiro.

Outro alimento que lhes é fornecido são as conhecidas môscas dos gene. ticistas do gênero «Drosophila». Para atraí-las cortam-se bananas em fatias, que são colocadas em caixas, dentro do viveiro.
Outras aves, como faisões, galos da serra araras, arapongas, etc., estão colocadas em outros viveiros, espalhados pelo terreno.

Orquídeas das redondezas também estão expostos. Nos fundos do terreno existe uma plantação constituida por árvores: canela, cedro, peroba, etc.

Vários pavilhões foram mandados construil Delo dr. Ruschi. São êles: Trochilidário Drs. J. Berlioz e B. Berault; Orquidário Professor F. C Hoehne; Pavilhão de Ornitologia Dr. Oliverio M de Oliveira Pinto; Pavilhão de Botânica Floresta, Dr. Graciano dos Santos Neves.

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