Há exatamente 60 anos, um golpe de estado instaurava a Ditadura Militar no Brasil. O período sombrio ficou marcado por perseguições políticas, tortura, supressão de direitos, censura e outros tipos de violência. Amado pelas massas, o futebol logo se tornou uma ferramenta de dominação e influência do regime. E o futebol feminino se viu profundamente afetado de diferentes formas naquele momento.
Neste minidoc, o No Ataque revisita a história de mulheres que ousaram desafiar a lei e protagonizaram os momentos iniciais da modalidade em Minas Gerais.
Saiba mais: noataque.com.br
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00:00 Os dois times acabaram por conta disso, por causa da proibição do futebol feminino.
00:06 Tem bastante homofobia, a gente era taxada como um monte de nome, né?
00:11 "Mulher não pode jogar bola, o que você tá fazendo aí? Vai lavar uma roupa, vai cuidar do menino."
00:17 Vem esse clube lá de Uberlândia aí, o clube disse "Vocês, houve mesmo alguma coisa por trás que proibiu."
00:27 Aí que não podia mesmo, né?
00:30 Ele falou assim que ele nunca imaginava ver mulher jogando futebol, e que ele gostou muito.
00:35 E que se precisasse do Atlético, que podia contar.
00:38 Mas que não podia falar muito, como era proibido, a CBD podia punir o Atlético.
00:43 Então assim, tinha gente sim por trás de tudo aí que não queriam liberar nada, né?
00:48 Senão já poderia ter acontecido há quanto tempo atrás, né?
00:52 Então assim, era meio que velado mesmo, às vezes a gente jogava, era escondido, né?
00:57 A gente falava assim "Ah, vai ter um jogo lá, não sei aonde."
01:00 A gente nem divulgava nem nada, porque a gente já sabia que não podia.
01:04 Os relatos que você ouviu agora são de mulheres que vieram antes de mim,
01:14 que com 15, 16 anos se arriscaram a descumprir a lei.
01:17 Ou pior, que ousaram desafiar a moral e os costumes de uma época que não as compreendia.
01:22 O ano é 1965. Belo Horizonte vivia um processo de urbanização um tanto quanto peculiar.
01:28 Os prédios e carros disputavam espaço com animais que puxavam carroças nas já azotadas ruas do centro.
01:34 Um sinal de que, pelas bandas de Minas Gerais, o novo, hora ou outra,
01:38 vai esbarrar com os velhos costumes de um Estado tão tradicionalista.
01:41 A política nacional vivia o início de um período sombrio,
01:44 marcado pela repressão de opositores, censura e supressão de direitos.
01:49 Nessa toada, a ditadura militar também colocaria as mãos no futebol.
01:53 E, é claro, no futebol feminino.
01:55 Ainda em 65, o regime ampliou um conhecido decreto de 1941,
02:00 assinado por Getúlio Vargas, que implicitamente proibia a prática do futebol de mulheres.
02:05 A decisão especificava que "não é permitida a prática de lutas de qualquer natureza".
02:09 Futebol, futebol de salão, futebol de praia, polo aquático, polo, rugby, halterofilismo e beisebol.
02:15 E ela é uma deliberação justamente que vem, de alguma forma, dialogar com aquele momento também,
02:21 que era um momento de instauração do regime ditatorial.
02:27 Um regime que, na verdade, endurece esse processo disciplinador e controlador
02:33 que já tinha se iniciado no governo do Getúlio Vargas.
02:36 E aí não só com as mulheres, mas com o esporte no geral.
02:40 A proibição era o reflexo de uma ditadura e uma sociedade que já nos excluía.
02:45 Futebol era coisa de homem. E os argumentos para isso eram os mais absurdos possíveis.
02:49 "Vocês são mais frágeis, não têm coordenação, vão virar Maria Homem".
02:53 Mesmo assim, elas foram à luta.
02:55 A proibição dificultava, mas não impedia que as mulheres jogassem bola em escolas,
03:00 nas ruas e com a família.
03:02 Em 1966, jovens se reuniram para um torneio de futebol feminino em Ponte Nova,
03:07 na zona da Mata Mineira.
03:09 Estava quase tudo pronto quando chegou a notícia da capital.
03:12 A Delegacia de Jogos de Versão de BH comunicou ao delegado local
03:16 que as partidas de futebol feminino estavam proibidas no Brasil.
03:20 Mas a semente estava plantada.
03:22 E foi naquela dura primeira década de ditadura que dezenas de mulheres fizeram história
03:26 na região metropolitana de Belo Horizonte.
03:29 Em meio à proibição, elas se juntaram e se enfrentaram.
03:32 De um lado, o Vespasiano. Do outro, o Oficina.
03:35 As partidas tiveram como objetivo arrecadar fundos para reconstruir o muro de uma escola local.
03:40 No Brasil, o CND proibiu as mulheres de jogarem futebol.
03:44 Agora, Vespasiano tem a primazia de ter as duas únicas equipes de futebol femininas do país em atividade.
03:51 No domingo passado, as moças da cidade fizeram seu primeiro jogo e hoje repetem a dose.
03:57 Acontece que ele passou a ser uma atração tão grande que nós entusiasmamos tanto
04:02 que aí os próprios times começaram a chamar a gente assim para fazer as preliminares deles
04:09 em jogos oficiais dele, em aniversário deles.
04:13 Então foi onde nós acabamos jogando não só em Vespasiano,
04:17 como também em Lagoa Santa, no campo do Fluminense e pelo Leopoldo.
04:22 Os convites foram aparecendo.
04:24 - Pegou alguma coisa a vocês que teria repreendido? Talvez uma tentativa de fazer com que aquilo não fosse praticado?
04:29 - Teve. Teve o delegado na época, chamou, entendeu?
04:34 Chamou inclusive o Uião, porque ele estava entusiasmando a gente.
04:37 Chamou e falou que o futebol era proibido, que a gente não podia jogar.
04:43 Então vem aquelas ameaças, né, que amedrontam principalmente os pais.
04:47 As jovens na época, muito jovens, estavam muito preocupadas com essas ameaças, não.
04:53 Aí surgiram as ameaças e tal.
04:56 Então foi onde foi... não parou de uma vez não. Foi parando.
05:02 Você entendeu? Aí foi diminuindo.
05:04 - E aí o time acabou por conta disso?
05:07 - É. Os dois times acabaram por conta disso, por causa da proibição do futebol feminino.
05:12 O fim dos anos 60 e início da década de 70 marcaram o período mais cruel da ditadura militar brasileira.
05:21 Nos anos de chumbo, o futebol de mulheres viveu a sombras, com poucos registros da prática.
05:26 Um dos raros casos noticiados ocorreu em Montes Claros, no norte de Minas.
05:30 Em 1973, dois clubes da cidade, o Ateneu e o Casimiro, criaram equipes femininas.
05:36 As equipes tiveram apoio da comunidade local e viveram sob os holofotes até 1981,
05:41 quando foram notificadas pelo CND e tiveram de recolher-se à clandestinidade.
05:46 Mesmo proibidas, essas mulheres nunca deixaram de jogar futebol.
05:50 Nas escolas ou nas ruas, driblando os adversários e o preconceito,
05:53 elas encontravam espaço para fazer o que amavam.
05:56 - Eu sou de Piedade do Rio Grande, que é a cidade que exereu o Futebol de Minas.
06:00 Então eu jogava nos times de lá, escondido.
06:04 Meu pai também não gostava que eu jogasse, inclusive.
06:07 Eu jogava as peladinhas de rua lá.
06:09 Aí quando chegava eu e meu irmão, tem um ano de diferença de idade nós dois,
06:15 aí ele ficava foda da vida comigo.
06:17 Quando me via, já me escolhia, porque eu era melhor do que ele.
06:20 Então assim, ele falava que ia falar com meu pai, aquela história toda.
06:25 O preconceito, assim, muitas pessoas na cidade não gostavam de time feminino, né?
06:30 Falava que a mulher tinha que ir lá lavar roupa, ir fazer comida.
06:33 Em 1974, tomou posse do general Ernesto Geisel.
06:37 Foi o mandato dele que o Brasil começou timidamente a se abrir,
06:40 impulsionado pela pressão crescente das lutas sociais.
06:43 No final dos anos 70, eu acho que a gente tem um pouco de mudança,
06:47 porque o futebol também começa a ser, de alguma forma,
06:51 parte dos movimentos feministas que estavam se formando.
06:56 Formando não, né? Estavam ganhando bastante força nesse momento de reabertura e tudo.
07:02 E aí o futebol também é encampado como,
07:04 o futebol de mulheres também é encampado como uma pauta desses movimentos.
07:07 Em 1977, começaram a ser dados os primeiros passos rumo à queda da proibição.
07:12 No Congresso Nacional, ocorreu a CPI da Mulher,
07:15 que teve o objetivo de discutir e propor soluções
07:18 frente à histórica posição subalterna feminina na sociedade.
07:21 Um dos assuntos debatidos foi a proibição ao futebol feminino.
07:24 A lendária nadadora Maria Lenk defendeu na comissão a liberação da prática.
07:29 "A mulher não se estereliza e não perde as suas características femininas
07:33 quando pratica esporte.
07:35 Pelo contrário, talvez ela desenvolva qualidades morais que lhe sejam necessárias
07:40 na luta de ocupar o seu lugar na sociedade."
07:43 É justamente no fim da década de 70 que recomeçam os registros
07:47 do surgimento de times amadores de futebol feminino.
07:50 Clubes ligados ao futebol de Varza de Belo Horizonte, como o Panter Louco,
07:53 que jogava nesse campo aqui, no bairro Concórdia,
07:56 estampavam as páginas do Diário da Tarde.
07:58 Era o futebol de mulheres ganhando mais espaço na mídia.
08:02 Aos poucos, a Varza ganhava áreas mais formais.
08:04 Foi também na segunda metade da década de 70
08:07 que apareceram os primeiros times de Atlético Cruzeiro e América.
08:10 O galo surge inicialmente como uma equipe formada por mulheres
08:13 associadas à Vila Olímpica, clube recreativo do Alvinegro.
08:16 Nós reunimos cinco ex-jogadoras do Atlético para um encontro.
08:20 Jaqueline, Cássia, Solange, Vera Lúcia e Maria Helena
08:23 não se viam desde os tempos de Vila Olímpica.
08:26 Quase meio século depois, finalmente reviram as companheiras
08:29 com quem dividiram jogos e sonhos.
08:31 "Virar Vila Olímpica não foi diferente, né?
08:33 A gente começou a brincar, fazer umas peladinhas.
08:36 Aí o rapaz chegou e falou assim 'eu tô montando um time de futebol feminino'
08:40 e eu tô achando que eu já encontrei metade de um time aqui.
08:45 O nome dele era José Maria Mendes, que acabou sendo treinador também, né?
08:51 E aí então, José Maria que deu início a isso tudo aí, lá na Vila Olímpica."
08:56 No outro lado da Lagoa, o embrião do Cruzeiro se chamava Camisa 12,
09:00 time de uma torcida organizada do clube que levava o mesmo nome.
09:03 "Um belo dia eu fui convidada pra jogar no Camisa 12,
09:06 que é uma torcida organizada do Cruzeiro.
09:08 Joguei bastante tempo no Camisa 12.
09:12 Depois do Camisa 12, a gente jogava, disputava vários torneios,
09:17 mas não era nada profissional.
09:19 O Cruzeiro, o clube, o Cruzeiro Esporte Clube,
09:25 ele resolveu fazer o time feminino naquela época,
09:28 profissionalizando as meninas, mais ou menos, né?"
09:31 Ainda que minimamente organizado,
09:33 o futebol de mulheres estava longe de ser apoiado oficialmente.
09:36 Mas pra essas jogadoras, o amor pelo esporte falava mais alto
09:39 do que as dificuldades enfrentadas.
09:41 "O pessoal lá dava mais importância pra ter esses rapazes."
09:44 "Na época, o futebol feminino não era tão importante como o futebol masculino.
09:49 Porque naquela época, antes do Atlético pegar realmente o futebol feminino,
09:54 nós, as redes que bancavam, nós mesmas, nós não tínhamos ajuda de custo.
10:00 Então, era muito difícil, porque a gente não trabalhava.
10:03 Aí, sabe, domingo, a gente tinha que sair pra jogar.
10:07 Aí, cadê o dinheiro? Entendeu?
10:10 Aí, mamãe e papai não iam dar, porque mamãe e papai não gostavam que a gente não jogasse bola."
10:15 Em 1979, o CNB abriu a primeira brecha para a liberação do futebol de mulheres
10:20 ao permitir a prática de qualquer esporte que fosse regulamentado pela entidade internacional.
10:25 A FIFA, no entanto, ainda não reconhecia o futebol de mulheres.
10:29 Sem regulamentação, não havia campeonatos oficiais.
10:32 Os times se encontravam em amistosos e festas.
10:35 "A gente chegava na cidade do interior, a gente era recebida com foguete, com confeto,
10:41 com pedido de autógrafo. Era muito bom."
10:46 A primeira competição oficial em Minas Gerais ocorreu em 1983.
10:52 A FIFA enviou uma convocação para as confederações,
10:55 a fim de incentivar o futebol de mulheres,
10:57 no mesmo ano em que a prática foi regulamentada.
10:59 "Na época, eu era dirigente de futebol amador da capital e do interior do estado.
11:09 O meu presidente falou 'olha, vai ficar por sua conta a organização desse campeonato,
11:17 nós temos que criar aqui uma série de equipes para disputar campeonato'.
11:26 E com isso, servir a CBF também.
11:30 A recomendação veio para criar o futebol feminino,
11:34 mas assim, que houvesse uma bola mais leve,
11:38 que tivesse uma proteção para a região do peito,
11:44 e no entanto, um horário menor, um tempo menor."
11:50 Foi nesse momento que as equipes da Vila Olímpica e Camisa 12
11:53 se tornaram oficialmente Atlético e Cruzeiro.
11:56 "Eu jogava futebol de campo na equipe chamada Benfica, que era lá de Cotaz.
12:02 Eu sabia já que existia o Camisa 12, que era o Cruzeiro na época,
12:06 e existia o Labareda, que era o Atlético Mineiro.
12:10 Pessoal disseram que ia ter o primeiro campeonato feminino,
12:12 aí a equipe do Benfica recebeu o ovite para fazer uma integração das duas equipes,
12:22 e tirar as melhores que jogavam na época no Labareda,
12:26 e ia fazer uma fusão com o Benfica."
12:29 "É a Vila Olímpica."
12:31 "É a Vila Olímpica.
12:33 Então, o nosso técnico na época era o João Batista,
12:38 e ele recebeu esse convite, e foi quando a gente passou do Benfica,
12:44 juntou com o Vila Olímpica, e então surgiu o Atlético Mineiro."
12:50 "Aí, quando nós passamos a ser do time profissional do Cruzeiro,
12:55 entre aspas, né, que a gente usava o uniforme profissional,
12:59 mas a gente não tinha acesso a tantas coisas, né,
13:03 então, assim, aí a gente começou a fazer viagens,
13:06 começamos a jogar muito no interior, né, porque no interior tinha bastante time,
13:12 as meninas faziam, juntavam e faziam times,
13:17 e elas gostavam de jogar também, muitas delas vieram pro Cruzeiro,
13:21 do interior, de meninas boas de bolas demais da conta,
13:24 e vieram também pra jogar no Cruzeiro."
13:27 O Campeonato Mineiro teve apenas duas edições,
13:29 e o Atlético foi campeão em ambas.
13:31 Mesmo com a queda da proibição, e em um país que se aproximava da democracia,
13:35 o futebol de mulheres não recebia a mesma atenção que o masculino.
13:38 "Foi com muita, com muita luta, porque aí eu entrava no meio
13:43 pra pedir campo emprestado, né, porque não tinha,
13:49 tinha clube, mas não tinha campo.
13:52 Fui no Sesc, consegui lá umas três jogos lá,
13:58 a polícia militar, também aí na sede dela,
14:06 no Barro Preto, né, é da Meleira, né,
14:10 também ofereceu, e outros lugares.
14:14 Mas foi assim, tive que pedir, né, porque não tinha outro meio."
14:21 Aos poucos, as atletas passaram a ser remuneradas,
14:24 mas os valores ainda eram baixos,
14:26 o que obrigava muitas delas a ter outros empregos.
14:29 "Eu não lembro se era um salário mínimo..."
14:31 "É, geralmente dependia da posição de cada uma.
14:35 A titular ganhava tanto e, de modo de dizer, a reserva, né,
14:40 ganhava diferente, um pouquinho.
14:42 Mas geralmente era de dois salários mínimos."
14:46 Em meio às dificuldades, os times não sobreviveram por muito tempo.
14:49 Atlético e Cruzeiro desfizeram as equipes femininas
14:52 sem aviso prévio ou justificativas plausíveis.
14:55 "De 86 já acabou.
14:57 De 86 nós fomos pra Rio de Janeiro,
15:01 quando nós voltamos, o futebol feminino tinha acabado."
15:04 "Então, eles não fizeram uma reunião?"
15:09 "Não, com a gente não.
15:11 Não teve comunicado, só deram férias pra gente,
15:15 aí falou que talvez não ia mais voltar o futebol feminino.
15:18 E realmente não voltou."
15:20 "Eles simplesmente terminou a temporada, né, os campeonatos,
15:26 todo mundo entrou de férias, e normalmente a gente tinha um retorno
15:30 fevereiro pra voltar pras atividades, treinamento,
15:34 ver o que a gente ia disputar no ano e tudo.
15:37 Simplesmente chegaram e falaram que não ia ter mais futebol feminino no clube."
15:41 A ditadura militar acabou em 1985,
15:44 após 21 anos e muita pressão popular.
15:47 A primeira eleição direta para presidente do Brasil
15:49 só foi ocorrer em 1989,
15:51 ano seguinte a promulgação da Constituição Federal de 88.
15:57 "Quem dera nessa época, a gente teve uma geração tão boa,
16:01 nós aqui, né, tivemos uma geração tão boa,
16:04 quem dera nessa época se tivesse tido o apoio,
16:07 que graças a Deus, né, as oportunidades que ela tem, os campeonatos,
16:12 tem mundial, brasileiro, libertadores,
16:15 na nossa época não teve isso, hoje em dia elas têm,
16:19 graças a Deus ainda elas não estão no lugar ainda que deveriam estar,
16:24 mas já deu um passo muito grande para ainda, né?"
16:27 Quase 40 anos depois, o futebol feminino mineiro
16:30 ainda não figura no cenário nacional com grande destaque.
16:33 Mas existe potencial.
16:35 O Cruzeiro, atualmente, tem investido mais na categoria
16:38 e disputou a final da Supercopa Feminina em 2024.
16:41 As cabulosas perderam para o Corinthians,
16:43 uma das maiores potências do país.
16:45 O Atlético está em um momento de reconstrução,
16:47 após receber críticas pela estrutura precária oferecida ao elenco.
16:50 O clube reformou a Vila Olímpica,
16:52 onde os atletas treinam diariamente.
16:54 Elas disputam a Série A1 do Campeonato Brasileiro.
16:57 O América também tem um novo projeto,
16:59 que pretende atingir patamares maiores a partir desse ano,
17:02 em que, pela primeira vez, disputam a Série A1.
17:05 "Você vai ter pouquíssimas escolas que vão oferecer, efetivamente,
17:09 a possibilidade dessas meninas jogarem futebol.
17:12 Você vai ter escolinhas, você vai ter uma ou outra,
17:15 que eu conheço em Belo Horizonte,
17:17 são duas ou três que são específicas para meninas, para mulheres.
17:21 Você vai ter essas meninas que talvez vão jogar em escolinhas com meninos,
17:25 mas imagina, para um menino que nasce,
17:28 ele é incentivado o tempo inteiro a jogar futebol.
17:31 O primeiro presente dele provavelmente vai ser uma bola,
17:35 vai ser uma camisa de futebol,
17:37 e as meninas continuam sendo pouquíssimo incentivadas.
17:40 E aí, tem coisas ainda piores,
17:43 que é essa coisa mais estrutural do investimento dos clubes,
17:46 investimentos das federações, que são mínimos."
17:50 "O que eu espero para o futuro do futebol feminino
17:53 é que continue essa evolução que está acontecendo,
17:58 que a gente está vendo agora.
18:00 Muitas vezes parou no meio do caminho, voltou atrás,
18:03 deu um passo para frente, deu três para trás.
18:06 Então, hoje não. Hoje a gente está vendo que os passos estão sendo em frente."
18:12 Se o passado e o presente são de luta,
18:14 o futuro, ainda que incerto, precisa ser de esperança.
18:17 Olhando para a frente, mas sem nos esquecer do que passou.
18:20 No fim das contas, depois de relembrar a caminhada das mulheres
18:23 que foram pioneiras dentro e fora do campo,
18:25 fica uma certeza.
18:27 "Mas fizemos parte. Eu acho que foi muito bacana.
18:31 Vai ficar na história, como diz o outro.
18:34 Já está. Já está na história."
18:36 "É."
18:38 "É."
18:40 "É."
18:41 "É."
18:43 "É."
18:45 "É."
18:47 A CIDADE NO BRASIL
18:52 A CIDADE NO BRASIL
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