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O engenheiro mecânico Gerson Borini, que atuou na indústria automotiva por mais de 30 anos e hoje é um autoentusiasta e eletro entusiasta, fala sobre o avanço da eletrificação no setor automotivo.

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Motor
Transcrição
00:00Impressionante como a indústria automotiva já foi impactada por vários fatores, né?
00:05Você que cuidou muito tempo disso, cuidando inclusive da suspensão dos carros lá da GM,
00:11você sabe o quanto a gente passou por algumas revoluções industriais e tecnológicas
00:17dentro da indústria automotiva, até câmbio manual, câmbio automático, carros autônomos,
00:23a própria eletrificação, todo esse pacote de segurança,
00:27mas eu acho que aquele lá do começo deve ter impressionado muito as pessoas, né?
00:31Pararem de ver os carros à frente das carroças.
00:34Mas o que eu achei mais legal desse paralelo que o Paulo Manzano colocou ontem no Autoentusiastas
00:40foi justamente isso daí.
00:42Lá em 1895, final do século XIX, a população estava sendo impactada por isso, né?
00:49Ela está tirando a tração animal e passando a ser uma tração autônoma, vamos dizer assim, né?
00:55Na verdade ela foi puxada até pela própria bicicleta, né?
00:59Que a gente comentou, ou seja, as pessoas deixavam de andar a cavalo para andar de bicicleta
01:05e foram descobrindo outras maneiras de mobilidade, né?
01:08E hoje em dia a gente está vendo essa transformação para o carro elétrico, né?
01:15Então tem um monte de gente que acha que o carro elétrico começou ontem, né?
01:18Aqui no Brasil, principalmente, a gente começou a ver essa proliferação de carros elétricos.
01:24Ok, a Bio ID vai popularizando isso agora faz, ok, três anos, dois, três anos que começou a popularização.
01:31Mas, na verdade, a mesma coisa que aconteceu lá no final do século XIX, está acontecendo agora.
01:37Porque os carros elétricos que nós estamos vendo hoje, eles são evolução daqueles carros lá do final dos anos 90, né?
01:44Que a GM lançou aquele, o EV1 em 96, aí em 99 ou 98, a Toyota lançou o Prius, que era um carro híbrido.
01:57Ou seja, todos eles já migrando para uma propulsão elétrica, né?
02:03E hoje a gente vê o quê?
02:04Um negócio que já vem há 25, 30 anos acontecendo e agora está se tornando popular.
02:10Por que que esse momento agora, que eu até falo não só da chegada chinesa, eu vejo essa terceira onda da chinesa aqui no Brasil,
02:18mas também da parte da eletrificação, por que que está tendo esse crescimento tão grande nesses últimos dois anos aqui no Brasil
02:25e nos outros momentos de chegada de modelos eletrificados, a coisa não pegou tão forte?
02:31Gerson, qual que é a tua leitura disso?
02:33A minha principal leitura, eu acho que é acessibilidade.
02:36Ou seja, quanto que custa isso para o afegão médio, né?
02:41Quanto que a gente consegue pagar.
02:43Num primeiro momento, era um negócio que estava lá em cima, né?
02:46Era um patamar muito alto, muito caro.
02:49E pela tecnologia elétrica ser uma tecnologia cara, os fabricantes começaram a colocar primeiramente
02:57naqueles modelos mais de luxo, mais nobres, que já eram carros mais caros.
03:03Então, isso não dava muita acessibilidade.
03:06A hora que a gente vê esses fabricantes jovens, né?
03:10Você pega a BYU-ID, ela tem quantos anos?
03:12Tem 10 anos?
03:13Acho que não chega a 15 anos de idade, a idade da BYU-ID como fabricante de automóvel.
03:20Então, eles vêm com esses preços muito mais competitivos
03:24e dentro de um segmento mais baixo, isso começou a dar mais acessibilidade.
03:30Todo mundo começou a pensar no seu carro elétrico.
03:33O motorista do Uber, hoje, na hora que ele vai analisar que carro que ele vai comprar,
03:38ele faz as contas ali de qual que é a vantagem dele comprar um carro elétrico
03:43e muitas vezes ele pagar a prestação de um carro elétrico.
03:47Mesmo que no final da vida do carro elétrico, aquele carro não vale mais nem um centavo,
03:52o que ele economizou naquele tempo todo de uso, ele já ficou muito melhor do que se ele estivesse
03:59pagando manutenções e pagando um combustível tipo do álcool ou tipo da gasolina.
04:05Gerson, a gente começou falando exatamente desse impacto de 1895.
04:11nessa linha do tempo do teu histórico na indústria automotiva.
04:15Três anos entre uma montadora e atualmente há seis anos do nosso...
04:20Não.
04:21Trinta anos?
04:22Eu falei três anos?
04:23Você falou três.
04:24Três é pouco, hein?
04:25Trinta.
04:25Trinta anos do lado da indústria, né?
04:28E agora mais seis como autoentusiasta, ou seja, do nosso lado aqui da mídia.
04:33Quais foram as maiores revoluções que você viu dentro da indústria automobilística?
04:38Maiores revoluções?
04:39É, os maiores impactos.
04:40Eu acho que o principal é essa popularização do elétrico.
04:44E hoje o que eu vejo é o seguinte, em todos os lançamentos que a gente vai,
04:49que a gente conversa com executivos de empresas, às vezes, logicamente,
04:53eles não falam para a gente o que eles estão trabalhando, no que eles estão fazendo desenvolvimentos.
05:00Mas o que a gente percebe é o seguinte, não tem mais ninguém ou pouca gente trabalhando em desenvolvimento de motores a combustão.
05:10Recentemente eu perguntei para um executivo de um outro fabricante,
05:14e carro sedã, qual que é o teu próximo lançamento? Vai ser um carro sedã?
05:20O cara fez aquela cara de conteúdo para mim, assim, do tipo, sedã a gente não pensa mais também.
05:26Então...
05:26O sedã você acha que está indo para o mesmo caminho das peruas?
05:28Eu acho que sim, sim, sim, sem dúvida.
05:30Não se fala mais de peruas também.
05:32Não se fala mais de peruas, tá?
05:34O sedã está cada vez minguando mais.
05:37E um outro que eu te falo, já te adianto, né, que vai minguar,
05:41e quem me abriu o olho nisso aí foi o Felipe Ribeiro, do...
05:46Que é amigo nosso também, jornalista também, os hatches.
05:51Os hatches também estão terminando.
05:53O ciclo dos hatches está cada vez ficando mais curto,
05:57porque todos os carros estão sendo levantados e estão tomando, vamos falar assim,
06:02aquelas dimensões básicas de um SUV.
06:06Então está tudo virando meio SUV.
06:08Até o Renault Kwid, ele é o SUV dos compactos, né?
06:13Então a grande mudança que eu vejo é essa.
06:15A migração para o lado da eletrificação,
06:21seja com elétrico puro ou nos híbridos,
06:24esse novo híbrido que agora, recentemente, a Stellan se lançou no Fiat,
06:30que é o Fiat Pulse e o Fastback, que é esse híbrido leve,
06:35com certeza essa tecnologia nós vamos ver esse ano ainda em carros da GM,
06:40nós vamos ver esse ano em carros da Renault,
06:42nós vamos ver outros carros aplicando essa mesma tecnologia de um híbrido leve,
06:48porque precisa ter isso.
06:50É aquilo que eu falo, para conseguir atingir os níveis de emissões
06:53que cada vez mais estão mais baixos, mais restritivos,
06:58os carros vão ter que andar um tempo,
07:00ou com o motor a combustão desligado,
07:04ou com ele fazendo menos força,
07:05e compensando essa força com uma assistência elétrica.
07:09Borini, você levantou o carro ainda há pouco,
07:12falando desses carros mais altos,
07:13eu vou levantar a bola para o assunto que é a prata da casa de Gerson Borini,
07:18que é o assunto suspensão.
07:20No Máquinas da Pan, a gente estava relembrando,
07:22você já deu uma aula sobre suspensão,
07:25uma aula sobre direção e também sobre design.
07:28Mas eu entendo que, como engenheiro na indústria automotiva,
07:31a sua especialidade era a suspensão, não é isso?
07:35A gente vê muito o momento nosso de Brasil
07:38entre SUVs e picapes, como a gente falou agora.
07:41A gente não vê muito lançamento de sedã,
07:43os hatches estão diminuindo,
07:45as peruas já praticamente não existem,
07:47mas a gente vê cada vez mais lançamentos,
07:50seja híbrido, elétrico, a combustão de SUVs ou picapes.
07:54Uma picape importada, por exemplo,
07:57quando vem para o Brasil,
07:58existe lá um tipo de terreno,
08:00um tipo de asfalto,
08:02uma mobilidade, às vezes, muito mais suave que a nossa,
08:05principalmente quando a gente fala de São Paulo
08:07e das nossas vias públicas, inclusive estradas.
08:10Esse carro sofre uma tropicalização,
08:13porque quando ele é fabricado,
08:15é tranquilo, você, como engenheiro,
08:17você já vai projetar aquele carro para o nosso terreno.
08:19Mas um carro fabricado na Alemanha,
08:21ele vem para o Brasil,
08:22e lá com aquele asfalto da Autobahn,
08:24ele vem para o Brasil,
08:25ele sofre uma tropicalização para aquela picape conseguir ler o terreno da mesma maneira?
08:34Cara, eu te falo, talvez te respondo essa pergunta em algumas fases,
08:40todo mundo pensa sempre na parte da suspensão e do combustível,
08:46o nosso combustível é diferente e o nosso terreno aqui é diferente,
08:50então a suspensão tem que ser adaptada para isso.
08:52Mas não adianta você adaptar somente a suspensão,
08:56se você não adaptar o carro inteiro.
08:59Então, o que aconteceu ao longo do tempo, vamos falar assim,
09:05nesses 30, quase 40 anos,
09:07entre GM e outros fabricantes que eu trabalhei,
09:10houve algumas evoluções.
09:13A primeira evolução que aconteceu é na parte estrutural da carroceria.
09:18A carroceria para vender aqui no Brasil,
09:21ela tem que receber alguns reforços a mais.
09:25E esses reforços por quê?
09:26Porque na hora que você anda aqui no Brasil,
09:28você tem um negócio chamado torção.
09:30Então, você pega a carroceria do teu carro,
09:33você vai passando uma lombada, numa valeta,
09:35você vai torcendo muito mais.
09:37E isso é fadiga.
09:39E fadiga é uma coisa muito interessante.
09:41Fadiga é um fenômeno da mecânica
09:45que ele é cumulativo.
09:46Por exemplo, se um clipes,
09:48se você abrir e fechar esse clipes 10 vezes,
09:51quebrar,
09:52tudo bem, você vai sair.
09:53Abrir 10 vezes vai quebrar.
09:54Tá bom.
09:54Se você abrir 8 vezes
09:56e deixar ele aqui em cima da mesa
09:58por um ano,
10:00ele vai estar aí ainda.
10:01Daqui a um ano, você vai pegar ele,
10:03ele vai ter mais duas ciclagens só.
10:05Você vai dar mais duas ciclagens,
10:06ele vai quebrar.
10:07Ou seja, é um negócio cumulativo.
10:09Ele não acumula só pelo tempo,
10:11e sim pelo uso.
10:12A estrutura molecular,
10:13ela acaba se modificando.
10:15Exato.
10:15E fica mais frágil.
10:16Exatamente.
10:17Então, a carroceria precisava,
10:19sempre precisou receber reforços.
10:22Aí o que aconteceu ao longo dos tempos,
10:24vamos falar assim,
10:25os requisitos de segurança veicular
10:28cresceram muito,
10:30no mundo afora.
10:31Então, na Alemanha,
10:32nos Estados Unidos,
10:33aqueles testes de impacto que são feitos,
10:36impacto frontal,
10:37impacto lateral,
10:39o que foi sendo visto?
10:40que muitos desses reforços para que a carroceria traga mais segurança para os ocupantes,
10:49eles ajudavam também na resistência a essa torção.
10:53Então, passou a ser necessário menos reforços para esses carros aqui no Brasil.
11:00Mas, mesmo assim, tem que ter reforços.
11:03Então, muitos fabricantes,
11:04os principais fabricantes que estão aqui no Brasil,
11:08eles têm, às vezes,
11:09uma configuração de carroceria
11:11para vender um carro na Europa,
11:14nos Estados Unidos,
11:15e outra configuração para vender no Brasil,
11:17na Índia,
11:18na China,
11:19em países chamados países emergentes
11:22ou países em desenvolvimento.
11:23Então, aí, assim,
11:24sofre uma tropicalização.
11:25Então, a tropicalização começa por aí.
11:28Essa seria a primeira fase.
11:30E aí, você entra justamente
11:32nas partes do carro,
11:34nas partes móveis,
11:35aquelas que estão trabalhando
11:37ao passar por uma lombada,
11:39passar por uma valeta,
11:40e passar por esse monte de
11:42remendo de asfalto que a gente tem
11:44Brasil afora,
11:45e estradas muito mal conservadas, né, Alex?
11:49Então, você tem, praticamente,
11:52as buchas de suspensão.
11:54Aquela pecinha de borracha,
11:56pequenininha,
11:57que vai ali numa bandeja e tudo mais.
11:59Aquela peça,
12:00ela precisa estar de acordo
12:02com as solicitações que vai ter
12:05aqui dentro,
12:06utilizando o carro no nosso terreno.
12:09As molas, a mesma coisa.
12:11Tem que ter uma resistência maior.
12:14E o principal de todos,
12:15são os amortecedores.
12:18Os amortecedores,
12:19eles têm duas situações,
12:21são muito críticas
12:22para o Brasil,
12:23para o brasileiro.
12:24A primeira,
12:25aquela que eu tenho certeza
12:26que a maior parte
12:27dos nossos leitores,
12:30da nossa audiência,
12:31seja no meu canal,
12:32nos seus canais,
12:34eles devem já ter percebido
12:35isso daí.
12:36Que é a queda de roda.
12:37Que a hora que você passa
12:38numa lombada,
12:39um pouquinho mais rápido,
12:40o carro dá aquela empinada,
12:42a suspensão inteira abre,
12:44a roda,
12:45vamos falar assim,
12:45a carroceria vai para cima
12:47e a roda vai para baixo.
12:48E aí você tem um barulho
12:50que é um estampido,
12:51que é o fim de curso
12:52de abertura da suspensão.
12:54Existe uma...
12:55Esse é o ponto mais crítico?
12:56Esse é um dos mais críticos
12:57para os usuários,
12:58que o usuário,
12:59ele percebe.
13:00Você passou um pouquinho
13:01mais rápido numa lombada,
13:03dá um plow
13:03na suspensão diante.

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