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Com o avanço da criminalidade, grupos especializados em roubos de celulares têm adotado novas estratégias. O delegado Gustavo Mesquita, que já atuou no Grupo de Operações Especiais (GOE) de Guarulhos, afirmou que as forças de segurança estão preparadas e monitorando a atuação das quadrilhas.

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Transcrição
00:00A campanha da Jovem Pan chega de violência, abre espaço para as vítimas relatarem os casos de criminalidade.
00:06O combate ao roubo de celulares se tornou um desafio, enquanto as gangues mudam de estratégia e tentam driblar a polícia.
00:15O nosso convidado agora aqui no Jornal Jovem Pan, o delegado Gustavo Mesquita, que já atuou inclusive no GOI,
00:19o grupo de operações especiais em Guarulhos.
00:22Delegado, uma honra receber o senhor aqui, muito obrigado, boa noite.
00:27Boa noite a todos, estou à disposição.
00:28Delegado, claro que se fala muito sobre a sensação de insegurança aqui em São Paulo
00:35e os roubos a celulares viraram algo crônico, não só aqui em São Paulo, mas de grandes cidades pelo Brasil.
00:43Inclusive essa mudança de tática de alguns grupos, eles não andam mais com garupa,
00:48porque isso chama muito a atenção da polícia e também das próprias pessoas que transitam nas suas.
00:53Qual é a final, delegado, ou qual pode ser o primeiro passo para começar a se amenizar essa questão dos roubos aos celulares,
01:01obviamente combatendo a receptação e mudando leis no Congresso Nacional?
01:05Nada deve ser isolado, não é, delegado?
01:07É, sem dúvida.
01:10Então, como você disse, os criminosos, eles vão naturalmente migrando, eles vão procurando evoluir a maneira de atuação
01:18de acordo justamente com a atuação da polícia.
01:21Conforme nós avançamos, procuramos identificar padrões de condutas,
01:26eles vão mudando esses padrões de modo a tentar nos driblar e assim continuar praticando crimes.
01:32Essa maneira, esse modo desoperante de prática de roubos, principalmente roubos, latrocínios,
01:40no qual dois indivíduos atuavam na mesma moto, se tornou muito comum.
01:49E, diante disso, o número de abordagens feitos pela polícia era sempre em maior número nessas motocicletas com dois indivíduos.
01:58Então, hoje, as quadrilhas, elas atuam, muitas vezes, com diversos veículos, mais de uma moto.
02:05Às vezes, um indivíduo na moto faz a abordagem, outro, ele aguarda, dando a contenção, o apoio, às vezes, duas motos, três motos.
02:14Eles também trabalham muito com o rodízio, né?
02:17Aquele objeto, no momento em que ele é roubado, o celular, por exemplo, que é um objeto de desejo dos criminosos,
02:22ele já é repassado por uma segunda moto, uma terceira moto, muitas vezes é feita a troca de placas.
02:28Enfim, agora, nós, das forças policiais, nós estamos preparados também e acompanhando esses movimentos.
02:35E, na verdade, a gente procura estar sempre um passo, dois passos além.
02:39Então, a gente está identificando sempre essas mudanças de conduta
02:43e procurando enxergar esse tipo de atuação de maneira sistêmica.
02:48É muito importante isso. As forças policiais têm que enxergar o roubo,
02:54seja de celular, qualquer tipo de modalidade criminosa, não somente isoladamente,
02:59mas de maneira sistêmica, identificando toda a cadeia ilícita, a cadeia criminosa,
03:04identificando as quadrilhas, os chefes das quadrilhas.
03:07Agora, para isso, nós precisamos de investimento, valorização,
03:11e aí a gente precisa sempre do poder público que invista no efetivo,
03:15repõe o efetivo das nossas forças policiais.
03:18Faltam hoje policiais civis, cerca de um terço da polícia civil,
03:23um terço de policiais militares, também equipamentos, armamentos,
03:27coisa que estamos tentando recuperar com o governo Tarcísio, o secretário de RIT,
03:31mas ainda falta bastante, como você falou, a nossa legislação, que ainda é bastante frouxa.
03:36Não adianta nada a polícia fazer a parte dela, prender,
03:39se muitas vezes esse indivíduo, no dia seguinte, ele sai numa audiência de custódia,
03:43depois de uma progressão de regime, levando a sensação para o povo,
03:48para os criminosos, de que vale a pena praticar crimes nesse país.
03:51É isso que a gente tem que mudar.
03:52O delegado, qual que é, então, obviamente, a tendência para a polícia?
03:57Porque a gente fala muito, ah, é preciso combater a receptação.
04:01Como que se dá a investigação até chegar a esses grupos que recebem os celulares
04:07que são roubados nas ruas?
04:09Porque tem também, aqui em São Paulo, uma ampliação do número de câmeras de segurança,
04:14em prédios, não só particulares, mas também da própria prefeitura.
04:19Mas, muitas vezes, eu já vi até mesmo um especialista em segurança
04:23falando que, no caso das motos, porque eles estão com os capacetes,
04:27é muito difícil fazer uma identificação, não é?
04:29É, é sempre um desafio.
04:34Conforme os recursos tecnológicos vão avançando,
04:38naturalmente, os criminosos vão fazendo uso, vão lançando mão desses recursos.
04:43Mas nós, das forças policiais, nós também temos feito,
04:46e hoje nós temos recursos tecnológicos que nos auxiliam bastante na identificação.
04:52Na identificação, na investigação e na prisão desses indivíduos.
04:55Então, hoje, a tecnologia é um grande aliado nosso.
04:59A gente tem, hoje, as câmeras inteligentes.
05:02Aí, na capital, o Smart Sampa é um excelente exemplo disso.
05:05Câmeras inteligentes, integradas com todas as forças policiais,
05:09com a análise dos dados, de maneira de se utilizar a inteligência artificial.
05:18E isso tem ajudado muito a gente identificar e prender indivíduos.
05:24Da mesma maneira, também, os dispositivos aí de reconhecimento facial da Polícia Civil,
05:31que são utilizados aí já em larga escala,
05:34com... da mesma maneira que lá no passado a gente tinha somente as impressões digitais,
05:40hoje temos também o reconhecimento facial,
05:44dentre outros recursos tecnológicos que a Polícia Civil e outras forças policiais,
05:49hoje a gente se utiliza bastante.
05:52O delegado, hoje, aqui em São Paulo, nós tivemos um caso na Zona Leste, no bairro da Moca,
05:57em que um grupo de criminosos roubou uns 15 vítimas, 15 pessoas,
06:02praticamente uma na sequência da outra.
06:05Há, obviamente, muita ousadia dos criminosos.
06:10O senhor ainda se surpreende com informações como essa,
06:12com bandidos que promovem assaltos,
06:16mesmo com a polícia mais perto,
06:19assaltos até próximos a distritos policiais.
06:22Há uma surpresa ainda por parte da polícia?
06:26Olha, na verdade, eu não me surpreendo
06:28e creio que a grande maioria dos policiais também não se surpreende.
06:31A ousadia dos criminosos já é algo tradicional
06:35e é algo que vem avançando de acordo com a sensação de impunidade
06:39gerada pelas nossas leis frouxas, as leis fracas, como você disse,
06:43identificada em uma quadrilha que já é identificado 15 roubos praticados por eles.
06:48Mas se nós formos pensar, tem muito mais além desses 15.
06:52Se a gente fizer um exercício aqui de pensamento,
06:55é interessante a gente pensar quantos roubos o indivíduo pratica,
06:59ele que encara a atividade criminosa como um ofício.
07:03Essa é a realidade.
07:04O ladrão, ele encara a atividade criminosa como um ofício.
07:07Ele acorda cedo, ele vai roubar,
07:09depois ele termina o dia
07:10e aí ele pensa novas maneiras de ser mais eficiente
07:15no ofício dele, que é o crime.
07:17Quantos roubos esse indivíduo, ele não pratica um celular, por exemplo,
07:23até que ele esteja preso, se ele for preso?
07:27Talvez centenas, talvez milhares de roubos, milhares de aparelhos celulares, de carteiras.
07:34E aí quando ele é preso, se ele for preso, ele vai ter à sua disposição
07:37essa quantidade imensa, infindável de benefícios, de privilégios.
07:43A saída temporária, a audiência de custódia, a progressão de regime,
07:48livramento condicional, dentre tantos outros recursos que vêm a contribuir
07:54para essa sensação de impunidade.
07:56Então essa é a realidade.
07:57A gente chega nesse ponto em que o indivíduo passa a crer,
08:00ele faz uma análise racional, como todos nós fazemos.
08:03O empresário faz uma análise de risco quando ele vai empreender,
08:07entrar em determinado negócio.
08:09O criminoso faz essa mesma análise porque é um ser humano
08:11que tem a sua personalidade já voltada para o mal.
08:15E dentro dessa análise de risco e benefício,
08:18ele chega à conclusão de que o benefício vale o risco que ele corre.
08:23Então essa é a realidade que a gente tem hoje
08:25e essa é a realidade que a gente tem que combater.
08:28Combater a impunidade com repressão, investimento nas forças policiais
08:32e as nossas leis, sem dúvida alguma, que precisam mudar.
08:36Precisamos de leis fortes que transmitam essa sensação inversa
08:40do que nós temos hoje.
08:41A sensação de que se o indivíduo praticar crime,
08:44seja ele qual for, ele vai para a cadeia
08:46e lá ele vai permanecer por um tempo.
08:48E sem direitos, sem privilégios.
08:50Porque a cadeia não é para ser um lugar agradável.
08:52É um lugar para a pessoa ir e realmente ter uma reprimenda,
08:56uma sanção para que ela não venha mais a praticar aquela conduta.
09:00Delegado Gustavo Mesquita, da Polícia aqui de São Paulo,
09:03muito obrigado mais uma vez pela participação na Jovem Pan.
09:06A gente volta a se falar.
09:07Boa Páscoa, até a próxima. Um abraço.
09:10Eu agradeço, sempre à disposição.
09:12Boa Páscoa a todos.
09:12Boa Páscoa a todos.

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