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KILLER FÚRIA ASSASSINA

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00:00Música
00:30Música
00:59Não muito distante da época dos pioneiros e colonizadores, a área rural de Montana dos anos 50 era calma e deslumbrante.
01:13Nos anos 50, Shelby e Montana era uma pequena e tranquila comunidade de 3 mil pessoas próximo à fronteira do Canadá.
01:22Aquela parte do mundo no oeste de Montana é muito plana.
01:25Muitos pensam em Montana como uma região montanhosa, mas lá não é. A única coisa que se podia ver eram bombas de petróleo.
01:32As distâncias eram tão grandes e a área tão rural que as pessoas ainda andavam a cavalo na época.
01:39Era uma comunidade rural bem unida, um lugar bem agradável.
01:45Música
01:47Enquanto o sol se põe em uma tarde de primavera, um pastor de ovelhas observa algo estranho na paisagem de sua propriedade.
01:56Seu nome era George Jenkins, um pastor de ovelhas local. Todos o chamavam de Scotty.
02:00Ao olhar para o campo, ele viu um grande aglomerado de pássaros.
02:05E tal quantidade de pássaros sempre significa que algo grande morreu.
02:09George Jenkins caminha vagarosamente pelo campo.
02:15Ao se aproximar do local onde os pássaros sobrevoam, ele se choca com a descoberta que faz.
02:21Ele foi até o local e para seu espanto, ele viu meu avô deitado de bruxos com o rosto na lama.
02:28A polícia chega e encontra o corpo de Clarence Pellett, um empresário local.
02:36Seu rosto estava na lama e ele fora baleado sete vezes nas costas a queima-roupa.
02:43Eu diria que eles foram pegos de surpresa.
02:46Em uma comunidade como aquela, a polícia não estava acostumada a ter um homicídio brutal como esse.
02:52Se este tipo de homicídio tivesse ocorrido na cidade de Nova York durante os anos 50, teria sido apenas um de muitos.
03:00Mas este era um amigo. Este era um vizinho. Alguém que todo mundo conhecia.
03:06A polícia descobre oito cápsulas calibre .45 próximas ao corpo da vítima.
03:11Eles não sabem como agir em um caso em que um membro da própria comunidade foi morto.
03:15Acho que pelo fato de Shelby ter sido uma comunidade tão pequena, unida e familiar, um acontecimento como este é terrível.
03:26Um homem comum com uma família é brutalmente baleado, assassinado sem motivo algum.
03:34Meu avô veio para Montana em 1910.
03:38Então em 1924 ele se casou com a minha avó.
03:42E infelizmente eu não cheguei a conhecer o meu avô, pois ele morreu dois anos antes de eu nascer.
03:50Quando seu corpo crivado de balas foi encontrado, Clarence Pellett estava desaparecido havia somente 24 horas.
03:57Ele foi alvo de uma extensa busca pela comunidade desde que foi declarado desaparecido na tarde anterior.
04:06Na noite anterior, Clarence não voltou para casa após o trabalho.
04:12Se eu fosse mãe de seis crianças, estaria histérica.
04:15Tenho certeza de que a senhora Pellett estava.
04:18Ela estava preocupada com os filhos e, mais do que isto, estava preocupada com ele.
04:25Minha avó ligou para o delegado Dunstall por volta das 20 horas.
04:28Ela estava muito nervosa.
04:30Meu avô nunca se atrasava, era sempre pontual.
04:33Sim, senhor.
04:34Então o delegado Dunstall contatou seu amigo Smokey Denison, que era o chefe de polícia de Shelby.
04:40Eles decidiram percorrer as principais ruas e falar com as pessoas para ver se alguém tinha visto o meu avô.
04:46Shelby tinha apenas três quarteirões, então não foi difícil achar alguém que tinha visto o meu avô.
04:51Todos disseram que meu avô falara com alguns estranhos, que eles presumiram ser empresários interessados em concessões de petróleo.
04:58Os policiais souberam que os dois empresários dirigiam um grande buíque preto.
05:05O delegado Dunstall e Smokey pensaram que aquilo podia ser um negócio de petróleo que der errado.
05:13A polícia imediatamente emitiu um alerta para um buíque preto dirigido por dois misteriosos empresários do petróleo.
05:22Naquela noite, eles se prepararam para uma busca na manhã seguinte.
05:25A comunidade toda parou.
05:29Todos começaram a procurar por meu avô.
05:32As lojas fecharam e as igrejas também.
05:35Eles pegaram as crianças, as colocaram em ônibus escolares e as deixaram em intervalos de um quilômetro e meio, seis de cada vez.
05:42Três pessoas de cada lado caminhavam até a intersecção seguinte.
05:46A comunidade inteira de Montana parou e começou a procurar pelo amigo e vizinho.
05:50Tinham pessoas a cavalo.
05:54Havia cerca de cem carros envolvidos na busca.
05:57Havia aviões procurando, o que na época era uma grande coisa.
06:01A comunidade toda se uniu para tentar encontrá-lo.
06:04Sweetgrass, Montana.
06:05Cinco de abril de 1951.
06:06Enquanto a cidade continuava a busca, as autoridades foram informadas de que um Plymouth similar ao que Clarence possuía havia sido encontrado abandonado perto da fronteira canadense.
06:17O carro do meu avô fora levado até Sweetgrass e é abandonado no acostamento de uma estrada.
06:23O chefe de polícia de Shelby, Smoke Denison, descobre que alguém limpar as impressões digitais deixadas no carro.
06:30A polícia questionou o máximo de pessoas que pôde e ninguém tinha visto o Sr. Pellett ou o carro dele desde a noite anterior.
06:37Por volta da mesma hora, as autoridades recebem um telefonema de um restaurante local.
06:42Uma garçonete do 49er Driving, após ouvir a emissão de rádio, contatou o delegado Dunstall.
06:50Ele disse que havia visto meu avô pegando um viajante ao lado do Driving.
06:59A garçonete descreve um viajante jovem usando um terno cinza claro esperando na esquina por uma carona.
07:06Ele vê Clarence Pellett parar o carro e dar ao forasteiro uma carona.
07:09Como parte da descrição, ela diz à polícia que o rapaz tinha um corte de cabelo ao estilo hollywoodiano.
07:18Era comum as pessoas darem carona aos viajantes.
07:21Era o que faziam, agiam como bons samaritanos.
07:24Então Dunstall disse, ok, nós já temos um alerta para o buique preto.
07:29Agora vamos emitir outro para esse rapaz e ver o que acontece.
07:32A polícia continua a busca nas rodovias pelo buique preto e agora também pelo rapaz com cabelo ao estilo hollywoodiano.
07:40O alerta chega aos condados vizinhos e até a província canadense de Alberta, mas a noite logo acaba sem qualquer sinal de nenhuma das pistas.
07:49A polícia descobrirá o carro e o corpo baleado de Clarence Pellett antes de qualquer informação sobre o suspeito.
07:59Um suspeito que sozinho conseguiu destruir a inocência e a tranquilidade de Shelby para sempre.
08:05Em uma noite gélida de abril de 1951, a pequena comunidade rural de Shelby, Montana, foi alertada para o desaparecimento de Clarence Pellett.
08:22No dia seguinte, o corpo crivado de balas de Clarence é encontrado de bruxos no pasto de uma fazenda.
08:27Dois empresários dirigindo um buique preto são procurados para interrogatório quando uma garçonete local diz à polícia que viu Clarence pegando um jovem viajante com penteado ao estilo hollywoodiano horas antes de ser declarado desaparecido.
08:41Um alerta foi emitido.
08:44Shelby, Montana.
08:46Logo após descobrir o corpo da vítima, a polícia de Shelby recebe um telefonema crucial das autoridades do lado canadense da fronteira.
08:53A polícia federal do Canadá disse que tinha um homem sob custódia que correspondia ao suspeito que procuravam em Montana.
09:04Lethbridge, Alberta.
09:05Mais cedo naquele dia, o senhor e a senhora Dunn, que viviam em Lethbridge, Alberta, Canadá, estavam almoçando e ouvindo o rádio ao mesmo tempo.
09:13Eles haviam escutado o alerta sobre um rapaz com penteado ao estilo hollywoodiano.
09:17A senhora Dunn olhou sobre a cerca e viu um rapaz ao lado da estrada, tentando pegar carona, que correspondia à descrição.
09:24Ela disse ao marido, aquele é o garoto, lá está ele.
09:27Ele não acreditou de imediato, então desceu a escada e gritou de volta, é ele, você está certa, olha a placa, ele está entrando em um carro.
09:36Ela gritou de volta, eu não consigo ver os números, mas a placa parece ser da corda de Calgary.
09:40Então ele ligou para a polícia de Lethbridge e informou que viu o rapaz com cabelo ao estilo hollywoodiano entrando em um carro com placas de Calgary.
09:55A polícia montada do Canadá entra em ação e rapidamente articula uma busca pelas rodovias que saem de Lethbridge.
10:01Como diz o registro, a polícia federal do Canadá reuniu seus carros com rádios novos em folha e armou uma estratégia de busca que abrangia desde Lethbridge até Calgary, parando qualquer veículo sobre rodas.
10:18Oeste de Lethbridge, Alberta.
10:20A ação rápida e eficiente da polícia do Canadá logo dá resultado.
10:25Em apenas uma hora, eles encontram o suspeito no banco do passageiro de um carro rumo ao oeste.
10:31O nome do suspeito é Frank Dryman.
10:35Ele é um andarilho de 19 anos da Califórnia.
10:40Após revistá-lo e interrogá-lo, a polícia do Canadá o leva imediatamente para as autoridades de Shelby que cancelam o alerta sobre o buique preto.
10:49Como muitos suspeitos falam, ele disse, eu não fiz isso, vocês pegaram o cara errado.
10:56E, entretanto, dado o fato de ele ter sido a última pessoa vista com o Sr. Pellett e as condições que haviam na época, acho que a polícia estava correta em pensar que estavam com o cara certo.
11:14Shelby Montana.
11:15Na manhã seguinte à prisão, o promotor de Two County acusa Frank Dryman de homicídio doloso.
11:23Ele foi interrogado constantemente por uma semana e continuou arrogante e insolente o tempo todo.
11:28O funeral do meu avô se deu no dia 12 de abril.
11:31Então, a atmosfera de Shelby passou de medo para ódio.
11:36Shelby Montana. 11 de abril de 51.
11:39Então, de repente, no dia 11 de abril, Dryman cede.
11:42Ele fornece uma confissão escrita detalhando o crime.
11:47Dryman nasceu em 4 de junho de 1931, em Napa, Califórnia, em uma família grande e pobre.
11:55Dryman cresceu em uma família de alcoólatras e foi parar em um ar adotivo.
12:00Ele teve uma infância muito turbulenta e, por toda a adolescência, teve acesso a armas nessa casa.
12:06Na verdade, ele sempre teve com ele uma arma, durante toda a vida dele.
12:14Quando Dryman tinha 16 anos, foi detido pela polícia por se envolver em um assalto a uma loja de bebidas em Nevada.
12:22Ele entrou para a marinha aos 17 anos.
12:25Ele foi forçado a isso, pois de outra forma iria para a cadeia.
12:29Dryman serviu em um navio por pouco tempo.
12:31Geralmente, ele era violento e temperamental.
12:33Foi dispensado em 1949 por ameaçar seus colegas com uma faca e por problemas mentais.
12:42Após a dispensa da marinha em 1949, Dryman começa a rodar a nação como andarilho.
12:50Ele viajou da Califórnia para a Carolina do Norte e voltou novamente de carona, fazendo trabalhos estranhos ao longo do caminho.
12:57Ele nunca se adequou à sociedade, nunca se estabeleceu e criou raízes.
13:02Alguns de seus parentes lhe ofereceram ajuda, mas ele ficava somente um mês e começava a viajar de novo.
13:10Ele gostava dessa vida e praticava atividades criminais ao longo do caminho.
13:15Em 1951, Frank Dryman ostenta um popular penteado ao estilo hollywoodiano e carrega uma pistola calibre .45.
13:23No dia 2 de abril, ele deixa a nevada rumo ao norte.
13:29Aparentemente, ele estava viajando ao Canadá para encontrar uma namorada que tinha lá.
13:34Em 4 de abril, Dryman chega a Shelby, Montana.
13:386h02 da tarde.
13:40Ele usava um blazer leve.
13:41Estava mal vestido.
13:42Muitos já haviam lhe negado carona naquele dia.
13:45Estava frio e nublado e ele não queria que isso acontecesse de novo.
13:48Meu avô pegou entre 5h30 e 6h naquela tarde.
13:55Dryman diz à polícia que sua vítima seguiu para o norte, deixando Shelby e que tentou estabelecer uma conversa.
14:02Dryman não está afim de conversa e permanece em silêncio enquanto Clarence pergunta sobre sua vida.
14:08Ele disse que o velho continuava a fazer perguntas, que não se calava.
14:11O meu avô dirigiu por 20 ou 25 quilômetros, virou para o leste e disse que o deixaria lá.
14:21Dryman tinha uma arma.
14:24Ele a sacou para o Sr. Pellett e disse, não, continue dirigindo.
14:29Clarence Pellett, em choque, tenta argumentar com Dryman.
14:33Ele implorou para Dryman, não faça isso.
14:36Eu tenho seis filhos, sou um homem de família.
14:38Você pode levar o meu carro, leve o meu dinheiro.
14:40Dryman olhou para ele e disse, não, você vai contar aos outros sobre isso.
14:44Eu não vou falar nada, você não precisa fazer isso.
14:48Dryman diz que ficou enojado pela forma como Clarence chorava e implorava por sua vida.
14:54Ele o força a dirigir até uma área remota.
14:57Quando o carro parou, Dryman ordenou que meu avô saísse.
15:02Meu avô ficou de joelhos e rogou por sua vida.
15:05Dryman ergueu a arma e meu avô sabia que iria morrer.
15:10Então, ele se levantou e começou a correr.
15:16Dryman fez a mira, atirou uma vez e errou.
15:20E no segundo tiro, Dryman pensou, ele morreu.
15:25Então, ele foi até o corpo e disparou mais seis balas nas costas do miófilo.
15:33Dryman depois disse que pôde sentir a arma quente em suas mãos e o som em seus ouvidos.
15:38Então, Dryman segue para a fronteira canadense no carro da vítima.
15:44Perto de Sweetgrass, ele esvazia a carteira de Clarence e abandona o veículo.
15:49Dryman decidiu que precisava se livrar da arma.
15:52Ele a desmontou como havia prendido na marinha, fez um buraco, enterrou a arma, a munição extra e cobriu o buraco com algumas pedras.
16:00Então, foi a um hotel local e dormiu no lobby.
16:05Na manhã seguinte, pegou um ônibus e seguiu para Lethbridge.
16:09A polícia se surpreende com a frieza e a brutalidade da confissão do jovem.
16:18No dia seguinte, cidadãos revoltados tomam as ruas e se aglomeram no tribunal de Shelby para dar uma boa olhada em Frank Dryman.
16:26Ele se declara culpado do homicídio e ameaça em voz alta a população e membros da família Pellett.
16:31O juiz R.M. Hattersley preside a sessão e condena Dryman à morte por enforcamento.
16:39É a primeira sentença de morte do condado em mais de 40 anos.
16:44Os jornais se referem ao homicídio como o ato mais covarde da história de Tull County.
16:50Um membro de uma comunidade unida foi brutalmente assassinado.
16:54A revolta tomou conta de todos.
16:56Eles conduziram uma busca, uma caçada internacional, encontraram o homem e o fizeram confessar.
17:03Acabou. Foi um sucesso.
17:06Mas o destino de Dryman está longe de ser definido.
17:10Na época, a população de Shelby não sabia, mas a vida de Dryman como criminoso condenado estava apenas começando.
17:17No dia 4 de abril de 1951, Clarence Pellett, um comerciante na pequena cidade de Shelby, Montana, é assassinado por um andarilho chamado Frank Dryman.
17:28Dryman, de 19 anos, foge para o Canadá, mas é rapidamente detido e trazido de volta a Shelby, onde se declara culpado por balear Pellett nas costas sete vezes.
17:38Apenas uma semana após o homicídio, um juiz local sentencia Dryman à morte por enforcamento.
17:45Os cidadãos de Shelby começam a construir a forca, mas uma súbita onda de oposição nacional ameaça mudar os planos.
17:54O caso logo se tornou controverso, pois tomou proporções nacionais.
18:00O Partido Comunista saiu em defesa de Dryman.
18:04Eles eram contra a pena de morte.
18:05A comunidade rural de Montana não reagiu bem.
18:09Eles tinham o culpado e tinham suas punições.
18:12Eles queriam enforcá-lo.
18:14Ben Dryman foi capturado no Canadá em 5 de abril e trazido para Shelby, Montana.
18:22Ele foi julgado e condenado no dia 12 de abril, acreditei.
18:26A execução foi agendada para 1º de junho.
18:30Então, estamos falando de dois meses de intervalo, o que no mundo atual não acontece.
18:38W.M. Black, um renomado advogado de defesa, é designado para Dryman.
18:42Black quer o caso melhor examinado antes de enviar Dryman para a morte.
18:46Em maio, ele apresenta dois pedidos de indulto ao governador de Montana.
18:52O governador Bonner revisou o caso.
18:54Ele concluiu que não havia dúvidas sobre sua culpa, nem sobre a brutalidade do crime.
19:01Bonner não viu nenhuma circunstância atenuante que o levasse a intervir.
19:05Ele não concedeu o indulto.
19:06Então, mesmo com Dryman tendo confessado, um advogado pegou o caso para representá-lo.
19:13E, ahn, moveu uma ação para anular a declaração de culpado e prosseguir com o julgamento.
19:19Em 29 de maio, três dias antes do enforcamento acontecer,
19:23o advogado de Dryman entra com um apelo na Suprema Corte de Montana.
19:28A execução é adiada por 70 dias e depende agora da decisão da Suprema Corte.
19:33Começaram as batalhas judiciais.
19:36Somente no início de 1952, a Suprema Corte determinou que ele poderia mudar sua declaração.
19:43Então, houve mais um ano antes do próximo julgamento.
19:46Por todo esse tempo, a cidade de Shelby e minha família ficaram esperando por justiça.
19:52No dia 13 de janeiro de 1953, Frank Dryman é novamente condenado à forca pelo homicídio de Clarence Pellett.
20:00Entretanto, os advogados de Dryman entraram com um novo apelo.
20:05O Partido Comunista não acreditava que Dryman poderia ter um julgamento justo perante o juiz Hedersley.
20:10Após vários recursos, eles finalmente tiraram o caso de sua jurisdição para Henry Montana.
20:15A coisa toda se tornou uma briga política sobre a pena de morte.
20:19Então, a família Pellett foi arrastada por quatro anos de apelos e julgamentos.
20:25Toda a tensão, especialmente sobre a minha avó, dividiu a família.
20:33Ela se casou com um homem que meu pai não aprovava.
20:37Eles tiveram uma calorada discussão e nunca mais se falaram de novo.
20:42Eu não convivi com os familiares do lado Pellett.
20:45Eu nunca cheguei a conhecê-los por causa desse incidente.
20:48Em 1955, Frank Dryman recebe um novo julgamento.
20:56Desta vez, pelo júri, em Hill County.
21:00No final, ele foi sentenciado à prisão perpétua com possibilidade de condicional.
21:05Após a terceira e última sentença, Frank Dryman é enviado a uma penitenciária federal.
21:13Os anos passam e a população de Shelby é pega de surpresa quando Dryman comete mais um crime.
21:19Uma vez, meu pai me falou sobre esse homicídio.
21:22Eu tinha seis anos de idade.
21:24Ele me disse que meu avô fora assassinado por um andarilho enquanto suplicava pela própria vida.
21:29Ele me advertiu a nunca pegar viajantes na estrada.
21:32Não soube mais nada sobre este crime até abril de 2009.
21:37Chandler, Arizona.
21:38Em fevereiro de 2009, minha mãe teve um derrame.
21:42Nós limpamos sua casa e descobrimos uma caixa com todas as suas memórias.
21:46Algo que vinha colecionando há mais de 80 anos.
21:48Nós enviamos tudo aqui para casa, em Belleville, Washington.
21:52Um mês depois, decidi dar uma olhada na caixa de memórias.
21:56Cerca de uma hora depois, eu achei um punhado de artigos de jornal.
22:02Homem de Montana desaparecido.
22:04Assassinato brutal.
22:06Eu sabia que se tratava do homicídio do meu avô e decidi que já era a hora de pesquisar mais.
22:12Eu precisava saber o que houve.
22:15Procurei na internet e quando abri o site do Conselho Penitenciário de Montana,
22:21eu descobri que Dryman constava como fugitivo.
22:23Eu gritei para minha esposa, ele é um fugitivo.
22:26Ele fugiu.
22:27Dryman saiu em liberdade condicional em 1969 e em 72 desapareceu no mundo.
22:34Não sabemos onde ele estava.
22:36Em 1955, ele foi encarcerado.
22:39Pegara prisão perpétua.
22:41Mas cinco anos depois, estava tentando fugir da prisão.
22:45Ele escrevia cartas, fazia petições.
22:46Petições, realmente não achava que havia feito algo de errado.
22:53E ele vinha escrevendo ao Conselho Penitenciário,
22:57dizendo que havia mudado, pedindo para ser posto em liberdade condicional.
23:01Meu pai fez questão de ir a cada audiência de Dryman
23:08para ter certeza de que alguém impediria que ele conseguisse a condicional.
23:13Ele foi o único membro da família Pellett que fez isso.
23:18Em janeiro de 1968, meu pai morreu de infarto.
23:22Dez meses depois, houve outra audiência.
23:24Nesta audiência, Dryman recebeu a condicional,
23:27porque ninguém estava lá para contestar.
23:29Em 1969, Dryman sai em liberdade condicional
23:34sob a responsabilidade do irmão, que vive na Califórnia.
23:39Por dois anos, ele trabalha e até se casa com uma jovem viúva.
23:43Então, em outubro de 1971, subitamente e sem qualquer aviso,
23:47Dryman desaparece sem deixar rastros.
23:51As autoridades o procuram em todos os lugares
23:54e um mandado para sua prisão é expedido pelo FBI.
23:57Mas o ano passa e a impressão é a de que Frank Dryman não existe mais.
24:02Eu não achei aquilo correto.
24:05Precisava achar aquele cara, saber o que houve com ele.
24:09Comecei a juntar muitas informações e isso começou a tomar conta da minha vida.
24:14Eu liguei para o conselho penitenciário de Montana
24:16e uma senhora muito gentil atendeu o telefone.
24:18Conversamos a respeito da minha investigação sobre o homicídio do meu avô
24:21e ela disse, por acaso eu estou com esse arquivo bem aqui na minha mesa.
24:24E eu disse exatamente o que eu quero.
24:27Pode me dar uma cópia?
24:27Não, meu supervisor disse que não posso lhe dar nada.
24:31Eu desliguei o telefone e pensei, não há nada no mundo que eu queira mais do que aquele arquivo.
24:38Mas eu sou um dentista, um cirurgião.
24:41Eu não sei como agir num caso assim.
24:44Belgio, Washington.
24:45Nas férias daquele ano, nós estávamos jantando com amigos
24:47e eles tinham uma filha que acabaram de se formar na faculdade de Direito de Santa Clara.
24:52Durante a conversa, Emily disse que não tinha nenhum caso
24:56e que poderia me ajudar com aquilo.
24:58Eu liguei para as autoridades de Montana e me disseram a mesma coisa que foi dito a Claym,
25:03que o público não tem direito a acessar o arquivo de Dryman.
25:07Então, eu fiz uma pesquisa e descobri que, na verdade, as leis de Montana permitem tal acesso.
25:12Enviei uma carta para as autoridades de Montana
25:15e eles concordaram em nos dar parte do arquivo de Dryman.
25:18Uma das informações que conseguimos dos registros de condicional
25:23foi uma série de números do Seguro Social que Dryman havia usado sob vários nomes.
25:28Que o Sr. Dryman sairia em liberdade condicional para o estado da Califórnia.
25:34Então, as perguntas eram, onde na Califórnia ele ainda está vivo e devemos procurá-lo?
25:40Eu não acho que ele esteja vivo.
25:42Acho que a única coisa que encontraremos é um túmulo.
25:45Como estava dizendo a minha esposa, essa é uma história e tanto.
25:48E não posso interrompê-la aqui.
25:50Toda história tem um fim.
25:52Preciso descobrir o que aconteceu.
25:55Então, reuni todas as informações e decidi contratar um detetive particular.
26:01O que ele irá descobrir reavivará quase 60 anos de dor
26:05a muito adormecida na pequena comunidade de Montana.
26:09Uma descoberta que irá além de todas as suposições de Claym Pellett
26:13e que pode colocá-lo frente a frente com um assassino.
26:19Quando Claym Pellett era garoto, seu pai lhe contou que seu avô fora morto por um andarilho.
26:2548 anos depois, aos 56 anos, Claym encontra quatro artigos de jornal antigos que detalham o homicídio do avô.
26:33Quando começa a juntar as peças da história, ele descobre que o assassino,
26:38um jovem andarilho chamado Frank Dryman, escapou da pena de morte,
26:42mas foi sentenciado à prisão perpétua em 1955.
26:47Então, Claym descobre que Dryman fugiu da condicional em 1971 e é um fugitivo procurado.
26:54Com a ajuda de uma advogada, Claym contrata uma detetive particular
26:59esperando descobrir o paradeiro do homem que matou seu avô quase 60 anos atrás.
27:04Naquela época, tínhamos o seu nome, Frank Dryman, e também o pseudônimo, Frank Valentine.
27:12Tínhamos sua data de nascimento, o número do seguro social e uma boa descrição de suas tatuagens.
27:18Eu liguei para uma detetive particular que eu conheço aqui na Califórnia, chamada Sheila Clopper,
27:26e dei para ela os vários números de seguro social que Dryman havia usado sob diversos nomes.
27:34Ela disse que seu cliente estava procurando alguém que havia matado seu avô
27:39e que tinha fugido quando saiu sob condicional em Montana.
27:44Sheila Clopper insere os nomes de Frank Dryman e Frank Valentine na Base Nacional de Dados,
27:51mas não encontra nada.
27:52Então, ela checa seu número de seguro social e dois endereços relacionados aparecem.
27:58A busca listou uma caixa postal recente na cidade do Arizona
28:03e um endereço antigo em Glendale, Arizona.
28:08Phoenix, Arizona.
28:09Ela imediatamente pegou o telefone e contatou uma colega, uma detetive particular chamada Patricia Schoenecy.
28:16Minha colega Sheila Clopper me contatou para ajudá-la a localizar um assassino que foi condenado, Frank Dryman.
28:27Sheila havia me dado dois endereços no Arizona.
28:30Um em Glendale, no subúrbio de Phoenix.
28:32Eu falei com uma das proprietárias do local.
28:36Ela havia vivido lá por anos e não reconheceu nem o nome Dryman nem Valentine.
28:41Então, acabei por eliminar o endereço em Glendale após a pesquisa.
28:46Schoenecy agora direciona sua atenção para a caixa postal em Arizona.
28:51Ela quer descobrir se a caixa tem um endereço físico relacionado.
28:55Eu preenchi um formulário e o enviei por fax, pedindo um endereço físico relacionado à caixa postal que existia sob os nomes Dryman e Valentine.
29:08Enquanto espera a resposta do correio, Pat Schoenecy continua a procurar a caixa postal em várias bases de dados.
29:14Não houve uma resposta exata, mas surgiram alguns nomes em potencial relacionados àquela caixa postal.
29:23Um deles era Vick Houston.
29:25Então recebi um e-mail de uma funcionária do correio me fornecendo um endereço físico ligado àquela caixa postal.
29:33Agora tínhamos realmente algo com o que trabalhar.
29:36Eu contatei um colega, Pat Coach, que vivia em casa grande próximo à Arizona City.
29:43Arizona City, Arizona
29:44Recebi um telefonema de Patrícia Schoenecy me pedindo para checar um endereço em Arizona City.
29:51Eu sabia que Frank Dryman tinha por volta de 78 anos.
29:54Sabia que estava usando óculos e ficando careca.
29:59Mas o mais importante era identificar suas tatuagens.
30:03Ele tinha as letras L-O-V-E escritas na mão direita.
30:07Não tinha nenhuma marca no rosto, mas possuía várias tatuagens no dorso.
30:13No sábado, 20 de março de 2010, por volta das 16 horas, fui ao endereço na rua North Desert Park, Arizona City.
30:24Eu fui até lá.
30:27Eu cheguei e vi uma capela para casamento chamada Cactus Rose e um serviço de tabelião.
30:34Acabamos descobrindo que Victor Houston tinha um cartório, era tabelião.
30:41Tinha uma capela para casamentos e, por muitos anos, foi o diácono que realizava matrimônios na comunidade.
30:48Eu vi um abrigo com artigos de artesanato.
30:54Vi inúmeros avisos.
30:55Sabia que ele pintava cartazes, por isso não fiquei surpreso.
30:59Enquanto decidia se iria ligar para algum daqueles números ou voltar mais tarde,
31:05um senhor idoso chegou em um carrinho de golfe.
31:10Saiu do carrinho,
31:13veio até o portão e me perguntou o que eu queria.
31:16Eu me apresentei como investigador particular.
31:21Perguntei diretamente se Frank Valentine estava morando nesse endereço.
31:26Ele me olhou com um ar surpreso e perguntou por quê.
31:31Eu disse que havia recebido uma ligação de uma detetive,
31:34não mencionei nomes e queria que eu checasse se o senhor Valentine estava vivendo lá.
31:43Ele me perguntou de novo,
31:45Por que está procurando por Valentine?
31:47Ele tinha aquela expressão de espanto no rosto, um pouco confuso.
31:52E então eu disse a ele,
31:54Olha, eu só estou fazendo um favor a uma colega.
31:57Só quero saber se ele está aqui ou não.
31:59E ele respondeu que Valentine não estava ali.
32:03Eu disse, ok, tudo bem.
32:05Então começamos a falar sobre outras coisas, queria relaxá-lo.
32:08Então eu mostrei a ele minhas credenciais e a razão para isto era que eu queria dar uma boa olhada nas costas das suas mãos para ver suas tatuagens.
32:18Então ele puxou sua lupa e olhou minhas credenciais.
32:22Ele teve muita dificuldade para ler, consegui dar uma boa olhada em suas mãos.
32:26Pude ver que ele tinha estrelas tatuadas, tatuadas nas costas de cada dedo, da mão direita e da esquerda.
32:35Pude ver nitidamente que eram tatuagens de prisão.
32:39Eu sabia que ele estava tentando me distrair.
32:42Estava se gabando, falando sobre todas as suas realizações.
32:46Eu só dei corda para ele.
32:47Então, do nada, ele me perguntou se queria entrar na propriedade e procurar por Frank Valentine.
32:55Eu sabia que ele era quem procurávamos.
32:59E sabia que cometeram um homicídio em Montana.
33:03Tive uma sensação estranha e algo me disse para não entrar na propriedade.
33:08E eu disse, não, acho que não será necessário.
33:12Um pouco depois, ele me perguntou de novo.
33:15E eu disse, bem, eu já tenho informações suficientes.
33:19O senhor me parece ser uma pessoa honesta.
33:21E continuei, vou dizer à detetive que ele não está aqui.
33:25Ele disse, ok.
33:29Eu fui embora e quando consegui um sinal de celular, liguei para a Patricia Shonesy e falei, é o nosso cara.
33:38Ela disse, você tem certeza?
33:40Eu disse, positivo, é o nosso cara.
33:43Tarde de sábado, 20 de março de 2010.
33:47Eu estou sozinho em casa, minha família está fora da cidade.
33:50Emily me liga e diz, Clem, eu vou lhe enviar um e-mail.
33:54Quero que o leia e me ligue em seguida.
33:57Então eu li, e uma frase acabou me chocando.
34:02Ela dizia, ao que me parece, Victor Houston e Frank Valentine são a mesma pessoa.
34:09Eu fiquei olhando o e-mail por um momento.
34:13Então liguei de volta.
34:15Eu disse, Emily, isso é verdade.
34:19O que vamos fazer?
34:21Depois olhei pela janela e disse, o que está acontecendo?
34:25Minha cabeça estava confusa.
34:27Eu pensei no meu avô e no pavor que ele deve ter sentido em seus últimos momentos.
34:36Um homem que eu nunca conheci.
34:38Fiquei olhando pela janela.
34:40Clem Pellett ainda não havia nascido quando Frank Dryman sentiu pela primeira vez o metal gelado da algema da polícia aos 16 anos.
34:51Nem quando a polícia canadense o algemou em 1951 por balear brutalmente seu avô.
34:57Agora, aos 56 anos, a investigação particular de Clem se tornará vital em lembrar este antigo criminoso daquela velha sensação mais uma vez.
35:06No dia 4 de abril de 1951, Clarence Pellett, de Shelby, Montana, é brutalmente assassinado por um homem a quem deu carona.
35:16O assassino é um andarilho de 19 anos chamado Frank Dryman.
35:20O homicídio rompe para sempre a devastada família Pellett.
35:23Dryman é sentenciado à prisão perpétua, mas é posto prematuramente em liberdade condicional em 1969.
35:30Em 1971, ele foge e se torna um criminoso procurado.
35:34Dryman desaparece por quase 40 anos.
35:37Em março de 2010, Clem Pellett, de 56 anos, neto de Clarence Pellett, pode ter feito o que as autoridades não conseguiram.
35:46Embora investigando o homicídio há apenas um ano, Clem Pellett, um dentista de Washington, acredita ter encontrado Frank Dryman.
35:54Victor Houston tinha dois empregos.
36:01Um era padre e casava pessoas.
36:04O outro, surpreendentemente, era de tabelião.
36:09Ele vivia em Arizona City, 64 quilômetros ao sul de onde minha mãe morava quando teve o derrame.
36:14Um dos seus vizinhos, residente de Arizona City, era Pat Lindholm, que ficou conhecendo Victor Houston muito bem ao longo dos anos.
36:26Após vários casamentos fracassados e relacionamentos difíceis com os filhos, Victor Houston vive e trabalha sozinho.
36:33Após conhecer o Sr. Houston, notei que sua saúde estava deteriorando.
36:41Ele disse que estava cego.
36:44Era muito, muito frágil.
36:46E percebi que ele não podia mais cozinhar para si mesmo como deveria.
36:51Meu marido e eu sempre fazíamos mais comida do que precisávamos.
36:55E a levávamos para ele o tempo todo.
36:57Ele sempre nos agradeceu humildemente.
37:02Sempre agradecia muito tudo o que eu fazia.
37:06Ao conhecê-lo um pouco mais, percebi que ele perdia a calma fácil.
37:11Ficava bravo rápido.
37:13Perdia a cabeça rápido com as pessoas.
37:16Na comunidade de Arizona, Victor Houston é conhecido como um velho mal, nervoso e muitas vezes desonesto.
37:23Imagino que antes de ficar debilitado, de perder a energia, ele tinha problemas para se controlar.
37:35Provavelmente tinha problemas comportamentais.
37:38Na terça de manhã, o Sargento Viegas, do departamento de polícia de Pinell County, recebe algumas informações das autoridades de Montana.
37:45Eu cheguei para o meu dia de trabalho e notei que havia uma mensagem no computador da viatura sobre um indivíduo procurado por homicídio, que violara a condicional.
37:55Um indivíduo chamado Frank Dryman, que possivelmente estava vivendo em Pinell County.
38:01Após receber a informação, eu fui ao local, com outros dois homens, para contatar o indivíduo.
38:07Ele estava tratando de negócios com uma mulher.
38:10E imediatamente olhou para baixo e para a esquerda, sem estabelecer contato com a gente e disse, posso ajudá-los?
38:18Naquela hora eu sabia que ele sabia o motivo de estarmos por lá.
38:23Pude ver que ele tinha tatuagens nas mãos e que batiam com as características que me foram passadas.
38:31Daquele momento em diante, foi como um sexto sentido, uma sensação que temos, uma sensação de desconforto, principalmente quando lhe perguntamos se estava armado ou possuía algo que pudesse colocar a segurança dos policiais em risco.
38:45Eu pedi a um policial para revistá-lo e encontramos uma pistola semi-automática, escondida no bolso direito do casaco que ele estava usando.
38:52Aquilo confirmou em minha cabeça que ele podia ser um indivíduo que nos foi identificado como Frank Dreiman, que todos nós conhecemos como Vic Houston e que vinha residindo na nossa comunidade há muito tempo.
39:04Os policiais algemam Victor Houston e o levam à delegacia para interrogatório.
39:09Bom, quando chegamos nós o trouxemos para esta área aqui e começamos a interrogá-lo a respeito de sua identidade e ficamos perguntando, perguntando e perguntando.
39:19Tínhamos recebido algumas de suas características do departamento correcional, suas tatuagens, muitas características batiam embora uma delas em seu peito tivesse se desgastado ao longo dos anos.
39:31Dissemos a ele que o levaríamos a outro local para comprovar sua identidade através de impressões digitais.
39:37Ele baixou a cabeça e percebeu que foi pego.
39:41Admitiu quem era e tornou a baixar a cabeça e depois disso ele não falou muita coisa.
39:48Eu estava em meu consultório, entre os pacientes, eu me sentei ao computador e vi um e-mail do Conselho Penitenciário de Montel.
39:56E a primeira coisa que li foi, ele confessou, bom trabalho, você conseguiu.
40:04Eu não podia acreditar.
40:05Foi um momento que eu jamais esquecerei.
40:13Após 41 anos, Frank Dryman, o homem que atirou 7 vezes nas costas de Clarence Pellett e fugiu após ser posto em liberdade condicional, estava novamente atrás das grades.
40:24Quando a comunidade soube desta história sobre Frank Dryman, vulgo, Vic Houston, todos comentaram a respeito.
40:35Acho que a maior preocupação era dos casais que se perguntavam se estavam mesmo casados ou se os documentos que ele tinha feito no cartório eram inválidos.
40:46Eles não acreditavam que havia um homicídio por trás de tudo.
40:52No dia seguinte, manhã de quarta-feira, o telefone não parava de tocar.
40:57Doutor Pellett, o canal 4, ligou.
41:01Doutor Pellett, a CNN, ligou.
41:04Eu devo ter dado 30 ou 40 entrevistas naquele dia.
41:10Todos estavam interessados.
41:11Também recebi telefonemas de pessoas que viviam em Shelby naquela época.
41:19Todos os que moravam lá na época ainda guardavam sentimentos muito fortes.
41:27Não havia dúvidas em suas mentes de que ele era um assassino de sangue frio que deveria ter sido enforcado.
41:34Foi então que eu recebi outro telefonema e a pessoa se identificou como Dorothy.
41:39E ela disse, eu sou sua prima.
41:44Eu disse, nós nunca nos conhecemos.
41:48E ela disse, nós temos de acabar com isso agora.
41:52Precisamos ser uma família de novo.
41:5728 de maio de 2010.
41:59Frank Dryman foi levado a Montana, onde compareceu perante o conselho penitenciário da prisão estadual Deer Lodge.
42:06Eles o esperavam havia muito tempo.
42:09Dryman entrou e um calafrio percorreu minha espinha.
42:14Eu estava sentado na primeira fileira.
42:16Eu pensei, oh meu Deus, esse é o cara.
42:19É o cara que matou o meu avô.
42:23Você sumiu 38 anos sem dar notícia.
42:26Nós não sabíamos onde você estava.
42:29Sim, senhor.
42:30Ele era frio e quase insolente.
42:34Eu ficava pensando comigo, tudo o que ele tinha a fazer era simplesmente virar a cabeça, nos olhar e dizer, eu sinto muito.
42:44Eu era um garoto idiota de 19 anos e fiz uma coisa muito errada.
42:48Espero que possam me perdoar.
42:51Aquilo teria derretido a sala.
42:53Mas ele não fez.
42:56A audiência para condicional foi bem dura de assistir.
42:59Eu acho que a parte mais difícil para mim foi ver a filha do senhor Dryman se levantar e dizer ao conselho que não tinha ideia sobre esse caso ou a história desse homicídio.
43:08Ela literalmente implorou de joelhos ao conselho penitenciário para que deixasse seu pai sair.
43:13Ela ficou tão histérica que precisou ser retirada da sala.
43:18Junto a outros membros da família Pellett, Glenn fala ao conselho penitenciário.
43:23Eu me levantei e me dirigi ao conselho penitenciário.
43:28A imagem do meu pai me veio à cabeça.
43:32E eu estava lá para impedir que ele saísse em liberdade condicional.
43:35O conselho imediatamente e unanimemente manda Frank Dryman para a prisão.
43:43Ele passará os próximos cinco anos na mesma prisão de Montana que entrou pela primeira vez em 1951.
43:49Desta vez não caberá a apelação.
43:51O efeito que Frank Dryman, vulgo Vic Houston, causou 38 anos atrás.
43:58Toda a dor e sofrimento causados por tudo isso.
44:04Na família da vítima e até na sua própria família.
44:09E a vida que ele viveu aqui é tudo muito triste.
44:14Eu não tinha ideia de que tudo isso aconteceria quando abri aquela caixa de memórias.
44:20Ele finalmente está preso novamente.
44:22Isso dá a todos um sentimento de justiça e principalmente de dever cumprido.
44:26E agora eu tenho esta nova família que estou começando a conhecer.
44:34Nos primeiros dias de maio, eu, minha esposa e minha filha fomos a Shelby.
44:42Fomos à casa dos Pellet em Shelby.
44:44E havia 25 pessoas lá, fazendo uma grande fila para nos abraçar e nos dar boas-vindas à família.
44:57Foi um momento que eu jamais vou esquecer.
45:01E agora eu tenho ela que fazer.
45:14Amém.
45:44Amém.