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Michael Münch, especialista e sócio-associado da Mirow & Co., analisou o impacto das novas restrições da China sobre minerais essenciais à indústria automobilística e de semicondutores, alertando para riscos de escassez global e destacando o potencial do Brasil como fornecedor alternativo.

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Transcrição
00:00Em retaliação aos Estados Unidos, o governo chinês suspendeu a venda de minerais críticos,
00:06os componentes centrais, para fabricantes de automóveis e aeroespaciais, semicondutores e produtos militares.
00:13Sobre esse assunto, a gente conversa agora com o Michael Mint,
00:17ele que é sócio associado e especialista da Miriam & Co. para a indústria automobilística.
00:23Bom, Michael, bom dia para você. Muito obrigada por aceitar nosso convite.
00:27Mais um capítulo que pode suscitar uma nova crise nesse mercado de semicondutores, como a gente teve em 2020, não é isso?
00:35Bom dia e obrigada pela sua participação.
00:38Bom dia, Paula. Sim, é isso mesmo que a gente consegue ver, talvez, a médio prazo.
00:44A curto prazo, talvez seja importante notar que a China ainda não suspendeu a exportação de minerais raros,
00:51mas ela colocou seis minerais na lista de licenciamento obrigatório.
00:58Então, isso é uma prévia do que pode vir, caso,
01:03que depois desse recuo de Donald Trump que nós vimos na semana passada,
01:09caso essa guerra comercial se intensifique,
01:13que a China pode, de fato, retalhar barrando a exportação desses minerais
01:19e isso pode causar muitos danos, especialmente na indústria automobilística.
01:26Bom, obrigada pela tua participação aqui com a gente.
01:28A TSMC, que é a empresa de Taiwan,
01:31que é uma das principais produtoras de semicondutores,
01:35e fortemente relacionada com a própria NVIDIA,
01:37anunciou um salto significativo nas vendas, no faturamento dela,
01:42nesse primeiro, no início de ano.
01:45Isso, essas notícias, a forma como está se desenhando,
01:49pode significar para essa empresa um baque muito forte daqui em diante?
01:53Como é que você vê esse anúncio nesse contexto?
01:57Isso pode ser uma antecipação de demanda.
02:00Num cenário assim, onde o fornecimento é instável,
02:04e na automobilística, a gente está falando de cadeias de fornecimento muito longos,
02:09aí todo mundo vai querer agora se estocar de materiais e de componentes
02:14que, possivelmente, no futuro, vai ter uma escassez.
02:19Então, isso é para ser esperado.
02:22Agora, Michael, por que esses componentes, com as chamadas terras raras,
02:26são especialmente críticos?
02:27A China, ela mantém as maiores reservas?
02:31Explica para a gente um pouquinho desse contexto, por gentileza.
02:33Então, esses terras raras, você usa especialmente para semicondutores,
02:39mas no automóvel, você tem isso, especialmente nos carros elétricos.
02:46Então, os motores elétricos de alto torque,
02:50precisam desses materiais para ser resistente à calor,
02:53para não perder também as suas propriedades.
02:56Nós precisamos deles também nos catalisadores,
03:00para limpeza das emissões do motor a combustão,
03:07e também em um montão de sensores e componentes elétricos.
03:13Então, um carro tem, eu não sei, entre mil e três mil componentes elétricos
03:21dentro de um veículo hoje.
03:24E, com isso, isso facilmente pode causar escassez de alguns componentes vitais
03:33para a produção de carros.
03:35Agora, o Japão está nos Estados Unidos e foi alvo aí de alguns anúncios,
03:40abrindo um pouco uma frente que o governo Trump tem anunciado
03:43como sendo uma ótima negociação.
03:46E o Japão é um grande exportador de veículos na indústria automobilística
03:50e com um papel importante como produtor e exportador,
03:53que também seria afetado.
03:54A gente soube pouco dos detalhes dessas conversas nos Estados Unidos,
03:57mas você vê a possibilidade de ter alguma mediação,
04:00alguma pressão do Japão em relação a baixar um pouco a tensão
04:04para que essa cadeia de fornecimento da indústria seja menos afetada?
04:10Eu imagino que a principal pressão deveria vir das montadoras americanas mesmo.
04:15porque a indústria automobilística é extremamente integrada globalmente,
04:21então, até um componente sendo montado na montagem final,
04:24você tem três a cinco elos em vários países,
04:28então, é muito difícil para uma montadora,
04:30mesmo aqueles hoje já localizados nos Estados Unidos,
04:35conseguirem a sua produção com este nível de protecionismo
04:40que o Donald Trump anunciou.
04:42Então, eu acredito que a pressão deveria muito mais vir deste lado do que do Japão.
04:48Agora, Michael, a China suspendendo aí a venda desses minerais de terras raras,
04:53o Brasil pode se beneficiar?
04:54Porque o Brasil também tem uma grande reserva, né?
04:56Claro que não se compara com a China,
04:58mas ele pode se beneficiar em algum sentido.
05:00Isso, isso, é verdade.
05:02A longo prazo, a gente está falando aqui de, no mínimo, três a cinco anos,
05:07o Brasil pode, de fato, até ganhar com essa disputa comercial.
05:13Mas é um longo caminho, um caminho árduo até aí ainda.
05:17Então, o Brasil é o país com a terceira maior reserva em terras raras,
05:22especialmente no Goiás, Minas Gerais, Amazônia,
05:24tem alguns depósitos que já estão sendo explorados,
05:29mas o que falta é capacidade de separação e de processamento desses minerais,
05:34que hoje essa tecnologia é dominada pela China,
05:37é um fato curioso, né?
05:39Até a única mina no Brasil que hoje já exporta em escala comercial terras raras,
05:46tem toda a sua produção já vendida para a China.
05:49Então, essa dependência do mundo da China vai precisar investimentos muito pesados,
05:58especialmente na capacidade de separação e refinamento desses minerais.
06:02Hoje a China é detentora de 92% do mercado dessa capacidade de refinamento.
06:09Agora, para vários aspectos que têm sido mobilizados a partir das ações do presidente Donald Trump,
06:15fica difícil tomar decisão, porque não dá para ter certeza
06:18em que medida que a nova situação vai ficar, não vai ficar,
06:22qual é o tamanho da tarifa, para quem que ela vai.
06:25Mas no caso da decisão de investir nos minerais de terras raras,
06:29principalmente no Brasil,
06:31essa decisão, independentemente do que aconteça,
06:33talvez fosse de fato algo que o Brasil tivesse que explorar, né?
06:35Como é que você vê as razões pela qual a gente ainda não mergulhou nessa área
06:41e quais seriam as dificuldades, dado inclusive essa concentração da China?
06:44Como é que ficaria essa relação entre os dois países?
06:46Eu acho que o racional está mudando.
06:51Nós estamos agora aqui numa censura histórica.
06:55Então, até agora, o principal parágrafo no comércio internacional
07:01era de produzir onde está mais barato.
07:04E aí a China estava muito na frente.
07:06O componente de risco, de disrupções, de fornecimento,
07:10sempre eram considerados também na indústria automobilística,
07:13mas, digamos assim, como um peso muito menor.
07:18Agora, como a ameaça real de uma ruptura,
07:23talvez até o uso dessa dependência como uma arma comercial
07:28dentro de um conflito geopolítico,
07:31deveria rever o racional dos tomadores de decisão
07:34e, com isso, investimentos se tornarão viáveis economicamente,
07:41mesmo talvez com uma estrutura de custos ainda superior
07:45ao que a China hoje oferece.
07:49Mas esse risco de não ter acesso ao metal crítico estratégico,
07:56eu acho que vai levar a reconsiderações de decisões de investimento.
08:01Agora, a vantagem das considerações econômicas é que é uma conta objetiva,
08:07você coloca lá e você sabe onde que é mais barato.
08:10Quando entra a questão de risco,
08:12embora a gente tenha vários modelos de análise de risco,
08:14aqui tem um componente adicional que seria o componente geopolítico
08:17de tomada de decisão centralizada de governos.
08:20Achei interessante sua análise e queria que você falasse um pouquinho mais.
08:23Você acha que está entrando em uma fase histórica
08:25onde esse campo da decisão governamental e da visão
08:28que cada país pode ter sobre a sua economia
08:31pode ser um fator definitivo para o fluxo comercial
08:35e para a entrada nos modelos de decisão das empresas?
08:39Eu acredito que sim.
08:41Nós vamos ver um pouquinho para frente
08:43como o mercado vai dirigir,
08:47digerir esse novo cenário.
08:49O risco tem sempre um componente subjetivo também,
08:55mas se você vê hoje na indústria já é praxe, por exemplo,
09:00de não depender somente de um fornecedor
09:03para componentes extremamente críticos.
09:06Alguns montadores já estão adotando isso,
09:08outros estão um pouquinho atrás.
09:10Eu acho que a tendência vai ser muito mais
09:12em direção de ter redundância
09:16em alguns componentes muito críticos
09:20porque uma disrupção da sua produção
09:23custa muito dinheiro.
09:25A gente viu isso na crise dos semicondutores em 2020,
09:29onde muitas plantas aqui até no Brasil
09:31tiveram que suspender turnos,
09:34fazer férias coletivas,
09:35não conseguiram alcançar suas metas de venda
09:37e isso vai levar a uma reconsideração
09:43deste componente do risco dentro dessas análises.
09:48Maravilha!
09:49Muito obrigada pela sua entrevista,
09:51pelas suas informações.
09:52Michael Mint, sócio-associado e especialista
09:55da Miro & Co. para a indústria automobilística.
09:58Uma ótima quinta-feira para você
10:00e um ótimo feriado também.
10:01Obrigada!
10:02Obrigado!
10:03Bom dia!
10:04Bom dia!

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