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Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, analisou os impactos das falas de Jerome Powell, presidente do Fed, no mercado global. A instabilidade econômica, os juros altos nos EUA e a desaceleração da China afetam diretamente o Brasil, pressionando ações como Vale e Petrobras.

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Transcrição
00:00A gente vai conversar agora com o Roberto Padovani, como ele está economista-chefe do Banco BV.
00:05Padovani, boa noite. Obrigada por ter aceitado aqui o nosso convite.
00:08Padovani, eu quero começar falando dessa questão.
00:11Antes era apenas com países, agora o governo americano começa a ter algum tipo de intervenção ou limitação nas empresas.
00:19A gente viu o caso da NVIDIA, com as ações caindo quase 7%, porque está limitada nas vendas para chips para a China.
00:28De que forma esse tipo de intervenção começa a afetar também os investidores?
00:33Bom, acho que os investidores, eles olham com preocupação, porque a gente entende que a política externa norte-americana hoje,
00:40ela está focada principalmente em China e os Estados Unidos vão usar todos os instrumentos possíveis nesse confronto comercial.
00:49Isso significa dizer que você não sabe como a coisa vai caminhar num ambiente de imprevisibilidade,
00:54em que é difícil antecipar os cenários, obviamente que os mercados ficam instáveis, prêmios de risco sobem.
01:00Então, eu diria que a gente está dando mais um passo em direção a um ambiente global de muita imprevisibilidade.
01:06E, aliás, imprevisibilidade ou incerteza foi uma palavra muito usada pelo presidente do Federal Reserve,
01:12o Banco Central americano, Jerem Paul, durante a fala dele hoje.
01:15Por que essas declarações do presidente do FED também repercutem muito aqui e ajudam a deixar a nossa Bolsa mais para baixo?
01:25Eu acho que a entrevista do Paulo hoje foi muito importante, porque todos os diretores, de maneira geral,
01:29têm dito que o Banco Central norte-americano vai ter que escolher num cenário de estagflação.
01:34Você tem, ao mesmo tempo, desaceleração da atividade econômica e pressão inflacionária.
01:39É o pior cenário possível.
01:40É o pior possível.
01:40Então, para onde você vai olhar?
01:42E o que o Paulo disse hoje, assim como outros diretores têm falado,
01:47é que não temos informação ainda para fazer essa escolha.
01:50Como ele disse, a gente vai ter que acompanhar o desvio.
01:53Então, se a atividade estiver realmente mergulhando, o Banco Central corta juros.
01:57Mas, se, por outro lado, a inflação começar a se acelerar, é o caso de manter juros parados.
02:03Então, o que ele disse é, na dúvida, a gente não pode fazer nada.
02:05Juros mantidos elevados por mais tempo, juros altos implicam fluxos de capitais indo para os Estados Unidos e não para os mercados emergentes.
02:14E, por isso, as nossas bolsas aqui sentem muito mais, porque é a leitura de que teremos menos capitais entrando.
02:19Vamos passar para os nossos analistas.
02:21Vinícius, fica à vontade para perguntar para o Padovani.
02:24Padovani, o J. Paul disse que ele está entre a cruz e a caldeirinha.
02:30E aqui no Brasil tem gente dizendo que o BC daqui a pouco pode ter que fazer uma opção diferente do que estava previsto por todo mundo até agora.
02:38Vamos ver se você é tão otimista assim.
02:41Ou otimista no pessimismo.
02:43Existe possibilidade de que a campanha de juros do BC vá acabar mais cedo por causa de desaceleração global, super oferta de produtos chineses ou produtos de todo mundo com queda de preço e queda de commodities?
02:59Isso é possível?
03:00Vinícius, possível é.
03:02Eu só não acho que seja provável.
03:04Por que não?
03:05Porque a economia brasileira segue muito aquecida.
03:07A gente não tem uma clareza, olhando os indicadores, que já estejamos num processo de desaceleração econômica, influenciado pelo choque externo adverso.
03:17Então, eu acho que a economia segue robusta.
03:19E, ao mesmo tempo, a inflação, como a gente viu agora em março, ela está se acelerando.
03:24Então, não há nenhum sinal de que o Banco Central aqui tem que fazer escolhas.
03:28A inflação segue acelerando, as expectativas de inflação convergem muito lentamente e a economia está aquecida.
03:35Para que a gente tenha uma mudança de estratégia ou postura do nosso Banco Central, tem que ficar muito claro que a economia brasileira está desacelerando de uma maneira mais rápida que superado.
03:45Isso pode acontecer, mas, nesse momento, não há nenhum sinal de que isso seja o caso.
03:50Você não pensa nem na possibilidade de taxas mais altas por mais tempo sem mexer.
03:55Você acha que ainda tem que elevar a Selic?
03:57Enquanto a inflação corrente estiver se acelerando, eu acho que o Banco Central vai ter que subir mais a taxa de juros.
04:03E aí tem um ponto importante, tem um debate hoje que é, dado a desaceleração global e a queda nos preços de matérias-primas,
04:10então você poderia ter um cenário desinflacionário no Brasil ajudando o Banco Central.
04:14Porém, nesse ambiente confuso, o que a gente tem visto também é a pressão do dólar.
04:19Então, não dá para dizer que essa batalha está ganha porque a economia mundial está desacelerando.
04:23O Banco Central vai ter que esperar, assim como o FED sinalizou que vai ter que aguardar mais informações, também o nosso.
04:28Só que a gente já sinalizou altas em maio e provavelmente, eu acredito, que a gente vai ter uma alta final em junho.
04:34E você acha que acaba em junho ou a tendência é que até o final do ano a gente continue tendo altas?
04:39Eu acho que acaba em junho, Cris, porque eu acho que a partir de meados do ano a gente vai começar a ver indicadores piores de atividade, em particular crédito.
04:48E aí o Banco Central pode sempre sinalizar que a economia vai esfriar, já fizemos uma alta importante,
04:54vamos aguardar mais informações, vamos aguardar os efeitos da alta de juros sobre atividade econômica
04:59e aí a gente toma novas decisões.
05:01Então, a imagem que eu faço é de um Banco Central que eleva mais juros, mas fica parado nesse nível por mais tempo.
05:08Vamos passar para a pergunta da Júlia Lindner.
05:10Júlia, boa noite para você e fica à vontade para fazer a sua pergunta.
05:12Boa noite a todos que nos acompanham e também ao Padovani.
05:19Eu queria saber, você falou dessa questão da pressão do dólar também, como é que você vê essa perspectiva considerando o cenário externo
05:26e também como é que vai ficar o patamar do dólar na tua visão até o final do ano, início do ano que vem, com qual cenário você trabalha?
05:33Olha, tem um fator que ajuda a moeda brasileira que é os juros elevados.
05:39Historicamente, juros mais altos atraem fluxo para o Brasil.
05:42Porém, há outros fatores nesse momento que complicam essa história.
05:46O primeiro deles é que o risco global é um risco alto, ninguém sabe o que vai acontecer na economia mundial.
05:52A gente tem um tema fiscal importante que depois de algum tempo, hoje, finalmente entrou no radar do mercado,
05:57que é a dívida pública em alta e isso aumenta o risco em relação ao Brasil.
06:01E por último, a gente tem um quadro de queda de preços de matérias-primas, que para países exportadores não é boa notícia.
06:07Tudo bem que os preços agrícolas internacionais estão indo bem,
06:09mas, de maneira geral, se a gente tiver um quadro global de menos crescimento, isso não ajuda a moeda dos mercados emergentes.
06:15Então, quando a gente coloca tudo isso na equação, Júlia, a impressão que a gente tem é que o dólar tem que andar,
06:21se mover muito mais para cima do que para baixo.
06:25O que a gente viu hoje foi uma desvalorização do dólar mundialmente falando.
06:30Essa desvalorização pode ser uma estratégia de Donald Trump, na sua opinião?
06:33Cris, eu não acredito que ele tenha essa capacidade.
06:36Eu acho que o que está acontecendo é um cenário de preocupação mundial com crescimento.
06:41Se tem crescimento desacelerando no mundo e nos Estados Unidos, o mercado aposta em corte de juros,
06:46portanto, a médio prazo, o corte de juros poderia afugentar a capital dos Estados Unidos.
06:52Então, você teria dólar fraco.
06:53Ao mesmo tempo, você tem a economia europeia muito mais atrativa nesse momento,
06:58então, fluxos indo para a Europa e a percepção de que os Estados Unidos podem ficar isolados
07:02nessa questão comercial, então, uma leitura mais de médio prazo.
07:06Agora, o ponto é que, como eu não trabalho com um cenário em que a economia norte-americana
07:11vá para uma recessão e você tem um problema inflacionário,
07:14então, eu sou mais conservador na leitura dos juros e, portanto, de um dólar forte.
07:18Mas, certamente, o movimento agora é de um dólar globalmente fraco,
07:22o que ajuda a moeda dos emergentes.
07:24Voltando aqui para o Brasil, especificamente falando das nossas ações,
07:28mais importantes, levando em conta que o petróleo hoje subiu mais de 2%,
07:32por que a Petrobras, que chegou a subir 1% no começo da tarde,
07:36não conseguiu sustentar essa alta no final do pregão?
07:39Eu acho que, no caso da Petrobras, a gente tem que lembrar que é uma estatal
07:42e tem muita discussão sobre política de preço.
07:45A própria presidente tem sinalizado que a formação de preço da estatal
07:49não é baseada apenas em câmbio e cotação internacional.
07:51Então, eu acho que há uma desconfiança em relação ao fluxo de receita da empresa
07:56que não está diretamente associada ao preço do petróleo no dia.
07:59Eu acho que a própria comunicação da Petrobras hoje foi no sentido de que, olha,
08:03é bom fazer um descolamento e, por isso, a Petrobras não acompanhou.
08:06E aí, falando da Vale, que empurrou o Ibovespa para baixo hoje,
08:10as ações da mineradora caíram mais de 2% nessa quarta-feira.
08:15Quais são as perspectivas de Vale para você?
08:17Eu acho que a Vale acompanha o mercado de matérias-primas de metálicas.
08:22As metálicas, historicamente, são um reflexo muito importante do ambiente de crescimento global.
08:27Então, quanto mais pessimista você está em relação ao crescimento no mundo,
08:31mais as metálicas caem.
08:33As metálicas estão historicamente associadas ao ciclo chinês.
08:35Então, como há uma percepção de desaceleração na China,
08:38isso também retira a pressão dos preços de matérias-primas.
08:41Mas aí, a Vale acaba apanhando porque ela depende desse mercado.
08:44Mas o que você imagina da Vale daqui para frente?
08:46Eu não sou otimista.
08:48Eu não sou otimista porque eu acho que a gente, globalmente, teremos uma desaceleração.
08:53A demanda global se reduz, em particular, de metálicas,
08:57porque a China deve ter uma desaceleração.
08:59É um momento de cautela para os investidores, com certeza.
09:03Certamente é um momento de cautela em relação aos mercados emergentes
09:06e em relação àqueles setores na Bolsa que dependem de commodities metálicas.
09:11Obrigada.
09:11É sempre bom te receber.
09:12Obrigada por ter vindo pessoalmente.
09:13Obrigada.

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