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Novo notável times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, Álvaro Machado Dias analisou o avanço das startups nucleares que prometem energia limpa e contínua para data centers. Ele explicou os desafios regulatórios, os riscos e as inovações que buscam superar o histórico negativo da energia nuclear.

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Transcrição
00:00Startups nucleares estão atraindo cada vez mais investidores como Google, Amazon e Warren Buffett.
00:07A promessa é entregar energia limpa e segura com novos tipos de reatores para suprir a demanda crescente dos data centers.
00:15Para falar sobre essa tendência, eu converso agora com o mais novo notável aqui do nosso canal,
00:20o professor da Universidade Federal de São Paulo, Álvaro Machado Dias.
00:24Professor, boa tarde, seja muito bem-vindo aqui ao Real Time.
00:27Olá, Marcelo. Muito obrigado.
00:27É um prazer ter você como notável do canal agora.
00:30E uma honra para mim.
00:31Bom, vamos começar a falar então sobre esse assunto que eu acho interessantíssimo, professor.
00:35Eu acabei de falar energia limpa e segura.
00:39O segura é que eu acho que deixa muita gente com a pulga atrás da orelha, né?
00:42Porque assim, a gente sempre ouviu falar de desastres nucleares,
00:45chegou uma época que alguns países aboliram energia nuclear, agora estão pensando em voltar.
00:50Mas se a gente pensar em vários pequenos reatores espalhados por aí em data centers,
00:55eu acho que muita gente tem um frio na espinha aí.
00:58Pois é.
00:59A energia nuclear, ela tem um dos piores históricos de public relation de todas as matrizes energéticas.
01:08E a causa, ela remonta à sua origem.
01:12A gente acha que a energia, o uso da energia surge primeiro em função de qualquer aplicação militar.
01:19Mas a verdade, nesse caso, é diferente.
01:22Então, em 1945, a gente teve aquelas bombas atômicas horríveis que selaram aqui essa percepção do mundo
01:32sobre essa energia que só começou a ser utilizada efetivamente para alimentar a matriz elétrica da casa das pessoas em 1951.
01:41Quer dizer, a gente tem primeiro um uso militar, o que é problemático do ponto de vista das percepções.
01:46Depois, a gente teve dois grandes acidentes, assim, daqueles que trazem vítimas,
01:52que são Chernobyl, em 1986, e Fukushima, em 2011,
01:56além de um acidente que não trouxe vítimas, mas uma percepção muito negativa veio associada,
02:02que foi o Three Mile Island, na Pensilvânia, em 1979.
02:05Então, isso tudo deu essa conotação negativa, mas quando a gente olha, a realidade é muito diferente.
02:11Interrompendo você, só mais um, professor, que teve bem menor escala o caso do CESI, o 137 em Goiás.
02:17Verdade.
02:18Assustou muito os brasileiros.
02:19É verdade, exatamente.
02:21A gente não pode esquecer desse caso.
02:23Então, o Brasil também tem essa mesma percepção negativa da energia nuclear.
02:27Agora, olha só, quando a gente pensa em números de reatores por ano,
02:30a gente tem 18.500 reatorizando.
02:33E, até hoje, temos dois grandes acidentes com vítimas e outros menores,
02:39assim, com muitas vítimas e outros menores.
02:41Não é um histórico tão ruim assim, do ponto de vista quantitativo.
02:44Agora, explica pra gente, professor, qual vai ser a eficiência desses mini geradores aí de energia nuclear,
02:50que estão sendo tão cobiçados pelas grandes empresas de tecnologia,
02:53na comparação, por exemplo, com outras fontes de energia.
02:56Explica pra gente, assim, quão limpa é essa fonte e quão eficiente ela é.
03:00Claro. É o seguinte, um grande reator gera mais ou menos 1 gigawatt de energia.
03:07Um pequeno reator, 300 megawatts.
03:10Ele serve, ele consegue alimentar mais ou menos 250 mil casas.
03:15Quando a gente compara isso com, por exemplo, uma fazenda de energia solar,
03:22de painéis solares, ele vale por vários campos de futebol dessa outra matriz.
03:28Portanto, ele tem uma eficiência espacial muito grande.
03:33Hoje em dia, a gente está falando muito da necessidade de ter esses pequenos reatores
03:37próximos de data centers, próximos de centros urbanos.
03:42Então, a gente começa tendo uma vantagem aí no preço do terreno, o famoso real estate cost.
03:46Do outro lado, a gente tem a eficiência em função da não intermitência,
03:54da possibilidade de gerar energia à noite, coisa que as matrizes renováveis,
03:58tradicionais, sobretudo as duas mais utilizáveis, né,
04:01fora a hidrelétrica, que são eólica e solar, não tem.
04:05Então, você dispensa a necessidade de baterias.
04:08Essa é uma outra grande vantagem e, no final das contas, assim,
04:12o balanço tende a ser bastante positivo.
04:14Agora, tem que ter um esquema de coleta do lixo nuclear muito bem feito,
04:19porque vai ser, assim, muito lixo produzido em muitos lugares diferentes ali, né?
04:23Exato.
04:24Esse é um problema grande, o problema do lixo nuclear.
04:26Há uma discussão, há uma série de estudos mostrando
04:29que é possível usar esse lixo também como energia.
04:34Mas a tecnologia, para tanto, ela ainda é muito cara.
04:37Então, não é nem questão de haver um processo bem definido,
04:41mas sim de como torná-lo economicamente viável.
04:45Quando as coisas vão nessa direção, em geral, o que se vê é que em alguns anos,
04:49ou talvez décadas, isso se torne prática comum.
04:53Mas, no momento, de fato, é muito problemático,
04:56porque você tem que fazer uma manutenção de longo prazo
04:59de um material radioativo de alto risco.
05:02Isso daí não só, enfim, incomoda as pessoas,
05:04incomoda as comunidades locais onde estão esses sítios de armazenamento,
05:08como também representa um grande custo, um passivo dessa tecnologia
05:13que precisa ser superado.
05:15Nos últimos anos, falando agora de energia nuclear no sentido mais amplo,
05:18nos últimos anos, muitos países que tinham apostado fortemente
05:22na energia nuclear, como a Alemanha, acabaram voltando atrás
05:25e fechando muitas plantas de energia nuclear
05:27e agora estão começando a rever essa estratégia.
05:30Claro, havia esse risco de acidente, esse medo dos acidentes,
05:33mas se a gente pensar que a gente já tem bomba atômica no mundo
05:37capaz de acabar...
05:38...única.
05:39Assim, você pensa de maneira única o terreno,
05:42você pensa de maneira única as instalações e assim por diante.
05:45O processo toma muito tempo e é muito caro.
05:48Por outro lado, leva à produção de uma quantidade imensa de energia.
05:52A primeira ideia dessas startups é tornar esse um processo em série,
05:57é industrializar a produção de reatores.
06:01Essa é a grande diferença.
06:02Depois, a gente tem diferenças importantes na maneira de aumentar,
06:07de controlar os riscos.
06:09Então, um fundamento é você colocar o reator dentro de uma estrutura
06:14de resfriamento passivo.
06:16O que quer dizer?
06:17Independentemente da ação humana, o negócio vai ser resfriado,
06:20que tem a ver com novas estratégias de fabricação de sistemas de segurança
06:25para reatores nucleares.
06:27E aí, na sequência disso, você tem várias outras inovações.
06:29Então, sim, há uma mudança de paradigma que a gente ainda está esperando
06:33para ver se vai dar certo do ponto de vista econômico,
06:35mas que teórica e modelarmente já está lá.
06:38Me corrija se eu estiver falando besteira,
06:40mas eu acho que Chernobyl, por exemplo,
06:41teve um problema sério com a refrigeração que causou o acidente lá.
06:44Sim, sim.
06:45Na verdade, tanto Three Mile Island, quanto Chernobyl,
06:49quanto Fukushima tiveram problemas de resfriamento.
06:53Só que eles têm origens diferentes.
06:54No caso específico de Chernobyl, havia um problema de desenho do reator.
07:00Então, a própria planta, de acordo com vários artigos que saíram sobre isso
07:04e que eu li de maneira muito interessada,
07:07ela não era bem feita.
07:09Em cima disso, várias decisões humanas ruins,
07:13baseadas em treinamento inapropriado e gestão de risco sobre pressão
07:17muito deletéria para aquilo, levou ao problema de superaquecimento,
07:25que é sempre a questão que faz com que o urânio enriquecido extravase.
07:30Então, no caso específico de Chernobyl,
07:34a gente tem esse problema causado muito por seres humanos
07:37agindo de maneira despreparada e um desenho ruim.
07:40Já no caso de Fukushima, olha só como as coisas são.
07:42O grande causador, o vilão da história foi a Terra.
07:47Foi um terremoto que levou a um tsunami.
07:51Foi esse processo natural que afetou o reator central
07:56e depois os outros reatores que estavam na estrutura toda da planta.
08:01Portanto, não é nada humano, mas mesmo assim foi sobreaquecimento.
08:05Aí está a ideia de você ter um sistema autônomo de resfriamento
08:08que as startups estão trazendo.
08:09Exatamente. Tudo que você está me dizendo aqui me faz pensar
08:12que esse setor, se for para frente, vai ter que ser muito bem regulamentado.
08:16Eu queria saber se você tem de cabeça uma timeline, por exemplo,
08:20para dizer para a gente, uma escala de tempo,
08:22de em quanto tempo a gente vai ver esse tipo de mini-reator funcionando
08:26e fazendo a diferença na indústria da tecnologia.
08:29Pois é. Esse é um ótimo ponto.
08:31Eu concordo tenamente com você.
08:33O aspecto regulatório é fundamental,
08:35mas ele também é o grande entrave para o lançamento do produto dessas empresas.
08:42Então, quando a gente pensa nesses timelines,
08:44eu acho que vale a pena especificar algumas empresas.
08:47Então, por exemplo, tem uma chamada Exterra.
08:50Essa empresa está com timeline 2031-2035.
08:56A ideia dessa empresa é lançar quatro diferentes reatores nos Estados Unidos
09:04para alimentar servidores e eles estão aí agora no momento
09:09de tentar aprovar as suas plantas.
09:14Portanto, estão na briga regulatória.
09:18A Kairos Energy, que é a empresa que é investida pelo Google,
09:21que evidentemente também vai alimentar os servidores da empresa,
09:25está prevendo um lançamento para 2030.
09:28E eles estão bastante confiantes, pelo menos assim,
09:31relações públicas da parte de energia do Google,
09:35diretor de energia do Google, dizendo que está bastante confiante
09:38que isso daí vai entrar em atividade que vai ser fundamental
09:41para os Estados Unidos dentro desse processo de crescimento
09:45da estratégia de internalizar servidores de inteligência artificial.
09:49E aí a gente vai tendo, tem outras também que são muito importantes,
09:55mas ainda estão começando a ganhar força.
09:57Tá certo.
09:58Professor Álvaro Machado Dias, muito obrigado pela sua participação.
10:00Eu que agradeço muito.
10:01Muito, muito legal.
10:02Até semana que vem.
10:03Até semana que vem.
10:04Tchau.
10:05Tchau.
10:06Tchau.
10:07Tchau.

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