Jerônymo, o Innocente (Gazeta de Notícias - Rio, 29/05/1920)
Jerônymo, o Innocente (Gazeta de Notícias - Rio, 29/05/1920)
O sr. Jeronymo Monteiro, apezar de conde do Papa e irmão de um bispo, não parece inspirado pelo Espirito Santo.
Si fosse o Espirito Santo que o inspirasse, o sr. senador não teria feito o que vem fazendo durante estes ultimos dias.
No dia da posse do presidente capixaba, eleito com o beneplacito do conde, S. Ex. não tinha o direito de perturbar a tranquilidade da terra espirito-santense, como fez.
O sr. conde, porém, é uma especie de Lauro Sodré catholico.
O sr. Jeronymo Monteiro tambem segue a mesma pratica. Particularmente é um santo. Um santo? Mais: é uma santa.
O conde sorri sempre. Quando falla a alguem, cruza as mãos e esfrega-as uma contra outra, fortemente, palma contra palma, ora enrollando biscoitos, ora fazendo bolas, duas coisas em cuja fabricação S. Ex. já deve ser artista consummado.
E' um frade de fraque.
Não se sabe, quando o conde falla verdade nem quando mente.
Parece que. na sua intelligencia, o conceito da verdade e o conceito da mentira se confundem. S. Ex. não chega a ser propriamente um homem: uma restricção mental com apparencia humana.
É tão manso, tão doce, tão evangelico... Vae á missa todos os domingos. Confessa-se e communga. Creio até que S. Ex. é zelador da Obra da Communhão Frequente.
Vel-o na egreja, deante de um altar, ajoelhadinho e batendo nos peitos, é espectaculo que edifica.
Dá até devoção. O Sr. Jeronymo chega a ser mais piedoso do que era o seu irmão, o finado bispo de Victoria, que foi um excellente sacerdote.
Entretanto, todos esses ares de irman de caridade que o Sr. conde ostenta para. edificação do proximo. gloria de Deus e exaltação da Santa Madre Egreja, tudo isso desapparece quando ha em jogo interesses politicos seus.
Tal qual o Sr. Lauro Sodré.
Aqui é que o catholico pratico e conde do Papa se encontra no mesmo plano que o Grão-Mestre da Maçonaria e correligionario do Sr. Teixeira Mendes.
O sr. Jeronymo Monteiro, apezar de conde do Papa e irmão de um bispo, não parece inspirado pelo Espirito Santo.
Si fosse o Espirito Santo que o inspirasse, o sr. senador não teria feito o que vem fazendo durante estes ultimos dias.
No dia da posse do presidente capixaba, eleito com o beneplacito do conde, S. Ex. não tinha o direito de perturbar a tranquilidade da terra espirito-santense, como fez.
O sr. conde, porém, é uma especie de Lauro Sodré catholico.
O sr. Jeronymo Monteiro tambem segue a mesma pratica. Particularmente é um santo. Um santo? Mais: é uma santa.
O conde sorri sempre. Quando falla a alguem, cruza as mãos e esfrega-as uma contra outra, fortemente, palma contra palma, ora enrollando biscoitos, ora fazendo bolas, duas coisas em cuja fabricação S. Ex. já deve ser artista consummado.
E' um frade de fraque.
Não se sabe, quando o conde falla verdade nem quando mente.
Parece que. na sua intelligencia, o conceito da verdade e o conceito da mentira se confundem. S. Ex. não chega a ser propriamente um homem: uma restricção mental com apparencia humana.
É tão manso, tão doce, tão evangelico... Vae á missa todos os domingos. Confessa-se e communga. Creio até que S. Ex. é zelador da Obra da Communhão Frequente.
Vel-o na egreja, deante de um altar, ajoelhadinho e batendo nos peitos, é espectaculo que edifica.
Dá até devoção. O Sr. Jeronymo chega a ser mais piedoso do que era o seu irmão, o finado bispo de Victoria, que foi um excellente sacerdote.
Entretanto, todos esses ares de irman de caridade que o Sr. conde ostenta para. edificação do proximo. gloria de Deus e exaltação da Santa Madre Egreja, tudo isso desapparece quando ha em jogo interesses politicos seus.
Tal qual o Sr. Lauro Sodré.
Aqui é que o catholico pratico e conde do Papa se encontra no mesmo plano que o Grão-Mestre da Maçonaria e correligionario do Sr. Teixeira Mendes.
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