A GUERRA CIVIL EM ANGOLA (A Verdadeira História)

  • há 7 anos
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O Acordo de Alvor determinou a criação de um Governo de Transição, a 31 de Janeiro, com uma presença equitativa dos três movimentos, um alto‐comissário nomeado por Portugal, incumbido de resolver litígios interpartidários, e a formação de um exército unido, a par da retirada faseada das tropas portuguesas."
Os factores determinantes da filiação política foram mais complexos do que simples linhas desenhadas num mapa: embora fosse uma criação das elites do Planalto Central, a UNITA não conseguiu garantir o apoio dos habitantes das cidades que estavam familiarizados com o MPLA, instituído há mais tempo. Mais tarde, em meados da década de 1970, os dirigentes da UNITA serviram‐se das estratégias maoistas de resistência camponesa para tentar mobilizar as populações rurais, no Planalto Central. A sua acção, no entanto, era principalmente urbana. A maioria dos relatos sobre o MPLA também descreve um movimento essencialmente urbano, com um êxito modesto nas tentativas de criação de zonas rurais libertadas durante a guerra anticolonial. O MPLA depressa perdeu o interesse nessas zonas logo que o golpe de Estado em Portugal permitiu a mobilização nas cidades.

Embora o quadro jurídico da transição para a independência tenha sido definido pelo Acordo de Alvor, assinado pela FNLA, o MPLA, a UNITA e Portugal, a 15 de Janeiro de 1975, as suas disposições surtiram poucos efeitos perante as posições das elites portuguesas e angolanas: do lado português, havia uma relutância em exercer a autoridade, e do lado dos movimentos angolanos verificava‐se a ausência de uma visão comum de nação e uma carência em termos de responsabilidade popular devido ao alcance limitado da mobilização inicial. O Acordo de Alvor determinou a criação de um Governo de Transição, a 31 de Janeiro, com uma presença equitativa dos três movimentos, um alto‐comissário nomeado por Portugal, incumbido de resolver litígios interpartidários, e a formação de um exército unido, a par da retirada faseada das tropas portuguesas. Os relatos dos acontecimentos ocorridos nos meses subsequentes ao Alvor são unânimes em afirmar que o executivo de transição praticamente não funcionou, enquanto os responsáveis portugueses se serviram da existência de jure do executivo para se isentarem de responsabilidades em relação ao que estava a acontecer em Angola.

A situação desencadeou uma sequência de acontecimentos que não corresponderam a um processo de descolonização, mas resultaram, sobretudo, na apropriação gradual de prerrogativas do estado por parte dos movimentos independentistas, incluindo o uso da violência em nome da defesa das comunidades. É nesta assunção de prerrogativas que podemos situar as origens das formas como os movimentos de libertação exerceram e procuraram justificar o seu controlo do território e das populações ao longo do conflito armado que se seguiu. O MPLA conseguiu incorporar os comités de autodefesa, formados para responder à violência praticada pelos colonos, enquanto a FNLA os encarou com reservas por razões ideológicas. Nos primeiros meses de 1975 registaram-se alguns recontros entre jovens e militares alinhados com o MPLA e a FNLA. O clima de tensão agravou‐se ao ponto de soldados dos dois exércitos atacarem as instalações dos dois partidos, no final de Março de 1975. Quase em seguida, as Forças Armadas Portuguesas (FAP) foram acusadas de não intervir, e combatentes dos três movimentos de libertação juntaram-se às tropas portuguesas para tentar repor a ordem.

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