Tempestade de Areia é um drama israelita lançado em 2016, com guião e direção de Elite Zexer.
O filme leva-nos a um atribo de beduínos muçulmanos no sul de Israel para contar a história de Jalila, que prepara o casamento do marido com uma segunda mulher muito mais nova que ela, enquanto descobre o envolvimento da filha mais velha, Layla, com um colega de universidade, uma relação que a família não aceitaria.
Tempestade de Areia foi selecionado para representar Israel na competição pelo Oscar de melhor filme estrangeiro em 2017. A realizadora Elite Zexer levou vários anos a concluir o guião, empenhada em transmitir com fidelidade uma cultura diferente da sua.
Filmou antes uma curta metragem e só avançou com o filme quando os beduínos aprovaram a curta.
“Eu não poderia trabalhar com mulheres beduínas, porque segundo a tradição quando são fotografadas as fotografias só podem ser vistas por elas e pela família próxima. Sabia por isso que teria de trabalhar com palestinianas. Procurei mulhesres em todo o país e fora de Israel, e tiveram de aprender a cultura beduína e o dialeto, que é diferente do árabe que falam os palestinianos”, explicou Elite Zexer.
As personagens de Tempestade de Areia não se dividem em maus e bons. É um filme sobre as mulheres e as condições em que vivem, em particular numa comunidade de tradições patriarcais, como a beduína.
Segundo a realizadora, “a história mostra-nos uma fase decisiva da passagem de Layla à maturidade. Depois de ter crescido como uma menina que é muito próxima do pai, Layla descobre que afinal o pai não vai poder ajudá-la em tudo, que o pai está confrontado a limitações, que se não for ela a lutar pelo que quer não vai aparecer um pai milagroso para resolver os problemas”.
Layla apaixonou-se por um jovem palestiniano e o casamento nunca seria aprovado pela tribo. Layla vai enfrentar a oposição do pai e da mãe, as relações tornam-se muito tensas, num combate que parece perdido à partida.
“A comunidade beduína que conheci vai entrar numa fase de grande mudança. Eles estão a abrir-se para um mundo moderno muito diferente, tentando ao mesmo tempo preservar tudo aquilo que amam nas suas tradições. É um debate aberto para os homens e as mulheres. São obrigados a dialogar e tentar entender como abrir-se à mudança sem perder tudo o que é importante na sua cultura. É difícil adivinhar como é que este processo virá a fazer-se. O que mostro no filme é uma geração que quer mudar, sem dar resposta sobre o caminho que vão escolher”, disse Elite Zexer.
Vencedor do Grande Prêmio do Júri na seção World Cinema Dramatic no Festival de Sundance, Tempestade de Areia teve muito boa receção também em Israel.
“Estamos muito felizes com o que aconteceu. O filme foi visto por judeus, árabes e beduínos”, disse Elite Zexer. “E eu recebi muitas mensagens emocionadas do público e de pessoas do meio cinematográfico, ganhámos também o prémio da Academia de Cinema de Israel, a Ophirs, para o Melhor Filme e a Melhor Dir
O filme leva-nos a um atribo de beduínos muçulmanos no sul de Israel para contar a história de Jalila, que prepara o casamento do marido com uma segunda mulher muito mais nova que ela, enquanto descobre o envolvimento da filha mais velha, Layla, com um colega de universidade, uma relação que a família não aceitaria.
Tempestade de Areia foi selecionado para representar Israel na competição pelo Oscar de melhor filme estrangeiro em 2017. A realizadora Elite Zexer levou vários anos a concluir o guião, empenhada em transmitir com fidelidade uma cultura diferente da sua.
Filmou antes uma curta metragem e só avançou com o filme quando os beduínos aprovaram a curta.
“Eu não poderia trabalhar com mulheres beduínas, porque segundo a tradição quando são fotografadas as fotografias só podem ser vistas por elas e pela família próxima. Sabia por isso que teria de trabalhar com palestinianas. Procurei mulhesres em todo o país e fora de Israel, e tiveram de aprender a cultura beduína e o dialeto, que é diferente do árabe que falam os palestinianos”, explicou Elite Zexer.
As personagens de Tempestade de Areia não se dividem em maus e bons. É um filme sobre as mulheres e as condições em que vivem, em particular numa comunidade de tradições patriarcais, como a beduína.
Segundo a realizadora, “a história mostra-nos uma fase decisiva da passagem de Layla à maturidade. Depois de ter crescido como uma menina que é muito próxima do pai, Layla descobre que afinal o pai não vai poder ajudá-la em tudo, que o pai está confrontado a limitações, que se não for ela a lutar pelo que quer não vai aparecer um pai milagroso para resolver os problemas”.
Layla apaixonou-se por um jovem palestiniano e o casamento nunca seria aprovado pela tribo. Layla vai enfrentar a oposição do pai e da mãe, as relações tornam-se muito tensas, num combate que parece perdido à partida.
“A comunidade beduína que conheci vai entrar numa fase de grande mudança. Eles estão a abrir-se para um mundo moderno muito diferente, tentando ao mesmo tempo preservar tudo aquilo que amam nas suas tradições. É um debate aberto para os homens e as mulheres. São obrigados a dialogar e tentar entender como abrir-se à mudança sem perder tudo o que é importante na sua cultura. É difícil adivinhar como é que este processo virá a fazer-se. O que mostro no filme é uma geração que quer mudar, sem dar resposta sobre o caminho que vão escolher”, disse Elite Zexer.
Vencedor do Grande Prêmio do Júri na seção World Cinema Dramatic no Festival de Sundance, Tempestade de Areia teve muito boa receção também em Israel.
“Estamos muito felizes com o que aconteceu. O filme foi visto por judeus, árabes e beduínos”, disse Elite Zexer. “E eu recebi muitas mensagens emocionadas do público e de pessoas do meio cinematográfico, ganhámos também o prémio da Academia de Cinema de Israel, a Ophirs, para o Melhor Filme e a Melhor Dir
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