Negrinho do Pastoreio - ALDO LOCATELLI

  • há 12 anos
O princípio espiritual que emana do pensamento, que gerou as imagens do Palácio Piratini, retira sua força na criação verbal do conto de Simões Lopes Neto (1865-1916) [8] e que narra a saga do frágil e indefeso Negrinho do Pastoreio[9]. A tragédia deste pequeno escravo mártir Locatelli é interpretada visualmente numa sequência de murais que culminam no centro do salão nobre que leva o nome da lenda. Neles o artista descreveu o mito, e conferiu-lhe relevo visual, no projeto que clama por uma civilização mais humana e igualitária. Estas obras evidenciam o projeto embasado no pensamento que condena o arbítrio. Arbítrio que tenta abafar, pela violência física e psicológica, o que deveria ser a fonte do poder originário da soberania de um Estado pluri-racial. Temática que o muralista bebe na versão do artista pelotense da palavra e cujas raízes se abastecem nas águas profundas do mito africano imemorial de Osíris estraçalhado pelo seu irmão e levado de volta à vida pela ação reparadora de Isis. Ou do massacre do Cristo e sua ressurreição sob os olhares amorosos e misericordiosos de Maria Madalena.

Pinturas no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini por ALDO LOCATELLI

Trilha Sonora - Negrinho do Pastoreio -Conjunto Farroupilha - Autor - Barbosa Lessa