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JUSTIÇA FINAL - O ESTRIPADOR DE CAMDEN

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Transcrição
00:00Na época que eu era professor de criminologia na Universidade de Birmingham City, aprendi uma ligação importante.
00:13Se a criminologia quiser ter um significado de verdade, não pode ser discutida apenas em bibliotecas ou anfiteatros.
00:20Precisa ser ligada a crimes e pessoas reais.
00:24Então eu vou sair da universidade e reavaliar alguns dos casos atuais mais complicados de assassinatos em série para ver se esses criminosos estão ficando impunes.
00:38Criminologia é o estudo científico sobre criminosos e seus crimes.
00:43É uma área multidisciplinar que combina elementos de psicologia, vitimologia e antropologia para descobrir como e porquê as pessoas cometem crimes.
00:56Quero usar minha nova hipótese sobre assassinatos em série para analisar um dos assassinos mais perturbados que eu já estudei.
01:04Anthony Hart, o estripador de Camden.
01:07Dia 30 de dezembro de 2002, quando a polícia encontrou restos humanos desmembrados num latão no norte de Londres,
01:16não imaginava que aqueles pedaços de corpo a levariam a um assassino serial.
01:26Na criminologia, quando um assassino mata, ele tem um problema imediato.
01:31Como se desfazer do corpo?
01:34No caso de Hardy, o que ele fazia era colocar os corpos destas mulheres na banheira e cortá-los.
01:41Depois, colocava as partes dos corpos em sacos de lixo preto e os jogava em caçambas de lixo na esperança de que o lixeiro os levasse embora.
01:50Afinal de contas, quem vai olhar dentro de sacos de lixo?
01:53No caso de Hardy, ele deu azar em duas questões.
01:56Porque, primeiro, as pessoas que olham dentro de sacos de lixo são mendigos.
02:00Segundo, ele deu azar porque este mendigo só conseguiu olhar dentro daqueles sacos de lixo porque o lixeiro passou com um dia de atraso.
02:09Se tivessem recolhido na hora certa, talvez Hardy tivesse se safado do que vinha fazendo e voltado a matar.
02:17Apenas 36 horas depois, a polícia encontrou mais partes de corpos humanos e a verdade terrível veio à tona.
02:29Elas vinham de duas mulheres diferentes.
02:31Uma grande investigação de homicídios foi iniciada.
02:34Registros da câmera de vigilância local foram examinados e neles, Hardy foi filmado jogando partes de suas vítimas no lixo.
02:42A polícia logo se mobilizou para prender Hardy em seu apartamento no prédio a poucos metros de onde pedaços de corpos foram encontrados.
03:08Mas Hardy havia fugido. O que eles encontraram foi chocante.
03:13Quando a polícia entrou no apartamento de Anthony Hardy, depois que mais pedaços de corpos foram encontrados na rua Plender, encontrou uma cena extraordinária.
03:23Havia palavras estranhas que não faziam sentido nas portas, nas paredes.
03:27Havia desenhos bizarros. Havia calças de agasalhos sujas de sangue na porta de um quarto.
03:31Mas quando a polícia abriu a porta, encontrou uma cena de horror, inimaginável.
03:41Dentro de sacos de lixo preto, eles encontraram o corpo desmembrado de Elizabeth Valad.
03:48E em cima destes sacos, as facas e a serra que Hardy tinha usado para cortar o corpo dela.
03:55Mas se isso já não bastasse, quando a polícia aborrifou o luminol, que é a substância usada para localizar restos de sangue, a verdadeira escala do terror foi revelada.
04:09Porque havia rastros de sangue na sala de estar.
04:12E ficou bem claro o que Hardy fez com Elizabeth.
04:16Ele arrastou o corpo dela da sala para o quarto, onde ela seria desmembrada.
04:21Então, havia vestígios de sangue no apartamento inteiro.
04:27Isso era um matadouro.
04:32Não foi apenas Elizabeth Valad, de 29 anos, que Hardy esquartejou em seu apartamento.
04:38A polícia depois identificou a segunda vítima como sendo Bridget McLennan, de 34 anos.
04:44As duas já tinham trabalhado na indústria do sexo no distrito de prostituição de Kings Cross.
04:51Mary McDonald foi amiga íntima de Bridget e lembra bem dela.
04:55Eu conheci Bridget em 1997.
04:59Ela era uma garota ótima, divertida, gostava de beber, de se divertir, mas também era uma boa mãe.
05:07Eu a encontrei de novo em 2002.
05:10Nos encontramos em Kings Cross e não a reconheci, ela parecia sofrida, estava muito magra e passou por momentos difíceis.
05:18Tinha perdido o apartamento e estava viciada em crack.
05:23Trabalhava nas ruas.
05:25Então, uma semana depois, chegou o ano novo, passei por uma banca de jornal e vi a foto de Tony Hardy no jornal.
05:32Recebi um telefonema no dia seguinte de uma outra amiga que perguntou,
05:36Mairi, qual era o sobrenome da Bridget?
05:38Era McLennan?
05:39Eu disse que achava que sim e ela me disse que ela tinha sido uma das vítimas de Tony Hardy.
05:44Não sei explicar como me senti, fiquei muito triste.
05:49Depois que os corpos de Bridget e Elizabeth foram encontrados, a polícia descobriu que o principal suspeito, Anthony Hardy, tinha um histórico de problemas mentais.
05:58Ele já havia sido internado com problemas mentais e diagnosticado com transtorno bipolar de humor.
06:04Para saber se alguém no condomínio tinha ideia do que ele era capaz de fazer, vim conhecer o vizinho dele, Alan Young.
06:16Alan, há quanto tempo você mora no condomínio College?
06:20Eu me mudei para este conjunto em 1966.
06:22O que aconteceu no condomínio quando a polícia começou a investigar esses homicídios?
06:29Foi quando a notícia começou a se espalhar e passou de um corpo para dois corpos, três corpos.
06:36Havia corpos desmembrados no condomínio e fora do condomínio.
06:40E Tony tinha fugido, mas eu não sabia disso na época.
06:43Nunca suspeitamos dele.
06:45Ele era um homem que se mantinha muito reservado.
06:47Hardy continuou fugindo por dois dias, quando por fim a polícia o pegou.
06:53Ele foi preso, mas se recusou a dar qualquer pista sobre o que estava por trás de sua onda depravada de matanças.
07:00Com Hardy permanecendo em silêncio sobre seus crimes, a polícia chamou um renomado psicólogo forense para avaliar sua verdadeira condição mental.
07:21O que ele descobriu foi ainda mais chocante do que os detetives poderiam imaginar.
07:2744 fotografias foram tiradas de duas de suas vítimas.
07:32As fotografias revelaram que ele praticava a necrofilia.
07:38Eu quero saber se mais mulheres sofreram o mesmo destino terrível nas mãos dele.
07:44A polícia prendeu Hardy e encontrou uma coleção de filmes pornográficos violentos com mais de 70 filmes sadomasoquistas no quarto dele.
07:58Também foi encontrado um arquivo de fotografias de suas vítimas tiradas após serem mortas.
08:09Sabendo que Hardy tinha um histórico de doença mental, eles chamaram o psicólogo forense Dr. Julian Boone para avaliar o estado mental dele e definir se ele poderia usar a doença mental como defesa.
08:22Eu, certamente, o considero um indivíduo extremamente perigoso.
08:31Transtorno bipolar não justifica o que aconteceu nos homicídios de Camden.
08:37As fotografias revelavam algumas características interessantes em termos de necrofilia.
08:43Tenho quase certeza de que 44 retratos foram tirados de duas vítimas, das últimas duas, com elas em poses obscenas depois de mortas.
08:58Tudo isso tem fortes indícios de fantasia sexual.
09:03Nós sabemos que elas não surgiram no aniversário de 51 anos.
09:09É uma coisa que vem com ele, um interesse por toda a sua vida adulta e provavelmente desde a adolescência.
09:17Então, nós pensamos imediatamente, será que foram as primeiras moças?
09:22E é possível que muitas moças tenham escapado dele por um triz.
09:26O depoimento do Dr. Pong ajudou a condenar Hardy por estes dois assassinatos.
09:35Mas, de forma chocante, o julgamento também revelou que Hardy havia matado outra vítima em circunstâncias quase idênticas um ano antes.
09:44Mas ele conseguiu se livrar da acusação.
09:48Em janeiro de 2002, um ano antes dele ser preso, a polícia investigou um incidente de danos materiais à porta da vizinha de Hardy.
09:56Haviam jogado ácido na caixa de correspondência dela e pegadas levaram a polícia diretamente até Hardy, que confessou o crime.
10:08Antes de saírem do apartamento dele, os policiais viram a porta trancada.
10:13Atrás dela, encontraram o corpo despido da prostituta de 38 anos, Sally Wright, estendido numa cama.
10:20Quando peritos examinaram a cena, encontraram sangue de Sally na parede e dentro do capuz do casaco dela.
10:28Uma marca de mordida de Hardy também foi encontrada na coxa direita dela, indicando que ela sofreu uma morte violenta.
10:34Apesar destes indícios, o corpo foi submetido à autópsia.
10:42E para a surpresa e desalento da polícia, o legista concluiu que ela morreu de causas naturais.
10:49A conclusão foi de que Sally Wright morreu de insuficiência cardíaca, provavelmente devido a uma obstrução arterial e a um choque durante o sexo bruto.
11:01Então só restou a polícia acusar Hardy pelos danos materiais ao apartamento da vizinha.
11:05E ele foi colocado aos cuidados da Fundação de Saúde Mental de Kandan e Islington.
11:09Eu pesquisei muito este caso, bastante complicado, e encontrei um artigo escrito em 2012 sobre o médico legista Fred Patel,
11:22que teve o registro de legista cassado em função do resultado da autópsia que ele realizou no jornaleiro Ian Townsend,
11:30que foi envolvido acidentalmente nos tumultos de 2009.
11:36E por que Patel é importante?
11:39Eu vejo agora que ele também foi um médico legista que realizou a autópsia de Sally Wright.
11:46Sally Wright foi a primeira vítima de Hardy.
11:51E o artigo é bem claro ao dizer que Patel concluiu que o Wright morreu de ataque cardíaco durante sexo consensual,
12:00apesar de indícios de manchas de sangue na roupa e na cama.
12:04E como o autor do artigo esclareceu, isso desencorajou uma investigação policial
12:12que poderia ter salvado duas vítimas posteriores de Anthony Hardy.
12:20Após a morte de Sally White, Hardy alegou que estava sofrendo de mania.
12:25Porém, três meses depois, ele foi descrito como paciente modelo, sem sintomas de doenças mentais,
12:32e foi liberado para voltar para o seu apartamento em Camden, no norte de Londres.
12:37Para mim, isso é uma discrepância intrigante.
12:40Então eu quero conversar com algumas pessoas que conheceram e trabalharam com Anthony Hardy,
12:45antes de ele ser preso.
12:46David Freed tem um programa de arte e terapia para onde Hardy foi enviado após uma de suas fases psicóticas.
12:57Quando você conversou pela primeira vez com Anthony Hardy, o que achou dele?
13:01Ele era um sujeito muito corpulento, era meio imponente.
13:06Minha impressão dele foi de uma pessoa que tinha problemas com álcool e provavelmente um temperamento ruim.
13:13No período que ele passou com você no estúdio, uns 12 meses,
13:19ele demonstrava alguma agressividade e passava a impressão de raiva?
13:22Não, de jeito nenhum. Ele era reservado, mas sociável.
13:27Dava a impressão de ser doente mental?
13:29Acho que não.
13:32Eu sempre tive a impressão de que Anthony Hardy era descontrolado devido ao seu problema de saúde mental.
13:38Seu quadro maníaco depressivo, sua psicopatia, mas minha conversa com David revelou uma imagem bem diferente.
13:46David conviveu com Anthony Hardy por um ano enquanto Anthony frequentava suas aulas de arte e terapia.
13:53E nesse período, ele parecia limpo, sem problemas.
13:56Não havia mania, seus padrões de fala eram ordenados.
13:59E o interessante para mim é que eu preciso investigar mais.
14:03Saber se Anthony Hardy é realmente doente mental ou simplesmente usa o sistema de saúde mental em benefício próprio.
14:12No julgamento de Hardy, ele por fim admitiu ter matado Elizabeth Vallad, Bridget McLennan e Sally White,
14:20alegando que elas morreram no decorrer de um jogo de sexo violento que deu errado.
14:25Em 2005, foi solicitado um relatório sobre seu tratamento para saber se poderiam ter sido feitas mais coisas para evitar esses crimes horrendos.
14:33A conclusão foi de que não houve negligência por parte das autoridades,
14:37mas o relatório pintou um quadro de um homem experiente em esconder sua verdadeira natureza psicopata.
14:43Considerando o que sabiam, eles foram muito competentes cuidando da doença mental dele.
14:48Claro que eles não sabiam que Hardy, na realidade, era um assassino serial
14:52que fazia de tudo para esconder o que tinha feito das pessoas que cuidavam dele.
14:57Se não conhecemos o passado de uma pessoa, pode ser muito difícil diagnosticar uma personalidade psicopata.
15:04Quando alguém com personalidade manipulativa também tem uma doença mental,
15:08é uma oportunidade real de manipular o sistema enquanto esconde sua verdadeira natureza e seus verdadeiros motivos.
15:14No meu testemunho, no inquérito, eu descrevi o distúrbio de personalidade dele como o sem cura e eu mantenho o que disse.
15:22Se Hardy tinha um distúrbio de personalidade sem cura,
15:26o que ele fez no passado é crucial para indicar se ele pode ou não ser responsável por outros assassinatos ainda não solucionados.
15:34Antony Hardy nasceu em 1951 em Staffordshire,
15:41quando criança era excelente aluno da escola e se formou mais tarde em engenharia.
15:47Ele casou e teve quatro filhos e se mudou para a Austrália, onde seu relacionamento se desintegrou.
15:54Histórias de violência doméstica surgiram e em 1982 ele foi preso por agredir brutalmente sua esposa.
16:00Mas o caso foi encerrado.
16:03Divorciado em 1986, Hardy ficou internado em hospitais psiquiátricos na Austrália e na Grã-Bretanha.
16:11Em 1989, o médico percebeu que Hardy tinha uma personalidade muito perturbada,
16:16mas ele só foi diagnosticado com transtorno bipolar de humor seis anos depois.
16:22Em 1998, ele foi acusado de atacar uma prostituta, mas a falta de provas evitou que ele fosse processado.
16:30Para avaliar se Hardy poderia de fato ser responsável por mais assassinatos não solucionados,
16:40vou precisar da ajuda de algumas das mentes jovens mais brilhantes na criminologia do país.
16:45Meus alunos de pós-graduação na Universidade de Birmingham City.
16:48Sejam bem-vindos. Desta vez, eu gostaria de saber sobre o caso de Anthony Hardy.
16:54Ele se casou?
16:55Sim, casou. Ele teve dois filhos e duas filhas.
16:59Foi na Austrália que Hardy atacou a esposa.
17:02Ela começou a gritar, as crianças acordaram e ele parou.
17:05Então, ele tem um histórico de tratamento psiquiátrico.
17:13Em 1995, ele foi detido sob a lei de saúde mental.
17:17Ele era obcecado por pornografia e tem um histórico de gostar de dominar mulheres.
17:23O primeiro assassinato que sabemos, ele tinha 51 anos, parece bem velho para cometer o primeiro assassinato.
17:29O fim do casamento começou em 1982, com a tentativa de afogar a esposa.
17:34Então, acho que devemos começar a procurar crimes não solucionados a partir de 1982.
17:40Meus alunos me deram muitas informações sobre o assassino Hardy.
17:43Mas o próprio Hardy se recusou a comentar qualquer outro crime.
17:50Então, vou encontrar Richard Osley, um jornalista que cobriu o caso Hardy e que pode ter uma pista.
17:56Richard, você tem algumas cartas que Hardy escreveu na prisão.
18:01Como você conseguiu essas cartas?
18:04Ele pesquisava a árvore genealógica de uma mulher e ela as trouxe para mim.
18:11Hardy ajudava eles passarem muito tempo juntos.
18:14E quando ele foi preso, escrevia para ela.
18:18Nas cartas, ele diz que estava orando por perdão e que havia encontrado Deus.
18:23Seria possível ler essas cartas?
18:25Sim, claro.
18:26Eu acho muito interessante para tentar entender Hardy e o que pode tê-lo motivado para ver se encontram algumas pistas.
18:32Seria possível?
18:33Sim, claro. Sem problemas.
18:35Eu acho que há duas coisas muito interessantes sobre essas cartas.
18:40A primeira é que elas são bem típicas de como assassinos seriais escrevem dos presídios.
18:44Este desejo desesperado de estar no centro da história.
18:48E aqui, Hardy quer vender seus bens pela Christie's.
18:52Quer ter um biógrafo.
18:53Quer vender suas roupas para Madame Tussauds.
18:55Mas a segunda coisa interessante é que as cartas não sugerem que foi um maníaco depressivo que as escreveu.
19:03Mas uma pessoa manipulativa de duas formas diferentes.
19:07Ele manipula o sistema de saúde mental.
19:10Quer que suas visitas sejam em Broadmoor.
19:13Não no presídio.
19:14Porque os esquemas para as visitas são mais fáceis.
19:17Mas também manipula a mulher para quem ele escreve.
19:21É a sensação de usar mulheres vulneráveis em benefício próprio.
19:24Mas aqui está a frase assustadora.
19:27Há muito mais do que qualquer um imagina para ser revelado.
19:31Isso indica que há outros casos que valem a pena considerar que possam ter ligação com Anthony Hardy.
19:41Esta revelação assustadora de um assassino serial condenado não pode ser ignorada.
19:47Será que sua carreira de assassino inclui mais vítimas do que alguém já possa ter imaginado?
19:55O assassino condenado, Anthony Hart, ficou conhecido como o estripador de Camden pela forma terrível como ele matou três mulheres.
20:04Mas para ligá-lo a qualquer homicídio ainda não solucionado, preciso entender seu método peculiar de matar.
20:10As semelhanças nos crimes do assassino são conhecidas como modus operandi ou modo de operação.
20:19Na teoria moderna de crimes, é uma das ferramentas mais importantes que podemos usar para obter uma perspectiva valiosa no padrão ou comportamento peculiar do assassino.
20:30Analisar os meios diferentes em que estes crimes foram cometidos pode nos dar pistas se outros crimes foram cometidos pela mesma pessoa.
20:40Hart alegou que as três vítimas morreram devido à força excessiva infligida durante sexo violento.
20:47Domínio sexual e controle parecem pontos centrais nos crimes dele.
20:51Preciso confirmar se algum caso não solucionado exibe este modus operandi raro.
20:58Meus alunos me deram uma tarefa nada fácil.
21:01Primeiro por causa do período que eles sugeriram.
21:04Então eu fiz alguns pedidos de informação.
21:08Consegui uma lista de homicídios não solucionados envolvendo prostitutas na Inglaterra e no país de Gales.
21:14E consegui gerar uma amostragem com 18.
21:18Mas se eu limitar por localização para Londres e também com aquele modus operandi específico,
21:24eu fico com dois casos, embora eles envolvam asfixia.
21:28E são os casos envolvendo Sharon Hoare em 1991 e Christian McGovern em 1995.
21:37E são nesses dois casos que eu vou concentrar minha busca em relação a outros crimes que Anthony Hardy possa ter cometido.
21:44Antes de analisar estes dois casos arquivados, preciso entender as diferentes marcas registradas da morte por asfixia.
21:54Eu sou o Dr. Stuart John Hamilton e sou patologista forense certificado pelo governo.
22:00Como tal, eu lido com mortes e homicídios suspeitos e apresento minhas descobertas no tribunal.
22:04Embora asfixia seja uma causa de morte muito comum, homicídio por asfixia é relativamente raro.
22:10Dr. Hamilton pode me fazer entender as possíveis causas para esta forma rara de assassinato.
22:20Stuart, eu estou vendo uma série de casos envolvendo asfixia,
22:24mas quando as pessoas escutam a palavra asfixia,
22:27elas não têm noção da diversidade deste fenômeno, não é mesmo?
22:30Pois é, quando as pessoas pensam em asfixia, acho que a maioria pensa em estrangulamento com o fio,
22:40com as mãos, ou o que chamam de asfixia por compressão.
22:45O que é asfixia por compressão?
22:47É uma coisa muito específica, mas basicamente o que acontece é o tórax ser comprimido por alguma coisa.
22:56À medida que ele é comprimido, evita que o sangue retorne ao peito e ao coração.
23:02E o sangue acaba se acumulando na cabeça, aqui em cima.
23:06Como resultado do acúmulo de sangue, o rosto fica muito roxo e inchado.
23:12Quando você demonstrou a compressão e ao quebrar algumas costelas, você usou as mãos.
23:22Mas um criminoso também pode ajoelhar, montar ou deitar sobre a vítima, não é?
23:29Sim, claro.
23:30Se eu simplesmente pressionar a pessoa assim, a não ser que esteja inconsciente,
23:35ela consegue me empurrar e tentar girar para sair.
23:38Se usar o peso do corpo, é muita pressão bem no meio, evitando que a pessoa se mexa.
23:45Então, temos a possibilidade de imobilizar uma pessoa, assim como de matá-la.
23:54Ciente deste método peculiar de assassinato,
23:57o primeiro caso arquivado que eu quero investigar ocorreu em 1995,
24:02quando a prostituta de 47 anos, Christine McGovern,
24:05foi encontrada despida em sua casa em Walthstone, a poucos quilômetros de Camden.
24:11Alguns assassinatos se tornam emblemáticos em nossa cultura.
24:14Eles geram grande interesse da mídia,
24:16enquanto outros desaparecem da visão do público quase imediatamente após serem cometidos.
24:22O assassinato de Christine McGovern, aqui em junho de 1995,
24:27foi um destes assassinatos que ganhou no máximo três colunas no jornal local.
24:32Mas há algo no assassinato de Christine, que reflete muito o estilo de Anthony Hardy.
24:40Primeiro em relação à área em que estou, o Walthstone,
24:44mas segundo em relação ao comportamento na cena do crime,
24:48em relação ao assassinato em si.
24:50O apartamento de Christine foi revirado, sugerindo roubo.
24:56Mas itens de valor, incluindo um telefone celular, ficaram intactos,
25:01indicando que roubo não era o principal motivo do assassino.
25:06O corpo dela foi deixado na banheira.
25:08Foi uma cena de crime muito confusa,
25:11porque temos elementos de organização e desorganização.
25:14Uma coisa que podemos afirmar com certeza é que a porta do banheiro não foi arrombada.
25:21Isso indica que ela foi assassinada em outro lugar.
25:25Mas há um fator muito importante.
25:28A espinha de Christine foi quebrada.
25:31Isso indica que o assassino veio por trás dela e a espremeu.
25:36E possivelmente a carregou até o banheiro.
25:39Por que ele fez isso?
25:42Nitidamente havia água na banheira.
25:44Talvez ele tenha tentado fazer parecer que foi suicídio,
25:48ou por que tenha tentado terminar de matá-la.
25:51Nós também encontramos impressões com sangue no revestimento do banheiro.
25:56Se o assassino estivesse pensando com clareza,
26:00teria limpado as impressões.
26:02Então o que podemos afirmar com certeza,
26:04devido à espinha quebrada, o nariz quebrado,
26:06foi que houve um elemento de exagero ao matá-la.
26:10Isso indica um excesso de raiva.
26:14Inicialmente, o que me atraiu neste caso
26:16foram as semelhanças da morte violenta de Christine
26:19com os ferimentos cenebrosos que Hardy costumava infligir em suas vítimas.
26:25Mas pesquisando melhor o comportamento de Hardy em 1995,
26:30descobri informações convincentes.
26:31Provavelmente, é a primeira pista de verdade neste caso,
26:36desde que Christine foi assassinada.
26:40Estou lendo o relatório independente que foi feito
26:42sobre o tratamento de Anthony Hardy
26:44depois de sua condenação.
26:46Eu quis ler isso porque me permite construir um retrato
26:50de Hardy e de seus movimentos
26:52antes dos assassinatos que ele cometeu.
26:56Estou me concentrando particularmente em 1995.
27:01Sabemos, claro, que Christine McGovern
27:03foi assassinada em junho de 1995.
27:07E onde estava Hardy?
27:08E como ele era?
27:10Aqui nos dias que, em maio de 1995,
27:13Hardy passou três dias internado
27:15no Centro de Saúde Mental em Camden.
27:17E quando foi internado,
27:19a equipe percebeu que ele falava alto,
27:22de forma alucinada, nitidamente psicótico.
27:24E lembrem-se,
27:26isso foi seis semanas antes do assassinato de Christine.
27:29Então, em agosto daquele ano,
27:31ele teve uma grande overdose.
27:32Então, este relatório nos mostra
27:34que em 1995,
27:37entre maio e agosto,
27:38Anthony Hardy estava no meio
27:40de uma crise psicótica muito importante.
27:45E que no meio deste episódio psicótico,
27:47Christine McGovern foi assassinada.
27:50Mas tem outra coisa.
27:51Este relatório também nos leva de volta
27:55a 1981,
27:57quando Hardy ingressou
27:58no sistema de justiça criminal.
28:02E foi devido a uma tentativa de homicídio.
28:05A tentativa de homicídio da esposa.
28:08Ele bateu na cabeça dela com uma garrafa
28:10e tentou afogá-la na banheira.
28:13Acredito que coincidências
28:14sejam raríssimas em assassinatos em série.
28:16Então, esta ligação me parece importante.
28:20Outra ligação
28:21é que Hardy usava o serviço
28:23de prostitutas regularmente,
28:25preferindo contatá-las
28:26através de anúncios em revistas
28:28onde Christine costumava
28:30anunciar seus serviços.
28:31Isso também é um fator
28:35que conecta
28:36o segundo caso
28:36arquivado da minha lista.
28:42Quatro anos antes
28:43do assassinato de Christine,
28:45o corpo de Sharon Hoare,
28:47de 19 anos,
28:48foi encontrado despido
28:49em casa por sua companheira
28:51de quarto em Chelsea,
28:52sudoeste de Londres.
28:54Aspirante ao modelo,
28:55ela teve ossos quebrados
28:57durante uma surra,
28:58antes de ser asfixiada.
29:01Seu apartamento
29:02também foi revirado,
29:03mas 100 libras
29:04ficaram intactas no local.
29:07Seu assassino
29:08nunca foi identificado.
29:11Foi no apartamento
29:12atrás de mim
29:13que Sharon Hoare,
29:14de 19 anos,
29:15foi encontrada
29:15espancada
29:16e asfixiada
29:18em agosto de 1991.
29:21Assim como muitos jovens,
29:23Sharon saiu de casa,
29:24no caso dela,
29:25foi de Bristol
29:26para Londres,
29:27na esperança
29:28de se tornar modelo.
29:31mas muito rápido
29:32acabou vendendo
29:32serviços sexuais.
29:34Ela anunciava
29:35estes serviços
29:35em revistas
29:36de anúncios pessoais
29:37e jornais.
29:40Espancamento,
29:41asfixia,
29:42prostitutas,
29:43estamos lidando
29:44com modos operantes
29:45de Hardy.
29:46O que não faz parte disso
29:48é o fato
29:49de eu estar em Chelsea.
29:51Para mim,
29:51Hardy e Chelsea
29:52não se misturam.
29:53então acho que vou ter
29:56que descobrir
29:56muito mais
29:57sobre este caso.
30:00Para saber mais
30:01sobre a vida de Sharon,
30:02eu vou encontrar
30:03Danny Goddard,
30:04que é zelador
30:05destes apartamentos
30:06desde 1990.
30:08O que você lembra
30:09da Sharon?
30:10Você pode descrever
30:11como ela era?
30:12Ela era muito tranquila
30:13e se mantinha reservada,
30:15assim como a companheira
30:16de quarto.
30:17Levando em consideração
30:18que é um condomínio cercado,
30:21teve alguma testemunha
30:22em relação ao que aconteceu?
30:24Teve um homem
30:25que chegou por volta
30:26das duas da manhã.
30:27Ele disse que viu
30:28alguém entrando
30:29no apartamento dela
30:30ou achava que tinha visto
30:31alguém entrando
30:32pelas portas do pátio.
30:33Então teve uma testemunha?
30:35Sim.
30:35Ela vendia serviços sexuais.
30:37Os clientes vinham aqui?
30:39Não, não, não.
30:40Aqui era onde ela morava.
30:41Você sabe se ela usava metrô
30:43ou como ela se deslocava
30:44de um lugar para o outro?
30:45Principalmente táxis.
30:46Havia muitos táxis
30:47entrando e saindo
30:48daqui à noite.
30:49Sério?
30:50É.
30:50Isso também é interessante.
30:52Houve outros ataques
30:54a prostitutas nessa região?
30:56Sim, dois em Ares Court
30:58e Queensgate na época.
31:00Estou intrigado por Danny
31:02ter me falado
31:03de outros ataques
31:04a prostitutas
31:05na Zona Oeste de Londres.
31:06É uma coisa
31:07que eu preciso pesquisar mais.
31:09Mas, acima de tudo,
31:11o que sempre me interessa
31:12quando estou investigando
31:13casos arquivados
31:14deste tipo
31:15envolvendo prostitutas
31:17é o fato de que,
31:19na verdade,
31:20Danny não sabia muito
31:22sobre Sharon Hoare.
31:24Ela se mantinha reservada.
31:26Havia uma relutância
31:27da parte dela,
31:28mas também da parte
31:29de todo mundo
31:30em descrever
31:31a vida de uma prostituta
31:32e o que mulheres
31:33nesta posição
31:34precisam fazer
31:35para ganhar dinheiro.
31:37Então, acho que ainda
31:38preciso saber mais
31:40sobre Sharon Hoare.
31:41Para entender direito
31:45como Sharon encontrou
31:46seu destino,
31:47o pai dela aceitou
31:48me encontrar
31:49para falar sobre a filha.
31:51Jack, pode me falar
31:52um pouco sobre
31:53como era Sharon?
31:55Sharon, quando criança,
31:56era bastante elevada.
31:58Fazia as coisas
31:59que crianças normalmente fazem.
32:01O que a Sharon
32:01queria fazer da vida?
32:03Com o passar do tempo,
32:05Sharon pensou em trabalhar
32:07como advogada
32:07depois quis ser médica.
32:11Acho que ela não sabia direito
32:15o que queria ser na vida.
32:18E quando a polícia
32:18te contou sobre o assassinato,
32:20o que disseram que aconteceu?
32:22Nós estávamos em uma festa
32:24na hora e recebemos
32:25um telefonema dizendo
32:26para virmos imediatamente
32:28para casa.
32:28Eu não consigo descrever.
32:30Eu desafio qualquer um
32:32a descrever o que se sente
32:33quando alguém lhe conta isso.
32:35O que você faz?
32:36Você desmaia?
32:37Você grita?
32:38Eu não sei.
32:40Eu adoraria um desfecho.
32:41Para todas aquelas pessoas
32:43que dizem que se acharem
32:44o culpado vai ficar tudo bem,
32:46acho que não estão certas.
32:48Mas nos daria um desfecho.
32:50Seria bom ver alguém
32:51sendo punido.
32:53Porque não é certo
32:54alguém fazer isso
32:55com uma criança.
32:57O homem, a mulher,
32:59quem quer que tenha feito isso
33:01está solto por aí.
33:03Talvez levando uma vida boa.
33:06Isso não pode estar certo.
33:08Não pode mesmo.
33:09Tudo bem, querido?
33:10Tudo.
33:12É?
33:13Estou bem.
33:15Foi uma conversa comovente.
33:17E, sinceramente,
33:19tudo o que eu queria
33:19desta conversa
33:21era saber como Sharon
33:22era como pessoa.
33:24Quais eram suas esperanças,
33:26seus sonhos,
33:27suas aspirações.
33:29E, a meu ver,
33:30Jack fez isso com perfeição.
33:31E, nitidamente,
33:33ele ainda tem lembranças fortes
33:34da sua filha.
33:34Apesar da investigação
33:40da polícia
33:40sobre a morte de Sharon,
33:42a identidade do assassino
33:43ainda é um mistério.
33:46Procuramos a testemunha ocular,
33:48mas ela não lembrou
33:49de nenhum detalhe relevante.
33:51Mas eu acredito
33:52que a minha pesquisa
33:53revelou novas ligações
33:55que ainda não foram analisadas.
33:57Quando eu estava
33:58na cena do crime
33:59de Sharon Hoare,
34:01uma das coisas
34:01que eu achei difícil imaginar
34:03foi Anthony Harden
34:05em Chelsea.
34:06Mas, Danny,
34:08o zelador,
34:10me disse que,
34:11na época em que Sharon
34:12foi assassinada,
34:14houve outros ataques
34:15a prostitutas
34:16que anunciavam
34:17seus serviços
34:18no jornal
34:18e em revistas
34:20de anúncios pessoais.
34:23Então,
34:23eu fiz uma pesquisa
34:25e encontrei uma matéria
34:27sobre ataques na época.
34:30Está no
34:31Dairy Express
34:32de 19 de agosto
34:34de 1991
34:35e também menciona
34:37o assassinato
34:37de Sharon Hoare.
34:40E a mulher
34:41que sobreviveu
34:42a um destes ataques
34:43conseguiu dar à polícia
34:44uma descrição física
34:45do homem que atacou.
34:48A polícia conseguiu
34:49fazer um retrato
34:50falado do homem procurado.
34:53E eu me pergunto
34:54se o retrato falado
34:56deste homem grande
34:57de barba
34:58vai me ajudar
35:00a ligar
35:01Anthony Hart
35:02aos casos
35:03arquivados
35:04que estou investigando.
35:06Será que este
35:07retrato falado
35:08do homem
35:09que atacava
35:09prostitutas
35:10na zona oeste
35:11de Londres
35:11em 1991
35:12finalmente vai esclarecer
35:14o mistério
35:15de quem matou
35:15Sharon Hoare?
35:18Eu estou analisando
35:19ligações
35:20entre o assassino
35:21condenado
35:21Anthony Hart
35:22e dois assassinatos
35:23brutais
35:24não solucionados
35:25que revelam
35:25algumas semelhanças
35:26com o modus operandi
35:27dele.
35:29Hart teve
35:30uma vida dura
35:31entrando e saindo
35:32de instituições
35:33psiquiátricas
35:34durante anos
35:34antes de conseguir
35:35se estabelecer
35:36numa moradia popular
35:37em Camden
35:38no ano de 2000.
35:40Para saber mais
35:41sobre ele
35:42antes desta época
35:43vou encontrar
35:43Frank Murray
35:44e Alex McDonnell
35:46que trabalhavam
35:47num albergue
35:48para desabrigados
35:49onde Hart
35:49morou
35:50no início
35:50dos anos
35:511990.
35:53O que acharam dele?
35:55Qual foi a primeira
35:56impressão que tiveram dele?
35:57Ele era um homem
35:57muito impressionante
35:58muito alto
35:59muito forte
36:00corpulento
36:01nós percebemos
36:02a presença dele
36:03quando as pessoas
36:04começaram a apresentar
36:05ferimentos.
36:05Que tipo de ferimentos?
36:07Ele era conhecido
36:08como esmagador de ossos
36:09esse era o apelido
36:10dele no albergue
36:11ele chegava
36:12por trás das pessoas
36:13e as agarrava
36:14espremendo
36:15até ouvir os ossos
36:16quebrando.
36:16ferimentos que iam
36:18desde hematomas
36:19graves
36:20até fraturas.
36:22Um homem
36:22teve um ombro
36:23quebrado
36:24outro teve os ossos
36:25da costela
36:26quebrados
36:26ele foi pego
36:27e nós tentamos
36:28despejá-lo
36:29várias vezes
36:29o albergue tentou
36:30todos se sentiam
36:31muito intimidados
36:33de testemunhar
36:34contra ele
36:35no tribunal.
36:37Vocês acham
36:38que mesmo
36:38nos anos 90
36:39ele seria capaz
36:40de matar?
36:41Eu diria que sim.
36:44É, eu também
36:45acho que sim.
36:45ele levantava
36:46as pessoas
36:47e as esmagava
36:48com as mãos.
36:50Quando vocês
36:51souberam
36:51dos assassinatos
36:52subsequentes
36:53que levaram
36:55Anthony Hart
36:55a ser condenado
36:56vocês se surpreenderam?
36:59O que me surpreendeu
37:00foi não terem
37:00surgido mais vítimas.
37:02Exatamente.
37:03Eu estou analisando
37:05dois casos
37:06arquivados
37:06dos anos 90.
37:10O nome de uma delas
37:11não deve dizer
37:12nada para vocês
37:13Sharon Hoare
37:14mas esta moça
37:15foi assassinada
37:17e alguns dias
37:18depois
37:18houve um ataque
37:20a outra mulher
37:21que por sorte
37:22sobreviveu.
37:23Ela conseguiu fazer
37:24um retrato falado
37:25da pessoa
37:26que a atacou
37:26que é este.
37:29Parece a pessoa
37:30que estávamos
37:31descrevendo
37:32nos anos
37:321990?
37:34É bem parecido.
37:36Se eu tivesse
37:37que descrever
37:37o Hardy
37:38seria com características
37:39grandes,
37:40fortes,
37:40cabelo preto
37:41e barba.
37:43Mas eu me lembro
37:44dele usando
37:45óculos.
37:46Ele realmente
37:47usava óculos.
37:48Sim.
37:51Isso.
37:52É.
37:54Eu achei
37:54essa conversa
37:55extraordinária.
37:57E o que eles
37:57me disseram?
37:58Me deram informações
37:59que permitiram
38:00que surgisse
38:01essa imagem
38:01de Hardy
38:02como o esmagador
38:03de ossos.
38:04Além disso,
38:05eles disseram
38:06que o que mais
38:06os surpreendeu
38:07foi que em 2002
38:08ele foi acusado
38:10apenas de
38:10três assassinatos.
38:13Na opinião deles,
38:14ele era capaz
38:15de matar
38:15mesmo nos anos
38:161990.
38:20Isso me faz
38:20pensar ainda mais
38:21nos casos
38:22arquivados
38:22de Sharon Hoare
38:24e Christine
38:24McGovern.
38:26E quando eu mostrei
38:27o retrato falado
38:28para o Frank
38:28e para o Alex,
38:29foi a primeira vez
38:30que eles viram
38:31o retrato falado.
38:33Os dois disseram
38:34que é parecido
38:35com Anthony Hardy.
38:37Na minha opinião,
38:38isso é um indício
38:40incontestável.
38:42O pai de Sharon Hoare
38:43me falou
38:44como a filha dele
38:45era como pessoa.
38:46Mas ele também
38:47queria me falar
38:48sobre uma nova pista
38:49que ele recebeu
38:50recentemente.
38:51O assassinato
38:53de Sharon
38:53parece ter desaparecido
38:55dos olhos
38:55do público
38:56muito depressa.
38:57Desde a morte dela
38:58até hoje,
38:59alguém já deu
39:00alguma pista
39:00ou alguma informação útil?
39:04Somente há dois meses
39:05quando eu recebi
39:06um e-mail
39:06dizendo que os
39:08motoristas de táxis
39:09deveriam ser
39:10investigados.
39:13Eu achei muito
39:14estranho na época
39:16e lembro
39:18da outra coisa
39:18que disseram
39:19foi que acharam
39:22uma impressão
39:22no abdômen dela
39:23de alguém
39:24ajoelhado
39:24sobre ela,
39:26talvez usando
39:26uma calça
39:27de veludo.
39:28ajoelhado
39:31no abdômen dela?
39:33Ajoelhado
39:33no abdômen,
39:34isso nunca
39:34deu em nada.
39:36Eu fui o primeiro
39:38a conversar com você
39:39em todo este tempo
39:40sobre sua filha?
39:41Sim.
39:42E o assassinato
39:43dela?
39:44Sim.
39:47Descobrimos
39:47mais duas informações
39:48que sinceramente
39:49não eram esperadas.
39:50Porque ele me falou
39:51do motorista
39:52do táxi
39:53e depois me deu
39:54outra informação
39:55crucial
39:56sobre como Sharon
39:57foi morta.
39:59E foi que o assassino
40:01se ajoelhou
40:02sobre o abdômen dela.
40:05E na minha opinião,
40:06isso coloca
40:07Anthony Hardy
40:08em primeiro plano
40:10na investigação.
40:15Comprimir
40:15se encaixa
40:16no modus operandi
40:17de Hardy.
40:18Mas eu precisava
40:19falar com alguém
40:20que o conhecia melhor
40:21na época
40:22para saber
40:23se fortalecia
40:24ainda mais
40:24a nova pista
40:25de Jack.
40:26Por acaso,
40:27a amiga de Bridget
40:28McLennan,
40:29Mary MacDonald,
40:31encontrou Hardy
40:31seis meses
40:32após o assassinato
40:33de Sharon Gore
40:34em 1991.
40:36A revelação
40:37de que Hardy
40:37trabalhou como
40:38motorista de táxi
40:39e o fato
40:40de Sharon
40:41ter sido vista
40:41pela última vez
40:42em um antes
40:43de ser morta,
40:44embora circunstancial,
40:46é uma pista
40:46importante.
40:48A semelhança
40:49com o retrato
40:49falado de um homem
40:50visto atacando
40:51prostitutas
40:52na zona oeste
40:53de Londres
40:54na época
40:54também me parece
40:55importante.
40:56O fato
40:56da cena
40:57do crime
40:57de Christine
40:58McGovern
40:59também exibir
40:59semelhanças
41:00com o modus
41:01operandi de Hardy
41:02me faz acreditar
41:03que há ligações
41:04convincentes
41:05suficientes
41:05para garantir
41:07uma investigação
41:07mais extensa
41:08pela polícia
41:09nesses dois casos.
41:11Anthony Hardy
41:13está sendo um caso
41:14muito difícil
41:15de detalhar
41:15por várias razões
41:17e ele se mostrou
41:18muito astuto
41:19muito manipulativo
41:21e esta manipulação
41:23me parece indicar
41:24que ele seria
41:25perfeitamente capaz
41:26de ter matado
41:27mais mulheres
41:28que as três
41:29por cujos
41:30assassinatos
41:31ele foi condenado.
41:33E me parece
41:34que se a polícia
41:35tivesse investigado
41:36melhor os casos
41:37arquivados
41:38de prostitutas
41:39que foram
41:40asfixiadas
41:41acho que
41:42pessoas como Jack
41:44teriam a justiça
41:46que elas merecem.
41:49Versão brasileira
41:50DPN Santos
42:11DPN Santos
42:11DPN Santos
42:11DPN Santos
42:12DPN Santos
42:12Amém.