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Especialista atribuí esse aumento a diversos fatores, como a falta de informação adequada, a diminuição do uso de preservativos e a dificuldade de acesso a diagnóstico e tratamento. A situação exige campanhas de conscientização mais eficazes e ações de prevenção direcionadas aos jovens para conter a propagação dessas infecções.
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Transcrição
00:00Já adiantei que a doutora Ana Carolina de Torre está com a gente aqui no programa hoje,
00:05pra gente falar, ela é infectologista e a gente tá aqui pra falar e fazer um alerta
00:10pras pessoas de casa, né, sobre os casos de infecções sexualmente transmissíveis,
00:16as ISTs, né, que tem aumentado principalmente entre homens jovens e a doutora Ana Carolina
00:25tá aqui com a gente pra poder tirar dúvidas, né, se você coloca nosso WhatsApp aí por gentileza,
00:31se você tiver alguma pergunta, você pode mandar pra gente aqui, por meio do nosso WhatsApp,
00:37é o 27997922530, é o nosso número de WhatsApp pra você poder fazer a sua pergunta, tá?
00:48Primeiro de tudo, né, doutora, é aquela questão que a gente sempre fala quando a gente vai falar
00:54desse assunto, né? Uma vida desregrada, uma vida sem responsabilidade na vida sexual,
01:02é isso que pode trazer uma doença como essa, né?
01:05É, a pessoa tem a liberdade de fazer o que quiser com a vida, certo?
01:09Mas a gente sempre orienta os cuidados necessários pra ter essa liberdade com segurança,
01:14por quê? Prática sexual desprotegida, sem nenhum tipo de proteção, leva às infecções sexuais
01:19que podem ter repercussões grandes na vida da pessoa, desde assintomáticas por muitos anos,
01:24causando danos futuros, até imediatos, né, com desconfortos mais imediatos.
01:28Por isso que a gente reforça tanto a necessidade das medidas de prevenção das ISTs.
01:33Agora, existe um perfil desse homem, doutora, que normalmente acaba se infectando com uma doença dessa?
01:42O que o boletim epidemiológico mostra é que houve um aumento do número de casos de HIV,
01:46referente a HIV, né, a principal IST que a gente trata no Brasil,
01:50entre a faixa etária de 20 a 29 anos.
01:52Então, é um homem jovem que tá iniciando a vida, tá no início da vida sexual,
01:57então, o que me parece é que falta um pouco de diálogo e de informação
02:01a levar essas pessoas pra gente divulgar realmente quais são as formas de prevenção.
02:06Entendi. Ou seja, é um assunto que a gente pode dizer que ainda é um tabu em algumas famílias, né?
02:13Quando a gente vai falar de sexualidade, quando a gente vai falar de um assunto como esse,
02:18algumas famílias acabam ali tendo um pouco, né, de receio de falar, de compartilhar esse tipo de assunto.
02:26Mas, diante da experiência da senhora, é importante esse diálogo, né?
02:29É importante o diálogo porque quando a gente fala de vida sexual na fase adulta, vai acontecer, né?
02:35Não tem como a gente acreditar que todo mundo vai ser celibatário pro resto da vida.
02:38Então, que a pessoa, pelo menos, tenha informação de como se proteger quando tiver na vida sexual ativa.
02:44Agora, doutora, além do HIV, que a senhora falou agora, né, quais são as outras doenças sexualmente transmissíveis
02:51que, infelizmente, são mais comuns?
02:54Sífilis. Tem um aumento importante, inclusive na sífilis congênita,
02:58porque sífilis é uma infecção que é possível passar da mãe pro bebê.
03:01Então, é uma infecção que a gente fica muito atenta.
03:03HPV, também é uma infecção sexual muito importante, principalmente na saúde feminina,
03:09porque tá relacionado com câncer de colo de útero, além de gonorreia e clamídia.
03:13São as principais que circulam no Brasil.
03:16Certo. Olha, chegou uma pergunta aqui, a nossa telespectadora não quer se identificar,
03:20mas ela tá perguntando aqui.
03:22Doutora, resumidamente, tem como explicar como é que pode pegar essas doenças?
03:27É pela...
03:28Sexo desprotegido.
03:29Sexo desprotegido, né?
03:30Sem a proteção, com preservativos.
03:32Existem outras estratégias combinadas, quando a gente fala de prevenção de IST,
03:36que envolve vacinação.
03:37Existem vacinas que são específicas pra IST, por exemplo, a vacina do HPV,
03:42mas também o uso de preservativo, o uso de lubrificantes, porque diminui a lesão da mucosa.
03:47Então, se você tem uma mucosa menos lesionada, a chance de transmissão de algo é menor.
03:52Entende?
03:52Então, entra dentro da estratégia.
03:55Então, o que a gente aconselha é que as pessoas busquem a orientação de um profissional de saúde
03:59pra individualizar a sua realidade, porque não existe um padrão, né?
04:03A gente precisa ver o que acontece na sua vida pra entender quais são os seus riscos
04:07e aí sim te orientar qual é a melhor forma de prevenção.
04:09Essa era a pergunta aqui da Maria Antônia, ela é aqui de Vitória, do bairro Santo Antônio,
04:15perguntando dos sintomas e dos sinais que essas doenças, elas trazem no corpo das pessoas.
04:21Existem sinais como esses aí que a senhora acabou de falar, né?
04:23Existem sinais que são mais clássicos de IST, que é aquele corrimento uretral,
04:28uma dor a urinar na hora de fazer xixi, aquela dor que sai um pouquinho de secreção.
04:32Isso é mais tradicional das ISTs.
04:34Mas é muito inespecífico porque pode ser uma clamídia que fica assintomática por muitos anos
04:40e vai levar a uma dificuldade da mulher engravidar, depois de alguns anos sem tratamento.
04:45Pode ser uma sífilis com manifestação no corpo todo, com manchas pelo corpo.
04:49Um HIV agudo que manifesta como se fosse uma síndrome gripal.
04:52Então, é muito amplo a manifestação dessas doenças.
04:55Doutora, a gente ouve falar sempre do tratamento voltado para o HIV, né?
05:01Com os coquetéis, né? Com todos os medicamentos necessários para o tratamento, né?
05:07Essas outras doenças sexualmente transmissíveis também têm tratamento?
05:11Têm tratamento. Elas têm tratamento.
05:13A maioria é tratada com antibióticos, né? Que vão matar as bactérias.
05:17E as hepatites virais, que também são transmitidas por sexo, hepatite B e hepatite C,
05:22também têm tratamento específico para controlar.
05:25Agora, não é porque tem tratamento que a gente vai relaxar, né, doutora?
05:28Não, o ideal é que a gente não se infecte, né? Mas dá, pelo menos, a possibilidade de quem está infectado
05:33saber que vai poder ter uma vida saudável e, contextualizando, ter segurança daí pra frente.
05:39Doutora, mais uma vez, diante da experiência da senhora na área como infectologista, né?
05:44O nosso estado, os municípios, o país, está preparado para enfrentar pessoas com essas doenças?
05:52Para orientar, para tratar e estar junto dessas pessoas?
05:56Hoje a gente tem uma rede dentro do SUS grande de apoio a essas pessoas com infecção.
06:00Existe teste gratuito nas unidades de saúde. Existe a vacinação, que também está disponível pelo SUS.
06:06Os pacientes que têm HIV, hepatites virais, que precisam de medicamentos, também conseguem os tratamentos pelo SUS.
06:12Então, a gente tem, sim, uma rede pública e estadual que consegue garantir o tratamento.
06:17Mas o que eu sempre gosto de reforçar é que todo mundo deve se testar, porque o fundamental é a gente saber se tem o diagnóstico ou não
06:25pra daí direcionar o cuidado mais assertivo. E existe um grande medo das pessoas testarem.
06:30Muitos pacientes chegam no meu consultório falando, eu tenho medo de testar, mas não testar vai te ajudar em quê?
06:36Não é verdade? Ou você vai carregar um peso que não é seu, por não testar, ou você está perdendo a oportunidade de se tratar e ter uma vida saudável.
06:44Então, é importante que se teste.
06:46Doutora, o Antônio Nobre está acompanhando a gente aqui, lá no município da Serra.
06:52Ele está perguntando o seguinte, tenho visto muitas pesquisas e notícias da cura do HIV.
06:58Vai ser possível isso?
07:00Ela é possível. Eu não acho que é algo impensável, mas os estudos precisam, sim, avançar um pouco mais pra chegar à larga escala.
07:09O que eu falo pros meus pacientes é que eu não acho impossível ter a cura do HIV.
07:11Mas, quando ela chegar, a pessoa tem que estar saudável.
07:14E o que a gente tem disponível hoje, pra garantir que ela fique saudável até esse futuro, é o uso das medicações que estão disponíveis no SUS.
07:22Então, eu gosto de pensar na possibilidade do HIV, mas sempre colocando a realidade que a gente tem agora, que é o tratamento com a terapia antirretroviral.
07:28Olha só, tem mais uma pergunta aqui.
07:32Ela pediu pra não se identificar, tá?
07:34Disse que o filho dela foi diagnosticado com HIV recentemente.
07:40E ela tá falando aqui que o coquetel que ele faz uso, traz muita reação, né?
07:49Muita reação.
07:51Ela tá querendo perguntar se é normal isso.
07:53Depende. O tratamento do HIV tem uma gama muito grande de medicamentos, né?
07:57O principal, aqui no Brasil, ele é composto por dois comprimidos, dose única, uma vez ao dia.
08:03Então, esse coquetel inicial, de maneira geral, ele não traz muitos efeitos colaterais, muito mal-estar.
08:09Mas, quando tem, após 14 dias, eles tendem a sumir.
08:12Mas, existem outros tipos de remédio.
08:14Então, eu teria que saber qual é o remédio pra dizer se é normal ou não.
08:18Mas, ainda que tenha efeito, realmente, se ele está passando mal, tem um efeito colateral, ainda existem outras possibilidades de tratamento.
08:25Não existe uma possibilidade.
08:27Perfeito.
08:27Doutora, quem não tem condições de procurar um consultório particular, qual é a porta de entrada no sistema público de saúde
08:36pra que a pessoa possa fazer o teste e até mesmo acabar passando por um tratamento desse?
08:43Todo município tem o centro de testagem e aconselhamento de IST AIDS, que são CTAs.
08:49Aqui em Vitória, fica na unidade do Parque Moscoso.
08:51Em Vila Velha, fica no centro de Vila Velha.
08:53Então, todo município tem esse centro de referência que fica disposto para testagens, orientações, aconselhamentos e tratamentos.
09:00Também são feitos exames, vias SUS.
09:03Mas, se você não sabe onde fica o CTA do seu município, procura a unidade de saúde mais próxima que ele vai te direcionar.
09:08Perfeito.
09:09Tá aí a doutora dando orientações importantes pra gente sobre as doenças sexualmente transmissíveis.
09:15Fica aí a orientação.
09:18E, no caso de dúvidas, né, doutora, é procurar um profissional.
09:21Os médicos estão aí pra isso, né?
09:23Exatamente.
09:24Existe muita desinformação na internet, então é preciso ter cuidado onde busca as informações.
09:29E, na dúvida, procura uma unidade de saúde que vai ter alguém pra te aconselhar.
09:33É, isso que a doutora falou.
09:34É muito importante, tá?
09:35Às vezes, a gente tem que saber aonde a gente busca a informação, né?
09:39Às vezes, a gente joga ali no tal do Google e o Google traz ali, né, muita informação,
09:47muita fonte de informação que nem sempre é confiável.
09:50Então, assim, procure um médico infectologista da sua confiança, procure uma unidade de saúde
09:55pra que você possa buscar informações, né, e ter a informação real pra você, às vezes,
10:02cair num desespero desnecessário de informações erradas que a gente vê por aí.
10:07Doutora, muito obrigado, viu, pela sua presença.
10:10Agradeço aqui a doutora Ana Carolina de Torres, infectologista, que gentilmente emprestou o seu conhecimento,
10:17as suas informações junto com a gente aqui no TN.
10:21Obrigado.
10:21Obrigado.
10:22Minha gente, olha só.

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