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DOCUMENTÁRIOS DISCOVERY

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00:00A CIDADE NO BRASIL
00:30A CIDADE NO BRASIL
01:00A CIDADE NO BRASIL
01:02A cena de um crime é como um quebra-cabeça.
01:08Quando eu vejo todas as peças, jamais esqueço.
01:11Uso a minha memória para solucionar homicídios.
01:14Eu lembro de tudo.
01:17De cada pista, de cada vítima.
01:20Não sei se isso é uma bênção ou uma maldição.
01:23Essas cenas terríveis ficam comigo.
01:25Meu nome é Petty Postiglione.
01:27Não sou de Nashville, mas nos últimos 25 anos foi onde eu trabalhei em centenas de investigações de homicídios.
01:34Memórias contra o crime.
01:35Eu me lembro de cada um deles.
01:38Quarta-feira, 10 de março de 1999.
01:49Havia dois agrimensores numa propriedade na região de Brush Creek.
01:53E eles já estavam lá há algumas horas, demarcando o terreno.
01:57Aí eles começaram a se aproximar do riacho e notaram algo estranho.
02:02Eles não sabiam do que se tratava, mas quando chegaram bem perto, se viram frente a frente com restos humanos.
02:14Em 1999, Petty Postiglione estava em seu décimo ano investigando crimes na divisão de homicídios da polícia de Nashville.
02:23A divisão de homicídios é uma unidade especial da polícia de Nashville.
02:27E ela era formada por detetives que cuidavam de casos onde não tinham suspeitos conhecidos.
02:33Era aí que eles mostravam seu valor na divisão de homicídios.
02:37Porque tinham que descobrir primeiro quem era a vítima, quem havia matado a vítima, por que a vítima tinha sido morta.
02:43Então era um trabalho bastante intenso.
02:48O Petty tinha uma ótima reputação, não só entre os colegas e oficiais que trabalhavam com ele,
02:53mas também com o público, os promotores, o sistema judicial, a mídia.
03:00E ele merecia, porque fazia um trabalho excelente no campo em que ele atuava.
03:09Eu lembro quando eu dirigi até lá, não tinha chovido naquele dia em particular.
03:14Mas tinha chovido bastante nos dias anteriores.
03:17O condado de Chitran não tinha nenhuma pessoa desaparecida que se encaixasse no caso.
03:39Então eles pediram que nós assumíssemos a investigação.
03:42A cena do crime foi reconstituída cuidadosamente com base em registros policiais e na memória fotográfica de Petty.
03:59De onde eu estacionei meu carro até os restos mortais dava uns 200 ou 300 metros.
04:05Quando você chega numa cena de crime assim, num lugar tão isolado,
04:09você logicamente pensa logo em homicídio, como a vítima chegou até aqui, como isso aconteceu,
04:15a vítima foi morta aqui ou foi trazida para cá.
04:18A área em volta é de mata fechada, com um riacho passando em algumas partes com largura de 6 a 9 metros e bem fundo.
04:26Em outras áreas ele se estreita, ficando com menos de um metro de largura.
04:31Quando se tem um cadáver ao ar livre, é uma investigação difícil por causa dos elementos,
04:36a chuva, a neve, em certos casos as intempéries removem as coisas,
04:40em outros casos você tem uma infestação de animais que altera o estado do corpo.
04:49O local está parecido com o que eu encontrei em março de 1999.
04:55Primeiro, Petty examinou cuidadosamente os restos mortais.
04:58A vítima estava virada para baixo e eu não fazia ideia do sexo.
05:04Estava praticamente esqueletizado, exceto pelo pé dentro do tênis.
05:09Havia um pouco de músculo e pele.
05:13Eu concluí que o corpo estava aqui havia um tempo,
05:16mas o grande mistério era por que o pé estava quase intacto.
05:20O tênis parecia ser feminino, o tamanho parecia ser de 36 a 37.
05:25Eu olhei o cadáver bem de perto e vi os restos do que parecia ser um pano ao redor do pescoço,
05:33talvez uma toalha.
05:36Quando você chega ao local, geralmente não sabe do que se trata,
05:39se foi um homicídio, um suicídio, uma morte acidental.
05:42Mas quando você tem uma ligadura assim tão apertada que a pessoa não poderia arrancar pelo queixo,
05:47isso mostra claramente que se trata de um homicídio.
05:50Estrangular a vítima com uma ligadura é uma morte cruel.
05:54Isso nos dizia que o assassino, obviamente, era uma pessoa violenta.
05:58Outra pista foi encontrada ao lado do corpo.
06:00Aqui havia uma blusa que também indicava o sexo da vítima.
06:05Eu não sabia se era dela, mas coletei.
06:07É melhor coletar e não precisar do que não coletar e se arrepender.
06:11Obviamente, você tenta identificar a vítima de alguma forma,
06:16se tem uma carteira, uma bolsa, algum tipo de documento.
06:19Nesse caso, não havia absolutamente nada.
06:23E havia outro mistério.
06:24Uma coisa que sempre me desconcertou foi como essa vítima veio parar aqui,
06:29como o corpo dela veio parar nesse local.
06:32Não existe um acesso fácil para onde a vítima se encontrava.
06:35E não tinha marcas de pneu, uma trilha,
06:38nada que indicasse que um veículo tinha estado nesta área
06:40e nem que a vítima foi arrastada para cá.
06:43Era possível que as chuvas tivessem apagado qualquer desses sinais,
06:47mas geralmente, quando há marcas de alguém sendo arrastado,
06:50elas são longas, talvez dezenas de metros.
06:53Então, não seria lógico concluir que todas essas marcas
06:56haviam sido apagadas pelas chuvas.
06:58Eu lembro que quando cheguei aqui no local, eu vi uma ponte.
07:02Uma ponte ao longe.
07:05E o rio corria para lá.
07:08Ela devia estar a uns 200 metros,
07:10então, se o corpo tivesse sido jogado da ponte,
07:13seria impossível ele ter caído onde nós o encontramos.
07:17A água não tinha profundidade suficiente para ter levado a vítima.
07:20Então, o próximo passo seria vasculhar a região,
07:23conversar com vizinhos.
07:24Mas, nesse caso, não havia vizinhos.
07:26Então, nós tivemos que caminhar centenas de metros em todas as direções
07:30para ver se o suspeito tinha jogado fora ou deixado algo cair.
07:34Caminhando por perto do corpo, Pat encontrou mais pistas.
07:37Aqui, nós encontramos um pé de tênis a 20 ou 30 metros de distância do corpo.
07:42E o tênis era idêntico ao que ainda estava no pé da vítima.
07:45Parecia o mesmo tênis, mesmo tamanho, mesma cor.
07:48Perto do tênis, nós encontramos um jornal.
07:51Qual era a importância do jornal?
07:52Nós não fazíamos ideia.
07:54Obviamente, ele poderia nos dar uma data que nos indicasse
07:57a quanto tempo a vítima tinha estado aqui, se ele tivesse ligação com o caso.
08:01E encontramos um maço de cigarros vazio.
08:04Se ele tinha uma ligação, não fazíamos ideia.
08:07Eu encontrei uma garrafa.
08:09Será que o suspeito havia bebido nessa garrafa ou a vítima?
08:12Se houvesse, será que havia traços de DNA nessa garrafa?
08:16Só sei que se você não procurar, não acha.
08:18O detetive Postiglione observou cada detalhe da cena do crime, mas não conseguiu responder a pergunta mais importante.
08:28Quando nós deixamos o local do crime, nossa primeira tarefa é identificar a vítima.
08:33Eu não fazia ideia de quem era a vítima.
08:35O corpo da vítima foi transportado para ser examinado pelo médico legista.
08:44O meu trabalho como detetive era identificar a vítima, notificar a família e seguir com a investigação.
08:53Eu assumo a responsabilidade.
08:55E se fosse a minha irmã ou o meu irmão desaparecido?
08:58O legista concluiu que o esqueleto pertencia a uma mulher na faixa dos 30 anos.
09:03Após meses procurando nos registros de pessoas desaparecidas em todo o estado,
09:09Pat e sua equipe finalmente encontraram uma possível vítima.
09:13Eu descobri que uma mulher chamada Christine Uman havia sido dada como desaparecida pelo namorado Eric Wilkie no dia 4 de janeiro de 1999.
09:23E o corpo tinha sido encontrado no dia 10 de março, pouco mais de dois meses depois.
09:27Após a confirmação pelos registros odontológicos, o detetive Pat Postiglione teve a difícil tarefa de informar a família que a vítima encontrada era de fato Christine Uman, de 31 anos.
09:41A minha mãe me ligou.
09:44Era de noite.
09:46E eu estava fazendo uma sopa de batata.
09:49Eu atendi o telefone e ela estava chorando e...
09:52Ela disse encontraram a Cris.
09:58Morta.
10:00Aí eu derrubei a colher.
10:04Eu me sentei e comecei a chorar.
10:08Ter uma tia como a Christine era muito importante para mim.
10:13Desculpa.
10:13A gente pode parar um pouquinho?
10:29Eu descobri que quando a minha tia foi encontrada, ela estava irreconhecível.
10:34Eles nem pediram que um parente fosse identificá-la porque isso nem adiantava.
10:39E eu fiquei pensando, o que aconteceu com ela?
10:42Ela sofreu? Foi rápido?
10:44No que ela estava pensando?
10:47Foi muito duro imaginar o que ela passou.
10:51Eu não sabia quem era o assassino, só mesmo uma pessoa muito maligna para fazer algo assim.
10:58Christine Uman morava a 40 quilômetros de distância com o namorado,
11:02que havia dado queixa do seu desaparecimento nove semanas antes.
11:06A polícia de Nashville havia interrogado o namorado Eric Wilke, de 30 anos.
11:10No depoimento do Eric aos detetives, ele disse que estava no apartamento vendo futebol e cuidando do filho deles
11:15enquanto Christine lavava a roupa na lavanderia do condomínio.
11:19E depois ela iria a uma farmácia do bairro, num lugar próximo, para comprar a aspirina.
11:24Quando eu soube das circunstâncias em que a Christine desapareceu, eu achei meio estranho.
11:31O Eric estava vendo um jogo de futebol.
11:34Ela estava indo e voltando com as roupas lavadas, até que chegou o momento que ela não voltou mais.
11:40O Eric disse que a Christine não voltou da lavanderia do condomínio, então ele foi procurá-la.
11:45E ela tinha sumido.
11:51Quando eu li o depoimento, vi que o Eric demorou muito até dar queixa do desaparecimento da namorada.
11:57A pergunta óbvia é, por quê?
11:59Por que ele esperou tanto para avisar que a Christine sumiu?
12:03Será que nessas várias horas ele precisou resolver algo, transportar alguma coisa, esconder?
12:08Eu não sabia.
12:09Mas ele demorou e eu queria saber por quê.
12:15O corpo decomposto de Christine Newman, de 31 anos, havia sido encontrado perto de um riacho isolado, nas cercanias de Nashville, no Tennessee.
12:25Na tentativa de completar o quebra-cabeça, os detetives vasculharam as margens do riacho,
12:30atrás de qualquer coisa ligada à morte de Christine Newman, de Green Hill.
12:34A mãe estava desaparecida há dois meses e seu corpo foi encontrado ontem em Kingston Springs.
12:39Ninguém sabe ainda como ela morreu.
12:41O detetive Pat Postiglione precisava descobrir como ela havia percorrido os 40 quilômetros de sua casa até ali.
12:49Eu fui informado pelo detetive de desaparecidos que a Christine morava num apartamento com o Eric e o filho de três anos.
12:59Na noite de 3 de janeiro de 1999, ela foi várias vezes à lavanderia do condomínio e, em determinado momento, não voltou mais para o apartamento.
13:11O Eric só deu queixa do desaparecimento dela várias horas depois.
13:20Na verdade, só fez isso na manhã do dia 4 de janeiro.
13:28O Eric disse que só ligou para a polícia na manhã seguinte porque o relacionamento deles estava tenso.
13:34E ele achou que a Christine tinha ficado com raiva dele.
13:37Ele pensou que ela voltaria para casa mais tarde.
13:40Eu achei isso um pouco suspeito.
13:44Ela tinha ido embora? Ela entrou num carro e foi embora?
13:47Era noite.
13:48Parecia um tanto improvável isso.
13:51Então, eu passei a suspeitar dele.
13:53Eric Wilkie contou aos investigadores responsáveis por casos de desaparecimento
13:58que não tinha nenhum envolvimento no sumiço de Christine.
14:01Ele aceitou ir conversar com Pat na delegacia de Nashville.
14:04Eu voltei literalmente ao ponto de partida.
14:08Eu tinha que entender por que ele disse aquilo e ver se iria se contradizer se haveria alguma mudança na versão que ele tinha dado.
14:16Eu estou te avisando, Eric.
14:18Se descobrirmos que você está envolvido nisso, você não conseguirá ir além disso, nem enganar, confundir ou ludibriar a polícia.
14:26Isso não vai acontecer.
14:28Tudo bem.
14:28Pode acontecer por um minuto, por dois minutos.
14:31Pode acontecer por uma semana, mas eu entendo o que você está dizendo.
14:34Tá, eu espero que não.
14:36Se alguém está ocupado por isso, eu espero que não dure mesmo.
14:38Exato.
14:39Eu quero que você se lembre do que está dizendo agora, porque se nós conseguirmos mostrar que você está envolvido, Eric,
14:45não teremos escolha, e eu sei que você entende isso, mas teremos que fazer o nosso trabalho.
14:51Mas nós não precisamos fazer de tal maneira que prejudique você.
14:56Nós podemos fazer isso trabalhando juntos e nós estaremos com você desde esse momento até o fim.
15:03Isso não vai mudar.
15:04Nós estaremos juntos.
15:06Sabe, eu faço isso o tempo todo.
15:09O David Miller faz isso o tempo todo também.
15:12Eu só não quero que você pense que pode blefar, que pode saber alguma coisa e não contar.
15:18Você entende...
15:19Você sabe quando alguém está blefando.
15:19Você entende como...
15:21Coloque-se no lugar de um jurado.
15:23Vamos pensar mais adiante.
15:24Coloque-se no lugar de um jurado.
15:26Ele vai olhar e pensar, como esse homem pôde deixar o Zachary sem mãe?
15:31E o jurado vai fazer uma imagem sua e tentar entender.
15:35Tentar achar o motivo do Eric para ele não cooperar com a polícia.
15:40Ao não dizer, olha, foi num momento de raiva e eu me arrependi na hora.
15:44Eu sinto muito o que tem acontecido.
15:46Eu fui o responsável, mas...
15:47Ou seja, culpado, mas com um motivo, digamos assim.
15:51E você tem um motivo por causa do relacionamento conflituoso, etc.
15:55Sei lá.
15:55Seja o que for.
15:56Mas lembre-se, nós temos 110, 120 homicídios que investigamos por ano e muitos são semelhantes
16:02a este caso.
16:02Homicídios mesmo?
16:03Ou provarecidas?
16:04Homicídios mesmo.
16:05Não, estou falando de homicídios.
16:06Homicídios.
16:07E muitos começaram exatamente assim.
16:09Pessoas desaparecidas.
16:11Aí vem a queixa.
16:12E a pessoa que fez a queixa acaba sendo a pessoa que cometeu o que...
16:16Eu imagino que seja comum.
16:17Nada me deu certeza quanto ao Eric estar envolvido ou não.
16:21Eu não fazia ideia àquela altura.
16:23A Cristine e o Eric se conheceram através da música, porque os dois trabalhavam com produção
16:31musical e estavam no mesmo ramo.
16:34A Cristine namorou por pouco tempo com o Eric e logo ficou grávida.
16:42Ela estava adorando ser mãe e teve um bebê pequenininho, batizado de Zachary.
16:49Ela estava no céu.
16:53Mas ela estava muito preocupada por causa do estilo de vida do Eric.
16:59O estilo de vida da música não combina bem com bebês.
17:03E eu não sei se ele estava pronto naquele momento para ser pai.
17:09Acho que nessa época ela estava com muita raiva dele.
17:12Porque ele não era muito presente.
17:16E acho que ela se sentia sozinha e...
17:21Provavelmente sobrecarregada.
17:26Eu soube que o Eric e a Cristine estavam brigando muito.
17:31E estavam tendo problemas.
17:33Mas ela tinha esperanças.
17:37Esperava que tudo melhorasse.
17:38Testemunho histórias reais.
17:40Foi uma das mortes mais violentas que eu já vi em toda a minha vida.
17:44Câmera Crime.
17:45Nova temporada.
17:46Estreia na próxima segunda, às 10 da noite, no YG.
17:51Os vizinhos ainda não acreditam no que aconteceu.
17:53Já dá medo ser mulher e ser jovem, entende?
17:56E pensar que você nem pode ir à lavanderia sozinha e se proteger.
18:02É uma pena.
18:04Os detetives concluíram que Cristine havia deixado o condomínio no próprio carro.
18:08Mas ao revisarem a queixa de desaparecimento, um detalhe se destacou.
18:12Quando o Eric deu queixa do desaparecimento dela, ele também deu do carro.
18:17Nós tentamos localizar o carro.
18:21Então a polícia se esforçou para encontrar o carro.
18:26Alguns dias depois, quem encontrou o carro?
18:31A polícia? Não.
18:32O Eric encontrou.
18:35Foi uma descoberta estranha.
18:37O carro não estava no local do crime, mas perto do condomínio.
18:40Ele encontrou o carro numa área residencial próxima, abandonado.
18:45O Eric levou o carro do local onde encontrou até o condomínio, sem avisar a polícia.
18:52Só soubemos que ele havia encontrado o carro quando ele chegou em casa.
18:56E aquilo era suspeito.
19:00Quando eu soube, fiquei bastante confusa.
19:03Ele devia saber.
19:06Não... não se mexe em evidências.
19:08Eu fiquei muito mais desconfiada dele, para dizer o mínimo.
19:21Os peritos foram chamados ao local.
19:24O carro foi apreendido e eles procuraram evidências físicas.
19:28E nada foi encontrado que ligasse o carro à cena do crime.
19:35Mas nós encontramos a bolsa da Christine.
19:38E havia dinheiro dentro dela.
19:40Naquele momento, nós não sabíamos se isso era relevante ou não.
19:44Nós só sabíamos que o namorado dela estava se enrolando no caso cada vez mais.
19:50Com suspeitas cada vez maiores sobre Eric, Pat fez uma visita a ele no apartamento que dividia com Christine.
19:56A minha interação com ele foi normal.
19:59Ele estava um pouco nervoso, mas quem não fica nervoso ao falar com a polícia?
20:03Podia não ter nada a ver com o caso e sim o fato de eu ser policial.
20:06Por outro lado, eu já vi o contrário também.
20:10O Eric podia agir tranquilamente e mesmo assim ser um assassino frio.
20:16Pat viu uma coisa que fez sua suspeita aumentar ainda mais.
20:22Eu notei que ele estava instalando um piso novo.
20:27Na verdade, eu achei aquilo bem suspeito.
20:30Quando algo assim acontece, a primeira coisa que pensamos é que o suspeito está tentando esconder ou eliminar evidências.
20:37Obviamente, nós pensamos, se há algo embaixo desse piso, nós queremos saber o que é.
20:44Eu perguntei e ele disse que o piso era ruim ou estava estragado e que eles planejavam trocá-lo havia tempo.
20:52Eu perguntei se ele permitiria que fizéssemos uma busca e ele concordou.
20:57Aí nós enviamos uma equipe de peritos.
20:59E eu pedi que eles olhassem tudo e que descobrisse se ele estava trocando o piso por causa de alguma coisa que estivesse por baixo.
21:06E queríamos encontrar evidências, talvez sangue ou qualquer coisa ligada à nossa vítima.
21:10A prova de que Eric havia assassinado Christine poderia estar escondida embaixo do piso, em qualquer ponto do apartamento.
21:17Mas nós levantamos o carpete, levantamos a manta e não havia sangue, nenhum sinal de sangue.
21:26Determinado a não deixar passar nenhum detalhe, Pat pediu que seus investigadores ampliassem a busca por pistas.
21:38Eu solicitei toda a movimentação bancária dele, os registros telefônicos.
21:42Será que ele tinha ligado para alguém antes da Christine sumir e ligado novamente depois?
21:46Será que ele havia feito depósitos estranhos e sacos incomuns na época do desaparecimento?
21:52Mas as buscas não deram em nada.
21:55Pat e sua equipe teriam que investigar mais a fundo.
22:00Eles bateram em todas as portas do condomínio.
22:03Alguns vizinhos estavam em casa, outros não.
22:05Mas ninguém tinha visto nada suspeito.
22:08Durante essa investigação, eu não tive nenhum outro suspeito.
22:12Nenhum nome surgiu de outro possível suspeito.
22:15Não houve um telefonema de alguém dizendo, investiga essa pessoa ou aquela.
22:18Nós não tivemos nada assim.
22:22Quando a minha tia Cris morreu, tanto a minha mãe quanto a irmã dela, Sandy, estavam convencidas de que o Eric era o assassino.
22:31Como o Eric era o maior suspeito, nós tínhamos que continuar de olho nele.
22:37Nós sabíamos que havia tensão e problemas em casa.
22:39E isso fazia o Eric parecer mais suspeito.
22:42Naquele momento, nós decidimos aplicar o teste do polígrafo.
22:46O polígrafo, também conhecido como detetor de mentiras, poderia mostrar aos detetives se Eric estava escondendo alguma coisa ou não.
22:54O técnico do polígrafo disse que ele havia passado em algumas perguntas, mas que mostrou problemas em questões importantes.
23:03Por fim, Eric Wilke foi reprovado no polígrafo e ele mentiu.
23:09Um mês após o corpo de Christine Ullman ter sido encontrado, o namorado com quem ela morava, Eric Wilke, ainda era suspeito do assassinato.
23:24E ele havia sido reprovado no polígrafo.
23:27Ele não tinha passado no polígrafo e não foi só isso. O teste foi uma grande decepção.
23:33E isso indicava fortemente que ele havia cometido um crime.
23:36Eu, pessoalmente, não acredito muito no polígrafo, porque já vi gente inocente ser reprovada e gente culpada ser aprovada.
23:48E quando o Pet analisava todos os detalhes, o corpo, a cena do crime, o polígrafo, algo não se encaixava.
23:54A maioria dos detetives achava que o Eric era culpado, mas o Pet achou que havia algo a mais e isso nos levaria a uma direção diferente.
24:04Eu não conseguia acreditar que ele estivesse envolvido.
24:07Havia possibilidade, mas eu pendia mais para ele ser inocente do que ser culpado.
24:11Mas eu precisava saber, eu precisava chegar ao ponto de decidir por um lado ou por outro.
24:15E isso se faz com evidências.
24:17Esta é uma cópia da gravação de um telefonema que foi feito para a casa de Eric Wilkey.
24:42Alô?
24:43Eric?
24:44É?
24:45Eric Wilkey?
24:45Sim.
24:46Você não me conhece, mas eu te conheço.
24:49E sei o que você fez com aquela garota.
24:51Que garota?
24:52A Christine, a sua namorada, esposa, sei lá.
24:54Aquela magrela alta que estava sempre com um menino.
24:58Eu sei o que você fez com ela.
24:59Moça, você está falando merda.
25:01Deixa eu falar com esse cara.
25:03Espera um pouco.
25:05Ei, Eric.
25:06Oi.
25:06A minha namorada viu o que aconteceu, ela me contou tudo.
25:09E ela está pronta para entregar alguém no disco de denúncia.
25:13Quem ela vai entregar?
25:14Você.
25:15O disco de denúncia é um número para onde você liga anonimamente e passa informação sobre qualquer crime que testemunhou.
25:24E eles te dão um número em troca dessa informação e você pode ganhar até mil dólares.
25:30Eles disseram que iriam dar a informação anonimamente.
25:34Tudo o que a gente quer fazer é pegar a grana e sair da cidade.
25:38E vocês querem que eu dê dinheiro?
25:39Tá bom.
25:40Você é ridículo, tá legal?
25:42Olha aqui, não me ligue de novo não.
25:43Vamos se...
25:44Olha, eu não sei o que você acha ridículo.
25:46Ela me disse o que viu.
25:48O que o Eric não sabia é que o telefonema não era de verdade.
25:52Eu pedi que uma das secretárias e um dos policiais se passassem por dois namorados.
26:02E o roteiro era que eles iriam ligar para o Eric e tentar convencê-lo a lhe dar dinheiro porque eles tinham visto alguma coisa...
26:13Que o incriminava.
26:15Se o resultado fosse de um modo, me mostraria que o Eric era culpado.
26:20Se fosse de outro modo, mostraria provavelmente que ele era inocente.
26:24Olha aqui, meu senhor, isso é ridículo, tá legal?
26:27Bom, pode ser ridículo, mas é a sua vida, não a minha.
26:30Eu não preciso me preocupar porque não fiz nada errado.
26:32Não, eu também não, porque eu não fiz nada errado.
26:35Eu vou fazer o seguinte, eu vou te passar o nome do detetive, Pat Postiglione.
26:41É com ele que você vai falar.
26:44Pat Postiglione é o detetive.
26:46Conta a ele tudo que você tiver que contar.
26:51Liga para ele, tá bom?
26:52Não me liga mais não, p***.
26:55Eu não sabia o que ia acontecer e eu não sabia qual seria o resultado.
26:59E ele ter dado meu nome e pedir que ele ligasse para mim, me mostrou que ele não estava envolvido na morte da Christine.
27:13Eu estava no trabalho e vi uma reportagem na TV e ouvi o nome da Christine.
27:19E eu lembro que eu ouvi a palavra corpo.
27:22E, sabe, meus joelhos fraquejaram.
27:29Dizem que as suas pernas fraquejam e eu literalmente caí de joelhos.
27:34E eu comecei a chorar e, sabe, foi difícil.
27:50Foi demais.
27:55Aquilo foi a coisa mais difícil que eu já passei na vida.
28:00Era o fim.
28:04Não havia a esperança dela estar em algum lugar.
28:09E naquele momento foi o fim.
28:13Então foi um golpe duro.
28:15Descartamos o Eric Wilke.
28:20E quem mais poderia ser?
28:21Ela não tem família.
28:23Não havia ninguém para dizer, bom, talvez esse cara ou aquele outro cara.
28:27Não havia ninguém além do...
28:28Além do Eric Wilke.
28:30Então agora estávamos provavelmente lidando com um crime cometido por um estranho.
28:37Enquanto os meses se passavam sem nenhuma pista,
28:39Pat esperava que ao menos uma das pistas guardadas em sua memória o ajudasse a encontrar a verdade.
28:45Eu estava tentando lembrar de tudo.
28:51Da cena do crime.
28:52Do riacho.
28:54Da lavanderia.
28:56Do apartamento.
28:58Por que Brushy Creek?
29:00Todas essas coisas passavam pela minha cabeça todos os dias.
29:04E até que eu solucionasse o caso, virou uma coisa pessoal.
29:09Todos os objetos que havíamos coletado na cena do crime,
29:13incluindo o maço de cigarros, o jornal,
29:15a garrafa.
29:16Todos foram testados e nada os ligava à vítima.
29:19Não havia DNA nem impressões digitais.
29:22Havia a possibilidade real
29:24desse caso permanecer sem solução.
29:26Os detetives já haviam batido em todas as portas do condomínio de Christine,
29:35mas não tinha sido o suficiente.
29:37Pat voltou ao local.
29:39Eu sou a favor de conversar com as pessoas, não uma, duas, mas se preciso dez vezes.
29:44A pessoa que estava lá na noite do crime poderia não estar nas três vezes em que você foi lá antes.
29:49Você volta quantas vezes forem necessárias para conversar com alguém que talvez tenha visto alguma coisa.
29:53Eu voltei lá e conversei e conversei e interroguei pessoas diferentes.
30:00E foi aí que eu fiquei sabendo que alguém estava escondendo um grande segredo que poderia solucionar o caso.
30:05Era junho de 1999 e o assassinato de Christine Woman continuava sem solução.
30:17O detetive Pat Postiglione voltou ao condomínio onde ela havia morado.
30:21A divisão de homicídios estava trabalhando no caso havia três meses.
30:25Todos os moradores do condomínio que conseguimos localizar foram interrogados várias vezes.
30:34Na verdade, vários vizinhos me contataram e me deram informações sobre uma pessoa ou outra como possíveis suspeitas.
30:40Eles poderiam ter visto isso ou aquilo e você precisa checar tudo.
30:45Muitas vezes isso dá num beco sem saída e outros você só sabe que é um beco quando chega lá.
30:50É preciso ser muito persistente num caso assim.
30:56Finalmente, a visita a um vizinho rendeu uma peça importante na montagem do quebra-cabeças.
31:02Eu soube que havia um indivíduo que costumava ir naquele condomínio e ia regularmente para visitar um dos moradores.
31:10Esse morador havia sido interrogado pela polícia e não desconfiava que o amigo pudesse ter alguma ligação com o caso, nem imaginava isso.
31:18Ele nem pensou em mencioná-lo para a polícia.
31:20O amigo dele chegava bêbado e quando ele estava assim, ele não o deixava entrar no condomínio.
31:24Ele o mandava para o estacionamento beber, se era isso que ele queria fazer.
31:29Então eu pedi a esse morador, poderia me mostrar exatamente onde no estacionamento o seu amigo para o carro se estiver bebendo no carro?
31:38E o morador me mostrou o local onde o amigo dele estacionava o carro.
31:43E era bem em frente à lavanderia.
31:45Então a Christine Newman teria que passar por ele para ir lavar suas roupas.
31:50É claro que aquilo chamou a minha atenção e eu soube que o nome desse indivíduo era Tommy Jones.
32:00Eu queria saber mais sobre esse Tommy Jones, que tipo de pessoa era, se tinha ficha na polícia.
32:04Eu vi que ele tinha uma ficha criminal bem extensa.
32:10Ele havia sido preso inúmeras vezes.
32:12Ele havia violado a liberdade condicional, aí foi preso novamente.
32:17Ele havia cometido atos de violência, tinha um histórico de roubos.
32:22Ao examinar a ficha criminal, Patty descobriu algo que poderia ligar Tommy Jones ao caso.
32:27Eu soube que o Tommy Jones era o chamado ladrão de calcinhas.
32:32Ele invadia casas e quartos de mulheres para roubar...
32:37...calcinhas.
32:41Eu também descobri que ele havia roubado um carro e dentro do carro havia um cesto cheio de calcinhas de mulheres.
32:47Então ele fazia mesmo essas coisas.
32:51Poderia ser a indicação de um motivo.
32:52Eu procurei uma ligação com o fato da Christine estar indo e voltando à lavanderia.
32:59Veja, um ladrão de calcinhas pode cometer crimes mais graves.
33:02Ele pode começar espiando, depois cometer um estupro, cometer um homicídio...
33:07...e talvez isso tenha ocorrido com Tommy Jones.
33:10Então, quando eu vi isso, fiquei muito interessado em Tommy Jones.
33:13Em descobrir se ele era o assassino.
33:16E eu comecei a me concentrar nele.
33:19Onde ele está? Onde ele está hoje? Onde ele estava ontem?
33:22E descobri que ele estava preso.
33:27O que foi um revés, porque se ele estava preso, ele não poderia ter matado a Christine.
33:32Não se ele estivesse mesmo preso no dia 3 de janeiro, quando a Christine foi sequestrada e morta.
33:39E o fato é que Tommy Jones não estava preso.
33:42Ele estava em condicional naquele dia em que a Christine foi sequestrada e morta.
33:50Mas como ele violou essa condicional, tinha sido preso novamente.
33:53Então, eu fui à prisão, na esperança de conversar com Tommy Jones.
34:00Eu nem sabia se ele iria falar comigo.
34:02Ele não era obrigado a sair da cela.
34:04Ele teria que concordar em sair e conversar comigo.
34:08E concordou.
34:09Eu comecei me apresentando, falando sobre os direitos dele.
34:13Eu fiquei analisando a reação dele e então, comecei a falar sobre a Christine.
34:22Eu havia levado uma fotografia dela.
34:26Eu peguei a foto da Christine e passei para ele.
34:31Assim que eu passei a foto da Christine para o Tommy e perguntei,
34:34você conhece essa jovem?
34:36Ele olhou para a foto, se levantou e disse, essa conversa acabou.
34:39Pat Postiglione tentou falar com Tommy Jones sobre o homicídio de Christine Uman.
34:50Mas o suspeito não quis falar a respeito.
34:54Assim que eu passei a foto da Christine para o Tommy e perguntei, você conhece essa jovem?
34:58Ele se levantou e disse, essa conversa acabou.
35:00Ou seja, ele havia reconhecido o rosto dela.
35:03Seria normal ele dizer, quem é essa?
35:05Por que me mostrou a foto?
35:07Ele não disse nada disso, só a conversa acabou.
35:10Isso me mostrou que ele era o assassino de Christine Uman.
35:14Agora, Pat considerava Tommy Jones o seu principal suspeito.
35:18Mas provar que ele havia matado Christine não seria fácil.
35:22Até ali era um caso circunstancial.
35:24Não havia DNA ligando Tommy Jones à vítima.
35:28E os peritos não tinham encontrado nada no carro dela.
35:31A mente de Pat voltou ao estranho local onde o corpo de Christine estava.
35:37Eu creio que o que mais me incomodava era o local onde o corpo da Christine tinha sido encontrado.
35:45Como ele tinha chegado lá?
35:46Nesse caso em particular, não fazia sentido para mim o suspeito ter feito tanto esforço para levar a vítima até lá porque o local era de muito difícil acesso.
35:58O corpo da Christine estava em estado avançado de decomposição apesar do pouco tempo de desaparecimento.
36:04Minha teoria era de que o corpo havia ficado submerso naquele riacho no ponto correspondente ao da margem em que ele havia sido encontrado.
36:12Na época em que encontramos os restos dela, o riacho não tinha correnteza suficiente para ter carregado o corpo.
36:19O que obviamente me mostrou que isso não havia acontecido.
36:22Mas nos dois meses antes do corpo ter sido encontrado, a região tinha recebido chuvas fortes.
36:28Eu conversei com a Secretaria de Recursos Naturais do TNC e eles me informaram que o nível do riacho tinha subido durante várias semanas.
36:37O corpo poderia ter sido transportado até o local onde foi encontrado?
36:42Sem dúvida, poderia ter sido levado pelo aumento do nível das águas.
36:46Mas depois as chuvas pararam e o nível do riacho voltou a baixar.
36:51Mas o corpo dela não saiu mais do lugar. Ele ficou onde estava.
36:54A pergunta era, como o corpo tinha ido parar no riacho?
36:59Só podia ter sido jogado da ponte que eu tinha visto no local do crime.
37:03A ponte levava a uma pequena comunidade e eu fui até lá conversar com os moradores para ver se eles conheciam Tommy Jones.
37:10E eu descobri conversando com parentes, com amigos, que colaboraram.
37:15Tommy Jones frequentava a região de Brush Creek e ele passeava por lá.
37:19Ficou claro que Tommy Jones conhecia bem aquela ponte.
37:22Eu tinha certeza de que Tommy Jones havia matado a Christine.
37:30Após um ano trabalhando nesse caso, analisando evidências, eu creio que sei o que aconteceu naquele 3 de janeiro.
37:36Sabemos que a Christine foi várias vezes à lavanderia do condomínio para lavar roupas.
37:44O Tommy Jones chegou ao apartamento do amigo.
37:48Ele estava bêbado.
37:49Então um amigo mandou que ele ficasse no carro se quisesse beber.
37:53E o carro dele ficou estacionado bem perto da lavanderia onde a Christine estava lavando roupas.
37:58Eu sei que o Tommy Jones tinha um fetiche doentio por roubar calcinhas femininas.
38:04Faz sentido que ele tivesse ficado interessado em roubar algumas calcinhas dela.
38:10Patty imaginava que Tommy Jones havia observado todos os movimentos de Christine de dentro de seu carro.
38:17Enquanto a roupa estava sendo lavada, ela decidiu ir à farmácia.
38:21Nós sabemos disso porque a carteira dela foi encontrada no banco da frente do carro.
38:32Quando ela entrou no carro, eu suspeito que o Tommy Jones a abordou.
38:39Ele a dominou e tomou a direção do carro.
38:45E então ele a levou do condomínio até Brush Creek.
38:49Mas a grande dúvida de Patty era onde Christine tinha sido morta.
38:54Muitas teorias me ocorreram.
38:56Será que a vítima foi morta na lavanderia?
38:59Não fazia sentido.
39:00Tinha muita gente que poderia vê-lo.
39:03Eu acredito que houve estupro.
39:05É especulação minha, mas ele tinha essa tendência.
39:08Eu acho que ele a levou para a região do riacho para poder estuprá-la e matá-la sem ser visto por ninguém.
39:14Então ele se livrou do corpo.
39:16A minha teoria é que o Tommy Jones parou o carro dela em cima da ponte, retirou o corpo e o jogou no riacho.
39:24Talvez com um peso para que ficasse submerso e não fosse encontrado.
39:27Depois que ele se livrou do corpo, levou o carro dela de volta ao estacionamento perto do condomínio.
39:38E por que fez isso?
39:39Porque o carro dele estava no condomínio.
39:42Mas ele não poderia ter dirigido até lá, correndo risco de ser visto.
39:45E aí ele pegou o carro dele, então o ligou e foi embora.
39:48Eu creio que o corpo da Christine ficou submerso no riacho nas nove semanas antes de ser encontrado.
39:56E por estar submerso, a decomposição foi acelerada.
40:00Quanto aos objetos encontrados ao lado do corpo da Christine, os tênis e a blusa, de fato pertenciam a ela.
40:07A garrafa, o maço de cigarros e o jornal foram trazidos pelo riacho e não tinham ligação nenhuma com ela.
40:13Possíveis provas que não eram nada, mas que ficaram na minha memória.
40:17Com base nas deduções de Pat, a promotoria fez a acusação a Tommy Jones.
40:24Ele decidiu se declarar culpado e foi condenado há 20 anos.
40:29O motivo do crime, de natureza sexual e violenta, ficou absolutamente claro quando Pat ouviu o que Jones havia contado ao outro detento.
40:38Eu fiquei sabendo que o Tommy Jones admitiu para outro detento que ele não só havia matado a Christine,
40:45mas que sentiu prazer nisso.
40:49E disse também que, quando fizesse de novo e se fizesse de novo, iria gravar em vídeo.
40:58Ah, ele disse essas palavras e essas palavras chegaram até mim.
41:04Então, ah, que tipo de pessoa poderia dizer uma coisa dessas?
41:09Eu acho que, quando chegar a minha vez de deixar esse mundo, eu a verei de novo.
41:18E é isso que me mantém, sabe, seguindo.
41:22É isso que não deixa tudo ser tão horrível.
41:24Toda noite, eu penso nas possibilidades.
41:32E se a gente não tivesse lavado a roupa naquela noite, isso teria acontecido?
41:37Será que poderíamos ter feito algo diferente?
41:42Eu senti uma grande culpa.
41:43Isso me atormentou por muito tempo.
41:46Durante o primeiro ano da morte dela, as coisas foram muito difíceis às vezes.
41:52Eu pedi a ajuda dela.
41:54Sabe, eu levantava minha mão assim.
41:56Parece estranho, mas...
41:58Eu senti a presença dela.
42:00Eu só contei isso pra você.
42:05Eu espero que ela olhe pra cá e veja que o Zachary está bem.
42:09As coisas melhoraram muito depois.
42:11Quanto ao filho de Cristina e Eric, Zachary, ele teve que crescer sem a mãe.
42:24Hoje, ele está com 22 anos.
42:28Eu tinha três anos e meio.
42:32Quando a minha mãe foi sequestrada e morta.
42:36Então, por causa disso, eu não tenho nenhuma lembrança da minha mãe.
42:40Nenhuma lembrança.
42:42Mas eu penso muito nela.
42:45As únicas imagens que eu tenho na cabeça quando eu quero pensar na minha mãe são as fotos que eu tenho dela.
42:54Ela era muito bonita e tinha um sorriso muito bonito também.
42:58Eu sempre ouço isso do meu pai.
43:00Ele sempre diz pra mim que o meu sorriso é igualzinho ao dela.
43:03O sorriso mais bonito do mundo.
43:04Quando eu resolvo um caso, eu acredito que isso é bom para a família, porque eles dão o sentido de justiça.
43:14Se não fosse pelo Pat Postiglione, eu acho que nós não teríamos encontrado o verdadeiro assassino nesse caso.
43:26Parece que esse cara nasceu pra achar...
43:28Gente, irmã.
43:32Faz quase 20 anos que Christine Uma morreu.
43:38O local onde ela foi encontrada, à margem do riacho, está gravado na minha mente.
43:43Tommy Jones achou que o riacho esconderia o segredo dele, mas se você souber procurar, sempre acaba encontrando a verdade.
43:50Versão Brasileira Tempo Filmes, São Paulo.