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O vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Luiz Alberto Soares Souza, concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Jovem Pan. Ele analisou o efeito do tarifaço de Trump na produção industrial brasileira. As indústrias de São Paulo devem ser as mais afetadas pela medida do presidente dos Estados Unidos. O setor depende de negociações para ampliar o mercado e garantir seu espaço. Uma comitiva do da China participa de reuniões em Brasília para tentar estreitar os laços dos países na agricultura. Dora Kramer e Nelson Kobayashi participam.

Assista ao programa completo: https://www.youtube.com/watch?v=1Xwlk4AiNDs

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Transcrição
00:00O empresariado brasileiro está em compasso de espera depois da suspensão temporária do tarifácio de Donald Trump,
00:06mas considera o momento oportuno para a busca de novos mercados.
00:10O nosso entrevistado agora é o vice-presidente do Ciesp, o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo,
00:15Luiz Alberto Soares Souza.
00:17Presidente, muito obrigado pela participação aqui na Jovem Pan. Muito bem-vindo, boa noite.
00:22Muito obrigado. Obrigado, Tiago.
00:24Bom, pela fala do Janete, que também foi da Fiesp, um empresário conceituadíssimo,
00:32é possível realmente fazer essa leitura?
00:34Porque tudo ainda há uma dúvida, há um compasso de espera, mas é possível fazer essa leitura, olhar para o agronegócio,
00:41mas até que ponto que o Brasil pode efetivamente ser beneficiado?
00:45Porque inclusive o Fiesp está chamando de tsunami protecionista o que vem acontecendo, não é isso?
00:50É, infelizmente nós temos um problema que não só a tarifa vai afetar todas as indústrias,
00:59mas vai afetar todo o comércio.
01:02Então, esse tarifácio que aconteceu nos Estados Unidos, ele vai repercutir mundialmente.
01:08Então, automaticamente nós estamos vendo um desencontro até de uma futura globalização,
01:14globalização, porque no momento que a gente vê tarifas no aço, tarifas que vão estar no alumínio, no cobre,
01:23nas matérias-primas, isso vai levar a uma inflação a vários países, inclusive aqui para o Brasil.
01:30Bom, falando especificamente sobre a indústria aqui de São Paulo,
01:33a indústria pode ser atingida como um todo, pode ser atingida em parte,
01:38porque existem alguns setores que talvez possam sentir ainda mais esse tarifácio,
01:43dependendo, claro, dos desdobramentos disso, porque por enquanto tudo está congelado por 90 dias, né?
01:51É, vamos colocar assim.
01:54A tarifa vai pegar em toda a cadeia produtiva global, automaticamente vai pegar o Brasil.
01:59Por outro lado, nós temos que também entender que o Brasil, ele é competitivo na agricultura,
02:08as suas indústrias têm seus problemas, nós temos uma taxa muito alta, não só de juros, mas de tributos,
02:14e isso vai impactar de qualquer maneira em toda a cadeia nossa.
02:19Por outro lado, imaginar que os Estados Unidos, que a China é um grande produtor,
02:25que os Estados Unidos vai bloquear a entrada, aonde esses produtos vão cair no mundo.
02:31Então, se nós fizermos uma avaliação sobre essa parte econômica,
02:36nós temos aí uma visão de que esse excesso de produção da China vai alcançar todos os países,
02:44inclusive o Brasil.
02:45Então, nós estamos preocupados até com um tsunami de mercadorias que possam vir daqui a 60, 90 dias.
02:51pensando que os Estados Unidos, dando o seu bloqueio, infelizmente, o que vai acontecer?
02:57Nós vamos ter essa produção, até porque a China é conhecida como a indústria do mundo,
03:03não é mais do que era 20, 30 anos atrás.
03:06Hoje, o volume de exportação e de capacitação da China, em todos os produtos,
03:13atinge todos os países e todas as mercadorias que vão estar transacionando no mundo.
03:19Sr. Luiz Alberto Soares, vice-presidente do Ciesp.
03:22Vou chamar os nossos comentaristas, Dora Kramer e Nelson Kobayashi.
03:25A Dora faz a próxima pergunta. Dora.
03:29Boa noite.
03:31Eu gostaria de saber, vocês aí no Ciesp,
03:35como é que vocês avaliam a atitude do governo brasileiro?
03:39Como é que o governo brasileiro está lidando com essa questão das tarifas,
03:43de todas as atitudes de Donald Trump?
03:46E o que poderia ser feito de diferente caso haja uma discordância
03:50sobre a atitude atual do governo brasileiro?
03:55É, eu acho que o Brasil tem que se colocar na forma que ele está nesse momento.
04:00Quanto menos mexer nesse assunto,
04:03porque o Brasil é um país que a balança comercial é favorável aos Estados Unidos,
04:08então, por isso que nós tivemos essa taxa de 10%,
04:12não foi a troco de nada.
04:14Então, o Brasil hoje tem que aproveitar, principalmente a agricultura,
04:19porque nós somos competitivos e a China vai precisar de alimentar,
04:25então, todo esse transporte que vai acontecer e vai atingir globalmente,
04:32eu acho que vai ser muito bom para a agricultura.
04:34Para a área de serviço e a área da indústria,
04:37aí podemos ter algumas dificuldades bem maiores e automáticas,
04:43porque no final da história nós estamos falando de que a China,
04:47como eu comentei, como indústria do mundo,
04:50ela vai desovar em vários países, entre eles o Brasil.
04:53Então, a nossa indústria vai ser muito afetada.
04:56Kobayashi, presidente, boa noite, é um prazer falar contigo.
04:59E diante desse cenário todo, há alguma luz de oportunidade que você vislumbra
05:05para a indústria brasileira, em especial a de São Paulo?
05:09Então, para indústrias, vamos esperar um pouquinho mais o que vai acontecer,
05:14porque parece que nós estamos num cassino, numa jogatina.
05:18Hoje eu coloco uma taxa, amanhã eu tiro, depois eu aposto, eu dobro a aposta.
05:22Então, não está se vendo nenhuma oportunidade no curto prazo.
05:28Nós temos que ter uma visão um pouco mais pragmática do governo americano
05:33e automaticamente, eu acho que o mundo vai estar fazendo suas defesas sobre isso
05:39e isso vai resolver, talvez, você viu que já foi para 90 dias,
05:45pode ser que daqui a pouco mude todo esse cenário.
05:48Mas a pressão do dólar, que começou a acontecer, vai trazer para nós
05:54um aumento também do risco da inflação continuar pressionando os nossos preços
05:59e isso mantendo a nossa taxa de juros alta.
06:02Então, isso aumenta custo.
06:04Então, essas oportunidades, nós temos que aguardar um pouco.
06:08Acho muito difícil uma industrialização forçada nos Estados Unidos,
06:12pensando principalmente que eles, por não serem fabricantes,
06:17eles perderem as suas indústrias, hoje querem reverter esse quadro.
06:21Qualquer processo industrial ou plantas que vão sair de um país para outro
06:26tem que ter uma tranquilidade e não é isso que está acontecendo com o governo americano.
06:31Então, nós temos hoje um risco até deles terem um problema de uma inflação interna para eles
06:36e, automaticamente, isso vai atingir o Brasil inteiro, não só os nossos produtos,
06:43mas também o mundo como um todo.
06:45Bom, presidente, deixa eu trazer aqui uma informação.
06:47O Brasil vai receber, até o fim da semana, representantes do Ministério da Agricultura da China.
06:53Esse grupo deve se reunir com o titular da pasta do governo Lula, Carlos Fávaro.
06:57O encontro ocorre em meio a essa escalada da guerra tarifária
07:00que o país asiático trava com os Estados Unidos.
07:03Oficialmente, a reunião está relacionada a um encontro dos BRICS,
07:08coordenado pelo Ministério da Agricultura.
07:10Apesar do conteúdo não ter sido divulgado, as nações devem conversar sobre o conflito comercial.
07:15O Brasil quer avançar em acordos com a China e discutir, por exemplo, as exportações de sorgo.
07:21O país asiático importa o equivalente a mais de 80% do mercado mundial do produto.
07:26Na sexta-feira passada, Pequim elevou as tarifas sobre os Estados Unidos para 125%.
07:32Essa medida foi uma retaliação às medidas já adotadas pelo presidente Donald Trump.
07:36E eu pergunto para o senhor o seguinte, o senhor acha que o Brasil consegue,
07:40por meio desses blocos, os BRICS, ou até mesmo essa discussão infinita
07:45de acordo entre o Mercosul e a União Europeia,
07:47tudo isso pode ser algum tipo de saída ou medidas que amenizem um pouco o impacto do tarifácio?
07:54Eu acho assim, que nós vamos ter aí, Tiago, uma surpresa muito agradável para alguns setores.
08:02Mas vai ser muito específico, porque tudo isso vai levar a um aumento de custo no mundo.
08:08Não é de graça, simplesmente é jogar no lixo a OMC.
08:13Então, a Organização Mundial do Comércio, que tinha todo um controle, uma tarifa, uma proteção e tal,
08:19hoje não vale mais nada.
08:21Então, eu acho que nesse momento, quando nós falamos da agricultura e alguns produtos,
08:27a China é muito grande, a China é um consumidor muito forte
08:31e ela vai precisar alimentar toda a população dela.
08:35Então, nós somos um celeiro e com isso nós vamos ter essa oportunidade.
08:42O que me preocupa, eu volto a dizer, é que vários produtos da China estarão entrando em vários países
08:49a preço muito baixo, que não é um preço econômico, é um preço de desova de produtos.
08:57E isso me preocupa muito, mesmo com a pressão do dólar, que tende a subir.
09:03Entrevistamos o vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, Luiz Alberto Soares Souza.
09:09Presidente, muito obrigado pela sua atenção, pela gentileza e voltaremos a nos falar. Um abraço.
09:14Muito obrigado a todos.

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