Domingo também é dia de celebrar a arte feita à mão. Na Praça da República, em Belém, essa tradição se renova a cada semana — e no último domingo (13) não foi diferente. O espaço ficou movimentado, reunindo artesanatos para todos os gostos e idades: biojoias com materiais da Amazônia, roupas com inspiração indiana e artigos de papelaria que fazem sucesso entre a geração Z, como os temáticos de K-pop. Entre os visitantes, havia desde turistas encantados com a praça pela primeira vez até frequentadores assíduos que já fazem do local um ponto de encontro.
REPORTAGEM: EVA PIRES (ESPECIAL)
IMAGENS: IVAN DUARTE
EDIÇÃO: KARLA PINHEIRO (SUPERVISÃO TARSO SARRAF)
REPORTAGEM: EVA PIRES (ESPECIAL)
IMAGENS: IVAN DUARTE
EDIÇÃO: KARLA PINHEIRO (SUPERVISÃO TARSO SARRAF)
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NotíciasTranscrição
00:00Eu comecei o artesanato quando eu perdi o meu emprego, antes um pouquinho da pandemia.
00:05E aí eu não tinha como sobreviver, não tinha aquele salário final.
00:12Aí eu comecei a fazer terços, através de uma amiga minha, tudo manual.
00:16Depois eu comecei a fazer pulseiras, de pulseiras eu comecei a fazer colares.
00:22E por aí eu fui engaranando no hobby, que hoje em dia consigo tirar um extra, né, no final de semana, no domingo.
00:33Antes eu era visitante, agora a prefeitura tá colocando a gente como fixo, se Deus quiser.
00:39Eu tô confeccionando agora muito com a chuva de harina, que são pedras da nossa região também, né, sementes da Amazônia.
00:47Que vai ter muito em voga, mas há pedidos, como eu gosto muito de cristal, de pedra natural.
00:54Aí eu comecei a fazer cristal, pedra natural, resina.
00:58E tô diversificando um pouquinho com semijóias, brincos.
01:02Que brincos eu ainda não sei fabricar.
01:04Mas eu mesma desenho meus colares, bolo, como é que eu vou fazer.
01:09E cada semana tem uma peça diferente.
01:13Eu nunca gosto de repetir.
01:14Os turistas, apesar de serem de fora, compram mais do que os próprios paraenses, infelizmente.
01:21Eles gostam muito das sementes, mas agora, atendi uma paraense que vai mandar pra Lisboa um presente.
01:29Sempre eu tô atendendo paraense ou turista que tá...
01:33Ah, vou levar um presente pra Itália.
01:35Semana passada eu vou pra Itália.
01:36Eu disse, meu Deus, gratidão, sabe?
01:39Porque, assim, eu não vislumbrava isso.
01:42Então, saber que as minhas semijóias, meu artesanato, está indo pra fora.
01:48Não só pra Belém, mas pra fora, pra outros estados.
01:51Nossa, me emociona demais.
01:53Sou muito grata.
01:54Hoje eu comecei na pandemia.
01:55Eu comecei trabalhando com resina.
01:57Aquela espécie de resina.
01:59E quando foi em 2021, eu perdi meu pai.
02:02Aí, ele acabou deixando o dinheiro pra gente.
02:05Foi que eu investi na papelaria.
02:06Porque sempre eu não sou eu trabalhar na papelaria.
02:08A parte da caderno, do bloquinho mesmo, dos cortites.
02:11Aí foi que eu investi e comecei a trabalhar.
02:13Eu tô trabalhando já faz quatro anos.
02:15Muita gente procurava por pelos bótons, né?
02:17E o K-pop foi quando estourou mesmo o Dorama, né?
02:20Que estourou, acho que, desde o ano passado, que veio mesmo a febre do Dorama.
02:24E acabou puxando pro K-pop.
02:26A gente vende mais os bloquinhos e os bótons.
02:28Mas também saem muitas canecas, que a gente também trabalha com caneca.
02:31E o cortite, porque são os chaveirinhos de cortite.
02:34E domingo é muito relativo.
02:35Tem domingo que é mais movimentado, tem domingo que é menos.
02:38Tem domingo passado que teve muita gente.
02:40A gente teve muita venda.
02:41E tem domingo que não tem muita gente, mas também tem muita venda.
02:44Então é uma coisa muito relativa, assim.
02:46Essa é a minha primeira vez aqui hoje.
02:48Primeira vez aqui.
02:49Sou do município de Ponta de Pedras.
02:50Muito bacana.
02:51Muita variedade de produto.
02:53Os preços bons também.
02:55Tem comidas, comida da variedade.
02:58Tá muito bacana.
02:59Ah, o artesanato, há 40 anos atrás.
03:02Isso, um plano A, B, C, né?
03:06Pra levar o sustento da família.
03:09Então a praça, ela me deu essa oportunidade.
03:12Linda e maravilhosa, né?
03:14Conheci a praça há 40 anos atrás.
03:16E me apaixonei por ela.
03:18Como agora a gente vê a quantidade de pessoas hoje, pleno século XXI.
03:23E a praça virou, como é tombado, como patrimônio histórico.
03:27E ficou uma coisa bem bacana porque, além do mais, a gente tem a praça como um refúgio aos domingos.
03:34Eu vejo, assim, que trazendo coisas diferentes, a gente atrai pessoas.
03:39E hoje a gente vê, cada pessoa que trabalha com um artigo, são artigos diferentes.
03:45Aonde pessoas que não têm condição de frequentar o comércio, o shopping durante a semana, porque trabalham.
03:52E a Praça da República é isso que a gente traz, esse grande evento.
03:57Pra as pessoas que não têm tempo durante a semana, virem visitar a praça e conhecer a praça, que é uma diversidade.
04:03A COP30, ela realmente é uma expectativa muito grande.
04:07E eu acho que a cidade toda tá se preparando pra esse grande momento.
04:12E eu acho que vai ser um dos maiores eventos que nós vamos ter aqui dentro da nossa região.
04:18Tanto que há essa transformação em Belém, eu acho que é a expectativa de todo mundo.
04:22E eu tô ansioso, esperando esse momento chegar.
04:25Eu cheguei quase agora, a primeira vez aqui em Belém.
04:29Tô gostando, pensei que fosse menor, mas eu tô achando que aqui é bem grande, né?
04:34Tem muita coisa, ainda não vi nem a metade.
04:36Eu gosto desse espaço, da praça, da beleza da praça, de como a praça, essa praça é histórica, né?
04:43É uma praça que tem uma história muito interessante.
04:47É um lugar de encontro, é um lugar de criar memórias, é um lugar de afeto.
04:53A gente encontra pessoas sem marcar, sem combinar aqueles encontros casuais.
04:59E é isso.