Neste domingo (13), data em que se celebra o Dia dos Jovens, participantes da iniciativa COP das Baixadas, em Belém, mostram como estão se organizando para marcar presença na COP 30, que será realizada em 2025 na capital paraense. Criada há três anos, a COP das Baixadas é um movimento popular que promove ações comunitárias, rodas de conversa e oficinas sobre as mudanças climáticas, com foco nas periferias da cidade. As atividades são realizadas nas chamadas "yellow zones", espaços comunitários criados especialmente para incentivar o debate e o protagonismo jovem nas pautas ambientais.
REPORTAGEM: ANDRÉ FURTADO (ESPECIAL)
IMAGENS: THIAGO GOMES
EDIÇÃO: LUCAS MELO
REPORTAGEM: ANDRÉ FURTADO (ESPECIAL)
IMAGENS: THIAGO GOMES
EDIÇÃO: LUCAS MELO
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NotíciasTranscrição
00:00Bom, a COP das Baixadas é uma iniciativa que surge em 2022,
00:04após um jovem do Jurunas periférico ter tido a oportunidade de ir para uma COP, a COP 27.
00:10Ele volta de lá inquieto, pensando o que a gente pode construir a partir daquilo que ele viveu,
00:16entendendo que as grandes conferências não consideravam a nossa participação, principalmente da juventude.
00:22Então ele volta, se junta com 15 organizações,
00:25e hoje nós somos uma coalizão de 15 organizações majoritariamente lideradas por juventudes periféricas da Amazônia Urbana.
00:33Essa iniciativa surge como uma contrarresposta para dizer que nós conseguimos construir a nossa própria conferência de clima
00:39a partir das perspectivas das Baixadas de Belém.
00:43Nós temos um planejamento anual, com atividades, oficinas, rodas de conversa.
00:48Nosso principal objetivo é incidir também na COP 30, mas muito mais do que isso,
00:52nós temos pensado em criar espaços paralelos durante a conferência que vai acontecer em novembro.
00:58Pensando também que a comunidade precisa estar envolvida no debate climático.
01:03Então algumas iniciativas surgiram dentro da nossa coalizão,
01:06como as Yellow Zones, que são espaços de envolvimento comunitário,
01:11no qual nós realizamos diversas oficinas, rodas de conversa,
01:14mas também pensamos em soluções baseadas na natureza,
01:17uma vez que as periferias são espaços que não possuem área verde,
01:21que não possuem saneamento, que são os mais impactados com as mudanças climáticas.
01:25E é por isso que esses espaços servem também como soluções que emergem desses territórios.
01:30Ano passado eu tive a oportunidade de participar da minha primeira COP em Baku.
01:35Foi uma experiência muito boa em termos de aprendizado.
01:41Foi muito interessante ver como é que funciona toda a dinâmica do espaço em que acontece a COP.
01:47E como é algo muito desconhecido ainda para a gente,
01:51até mesmo para quem é da área da discussão ambiental e climática,
01:56foi muito bom ver na prática como ocorrem as divisões dos espaços,
02:00a dinâmica entre as pessoas que participam do evento,
02:04a participação social, como é que a organização da COP lida com essa participação social,
02:11que é muito forte também.
02:12Aqui no Brasil, acho que talvez a principal diferença que eu já sinto,
02:18mesmo que a COP ainda não tenha acontecido,
02:20com o que aconteceu em Baku ano passado,
02:23seja da própria incidência da população dentro da dinâmica do próprio evento.
02:29Apesar de que dentro do espaço da COP, lá no Azerbaijão,
02:34a gente teve muita incidência da população, da sociedade civil de diversos países do mundo,
02:41eu vejo que aqui no Brasil vai ser diferente, vai ser mais forte.
02:45E eu acredito que Belém vai estar super movimentada durante a COP.
02:48Por mais que nem todos consigam credenciar para entrar no espaço da COP,
02:53eu acho que fora desse espaço vai ter muita movimentação.
02:56E aí, nesse sentido, é super importante que os movimentos já locais
03:02consigam se articular para receber toda essa sociedade civil
03:06que vai vir de outros estados, outros municípios.
03:10Enfim, acho que é um momento oportuno de realmente a gente trazer as nossas reivindicações.
03:14Legenda Adriana Zanotto
03:21Legenda Adriana Zanotto
03:21Legenda Adriana Zanotto