Após se tornar vítima de uma violenta desocupação ocorrida no Parque Oeste, em Goiânia, uma mulher luta para recons | dG1fSWxPdHRtNU5paHc
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00:00O meu companheiro tava aqui na entrada, eu, ele, um monte de gente, e ele levou um tiro.
00:23O pessoal tentou buscar socorro, puxou ele um pouco mais ali pra dentro, mas a polícia
00:28não deixou que socorresse, aí a polícia algemou ele mesmo, já atirado, e deixou
00:37morrer aqui dentro, né?
00:39E mais ali na frente era onde a gente tinha construído um barracão de três cômodos,
00:45que era onde a gente morava, morava nós éramos três, eu, ele e o nosso filho.
00:53Nós sabemos que o Senhor está no controle de tudo, e se Deus é com nós, quem será
01:14com nós?
01:15Primeiro, quer saber o que aconteceu?
01:17Eles voltaram aqui de novo?
01:18Não, graças a Deus, não.
01:19Nem a polícia?
01:20Ninguém.
01:21E chamando pra gente ir pro espaço aqui que a gente tem, que é da Escola de Ensino Médio,
01:28pra gente fazer uma grande manifestação, mas bem organizada, pedindo uma escola.
01:32Aqui era um bairro consolidado, totalmente consolidado, com bastante gente mesmo, eram
01:45aproximadamente 13 mil pessoas, que foram tiradas em menos de uma hora.
01:52E a retirada, a gente acreditava ser pela madrugada, né?
01:58A gente achou que eles não iriam expor essa agressão contra a população, só que foi
02:06oito horas da manhã.
02:14Por mais que a desocupação tenha sido violenta, que a polícia entrou, massacrou, torturou,
02:21matou, eu penso que isso fortaleceu muita gente em termos de luta, porque pra nós,
02:29naquele dia, foi uma questão de honra avelar os nossos mortos, e foi uma questão de honra
02:37também lutar pelo real conquisto.