Alto de Caratoíra (Folha do Povo - 1953)

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O nome Caratoíra na língua Indígena significa Montes Altos. O bairro foi batizado por este nome por conta da sua grande altitude e difícil acesso por causa da vegetação que estava presente.

O bairro Caratoíra surgiu em 1922 após a abolição da escravatura no Brasil, com a chamada Lei Áurea estabelecida pela Princesa Isabel no dia 13 de Maio de 1888. Esse fato da abolição da escravatura é um dos grandes motivos pelo surgimento do bairro na Grande Vitória, uma vez que a comunidade começou a ser ocupada por trabalhadores negros que eram submetidos à serviços no Porto de Vitória. Vale ressaltar que após esse fim da escravidão, o povo antes escravizado, não recebeu nenhum amparo governamental, apenas sua libertação, sem direitos a incentivo, educação, moradia, dentre outros.

Diante dessa realidade tortuosa, o povo negro começou a se alocar em morros periféricos às cidades, sem qualquer pavimentação, iluminação, esgoto ou condições mínimas de vivência.

A difícil e desigual história geral do Brasil se repete em Caratoíra.

Devido a alta demanda de trabalhadores no Porto de Vitória, os morros - em especial Caratoíra - começaram a ficar altamente povoados e a desenvolver-se ao redor de barracos.

Apenas em 1962, após 40 anos que o bairro foi formado que houveram obras de pavimentação e calçadas para os moradores do bairro.

Um episódio triste para a história do bairro foi registrado nos anos 60. Durante os anos de 1960 a 1970 surgiram na comunidade algumas casas de prostíbulos, fazendo ser identificado assim, como o bairro sofria, como sofre até nos tempos atuais, a chamada: desigualdade de classes sociais. Resultando de uma falta de oportunidade social, seja de estudar, trabalhar ou ter acesso a um estudo de nível técnico.

Após este período, os prostíbulos foram transferidos, saindo de Caratoíra para São Sebastião. Com isso, o bairro começou a se desenvolver ainda mais e levantar a bandeira da cultura local, sendo em 1973 fundada a Escola de Samba Novo Império e nesse meado, se tornou casa do Clube Náutico do Brasil, um dos mais tradicionais de Grande Vitória - antes do Clube se sediar em Caratoíra, passou pela Ilha do Príncipe e Vila Rubim.