Publicado em 15 de junho de 1924, Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada (Veinte Poemas de Amor y Una Canción Desesperada) é um dos mais emblemáticos livros de #poesia de #PabloNeruda.
Para o chileno John Lionel O´Kuinghttons Rodríguez, “é um dos livros mais celebrados de Neruda, sem dúvida nenhuma”.
Os vinte poemas falam diretamente a um ‘tu’ mediante metáforas e imagens que são familiares para qualquer pessoa. Em espanhol, temos a palavra ‘ensueño’ que significa algo assim como um estado de nostalgia e encanto”, diz, acrescentando que os #poemas provocam precisamente essa sensação, algo de tristeza que não é por acaso. Rodríguez comenta que o próprio Neruda celebrou o estado que provoca a melancolia triste como uma condição propícia para a evocação poética.
Poema 15 [Pablo Neruda]
Gosto quando te calas porque estás como ausente, e me ouves de longe, minha voz não te toca. Parece que os olhos tivessem de ti voado e parece que um beijo te fechara a boca.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma emerge das coisas, cheia da minha alma. Borboleta de sonho, pareces com minha alma, e te pareces com a palavra melancolia.
Gosto de ti quando calas e estás como distante. E estás como que te queixando, borboleta em arrulho. E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança: Deixa-me que me cale com o silêncio teu.
Deixa-me que te fale também com o teu silêncio claro como uma lâmpada, simples como um anel. És como a noite, calada e constelada. Teu silêncio é de estrela, tão longinqüo e singelo.
Gosto de ti quando calas porque estás como ausente. Distante e dolorosa como se tivesses morrido. Uma palavra então, um sorriso bastam. E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.