O Brasil não pode se tornar refém dos interesses próprios de parlamentares e juízes

O aumento concedido pelo Senado aos ministros do STF que, pelo efeito que tem em vários outros servidores públicos acaba tendo um custo anual de quase R$ 4 bilhões, mostra os desafios que o governo de Jair Bolsonaro vai encontrar na relação com o Legislativo e Judiciário. Do ponto de vista do Legislativo, o aumento foi feito não por acaso depois das eleições, tentando esconder os votos individuais. E houve uma tentativa de fazer média com a Justiça, por parte de senadores que estão perdendo o mandato e não terão mais foro privilegiado. Do lado do Judiciário, a situação é absurda, porque o presidente do STF, Dias Toffoli, praticamente condicionou a aprovação e sanção do aumento à análise e votação do Supremo do processo sobre o fim do auxílio-moradia para juízes. O presidente Michel Temer ainda pode vetar essa proposta, e milhares de brasileiros já assinaram um abaixo-assinado do Partido Novo sobre o assunto.Ninguém pode estar na situação de definir o próprio salário, que é pago por outros. Nós, brasileiros, é que pagamos os salários de parlamentares e juízes, que estão definindo os próprios salários.