A Dívida Brasileira (Poesia) - Fabio Brazza

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A Dívida Brasileira (Poesia) - Fabio Brazza

Desde que o Brasil é colônia
Vivemos uma Aristocracia
Sociedade de hierarquia
cheia de frescura e cerimônia
Ao negro a escravatura
O branco o Senhor de Engenho
Esse era o vil desenho
Da formação de uma cultura
Na moldura deste retrato
Surgiu a mistura é fato
O crioulo o mulato o pardo,
todos carregando o fardo
de um passado hostil
foi-se o capitão do mato
que aplicava o maltrato,
mas o racismo persistiu
e ainda hoje ele é latente
de maneira tão veemente
só que um pouco mais sutil
Cada carta em seu baralho
cada macaco em seu galho
o povo assim se dividiu
numa hierarquia social
num Apartheid cultural
que tem o nome de Brasil
Mais de 5 séculos passados
Muito pouco foi mudado
A desigualdade ávida
É ainda muito vívida
Infelizmente no Brasil
Nascer Branco é dádiva
Nascer Pardo é dúvida
E nascer Negro é dívida...
A ideia de um país miscigenado
Aonde o preconceito não é notado
É uma ideia romântica
Mas a verdade nua e crua
É que o racismo continua
Até mesmo na semântica
A coisa tá preta! A ovelha negra!
Qual é a cor do luto e da escravidão?
O branco em contrapartida,
Não caga na entrada nem saída
é a cor da paz e da purificação
O Pardo é o fruto desta mistura
Antes designado como raça impura
Mas durante o movimento modernista
Ela passou a ser vista
Como símbolo maior da nossa cultura,
A representação de uma raça híbrida...
Mas ainda hoje infelizmente
Nascer Branco é dádiva
Nascer Pardo é dúvida
E nascer Negro é dívida...
Dívida de um passado sem qualquer reparação
Nem que ganhasse na lotérica,
Pra compensar tanta humilhação
Das senzalas para as zonas periféricas
O ultimo país da América a abolir a escravidão!
E agora quem vai pagar essa dívida Brasil?
História que o livro de história omitiu
Ou você não viu o tanto de navio
Que cruzou os mares trazendo milhares
Para trabalharem em nosso plantio
Amarrados pelos pés
Dentro de um convés
No balanço das marés
Era tanto revés
que ficavam 4 a cada dez
Senhores cruéis,
Capitães e coronéis,
Pelas minas, canas e colheitas de cafés
Lucro para os Reis
por alguns contos de Réis!
O antro do mal, o cancro moral do branco cruel
O branco é igual? Só se for no papel
4 séculos de escravatura
Não vão sumir na assinatura
da Princesa Isabel
São mais de 500 anos de ônus
Dos que causaram danos por julgarem-se donos
note ao redor ainda existem tronos
quem são os empregados e quem são os patronos?
Os colonizados e os colonos?
Numa relação servil
numa hierarquia social
dum Apartheid cultural
Que tem o nome de Brasil...

Neto do poeta concreto Ronaldo Azeredo e sobrinho neto de Augusto de campos, Fabio Brazza aprendeu a beber da arte desde muito cedo. Cursou Ciências Socias pela PUC e se formou
em Comunicação pela Wingate University, na Carolina do Norte, onde ganhou bolsa de estudos para integrar o time de futebol. Mas entre os estudos e a bola encontrou suas verdadeiras
paixões: a música e a poesia.

Fabio Brazza faz hip-hop popular brasileiro. Samba e rap numa fusão perfeita com as melhores letras do rap nacional da atualidade, crítica social, ritmo e poesia enchendo os olhos e o coração. Mas é no palco que Brazza se agiganta com uma performance de deixar veteranos do gênero boquiabertos! Improviso e freestyle impecáveis que levou o site americano Wondering Sound a coloca-lo na lista dos 10 artistas que estão reinventando a música brasileira.