• há 6 anos
Insubmissa
(Maíra Baldaia e Talita Barreto) | Maré enluarada (poema de Maíra Baldaia)
Participação de Nath Rodrigues

Era uma vez, eu ia com você só pra não sentir que estava só
Eu não sabia quem eu ia ser se eu desfizesse esse nó
Minha oração pra ser um par e me tornar criança
Criando esperança de um futuro diferente do que eu via
E se repetia a cada geração de mulheres negras solidão
Mas não, solidão não, mas não
Era uma vez, eu ia bem sozinha e caminhar comigo era bom
Não tinha mais conto de fadas e seu branco padrão
Revi a história e libertei os cabelos de minha criança
Eu me peguei no colo e me acalentei
Soou a voz, insubmissa voz insubmissa negra voz!
É que o sistema quebra quando a gente se ama
Opção, opção da não repetição
Soou a voz, insubmissa voz, insubmissa negra voz!

*Poema “Maré Enluarada (de Maíra Baldaia):
Mulher é lua.
Sabe quando estamos beira-mar e vê-se a lua cheia refletida na imensidão das águas?
Então, isso é mulher! Esse acontecimento...
Não se engane, mulher é loucura.
Mesmo quando reprimida há uma profusão de sedes na mulher.
Mulher é onda, mulher é vento, mulher é raiz, mulher é mistério, mulher é tempestade!
Quando te bate na cara cura e machuca em um reflexo só... liquefaz.
Mulher é lua.
Lua que sangra transmutações.
Lua animalesca, lua cíclica.
Mulher é dor. Mulher atordoa a dor.
Mulher é calma, mulher é água, bubuia, mergulho.
Sabe quando lavamos a alma na queda brava da água doce da cachoeira?
Então, isso é mulher!
Mulher é louca.
Eu, mulher.
Eu sou!

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