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Os estudos sobre a origem do homem americano são marcados por debates acalorados entre membros da comunidade científica internacional. Pesquisas arqueológicas, biológicas e paleontológicas têm acrescentado novas informações ao que sabemos sobre o início da aventura humana na América.

Formada em História Natural pela USP, Nied Guidon trabalhou no Museu Paulista, quando tomou conhecimento do sítio arqueológico de São Raimundo Nonato no Piauí, no ano de 1963. Especializou-se em arqueologia pré-histórica, pela Sorbonne, e especialização pela Universidade de Paris I. Desde 1973 integra a Missão Arqueológica Franco-Brasileira, concentrando no Piauí seus trabalhos, que culminaram na criação, ali, do Parque Nacional Serra da Capivara. Atualmente é Diretora Presidente da Fundação Museu do Homem Americano.

Os achados arqueológicos de Guidon levam a crer que o povoamento do continente americano se deu muito antes do que se acredita de ordinário. Enquanto a teoria mais comumente aceita do povoamento das Américas postula que os primeiros humanos chegaram no continente há 15.000 anos, alguns dos sítios arqueológicos de Guidon contém artefatos que datam de 45.000 anos atrás. O problema de sua hipotése é que o que é tido por Guidon e sua equipe como sendo "artefatos" é tido por outros como sendo "geofatos" - os primeiros sendo produtos do trabalho humano e os últimos sendo produtos da ação de forças naturais.

Antropólogos estadunidenses - entre os quais estão os mais ferrenhos críticos das teorias de Guidon - se encontram em ambos os lados da questão: alguns aceitam as evidências arqueológicas sem contestá-las; outros pensam que elas não são sólidas o suficiente para derrubar as antigas hipotéses. Enquanto isso, os achados se acumulam. Com uma grande equipe trabalhando para si e com inúmeros projetos em andamento, Guidon espera reescrever a versão corrente da história demográfica do homem. Embora sua teoria tenha lacunas, o acúmulo de evidências arqueológicas fortalece cada ve

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