• há 7 anos
Nas ruas de Mossul Oriental as mulheres vestem cores e têm o rosto descoberto. Com a expulsão dos extremistas sunitas do Daesh, despiram as roupas pretas, a burqa e o niqab, véu que deixa apenas os olhos a descoberto, que eram obrigadas a usar.

O grupo extremista “Estado Islâmico do Iraque e do Levante” obrigava as mulhes de Mossul a usarem burqas e niqab, e proibia-lhes o uso de perfume. As transgressoras enfrentavam punições severas. Duas jovens na rua contam que as mulheres evitavam sair à rua e não lhes era permitido estudar:

“O Daesh controlava a nossa liberdade. Não podíamos agir livremente, não éramos autorizadas a sair à rua sem estarmos vestidas de preto e completamente cobertas, com véu integral e luvas”, disse Aya Hani.

“Estávamos numa situação trágica, especialmente porque não existia nenhum sistema de educação sob o controlo do Daesh. Não nos era reconhecido o direito de frequentar estudos, éramos obrigadas a cumprir numerosas imposições, especialmente as mulheres”, contou Iman Khader.

Este comerciante conta que as mulhesres eram permanentemente perseguidas, o controle era constante.

“Quase diariamente, quando entravam mulheres aqui na loja, os do Daesh arrastavam-nas para fora e acusavam-nas de não cobrirem o rosto todo ou de terem um véu demasiado curto, de não usarem luvas ou meias, de estarem maquilhadas. Eram tantos problemas que as mulheres acabavam por ter medo de vir ao mercado”, explicou Abu Mustafa.

O Exército iraquiano anunciou no dia 10 deste mês, depois de nove meses de combates, a libertação de Mossul e a vitória sobre as milícias do grupo Estado Islâmico que ocupavam a cidade.

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