Trump quer embaixada dos Estados Unidos em Israel na cidade de Jerusalém

  • há 7 anos
A administração Trump tenciona transferir a embaixada americana em Israel para a cidade de Jerusalém. Para o presidente americano trata-se de uma prioridade. O governo israelita mostra-se favorável a esta mudança, após ter encorajado no passado outros presidentes americanos a instalar a representação diplomática naquela cidade.
Um porta-voz da Casa Branca anunciou já ontem o início do processo.

A decisão motivou já manifestações de protesto na Cisjordânia, particularmente nas cidades de Ramalah e Hebron, onde centenas de palestinianos se dizem preparados a combater o projeto de Donald Trump, que consideram “afetar toda a nação palestiniana, todo o mundo árabe e islâmico e mesmo o mundo cristão”.

A Autoridade Palestiniana, dirigida por Mahmoud Abbas, já tinha advertido que todo o processo de paz poderia ser posto em causa se Trump pusesse em marcha as promessas que fizera.
“Dizemos ao senhor Trump que esperamos que ele não mude a embaixada de Telavive para Jerusalém, porque Jerusalém, do ponto de vista de Israel, é uma cidade unificada e isso não é correto nem legal. De resto, mudar a embaixada antes do que quer que seja que venha a acontecer só pode perturbar o processo de paz”, afirmou.

Contactado pela Euronews, o porta-voz para os médias árabes no gabinete do primeiro-ministro israelita, Ofir Gendelman recusou qualquer comentário. Para Lenny Ben-David, diretor do Centro de Assuntos Públicos em Jerusalém e antigo diplomata de Israel em Washington, a iniciativa de Trump não tem qualquer impacto no porcesso de paz:
“Trump não vai vacilar, não vai parar a decisão que tomou. Essa é a questão. Penso mesmo que vai fazê-lo. E possívelmente já começou lentamente o processo de mudança. Não me parece que seja um atentado ao mundo árabe nem aos palestinianos. Não tem que afetar o processo de paz, mas pode dar aos palestininanos uma motivação para avançarem com a negociação do estatuto de Jerusalém, em vez de dizerem que vão declarar a guerra”.

Donald Trump poderá estar a iniciar uma operação que encerra grandes riscos para a região e para o processo de paz, pondo em causa o consenso internacional sobre um estatudo de Jerusalém negociado entre israelitas e palestinianos.