Indonésia: Governador de Jacarta julgado por blasfémia

  • há 8 anos
Um tribunal indonésio iniciou esta terça-feira um controverso julgamento por blasfémia. O réu é o governador cristão de Jacarta acusado de insultar o Corão.

Segundo o juiz que preside o processo, este será um teste à liberdade de expressão religiosa na nação maioritariamente muçulmana.

O painel de juizes rejeitou um pedido dos advogados de defesa do governador Basuki Tjahaja Purnama, conhecido por “Ahok”, para deixar cair o processo com base na violação dos direitos humanos do político de etnia chinesa, sugerindo o recurso a um tribunal superior.

Ahok, de 50 anos, tem o objectivo de ganhar um segundo mandato como governador de Jacarta nas próximas eleições, em Fevereiro. A blasfémia em causa tem origem num video que circulou online e onde o candidato dizia que se as pessoas achavam que o Corão proibia um líder não muçulmano, estavam enganadas.

À porta do tribunal, manifestantes pediam a prisão de Purnama. Houve também manifestações de apoio.

A condenação por blasfémia na Indonésia pode chegar a 5 anos de prisão e é quase sempre aplicada.

Purnama ganhou crédito enquanto governador pelo combate à corrupção e à pesada burocracia. Porém, a linguagem contundente que usa e a insistência na eliminação de bairros degradados tem alienado muitos eleitores.

O presidente indonésio Joko Widodo, tido como aliado de Purnama, criticou os “actores políticos” por incendiar os protestos, mas recusou acrescentar qualquer outra declaração sobre o caso.

A próxima audiência em tribunal está agendada para 3 de Janeiro e será feita num auditório do Ministério da Agricultura no sul da cidade por razões de segurança, de acordo com as autoridades locais.