Burkina Faso: Presidente rende-se e aceita dissolução do Governo

  • há 10 anos
Blaise Compaoré já não é, afinal, o chefe de Estado há mais tempo à frente de um país africano. Era. O Presidente do Burkina Faso ainda emitiu uma mensagem pela televisão, na noite desta quinta-feira, a garantir que se mantinha em funções, depois do anuncio das Forças Armadas da dissoulção do Governo. Mas depois, pelas redes sociais, acabou por render-se e confirmar o fim forçado da sua liderança no país.

Le gouvernement est dissout
A compter de ce jeudi 30 oct., je déclare annulé l’état de siège sur toute l’étendue du territoire national.— Blaise Compaore (@PF_Compaore) 30 outubro 2014

Com os protestos a prosseguirem violentos nas ruas, Blaise Compaoré começou por anunciar ao início da tarde o recuo na pretensão de alterar a Constituição de forma a poder recandidatar-se em 2015. Horas depois acontecia um golpe militar liderado pelo chefe do Estado Maior das Forças Armadas. “A Assembleia Nacional está dissolvida e o governo também foi dissolvido. Um órgão transitório vai ser nomeado, em concertação com todas as forças vivas da Nação, para preparar as condições para um regresso à ordem constitucional no prazo máximo de 12 meses”, anunciou o general Honoré Traoré.

Amor de cabra! #BurkinaFaso #BlaiseCompaoréMustStepDown pic.twitter.com/BrpwCUSpG8— susana moliner (@la_rizomatica) 28 outubro 2014

O Presidente não perdeu tempo e através da televisão, anunciou ao país que Governo não tinha caído e que ele se mantinha em funções, garantindo simplesmente ter entendido a mensagem de mudança que lhe tinha chegado das ruas através da já chamada “Primavera Negra”. Algo que viria depois a rever pelas redes sociais, através das quais reconheceu “a atitude repubblicana dos dirigentes” da oposição.

Ma reconnaissance va aussi à l’opposition pour l’attitude républicaine de ses dirigeants.

#lwili #Burkina Zephirindiabre RochKabore— Blaise Compaore (@PF_Compaore) 30 outubro 2014

Com a luta pelo poder imediato a crescer, nas ruas, os protestos prosseguiram violentos. Pelo menos três pessoas foram mortas a tiro, na sequência de confrontos com as forças de segurança quando alguns manifestantes tentaram invadir as residências de membros do partido no poder, o Congresso para a Democracia e Progresso (CDP), de Compaoré.

12 extraordinary photos of Protesters in Burkina Faso setting their government ablaze – http://t.co/IbHDPsaWFF pic.twitter.com/klwguHAWe2— PzFeed Top News (@PzFeed) 30 outubro 2014

Alguns manifestantes atacaram, saquearam e pegaram fogo ao Parlamento nacional, enquanto outros invadiram e destruíram a estação de televisão do Estado, obrigando-a a interromper a emissão.

Para além da capital Ouagadougo, os protestos a exigir a queda do Presidente também se fizeram sentir na segunda maior cidade do Burkina Faso, Bobo Dioulasso, e ainda noutras localidades deste país conhecido como extrator de ouro e produtor de algodão.

E ao fim da noite, Compaoré caiu mesmo!

Que Dieu bénisse le #Burkina #Faso !

#bf226 #lwili— Blaise Compaore (@PF_Compaore) 30 outubro 2014

Je vous remercie.

Blaise Compaoré
Président du #Faso

#lwili #Burkina #bf226— Blaise Compaore (@PF_Compaore) 30 outubro 2014

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