• há 10 anos
Os resultados eleitorais registados no leste da Ucrânia diferem face ao escrutínio nacional. Com uma forte presença nesta região de membros do antigo regime de Viktor Ianukovich e aliados do Presidente deposto em fevereiro, o Bloco da Oposição apostou na propaganda onde a população ativa se concentra, as fábricas, e alcançou 28 por cento das preferências. O Bloco de Petro Poroshenko chegou, ainda assim, aos 15 por cento.

Mariupol, cidade costeira no sudeste do país agora é controlada pelas forças ucranianas, é, ainda assim, uma da cidade dividida. Com a segurança assegurada pelos militares, a participação foi agora superior à verificada em maio passado, nas presidenciais, mas a maioria ainda dá mostras de não aceitar o governo pós-revolução. É o caso de um jovem eleitor de Mariupol que assume o apoio ao Bloco da Oposição: “Todos eles prometeram demasiado, mas eu acredito que o Bloco da Oposição vai fazer o que prometeu e não vai haver guerra. Em lado nenhum, mas em especial aqui. Porque agora, ainda se registam aqui confrontos.”

Do lado do Presidente, uma eleitora lembra que ainda há pouco “as pessoas votaram nele [em Poroshenko]”. “Deram-lhe crédito e, logo, também ao partido. Nós apoiamos o Presidente”, referiu, representando no entanto, a minoria naquela cidade costeira.

A analista política Maria Podibailo sublinha a “propaganda forte pelo Bloco da Oposição em todas fábricas”. “É preciso ter noção de que a maioria dos cidadãos de Mariupol trabalha nas fábricas onde se fez essa propaganda. As pessoas prezam o trabalho que têm e, por isso, este fator é determinante”, refere a especialista, em jeito de explicação para a razão por que muitos dos habitantes do leste ucraniano ainda preferem votar nos políticos que conhecem e não nos nomes emergentes dos partidos em crescimento no pós-revolução.

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