Primeiro-ministro ucraniano acusa Presidente russo de querer congelar a Ucrânia

  • há 10 anos
Depois do Presidente russo ter garantido, em Milão, há poucos dias, que o abastecimento de gás à Ucrânia, para o Inverno, estava garantido, dá-se um novo passo atrás. Numa nova ronda de negociações, mediada pela União Europeia, Rússia e Ucrânia não chegaram a acordo sobre o preço do gás e vão continuar a debater a questão, ainda que o Primeiro-ministro ucraniano duvide das boas intenções do Chefe de Estado russo:

“Vou expressar a minha posição sincera. Acho que Putin não quer assinar qualquer acordo e o seu objetivo é “congelar” a Ucrânia. Temos de estar prontos para o cenário mais difícil. Neste momento, temos 17 mil milhões de metros cúbicos de gás. Se a União Europeia reverter, adicionalmente, o fluxo de gás, porque já estamos a receber 60% por cento do gás desta forma, nesse caso sobreviveremos, mais facilmente, ao inverno.”

Spartak, uma aldeia controlada pelos rebeldes pró-russos, está localizada próximo do aeroporto de Donetsk. Aqui não há água, gás, eletricidade e esperam-se temperaturas negativas para o final da semana. E os combates prosseguem, a alguns quilómetros de distância:

“Os bombardeamentos não param todas as noites. Ontem até o chão tremeu. Mas se nos formos embora, aqueles que ficarem perdem a fé. Das 5000 pessoas da aldeia restam apenas cerca 400”, desabafa Vera Anoshina, uma residente local.

A quatro dias das legislativas ucranianas a situação continua tensa. Esta terça-feira, a ONG Human Rights Watch denunciou o uso de bombas de fragmentação contra os separatistas pró-russos, acusações rejeitadas pela Ucrânia.